Depois de suspensa por três anos, a França autorizou a transferência de 30 jatos Mirage 2000-9 dos Emirados Árabes Unidos para o Marrocos. Esta decisão, segundo fontes norte-africanas, foi tomada depois de muita hesitação por parte da administração de Emmanuel Macron, motivada pelo desejo de os recomprar para entregar à Ucrânia. Porém, após a sua recusa, a questão destes Mirage 2000 voltou a ser tema de discussão.
A transferência das trinta aeronaves enfrentou oposição francesa e exigiu a aprovação de Paris, de acordo com o contrato de venda inicial entre Abu Dhabi e Paris, que proíbe a transferência dessas aeronaves a terceiros até que o país do fabricante, a França, a aprove. A decisão foi noticiada pela primeira vez pela publicação marroquina As-Sahifa e posteriormente confirmada por fontes do espanhol La Razón.
As aeronaves “Mirage 2000-9” que os Emirados Árabes Unidos decidiram conceder a Marrocos no âmbito da cooperação militar entre os dois países são a última versão deste tipo fabricada especificamente para a Força Aérea dos Emirados Árabes Unidos, possuindo elevadas capacidades e tecnologia moderna, incluindo o mesmo computador central do Rafale, usada para realizar ataques aéreos de alta precisão. Isto tornou a sua transferência para Marrocos uma necessidade urgente para reforçar a sua força aérea no meio das tensões regionais, segundo as fontes acima mencionadas.
Equipado com sistemas aviônicos modernos, capacidades de detecção aprimoradas com seu radar sofisticado e capacidade de transportar uma ampla gama de munições, o Mirage 2000-9 é otimizado para missões de superioridade aérea, bem como ataques terrestres de precisão, podendo transportar uma carga útil máxima de 6.300 kg em nove pontos de fixação distribuídos entre a fuselagem e as asas. Isto permite-lhe transportar uma variedade de armamentos, incluindo mísseis ar-ar e ar-solo, bombas guiadas ou convencionais e um canhão interno DEFA de 30 mm.
A hesitação francesa deveu-se ao desejo de Paris de recomprar 40 aeronaves “Mirage 2000-9” dos Emirados, de alta capacidade e tecnologia moderna, e transferi-las para a Ucrânia para apoiar a sua guerra contra a Rússia, enquanto os Emirados Árabes Unidos preferiram renunciar a 69 aeronaves deste modelo, dos quais 30 foram destinados a Marrocos e 39 a favor do Egito. Os Emirados pretendem adquirir 80 caças Dassault Rafale.
A Força Aérea Marroquina, que atualmente voa uma combinação de caças Mirage F1, Northrop F-5 e General Dynamics F-16, considerou a aquisição do Mirage 2000 crucial em meio ao aumento das tensões regionais. Segundo As-Sahifa, a necessidade urgente suscitou discussões entre os ministros dos Negócios Estrangeiros da França e de Marrocos em 10 de abril de 2024.
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