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segunda-feira, 16 de outubro de 2017

Boeing Restaurante do Cte Capistrano

Quem passa pela estrada ao lado sempre admira a imponência e o tamanho das duas aeronaves Boeing da antiga Vasp ‘estacionadas’ em uma chácara na região do Jardim Maria Luiza, em Araraquara, a caminho de Bueno de Andrada. Não há como não ficar curioso e se questionar: será que a ideia do comprador dessas relíquias em transformá-las em um espaço para eventos vai sair do papel?
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Restaurante em Boeing da Vasp está pronto e será atração em Araraquara
Cinco anos depois da compra do primeiro avião, piloto está prestes a realizar sonho de inaugurar espaço para eventos
2/7/2017 11:20
ACidadeON/Araraquara
Tom Oliveira
Sim, o sonho de uma vida está prestes a se tornar realidade. E o ACidadeON/Araraquara entrou no novo espaço com exclusividade. O avião de passageiros já tinha sido mostrado, mas o interior do outro, antes usado para carga, era segredo até o momento. Quem um dia imaginou que isso poderia ser possível foi o comandante Edinei Capistrano, de 63 anos. Filho de um ex-piloto da Vasp, ele se apaixonou por aviação ainda quando soltava pipa no quintal de sua casa, ao lado de um aeroporto.
Movido por essa paixão pela aviação, sonhou em construir um restaurante e um espaço para eventos utilizando os dois Boeings 737-200, adquiridos entre 2012 e 2013 em leilões da falida empresa. Um deles voou na versão transporte de passageiros e o outro, transporte de cargas. Na época, um acontecimento em toda a região. Na verdade, a compra e o transporte foram noticiados pela mídia do Brasil todo. Até porque ver um avião na rodovia é incomum.
Restaurante está pronto
Restaurante no avião já está quase pronto, cabem 78 pessoas (Amanda Rocha/ACidadeON)
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Em sua aeronave modelo ‘cargueiro’, Capistrano montou um restaurante para 78 pessoas. E tem de tudo: mesas, televisores, ar-condicionado, piso especial, som ambiente e geladeira.
A remodelação da parte interna está pronta para receber visitantes, após três anos de trabalho e investimento. “Trabalhamos muito nesse avião. Ele era uma versão cargueira, então não tinha nada dentro. Consegui os acentos de outra aeronave em uma troca com um amigo e estamos prontos para entrar em ação”.
‘Chácara do Piloto’.
A ideia é inaugurar este ano. Outra proposta é montar um restaurante fixo, além de alugar o espaço para eventos. Além de um negócio empresarial, segundo o piloto, a estrutura é uma forma de “manter os aviões preservados, como as relíquias que são, e também servir a visitas de pessoas que nunca chegaram perto de aeronaves como essas.”
Ainda não há data para que o restaurante e o espaço de eventos sejam inaugurados. Faltam vários detalhes externos às aeronaves, como cozinha, estacionamento e hall de entrada. Entretanto, Capistrano planeja que isso aconteça ainda em 2017.
Mas se você é uma das pessoas curiosas e que gostaria de visitar as aeronaves, saiba que isso é possível. O espaço pode ser visitado, mas como é uma propriedade privada, é preciso da autorização dos proprietários. Edinei explica que visitas em grupos podem ser agendadas diretamente com a empresa, a Airport Events, pelo telefone (16) 98148-7806. Mais informações podem ser obtidas também por meio desse número.
A chácara onde estão as aeronaves fica na região do Jardim Maria Luiza, em Araraquara, a caminho de Bueno de Andrada.
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A história das aeronaves
O Boeing de transporte de passageiros foi o primeiro adquirido por Capistrano. A compra foi feita em 2012 e o caso ganhou destaque nacional, tanto pela aquisição em si e a ideia de transformar o gigante dos ares em um restaurante, quanto pela movimentação cinematográfica necessária para transportá-lo. De São Paulo para Araraquara foram 12 horas.
Enquanto a aeronave cargueira foi transformada em um restaurante, a outra – a primeira a repousar em Araraquara – está totalmente intacta e original. A impressão que se dá ao entrar nela é de que, a qualquer momento, poderia decolar. Poltronas, cabine de comando, escadas, tudo está em seu devido lugar, com uma preservação surpreendente.
Tão surpreendente que tem servido para filmagens e treinamentos. Edinei conta que vários episódios da série Catástrofes Aéreas, do canal Discovery Channel, foram filmados lá. Também lembra que comissários de bordo, bombeiros e policiais fazem constantemente treinamentos na aeronave, tamanho grau de detalhamento. Até um programa de televisão foi gravado ali.
Discreto, o comandante evita falar em valores, mas fica mais a vontade quando o assunto é pilotagem. Na cabine de comando, mostra cada detalhe e botão, elencando a diferença entre a aeronave construída pela empresa norte-americana Boeing, em 1979, dos aviões mais digitais e modernos de hoje em dia. Capistrano atua como piloto de jato executivo.
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VEJA FOTOS E A REPORTAGEM SOBRE O AVIÃO DE PASSAGEIROS
Com 30 metros de comprimento, 28 de envergadura, este avião voou pelos Estados Unidos entre 1979 a 1993 pela SouthWest Airlines. Depois foi adquirido pela empresa japonesa Japan Transocean Air, até 1998, quando foi trazido para o Brasil pela Vasp. Ele fez seu último voo em 2005 e permaneceu no Aeroporto de Congonhas até ser trazido para cá. É o único do modelo totalmente preservado no Brasil.
Em 2013, o comandante comprou o segundo avião, de modelo semelhante, mas montado para transporte de cargas pela VaspEx. Também chegou até a chácara do piloto por rodovia, sendo necessária escolta durante todo o trajeto, a 40 km/h.edinei_capistrano__01072017143420
A decisão de preservar os aviões originais é motivo de elogios para os amantes dos gigantes dos ares. Muita gente vem de vários locais do Brasil para visitar as aeronaves, que se tornaram símbolo de uma 
era de ouro da aviação civil brasileira.

História da VASP pela VASP

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Fonte-Contato Radar (PP-CJC)

Gloster Meteor -O Jato Que Mudou a História Da Aviação de Caça Brasileira


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11262453_822145531171827_5851313663310476019_nO uso do trocadilho é Inevitável: a apresentação do primeiro avião a jato do Brasil foi, para usar uma palavra da época, “tronitruante” , adjetivo que quer dizer ruidoso como um trovão. Não era para menos, o voo do Gloster Meteor em 1953 mudou a história da aviação militar brasileira. A Força Aérea se despedia das hélices para ingressar na “Era das Turbinas”. Começava a troca dos antigos caças P-47 Thunderbolt e Curtiss P-40 pelo jato de combate bimotor britânico. Até então, nenhum avião a jato havia sido operado no país.
O algodão nacional foi a moeda usada para a compra das aeronaves. 15 mil toneladas foram enviadas à Inglaterra em troca de 70 aviões-60 aparelhos F-8, monoposto de caça e 10 TF-7, biposto. “Com isso, a Inglaterra penetrava no mercado brasileiro de aviões que era, até então, essencialmente suprido pelos Estados Unidos” , explica o historiador aeronáutico, Coronel-Aviador-R/1 Aparecido Camazano Alamino, autor do livro “Gloster Meteor – O Primeiro Jato do Brasil”.capa_frente-427-500
As aeronaves vieram para o Brasil desmontadas e transportadas em navio. Foram montados na fábrica do Galeão, no Rio de Janeiro. O primeiro voo em território nacional foi realizado em maio de 1953 pelo piloto de provas da Gloster.
A novidade estampou as manchetes da imprensa brasileira. O cruzeiro, a principal revista da época, colocou a bordo de um dos Glosters um de seus repórteres fotográficos do país para registrar o voo do novo jato. “Não dispondo de nenhuma adaptação para a câmera no interior do TF-7, o fotógrafo Indalécio Wanderley foi obrigado a reagir fisicamente contra as tremendas forças da gravidade que sobre ele atuavam no decorrer das manobras, perdendo os sentidos por alguns segundos diversas vezes”, descreveu o repórter.
As imagens dos jatos em formação no céu da zona sul carioca ilustraram a reportagem que ganhou o título “Esquadrão Relâmpago”. “O avião a jacto que o ministro Nero Moura lançou aos céus do Brasil, trará para o mundo consequências ainda imprevisíveis. Transformou a face do planeta e tornou vizinhos antípodas”, afirmou a revista. A aquisição dos Gloster Meteor restabeleceu o equilíbrio regional na América do Sul, alterado pela compra de novos caças por países vizinhos. “Sonho de todo piloto da época, foi um orgulho ser pioneiro do avião a jato” , lembra o Tenente-Brigadeiro João Nunes, de 85 anos.
Por ser o principal avião de caça da FAB até 1970, o Gloster se transformou em sinônimo de aeronave de ataque. O emprego como caça de interceptação era mínimo por causa da falta de uma rede de alerta antecipado. “Os radares de controle e alarme eram antigos e sujeitos a falhas” aponta o historiador Rudnei Cunha, no site Históriada Força Aérea. Assim, os caças foram empregados em missões de ataque ao solo. O último voo do Gloster Meteor ocorreu em 1971.
A aquisição não revolucionou apenas a aviação militar. As companhias aéreas também tomaram grande impulso a partir da experiência da Força Aérea. para operar jatos, a FAB teve de montar uma logística de combustíveis e lubrificantes, porque os motores eram movidos a querosene de aviação, inexistente no país à época. Importado, o combustível era mais seguro, mas requeria cuidados no armazenamentos e manuseio.
No Início, só as Bases Aéreas do Galeão e de Santa Cruz foram preparadas para abastecer os jatos. Logo depois, o Parque de Aeronáutica de São Paulo também. já no final de 1954, a Base Aérea de Canoas, no Rio Grande do Sul. Em meados da década de 50, os principais aeroportos civis e bases aéreas do país já dispunham de infraestrutura necessária para a operação de jatos.
AEROVISÃO (Edição Histórica)

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