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terça-feira, 1 de julho de 2025

SAS faz encomenda recorde de 55 jatos da Embraer943987542

Copenhague, Dinamarca, 1º de julho de 2025 – A Scandinavian Airlines (SAS) firmou um acordo para adquirir 45 jatos Embraer (NYSE: ERJ; B3: EMBR3) E195-E2, com direitos de compra para 10 aeronaves adicionais — a maior encomenda de jatos da SAS diretamente a um fabricante desde 1996.

Este acordo histórico apoia a estratégia de longo prazo para a renovação de frota da SAS, que se concentra em aumentar a eficiência, reduzir as emissões e gerando futuras oportunidades de crescimento a partir de seu hub global em Copenhague, na Dinamarca.

As primeiras entregas estão previstas para o final de 2027, com entregas adicionais ao longo de aproximadamente quatro anos. Excluindo os direitos de compra, o valor do pedido é de aproximadamente US$ 4 bilhões.

“Este é um momento decisivo para a SAS”, afirma Anko van der Werff, Presidente & CEO da SAS. “O Embraer E195-E2 é uma aeronave de classe mundial, que combina desempenho excepcional, ótima eficiência de combustível e conforto. É a aeronave certa para apoiar nosso crescimento futuro e para desenvolver nossa malha área tanto na Escandinávia quanto em outras regiões. Dedicamos tempo para tomar a decisão correta — e este grande investimento reflete nossa confiança no futuro e a força do acordo que garantimos.”

O E195-E2 desempenhará um papel vital na otimização das operações da SAS e no aprimoramento da conectividade na Escandinávia e na Europa. O porte e o alcance do jato são feitos sob medida para complementar a frota existente da SAS e a estrutura de suas rotas, permitindo mais frequências, melhor flexibilidade da malha aérea e custos mais baixos por voo.

Construído para o futuro da aviação sustentável

“O E2 é central na nossa estratégia de construir uma frota moderna, eficiente e de forte desempenho. O jato possibilita o serviço em mais rotas com menos emissões e custos, com uma experiência de alto nível para nossos passageiros”, acrescenta Van der Werff. “Estamos definindo o curso para o próximo capítulo da SAS em parceria com a Embraer”.

A família de aeronaves E2 opera comprovadamente com 100% de combustível sustentável de aviação (SAF), e é certificada para voar com blends de até 50% de SAF.

“Estamos muito satisfeitos em aprofundar nossa parceria com a SAS por meio deste acordo histórico. O E2 é o jato de corredor único mais silencioso disponível hoje, além de ser 29% mais eficiente em combustível e com uma redução de 62% na pegada de ruído em relação ao jato da geração anterior.

O E195-E2 é uma aeronave inovadora em termos de eficiência, desempenho e conforto do passageiro. Estamos confiantes de que essas aeronaves desempenharão um papel crucial na estratégia de renovação e expansão da frota da SAS, apoiando seus planos arrojados de crescimento e aprimorando suas capacidades operacionais”, afirma Arjan Meijer, Presidente e CEO da Embraer Aviação Comercial.

Impulsionado pelos avançados motores geared turbofan PW1900G da Pratt & Whitney, o E195-E2 oferece reduções de dois dígitos no consumo de combustível, emissões e ruído em comparação com aeronaves de geração anterior. A nova frota ajudará a reduzir a pegada ambiental da SAS e reforçará sua posição de liderança na redução do impacto climático da aviação.

Este pedido marca mais um passo na transformação da SAS com foco no futuro, apoiando uma frota modernizada e uma experiência de viagem aprimorada. A SAS continua a fortalecer a sua malha aérea global e seu alcance internacional, enquanto melhora a conectividade entre centros regionais e destinos globais por meio de operações mais integradas e sustentáveis.

Esta encomenda foi facilitada com o apoio da Skyworks Holding.

A SAS foi classificada recentemente como a companhia aérea mais pontual do mundo*, comprovando o compromisso com a excelência e a confiabilidade de suas operações.

*SAS classificada em 1º lugar mundialmente entre 660 companhias aéreas, em desempenho de pontualidade, maio de 2025 (fonte: Cirium).

Sobre a SAS

A SAS, companhia aérea líder da Escandinávia desde 1946, opera um hub global no Aeroporto de Copenhague (CPH), complementado por hubs em Oslo (OSL) e Estocolmo (ARN). Nossa missão é conectar a Escandinávia com o mundo e o mundo com a Escandinávia.

A cada ano, a SAS atende mais de 25 milhões de passageiros e transporta 60 mil toneladas de carga para 135 destinos na Europa, EUA e Ásia. Com um foco incansável na excelência operacional, a SAS se classifica como a companhia aérea mais pontual da Europa e do mundo.

Contando com uma força de trabalho apaixonada de mais de 10.000 colegas, colaboramos com parceiros e clientes para impulsionar mudanças transformadoras na aviação. Estamos comprometidos em alcançar zero emissões até 2050, incorporando o espírito visionário de nossos fundadores: “Mover-se do antigo para o que está por vir é a única tradição que vale a pena manter.” Inovação e progresso social estão no centro de tudo o que fazemos. A SAS juntou-se à SkyTeam em setembro de 2024 e, juntamente com nossas companhias aéreas parceiras, oferecemos uma ampla malha aérea internacional.

Para mais informações, visite nosso site em https://www.flysas.com ou siga-nos nas redes sociais para as últimas atualizações e promoções.

Sobre a Embraer

Empresa aeroespacial global com sede no Brasil, a Embraer atua nos segmentos de Aviação Comercial, Aviação Executiva, Defesa & Segurança e Aviação Agrícola. A Companhia projeta, desenvolve, fabrica e comercializa aeronaves e sistemas, além de fornecer Serviços & Suporte a clientes no pós-venda.

Desde sua fundação, em 1969, a Embraer já entregou mais de 9 mil aeronaves. Em média, a cada 10 segundos, uma aeronave fabricada pela Embraer decola de algum lugar do mundo, transportando anualmente mais de 150 milhões de passageiros.

A Embraer é líder na fabricação de jatos comerciais de até 150 assentos e a principal exportadora de bens de alto valor agregado do Brasil. A empresa mantém unidades industriais, escritórios, centros de serviço e de distribuição de peças, entre outras atividades, nas Américas, África, Ásia e Europa.

DIVULGAÇÃO: Embraer

segunda-feira, 30 de junho de 2025

Embraer entrega o primeiro jato E2 para a Mexicana, num marco na modernização da companhia

 



A Mexicana, companhia aérea estatal do México, recebeu seu primeiro jato E195-E2 da Embraer. Esta entrega é um marco importante na jornada de modernização da companhia e reafirma a crescente presença do modelo E2 na América Latina. A aeronave decolou da sede da Embraer com destino ao México na manhã de hoje.

Este jato é o primeiro de um total de 20 aeronaves E2 encomendadas pela Mexicana, que incluem 10 unidades do E190-E2 e 10 do E195-E2. O acordo, anunciado em 2024, reflete um investimento estratégico da companhia para aumentar a conectividade e a eficiência operacional.

“Esta entrega marca um novo capítulo para a Mexicana,” disse Leobardo Bojórquez, CEO da Mexicana de Aviación. “O desempenho, a economia e a aceitação entre os passageiros tornam o E2 o jato perfeito para apoiar nossa estratégia de crescimento. Estamos entusiasmados em oferecer este novo nível de serviço e eficiência aos nossos clientes.”

Os novos jatos E2 da Mexicana serão configurados em um layout de classe única, proporcionando aos passageiros uma experiência de cabine moderna e espaçosa, sem assentos do meio.

A aerodinâmica avançada do E195-E2, combinada com motores de nova geração e sistemas aprimorados, resulta em uma redução de 29% no consumo de combustível em comparação com a geração anterior de jatos.

“Estamos orgulhosos de entregar o primeiro E2 para a Mexicana e de apoiar a missão da companhia de conectar mais destinos em todo o México com maior eficiência e conforto,” afirmou Arjan Meijer, Presidente e CEO da Embraer Aviação Comercial. “O E2 é a aeronave de corredor único mais eficiente em termos de combustível do mundo, idealmente adequada para a malha aérea e os objetivos de sustentabilidade da Mexicana.”

Os modelos E190-E2 e E195-E2 fazem parte da reconhecida família E-Jets E2 da Embraer, conhecida por sua operação silenciosa, menores emissões e economia líder no segmento. As aeronaves estão equipadas com tecnologia full fly-by-wire, que reduz a carga de trabalho do piloto e aumenta a segurança.

A frota E2 da Mexicana será apoiada pelo abrangente portfólio de Serviços & Suporte da Embraer, garantindo alta disponibilidade e confiabilidade operacional desde o primeiro dia de operações.

Força Aérea Paraguaia recebe os quatro primeiros A-29 Super Tucanos

 


Chegaram hoje (30/06) no Paraguai as quatro primeiras aeronaves Embraer A-29 Super Tucano destinadas para Força Aérea Paraguaia, em um marco significativo na modernização da aeronáutica militar do país.

Esse lote inicial faz parte de um contrato estratégico firmado em 2023 para a aquisição de seis unidades, com as duas últimas previstas para chegar entre outubro e novembro deste ano, reforçando a capacidade aérea do país.

O comandante da Força Aérea Paraguaia, General Júlio Fullaondo, destacou que pilotos paraguaios, treinados na Força Aérea Brasileira, realizaram o translado das aeronaves diretamente do Brasil até a Base Aérea Ñu Guasu, localizada próximo à capital Assunção.

Além da entrega dos aviões, a Embraer também está à frente do treinamento de oito pilotos e 12 técnicos e mecânicos, garantindo que o Paraguai possa operar e manter sua nova frota com total autonomia.

Esta é a primeira aquisição de aeronaves de combate pela Força Aérea Paraguaia desde 1987, quando os T-27 Tucano entraram em serviço, sucedendo os jatos EMB-326 Xavante. A compra dos Super Tucano reflete uma estratégia focada no controle eficaz do espaço aéreo nacional, especialmente para enfrentar o aumento dos voos ilegais e do tráfico aéreo na região da Tríplice Fronteira.

Além das novas aeronaves, o Paraguai investiu em tecnologia de vigilância aérea ao adquirir dois radares Northrop Grumman TPS-78, com alcance superior a 400 km, ampliando significativamente a cobertura do espaço aéreo. Paralelamente, dois radares israelenses Elta 2106NG, que estavam fora de operação, foram enviados para manutenção em Israel e devem retornar em pleno funcionamento até julho, reforçando ainda mais a defesa aérea do país.

A chegada dos A-29 Super Tucano coloca o Paraguai em um novo patamar na segurança aérea da América do Sul, fortalecendo suas capacidades de combate e vigilância numa região estratégica, marcada por desafios como o narcotráfico e o contrabando.

domingo, 29 de junho de 2025

Fusão cria gigante da aviação regional com mais de 300 jatos da Embraer

 


Divulgação – Republic Airways

Republic Airways Holdings e Mesa Air Group anunciaram hoje que firmaram um acordo definitivo para se fundirem e criar uma companhia aérea regional de capital aberto líder no setor, por meio de uma transação totalmente em ações.

Após a conclusão, a empresa combinada será renomeada como Republic Airways Holdings e deverá permanecer listada na NASDAQ sob o novo símbolo de negociação “RJET”.

O anúncio de hoje é um próximo passo empolgante na trajetória de mais de 40 anos da Mesa, representando o melhor desfecho para nossos acionistas, colaboradores e todos os nossos parceiros“, disse Jonathan Ornstein, presidente do conselho e CEO da Mesa. “Ao unir o melhor de nossas organizações, criaremos uma companhia aérea regional que continuará conectando comunidades em toda a América, ao mesmo tempo em que oferece oportunidades de crescimento para nossos colaboradores.



Estamos entusiasmados em unir as equipes da Republic e da Mesa para criar um dos principais operadores de jatos Embraer do mundo“, disse Bryan Bedford, presidente e CEO da Republic. “Republic e Mesa compartilham a missão de conectar comunidades por toda a América, e acreditamos que essa missão será melhor cumprida juntas. Com essa união, estamos estabelecendo uma única empresa pública, bem capitalizada, que se beneficiará da profunda expertise dos profissionais da Republic e da Mesa, criando valor para todos os envolvidos no longo prazo.”

Visão Geral da Republic Airways

A Republic Airways tem sido uma companhia aérea regional de destaque desde sua fundação em 1974, sendo hoje uma das maiores do setor nos Estados Unidos. A Republic possui uma frota de mais de 240 aeronaves Embraer E170/E175 e transportou aproximadamente 17,5 milhões de passageiros em mais de 300 mil voos e 591 mil horas de voo em 2024.

A companhia atende principalmente os centros do Nordeste e do Meio-Atlântico dos EUA, operando exclusivamente sob contratos de compra de capacidade de longo prazo com a American Airlines, Delta Air Lines e United Airlines.

Em 2024, a Republic apresentou um desempenho financeiro sólido, com lucro líquido de aproximadamente US$ 65 milhões sobre uma receita total de cerca de US$ 1,5 bilhão. No mesmo período, a Republic gerou despesas operacionais totais de aproximadamente US$ 1,3 bilhão, sendo cerca de US$ 117 milhões em despesas não monetárias de depreciação e amortização, outras despesas líquidas não operacionais (principalmente juros) de aproximadamente US$ 50 milhões e despesas com imposto de renda de aproximadamente US$ 22 milhões, resultando em um EBITDA de cerca de US$ 254 milhões e um lucro antes dos impostos de aproximadamente US$ 87 milhões.

Em 31 de dezembro de 2024, a Republic tinha US$ 323 milhões em caixa e US$ 1 bilhão em dívidas, resultando em uma alavancagem líquida de aproximadamente 2,7x. A Republic espera receber 15 novas aeronaves E175 em 2025, todas previstas para financiamento via dívida.

Justificativas Estratégicas Relevantes

Economia de Escala: A combinação proposta representa uma oportunidade transformadora para aumentar significativamente a escala das companhias aéreas combinadas, tanto financeira quanto operacionalmente, com uma frota maior e unificada. Isso permitirá voos regionais mais eficientes e produtivos e melhor gestão de recursos de tripulação. A nova plataforma estará bem posicionada para valorização, apoiada por um perfil financeiro mais robusto, maior relevância entre investidores institucionais globais e melhor acesso aos mercados de capitais.

Melhoria na Posição de Capital e Liquidez: A alavancagem líquida pro forma no fechamento está estimada em aproximadamente 2,5x, e a liquidez como percentual da receita pro forma deve ultrapassar 15%. Juntas, as empresas combinadas terão força e flexibilidade financeira para realizar investimentos críticos, garantir lucratividade sustentável e continuar oferecendo um serviço ao cliente de excelência sob uma marca unificada. Um balanço patrimonial mais sólido permitirá que a companhia aérea combinada enfrente ciclos de mercado, aproveite oportunidades estratégicas e mantenha uma estratégia flexível de alocação de capital, otimizando os retornos para todos os stakeholders.

Redes e Operações Complementares: A fusão proposta representa uma oportunidade única de unir as redes da Mesa e da Republic para estabelecer a principal companhia aérea regional dos EUA. A empresa resultante da fusão manterá uma frota única de aproximadamente 310 aeronaves Embraer E170 e E175-E1 com mais de 1.250 decolagens diárias, cobrindo as rotas já operadas por ambas as companhias, mantendo as atuais estruturas de base da Mesa e da Republic. Ambas continuarão operando sob seus certificados operacionais atuais da FAA até obterem um certificado único para a empresa combinada.

Culturas Sinérgicas com Foco em Segurança e Confiabilidade: Mesa e Republic compartilham valores e princípios fundamentais, incluindo um compromisso inabalável com segurança, confiabilidade, excelência operacional e uma cultura que promove o crescimento profissional. Ambas fazem parte do registro de Auditoria de Segurança Operacional da Associação Internacional de Transporte Aéreo (IOSA), padrão reconhecido internacionalmente para segurança e excelência operacional. Esses princípios serão mantidos e fortalecidos com a fusão.

Equipe Talentosa com Perspectivas de Crescimento: A empresa combinada continuará atendendo parceiros importantes, como American Airlines, Delta Air Lines e United Airlines. As partes esperam manter todas as tripulações, técnicos e outros funcionários operacionais dentro da nova entidade, que será liderada por uma equipe de gestão experiente.

Pela Assessoria de Imprensa da Republic Airways

Como o Irã salvou o caça F-14 Tomcat e o míssil Phoenix

 

Antes de se tornar um ícone cinematográfico com Top Gun, o F‑14 Tomcat quase teve seu destino selado pelo Congresso americano. Custos crescentes, atrasos técnicos e disputas políticas colocaram em risco o caça naval mais avançado que os Estados Unidos já haviam projetado. Mas, em um enredo digno de thriller geopolítico, foi o Irã do Xá Mohammad Reza Pahlavi que entrou em cena e salvou o programa — e, de quebra, impulsionou o desenvolvimento do míssil ar-ar mais avançado da época: o AIM‑54 Phoenix.

Um Programa em Crise

O primeiro protótipo do F-14A Tomcat foi perdido em acidente

No início da década de 1970, a Grumman, fabricante do F‑14, enfrentava dificuldades financeiras monumentais. O desenvolvimento do Tomcat estava ameaçado por enormes custos imprevistos e atrasos tecnológicos. O Congresso norte-americano, pressionado por cortes orçamentários, flertava com a ideia de cancelar o programa. A US Navy temia perder sua única chance de substituir o envelhecido F‑4 Phantom II e de garantir a capacidade de defesa de frota contra ameaças soviéticas, como o bombardeiro supersônico Tu‑22M Backfire e mísseis antinavio lançados a longa distância.

O pedido do Xá que salvou o F‑14

Nesse contexto, o Irã, então aliado estratégico dos Estados Unidos, interveio. Em 1973, o Xá autorizou uma encomenda colossal: 80 caças F‑14A Tomcat e impressionantes 714 mísseis AIM‑54 Phoenix, além de peças sobressalentes, simuladores e treinamento de pilotos e técnicos em solo norte-americano. O contrato, estimado em cerca de US$ 2 bilhões (valor monumental para a época), não apenas garantiu a sobrevivência financeira da Grumman, mas também deu fôlego ao programa do míssil Phoenix, que igualmente enfrentava cortes iminentes.

O papel do Irã nos testes do sistema F‑14/AIM‑54

Mas o Irã não foi apenas comprador. Tornou-se parceiro essencial nos testes do sistema. O Xá mandou construir a Base Aérea Khatami, próxima de Isfahan, justamente para servir de palco a extensas campanhas de disparo do AIM‑54 Phoenix. Técnicos iranianos e americanos, trabalhando juntos, conduziram mais de 284 disparos reais de Phoenix — número que, à época, superava a quantidade de disparos feitos pela própria Marinha dos EUA.

Entre esses testes, destaca-se o disparo que se tornou lendário: um Phoenix interceptou um alvo drone voando a 24.000 metros, a Mach 4.4, realizando uma manobra de 17 Gs, alcançando impacto direto. Essa demonstração validou o alcance extremo do míssil, capaz de abater alvos a mais de 160 km de distância, e confirmou a letalidade do conjunto radar AWG‑9 + Phoenix contra ameaças múltiplas em altíssima velocidade.

Impacto no Conceito de Defesa de Frota

F-14 Tomcat e o míssil Phoenix

Os disparos iranianos forneceram dados valiosíssimos que ajudaram a consolidar o conceito de defesa de frota à longa distância da US Navy. É consenso entre especialistas que, sem o financiamento iraniano e a colaboração nos testes, o programa F‑14/AIM‑54 teria sido drasticamente reduzido, ou mesmo cancelado, e a Marinha dos EUA não teria desenvolvido plenamente sua doutrina de defesa aérea contra mísseis antinavio e bombardeiros soviéticos.

Revolução iraniana e sobrevivência dos F‑14

Em 1979, a Revolução Islâmica mudou completamente o jogo. Os EUA cortaram laços com Teerã. Técnicos americanos foram evacuados às pressas. Muitos AIM‑54 Phoenix armazenados no Irã foram sabotados ou bloqueados eletronicamente pelos EUA para evitar seu uso. Ainda assim, o Irã conseguiu manter operacional a maior parte de sua frota de F‑14s.

Os iranianos recorreram a soluções engenhosas: canibalização de peças entre aeronaves, engenharia reversa de componentes eletrônicos e até aquisição clandestina de peças sobressalentes através de redes paralelas.

Legado

O Xá do Irã, numa das mais curiosas ironias da Guerra Fria, assegurou não apenas o futuro do Tomcat, mas também a maturação do míssil AIM‑54 Phoenix — um sistema que, até hoje, permanece lendário pelo seu alcance e capacidade de abater múltiplos alvos em ambiente de combate aéreo.

Na próxima vez em que assistir a Top Gun ou encontrar um F‑14 exposto em algum museu, lembre-se: o icônico caça de asas móveis que virou astro de Hollywood quase foi morto no berço pelo Congresso. E foi salvo, ironicamente, pelo Irã — antes de se tornar um dos seus maiores adversários no xadrez geopolítico mundial.

O editor Alexandre Galante e o caça F-14 Tomcat preservado em Pensacola-FL, em 2015

Acidente com o FAB 4822, o primeiro F-5E e piloto perdido no Brasil

 


Em 24 de junho de 1975, pousaram na então Base Aérea do Galeão – BAGL os primeiros F-5E que foram adquiridos pelo Brasil à Northrop dos EUA.


A primeira esquadrilha a chegar no Brasil, com quatro F-5E (FAB-4820, 4821, 4822 e 4823), após decolar de Palmdale – CA (Northrop), fez escala nos EUA: na Williams AFB – AZ; na Kelly AFB – TX; e na Homestead AFB – FL. Saindo dos EUA, a ESQDA pousou em Roosevelt Roads (Base da US Navy em Porto Rico), Piarco, em Trinidad Tobago e Zanderij, no Suriname.

O FAB-4823, pilotado pelo Ten Cel Rubens, ficou retido em Piarco por seis dias, para troca de um motor e a ESQDA prosseguiu com três aviões, com destino a Belém – PA, realizando naquela cidade o primeiro pouso em território nacional. No mesmo dia, as aeronaves prosseguiram para Anápolis, para pernoite.

Na manhã do dia 24 de junho de 1975, os três F-5E (TAC, BOS e BTO) decolaram de Anápolis para a BAGL, onde o 1º GAC iria operar inicialmente. Na época, aguardando a infraestrutura da então Base Aérea de Santa Cruz – BASC, que só ficou pronta em outubro de 1975, a instrução de F-5 do 1º GAC era realizada no Galeão e no aeródromo de Guaratinguetá (após um acidente com perda total de um F5B, colidindo com um urubu, todo o treinamento foi transferido para Anápolis).

Em 24 de junho, o Galeão amanheceu operando em condições visuais. Todavia, havia um nevoeiro, que era uma “manta”, com espessura em torno de 1.000 pés se aproximando do aeródromo. Antes da decolagem, em contato pelo TF1 do OPO com a torre Galeão, a ESQDA soube que o nevoeiro estava a 8 NM, aproximadamente, se deslocando em direção à pista, vindo pelo vale de Caxias.

Como haveria o risco de “fechar” o Galeão, a ESQDA combinou que bloqueariam o VOR de Piraí, para dispersão, seguindo isolados para penetração, redução de velocidade, bloqueio do externo, ILS e pouso. Ao bloquearem PAI, com visibilidade ilimitada, o nevoeiro estava já no marcador externo, contudo com a pista ainda completamente visual.

Como combinado em brifim, a ESQDA dispersou em Piraí para aproximação individual, 3, 2 e Ás, em ILS para a pista, então, 14 do Galeão. No marcador externo, a 1.500 pés, as condições estavam VFR no topo. O número 3, após a penetração, redução de velocidade e bloqueio de CAX, prosseguiu no ILS, entrando no nevoeiro, mas não atingiu condições visuais e arremeteu, avistando a pista na arremetida e prosseguindo para pilofe e pouso normal.

O número 2, logo antes de passar o marcador externo (VOR de Caxias), foi instruído pela Torre Galeão (de acordo com a gravação apresentada no IAA) a fazer uma órbita antes de iniciar o procedimento e depois disso não houve mais contato com o piloto.

Naquele tempo, ainda não era possível ouvir duas frequências rádio nos F-5, correção que só foi realizada depois pela FAB. Por isso, o Ás, ainda no canal do Controle de Aproximação, não ouviu a aproximação e arremetida do 3, nem a instrução de 360 da Torre para o 2, para separação do 3 em pilofe.

O Ás atingiu o externo com o nevoeiro uns 300 pés abaixo e com visibilidade horizontal ilimitada. Ao trocar para o canal da Torre para acusar o marcador externo, ouviu as chamadas para o número 2 e, olhando para baixo, avistou uma coluna de fumaça saindo do nevoeiro.

Líder dispersando. Imagem ilustrativa.

A aeronave do número 2, havia colidido com o solo 1 NM antes do externo. No IAA foi constatado que o F-5E do número 2 bateu no chão de barriga, com o flap de mergulho aberto, sem o flap de manobra e com a PC aberta.
Neste acidente, que foi o primeiro de F-5E (FAB-4822) no Brasil, com perda humana, faleceu o Cap Av João Bosco Augusto Correia de Oliveira.

O Ás também arremeteu no procedimento ILS e, atingindo visual em seguida, prosseguiu para pilofe e pouso normal na pista 14 do Galeão, com o nevoeiro já “lambendo” o marcador interno. O Galeão fechou por instrumentos poucos minutos após o seu pouso.

Como os 360 graus sobre o externo do número 2 seriam feitos em condições visuais, no topo, é possível que, saindo da penetração e da redução de velocidade para pouso, ainda com o flap de mergulho aberto, tenha havido quebra de sequência devido à ordem da Torre para circular e a aeronave tenha estolado.

Sem o flap de manobra e com o mergulho aberto, em uma curva de 360 graus, em uma configuração que dificultaria a saída do estol, mesmo com a PC aberta, o piloto teria pouco menos de 1.500 pés para sair da situação e colidiu com o solo.

Neste acidente, que foi o primeiro de F-5E (FAB-4822) no Brasil, com perda humana, faleceu o Cap Av João Bosco Augusto Correia de Oliveira. Na foto o vemos ainda nos EUA em treinamento com o 425th da USAF que foi o esquadrão responsável pela instrução dos brasileiros.

Os pilotos da ESQDA estavam cansados e emocionados com a chegada ao Rio das novas aeronaves para a FAB, mas todos eram experientes e o próprio Cap Bosco, que foi instrutor em Fortaleza, já tinha mais de 100 horas de F-5, já tendo feito um translado EUA-Brasil anteriormente, em um F-5B.

A expectativa de todos no solo para receber os primeiros F-5E era de muita empolgação. Todavia, a informação do Líder de que o número 2 havia sumido na final, causou muita tristeza em todos os presentes.

Um ADELPHI para o Cap João Bosco Augusto Correia de Oliveira!!!

sábado, 28 de junho de 2025

FedEx Express aposenta 22 Boeings 757 nos EUA

 



A FedEx Express aposentou 22 de seus Boeing 757-200s durante o quarto trimestre fiscal como parte de um plano de modernização da frota. A decisão foi anunciada em junho de 2024, junto com os resultados trimestrais encerrados em 31 de maio.

A empresa registrou lucro operacional de US$ 201 milhões no quarto trimestre fiscal, uma queda de 53% em relação aos US$ 430 milhões do mesmo período do ano anterior. O segmento de frete aéreo da empresa gerou cerca de US$ 10,4 bilhões em receita, estável em relação ao ano anterior.

A empresa atribui o desempenho reduzido aos menores rendimentos internacionais. Dados da Cirium mostram que a FedEx ainda tem 73 Boeing 757s em serviço e 36 em estoque, com todos os jatos próximos ou excedendo 30 anos de uso. A decisão também incluiu o fechamento de sete instalações para melhor ajustar a capacidade à demanda.

Os resultados do quarto trimestre do ano passado incluíram uma “taxa de imparidade não monetária” similar, relacionada à aposentadoria de 18 aeronaves e 34 motores. A FedEx prevê despesas de capital de US$ 5,2 bilhões para o ano fiscal de 2025, focadas em otimização de rede e melhoria de eficiência, incluindo modernização e automação de frotas e instalações.

No início deste ano, a UPS garantiu um contrato para ser a principal transportadora aérea de carga do Serviço Postal dos EUA (USPS), encerrando os 20 anos da FedEx nessa função.