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sexta-feira, 13 de julho de 2018

A Aviação de Transporte


C-46
Curtiss C-46 (MAP).
Em 1944, a FAB recebeu aviões Douglas C-47, os quais foram utilizados em missões de transporte de carga e pessoal; com o término da IIª Guerra Mundial, esses aviões passaram a operar as linhas do CAN, a partir de 1946. Até a sua desativação em 1983, a FAB utilizou 82 exemplares do tipo.

Dois aviões Curtiss C-46 Commando (foto à direita) foram recebidos pela FAB em 1948, tendo recebido os números de série 2057 e 2058.
No ano de 1950, entraram em serviço na FAB aviões quadrimotores do tipo Boeing B-17G Flying Fortress, os quais foram utilizados em missões de busca e salvamento - SAR e reconhecimento aerofotográfico. Os B-17 receberam os números de série 5405 a 5411.
Em 24 de janeiro de 1951 foi criado o Centro de Treinamento de Quadrimotores, sediado na Base Aérea do Galeão, a fim de proceder-se ao adestramento das equipagens. Em junho do mesmo ano o Centro foi transferido para a Base Aérea de Recife, passando os B-17 a realizar missões de busca e salvamento e fotografia aérea.
Em 15 de outubro de 1953 o Centro foi extinto e ativado o 1º/6º Grupo de Aviação e em 1954, mais sete B-17 foram recebidos, elevando a doze o número de B-17 em uso. No dia 20 de novembro de 1957, o 6º Grupo de Aviação foi ativado, com dois esquadrões componentes, ficando o  responsável pelas missões de busca e salvamento e o pelas de reconhecimento fotográfico e meteorológico.
Sendo as aeronaves da FAB com maior raio de ação, na época, os B-17 realizaram o suporte às atividades do IIIº/2º Regimento de Infantaria - "Batalhão Suez" - então integrante da Força de Emergência das Nações Unidas, na fronteira entre Egito e Israel. No período compreendido entre março de 1957 e maio de 1960, foram realizadas 24 viagens àquela região do globo, com os B-17 do 6º GAV operando a linha mensal do Correio Aéreo Nacional.
Doze aeronaves Fairchild C-82A Packet foram recebidas pela FAB em 1955 para apoiar as atividades de lançamento de pára-quedistas do Exército, tendo sido operados até 1967 pelos 2º/2º Grupo de Transporte e pelo 1º/1º Grupo de Transporte de Tropas, sediados na Base Aérea dos Afonsos. Os C-82 receberam os números de série 2200 a 2211.
C-10
C-10 Catalina (MAP).
Em 1958, aviões Consolidated PBY-5 Catalinaforam enviados aos EUA para serem modificados para missões de transporte, sendo re-denominados como C-10; essas aeronaves realizaram serviços do mais alto valor, ao longo das linhas do CAN na Amazônia, até serem desativados em 1982.
Também em 1958 a FAB recebeu quatorze Grumman SA-16 Albatross para emprego em missões SAR. Todos os Albatroz foram operados exclusivamente pelo 2º/10º GAV, sediado na BASP. Os SA-16 receberam os números de série de 6528 a 6541 e foram desativados em 1980. Em seus 22 anos de serviço, completaram 50.000h de vôo, realizando 1.600 missões SAR e transportando mais de 1.500 pacientes.
Aviões Douglas C-54G foram incorporados ao acervo da FAB em 1960, e foram utilizados em missões de transporte e nas linhas do CAN, tendo substituído os B-17 na linha até o Egito, a partir de 1960.
A partir de 1962 passaram a ser utilizados aviões Fairchild C-119G, em missões de lançamento de pára-quedistas pelo 2º/1º GTT, tendo recebido os números de série 2300 a 2311; esses aviões foram utilizados até 1975.
A FAB recebeu doze Hawker-Siddeley 748 (designados C-91 na FAB) em 1963 e, em 1965, começaram a chegar os primeiros Lockheed C-130 Hércules. Ao todo, dezesseis exemplares foram adquiridos, sendo 11 da versão C-130E, 3 da versão C-130H e 2 da versão KC-130H de reabastecimento em vôo (REVO), estes últimos tendo sido recebidos em 1976. Os C-130 equiparam o 1º/6º GAV, que os utilizou em missões SAR; hoje são utilizados pelos 1º/1º GT e 1º GTT. Logo após terem entrado em serviço, um C-130E da FAB realizou a primeira circunavegação do globo terrestre por uma aeronave brasileira. Os C-130 são aeronaves extremamente versáteis, sendo também utilizados pela FAB para operações em apoio às missões científicas brasileiras na Antártida.
C-130 SAR
C-130 SAR do 1º/6º GAV (MAP)
C-130
C-130E (MAP)
No ano de 1968 foram colocados em serviço cinco Douglas DC-6B (denominados C-118, números de série 2412 a 2416). Nesse ano, foi entregue o primeiro de 24 de Havilland Canada DHC-5A Buffalo (denominado C-115); dezenove desses encontram-se em uso atualmente, operados pelos 1º GTT e 1º/9º GAV.
Além disso, inúmeros tipos de aviões são utilizados para transporte VIP, como o VU-93(BAe 125), VC-96 (Boeing 737-200), VC-97 (EMB 120 Brasília) e VU-9 (EMB 121 Xingu).
Uma versão especializada do VU-93 é utilizada para a calibragem de radares em aeroportos civis e militares. Em 1986 entrou em operação o primeiro de oito aviões Cessna 208 Caravan I, designados C-98, os quais são operados pelo 1º Esquadrão de Transporte Aéreo e pelo 7º ETA.
2º/2º GT da FAB opera aviões tanque KC-137 (versão do Boeing 707), permitindo missões de reabastecimento em vôo, tão necessárias em um país com as dimensões do Brasil. Seus principais usuários são os F-5E do 1º GAVCA e os A-1 do 1º/16º GAV, os quais são equipados com sondas de reabastecimento.
Aviões C-95 (EMB 110 Bandeirante) são utilizados ainda em missões de transporte logístico, SAR e reconhecimento fotográfico.
VU-9
VU-9 Xingu (MAP)
SC-95
SC-95B-0 Bandeirante (M.Aer.)
VU-93
VU-93 (MAP)
KC-137
KC-137 (MAP)
Missão Humanitária
O Brasil é um país de dimensões continentais e a FAB tem um papel importante na integração do país, especialmente na região amazônica, transportando cargas e oferecendo à população carente cuidados médicos e odontológicos. Em inúmeras situações, as aeronaves da FAB são o único meio de transporte disponível para outras partes do país, transportando pessoas doentes para hospitais. Essa tarefa é efetuada por helicópteros e aviões como o C-115 Búfalo, o qual com sua capacidade STOL é ideal para operar nas pistas de pouso existentes na região.
Bibliografia:
  1. J. Baugher, Boeing B-17 Flying Fortress - Chapter 16: B-17. In: US Military Aircraft
  2. J. Baugher, Boeing B-17 Flying Fortress - Chapter 28: Executive Transports, Water Bombers, Flying Museums. In: US Military Aircraft
  3. N.F. Lavenère-Wanderley, "História da Força Aérea Brasileira", 2ª Ed.
  4. C. Lorch e J. Flores Jr., "Aviação Brasileira - sua história através da arte", Action Editora, Rio de Janeiro, 1994.
  5. F.C. Pereira Netto, "Aviação Militar Brasileira 1916-1984", Editora Revista de Aeronáutica, Rio de Janeiro, 1984.

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