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domingo, 31 de dezembro de 2023

Companhias aéreas brasileiras iniciam corrida pelos jatos de nova geração

 Além de mais modernos, modelos como o A320neo e o Boeing 737 Max podem ajudar empresas ao economizar combustível e reduzir custos de manutenção


Das quatro grandes companhias aéreas brasileiras, três optaram pelo A320neo, já a Gol foi fiel à parceria com a Boeing (divulgação)
Das quatro grandes companhias aéreas brasileiras, três optaram pelo A320neo, já a Gol foi fiel à parceria com a Boeing

É uma espécie de corrida em que o prêmio será uma conta de querosene mais baixa, além de menos paradas no hangar e, claro, mais satisfação dos passageiros. As quatro maiores companhias aéreas brasileiras estão prestes a receber os primeiros jatos de passageiros de nova geração, aeronaves que prometem não só oferecer mais conforto a bordo, mas menor consumo de combustível e possibilidades de operar por mais tempo e voar mais longe.

As duas empresas que estão mais perto dessa mudança são a Latam e a Azul. Ambas escolheram o A320neo, da Airbus, como base de sua frota de voos nacionais e internacionais de curto alcance. A Latam, inclusive, já mostrou a primeira aeronave pintada com as cores da empresa, que substitui os esquemas da antiga TAM e da Lan Chile. Ela está em fase final de montagem e deve ser entregue nas próximas semanas.

A Azul não deve ficar muito atrás. A companhia baseada em Viracopos pretende receber o primeiro A320neo em setembro, mas, ao contrário da Latam, será a primeira vez que utiliza um jato com capacidade acima de 130 passageiros em voos nacionais (o A330 é usado em voos internacionais). A meta é colocá-los em operação a partir de novembro em rotas de alta densidade e longa distância onde hoje os modelos da Embraer não são indicados. A previsão é que seis unidades estejam na frota até o final de 2016, de um total de 63 encomendas.

O A320neo é uma versão aprimorada do A320 que a Airbus lançou no mercado mundial em 1987 e que na época trazia várias inovações como os comandos “fly-by-wire”, que atuam de forma “eletrônica” nas superfícies de controle do avião. A nova geração conta com motores Pure Power PW-1100, desenvolvidos pela Pratt&Whitney e que reduzem o consumo em cerca de 15% em relação aos atuais jatos – isso é obtido em conjunto com melhorias aerodinâmicas como os “sharklets”, que ficam nas pontas das asas.

Segundo a Airbus, com futuros aprimoramentos, a família A320neo será capaz de consumir apenas 80% do que gasta um jato comercial em 2020. É nisso que também a Avianca está de olho.

A companhia comandada por German Afromovich confirmou a uma imensa encomenda de jatos Airbus no Salão de Farnborough na semana passada. Serão 62 jatos da família Neo com entregas a partir de 2018. Embora não adiante como receberá os aviões, a Avianca confirmou que os primeiros jatos serão usados na ponte aérea Rio-São Paulo.

Disputa beneficiará passageiro, mas também mira a redução no gasto de combustível
Disputa beneficiará passageiro, mas também mira a redução no gasto de combustível

Fidelidade à Boeing

Se suas concorrentes escolheram a Airbus para fornecer os novos jatos, a Gol segue sua relação de fidelidade com a Boeing. A companhia aérea, comandada por Paulo Sergio Kakinoff, mantém à risca sua estratégia de ter uma frota única, apenas com aviões Boeing 737. Por isso a escolha do 737 Max foi um tanto quanto natural.

Jato comercial mais vendido da história, o 737 surgiu no final da década de 60, mas só virou referência em transporte de curta distância na década de 80 quando superou o rival DC-9 e o irmão 727 nas encomendas. A versão Max quer garantir esse histórico positivo com um custo operacional 8% menor que seu rival direto, o A320neo. Além disso, seu alcance é muito maior – de até 6.500 km dependendo da configuração.

A Gol encomendou 60 aeronaves do tipo em 2012 e deve receber as primeiras em 2018. Atualmente, o 737 Max está em testes e deve começar a operar comercialmente dentro de um ano.

A renovação da frota de aviões comerciais no Brasil não chega a ser algo surpreendente. Hoje a média de idade dos jatos de passageiros é bastante baixa para os padrões mundiais. São cerca de seis anos apenas contra quase 12 da American Airlines e 14 da United, duas gigantes mundiais. A princípio, ter uma frota jovem de jatos é bom para todos, sobretudo para o bolso da companhia aérea.


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