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sábado, 25 de outubro de 2025

MiG-41 – Um novo caça Mach 4+?

 

O novo interceptador Mikoyan

O escritório de projetos de aeronaves militares russo Mikoyan Gurevich vem construindo, desde a década de 1940, muitas aeronaves militares famosas, algumas das quais sendo verdadeiros garanhões em termos de velocidade. Duas delas são o MiG-25 e o MiG-31, que ambos foram capazes de atingir velocidades acima de Mach 3,2 e 2,83, respectivamente. A MiGFlug ofereceu ambos para voos no passado, leia mais aqui . Agora, há rumores de que a MiG está tentando fazer isso de novo – construindo um interceptador super-rápido. O nome atual do projeto é MiG-41, com velocidades projetadas para mais de Mach 4,0. De acordo com o famoso piloto experimental russo Anatoliy Kvochur, o MiG-41 será capaz de atingir velocidades de até Mach 4,3 (cerca de 5270 km/h ou 3270 mph).

MiG-25 Foxbat – A lenda

Imagem de um MiG-25 visto de trás, mostrando os motores que o levaram a Mach 3,2.

Para começar a história, temos que voltar a 1964, na introdução do MiG-25 Foxbat. Construído para ser capaz de interceptar mísseis e aeronaves americanas de alta velocidade (como o SR-71), ele tinha uma velocidade quase tão alta quanto os Blackbirds e um teto de serviço de 20.700 metros. Uma grande vantagem que tinha sobre o SR-71 era que não era apenas uma aeronave de vigilância, mas também carregava quatro mísseis ar-ar, o que o tornava uma arma mortal. Ao contrário do Blackbird, que foi construído apenas em algumas cópias, o sucesso do MiG-25 fez com que tivesse mais de 1.100 unidades construídas! Para dizer o mínimo, este foi um sucesso, e apenas 17 anos depois o próximo passo na série Mikoyan foi introduzido.

Foxhound – o sucessor do MiG-25

Mikoyan Gurevich-31 “Cão de caça”.

O MiG-31, nome de referência da OTAN: Foxhound, era o seu nome. Tinha uma velocidade máxima de Mach 2,83 e um teto de serviço quase tão alto quanto o do MiG-25. Foi construído para interceptar e abater alvos em qualquer altitude dentro do seu teto de serviço e é eficaz em qualquer condição climática, dia ou noite. Também foi construído para ser eficaz contra contramedidas eletrônicas passivas e ativas e contra flares de calor. A grande melhoria em relação ao seu antecessor é o seu arsenal de armas. O MiG-31 pode ser equipado com um vasto arsenal de armas e canhões, listados abaixo:

Armas:1x canhão Gsh-6-23
Mísseis:4× R-33 (AA-9 'Amos'6× R-37 (AA-X-13 'Arrow'6× mísseis de longo alcance R-374× míssil de longo alcance R-334× R-60 (AA-8 'Aphid')4× R-73 (AA-11 'Archer')

4× R-77 (AA-12 'Adder

(apenas algumas aeronaves) Kh-31P (AS-17 'Krypton')

Como pode ser visto, o arsenal de armas do Foxhound é um grande avanço em relação ao Foxbat, que só contava com estas armas:

Armas:nenhum
Mísseis (Esses quatro mísseis equipados ao mesmo tempo):2x R-40R (AA-6 “Acrid”) 2x mísseis R-40T

O MiG-31 também tem muitas outras vantagens; algumas menores, outras maiores, como o segundo assento, dedicado a um oficial de armas que controla as armas. No MiG-25, o piloto era responsável pelas armas e pelo voo. O MiG-31 era capaz de atingir velocidades supersônicas em baixas altitudes, algo que o MiG-25 não era, mas o Foxhound deve isso à sua fuselagem aprimorada e mais robusta. Outras melhorias incluem a carga alar, o alcance de transbordo e a relação empuxo/peso, que é mais que o dobro da do MiG-25 (0,85 vs 0,41).

MiG-41 – do que se trata?

Então, agora, ao ponto deste artigo, o MiG-41. Não se sabe muito porque ele é, assim como todos os principais projetos militares modernos, muito secreto. Mas sabemos que há um programa em andamento, como disse o deputado Alexander Tarnaev, do Comitê de Defesa da Duma Estatal Russa, durante uma entrevista no Centro Cultural das Forças Armadas Russas: "A decisão correspondente foi tomada pelo Chefe do Estado-Maior; ele já assinou o documento para realizar o trabalho de pesquisa sobre o projeto MiG-41". Sabemos também que o novo MiG será baseado no Foxhound, pois Tarnaev também disse isso sobre o projeto: "Incorporará todas as vantagens do caça-interceptador MiG-31". Para isso, eles precisarão de plataformas de teste, o que pode ser o motivo pelo qual centenas de MiG-31 serão revisados ​​e colocados em serviço na Força Aérea Russa.

O que veremos quando o MiG-41 for lançado ainda é uma incógnita, visto que o projeto é relativamente novo e pouco se sabe sobre ele. No entanto, ao analisar como o MiG-31 se desenvolveu a partir do Foxbat e pensar na capacidade de Mach 4.0 (até mesmo 4.3) do MiG-41, podemos dizer que provavelmente será um interceptador fortemente armado, com alto teto de serviço e – obviamente – uma velocidade altíssima.

MiG-35: Um caça russo pronto para a guerra

 Projeto da MiG solucionou uma série de deficiências do MiG-29 e mirou o mercado internacional




MiG-35 é uma versão aperfeiçoada do lendário MiG-29 - MiG

O MiG-35 tem seu projeto derivado dos veteranos MiG-29M/M2 e MiG-29K/KUB, mas inclui uma complexa atualização dos sistemas e algumas melhorias aerodinâmicas. Após seis anos do primeiro voo, a Rússia revisou os pedidos, passando de 37 encomendas em 2013, para trinta aeronaves confirmadas 2021.

Com embargos no setor aeroespacial e com uma guerra em andamento, a Rússia mantém sua capacidade de combate com projetos próprios, muitos derivados da Era Soviética, mas com consideráveis melhorias, algo fundamental no cenário atual.

Um dos últimos da Era Soviética

Criado ainda na União Soviética, o MiG-29 Fulcrum, tornou-se um dos principais caças de múltiplo emprego das forças aéreas que o operaram.

Entre suas principais características estão a elevada manobrabilidade e a boa capacidade de armas. Ainda assim, o modelo não conseguiu se destacar nos conflitos dos quais participou. Grande parte da explicação não está só na aeronave em si, mas na falta de adestramento e recursos dos países que o empregaram em missões de combate. Ainda assim, o MiG-29 foi considerado limitado em combate de média e longa distância, além de sofrer com restrições técnicas, uma herança da doutrina militar soviética.

Pilotos com baixa experiência

MiG-35
Os engenheiros da MiG ampliaram a capacidade do caça e solucionaram problemas que eram crônicos no MiG-29

Durante a Operation Desert Storm, em 1991, e posteriormente na Operation Allied Force, em 1999, a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) garantiu sua superioridade aérea desde o início do conflito, destruindo grande parte da infraestrutura e diversos MiG-29 ainda em terra, restando poucas operações aéreas ao modelo. Além disso, a defasagem tecnológica das versões iniciais dos MiG-29 operados por Iraque e Sérvia, na comparação com as aeronaves da Otan, também pesaram contra. Por fim, há a falta de adestramento adequado de diversos pilotos, que entravam em combate com pouca ou nenhuma experiência relevante.

Apesar dos reveses, a boa capacidade da plataforma básica do MiG-29 permitiu aos russos realizar uma série de atualizações importantes no modelo. As versões mais recentes, M e K, são mais capazes do que suas versões iniciais. Dentro de um programa de revitalização do arsenal, as forças armadas russas optaram por aperfeiçoar projetos consagrados, em vez de partir para projetos completamente novos. Entre as razões estão o baixo orçamento disponível e a excelente capacidade de modelos como o Su 27 e o MiG-29.

Uma versão melhorada

No início da década de 2000, Moscou autorizou o desenvolvimento de uma versão melhorada do MiG-29, dotada com nova suíte de aviônicos, novos sistemas de emprego em combate, radar AESA, Optical Locator System (OLS) e capacidade Ground-Controlled Interception (GCI). O programa conseguiu sua viabilidade quando a Índia se interessou pelo projeto, o que levou os engenheiros da MiG a trabalhar em novas soluções para o avião, como capacidade de integração com diversos tipos de armas, instalação de um novo sistema contra defensivo e sistema de geração de oxigênio.

MiG-35
Capacidade de armas quase dobrou, passando de 3,5 toneladas no MiG-29 para até 6 toneladas no MiG-35

Em 2009, foram apresentados dois protótipos, o MiG-35 Bort 961 e o MiG-35 Bort 976, de um e dois assentos, respectivamente. Baseados na plataforma K, os dois novos aparelhos serviram para validar alguns parâmetros de voo, e sofreram algumas modificações, dentre as quais o radar AESA, montado no exemplar 976. Por ser considerado um projeto em desenvolvimento, o MiG- 35 foi descartado pelo MRCA em abril de 2011.

Todavia, o potencial do avião foi reconhecido pela força aérea russa, que se interessou pelo modelo. Após uma série de revisões de projeto, o conceito final foi estabelecido em novembro do último ano. No início de janeiro de 2017, a UAC e a MiG apresentaram a versão final do MiG-35, com o primeiro voo da versão de provas, que permitirá a condução dos ensaios em voo dos sistemas de armas, além da validação das características dos sistemas gerais e performance.

Fly-By-Wire

O MiG-35 adota controles de voo fly-by-wire de três canais digitais com redundância quádrupla. O avião também conta com o radar AESA Phazotron Zhuk- -AE, de 160 módulos, cada um com quatro grupos de recepção e transmissão. O radar permite localizar e mirar em até 30 alvos aéreos a uma distância de até de 85 nm (160 km) ou quatro alvos em solo a uma distância de 160 nm (300 km). Além disso, é possível detectar e mirar simultaneamente em até seis alvos aéreos e quatro em solo. O sistema NII PP OLS-35 permite ao avião apontar e travar em alvos com uma mira laser, que possibilita grande precisão de ataque, sem o risco das contramedidas comuns em sistemas de radar que contam com emissão magnética.

MiG-35
Os novos motores oferecem 7% mais potência do que sua versão anterior usada no MiG-29

Os engenheiros da NII PP optaram por um sistema laser de ondas curtas, o que permitiu aumentar a sensibilidade e a faixa de detecção, ao mesmo tempo que evitou problemas de refração por conta da atmosfera. O OLS-35 é tido pelos russos como fundamental para combater as aeronaves stealth, que são projetadas para reduzir a assinatura radar, mas são pouco eficientes contra sistemas laser.

Novos Motores

O MiG-35 ainda conta com os sistemas de contramedidas padrão, como radar warning, electro-optical missile launch warning, laser warning sensors, jamming, chaff e flare. Outra mudança na versão final do MiG-35 é o uso dos motores Klimov RD-33MK, de 11.900 lbf (53 kN) de empuxo seco e 19.840 lbf (88.3 kN) com pós-combustão. O motor oferece 7% mais potência do que sua versão anterior e pode ser equipado com o sistema de empuxo vetorado HL-33VR, que atua em todos os eixos. O sistema foi amplamente testado no MiG-29M OVT, permitindo grande capacidade de manobra, especialmente evasivas. O motor ainda dispõe de FADEC e maior vida útil, com estimativa de 4.000 horas. Uma das preocupações no novo motor foi reduzir a emissão de fumaça e também as assinaturas térmica e ótica, melhorando, assim, as contramedidas do projeto.

Por contar com uma asa com área total 10% maior do que a da versão anterior, os sistemas de armas contam com nove pontos duros, sendo oito sob as asas e um sob a fuselagem, o que permite transportar até 6 toneladas de armas, ante 3,5 toneladas da versão original do MiG-29. O avião é equipado ainda com um canhão GSh-30-1. A capacidade de combustível foi ampliada em 2 toneladas, o que, combinado com o maior peso de decolagem, aumentou o raio de ação sem penalizar a capacidade bélica.

Pistas não preparadas

Mesmo sendo um caça de geração 4++, equivalente a modelos como o Su-27, o Rafale, o Gripen E/F, o F/A-18 Super Hornet, o F-16E/F Fighting Falcon e o Eurofighter Typhoon, o MiG-35 se destaca por ser um dos poucos que podem operar em pistas não preparadas e situadas em grandes altitudes. O novo caça foi projetado para operar em altitudes de até 3.500 m independente das condições climáticas e disposição de armas. Outra inovação para a família MiG foi a ampliação da vida útil total da célula, que passou para 6.000 horas, enquanto o MiG-29 possui 2.500 h. Isso foi possível graças a um novo tratamento anticorrosivo, que permite reduzir as revisões de célula ao mesmo tempo que amplia a vida útil.

Um dos trunfos do MiG-35 é seu baixo custo de aquisição quando comparado a rivais ocidentais, podendo custar menos de um terço dependendo do competidor. Além disso, os engenheiros conseguiram reduzir pela metade os custos operacionais, que era considerado o maior entrave para o MiG-29.

Top 5 aeronaves MiG




 No último domingo (8), a Corporação de Aviões Russos MiG completou 80 anos. Para celebrar, o Russia Beyond compila uma lista dos cinco melhores aviões da marca.

1. MiG-15

Um dos melhores caças projetados pela marca foi o MiG-15, conhecido como o vovô da aviação soviética. Com quase 18 mil modelos desta aeronaves espalhados pelo mundo, ela continua a ser o caça mais fabricado da história.

Projetado logo após o final da Segunda Guerra Mundial, ele foi um sucesso na Guerra da Coreia. Os MiG-15 lidavam facilmente com os lentos caças norte-americanos F-80 e perseguiam os bombardeiros do inimigo, motivo pelo qual os norte-americanos tiver que enviar a toque de caixa seus então recém-lançados F-88 Sabre para o Extremo Oriente.

O MiG-15 é responsável por um dos capítulos mais sombrios da história da Força Aérea dos Estados Unidos, conhecido como "Black Thursday": em 23 de outubro de 1951, pilotos soviéticos derrubaram oito bombardeiros estratégicos B-29A Superfortress e dois caças F-84, perdendo apenas um avião durante o ataque.  

2. MiG-21


Outro êxito da marca foi o supersônico mais difundido do mundo: o MiG-21. Apesar de sua fabricação em série ter sido iniciada há mais de meio século, a aeronave continua a ser produzida na China.

No total, 11.496 aviões desse tipo foram construídos em países diversos.

Uma característica distintiva do MiG-21 é seu baixo custo: sua versão para exportação era mais barata que um veículo de combate de infantaria BMP-1.

Na Otan, o MiG-21 ganhou o estranho nome de “Fishbed”, em alusão à camada geológica rica em fósseis de peixe. Já os pilotos soviéticos chamavam-no de “balalaika” (um tradicional instrumento de cordas russo), devido a suas asas triangulares.

O MiG-21 também causou furor nas batalhas do Vietnã. Esse pequeno e manobrável caça se tornou um adversário de peso contra os “Phantoms” norte-americanos de segunda geração. Os EUA chegaram até mesmo a desenvolver uma tática especial de combate aéreo contra eles. Mas os pilotos vietnamitas se mantiveram fieis às táticas soviéticas: posicionando-se como alvos a baixas altitudes, eles conseguiam ficar atrás dos aviões norte-americanos, que atacavam com mísseis guiados e regressavam à base. 

3. MiG-25

Esse interceptor supersônico foi projetado como resposta ao bombardeiro a jato B-58 dos EUA, que podia romper a defesa antiaérea soviética e levar bombas nucleares.

A criação de um interceptor soviético que podia atingir a velocidade de 3.000 km/h foi uma desagradável surpresa para a Força Aérea dos Estados Unidos. Em consequência, o Congresso dos EUA realizou uma sessão extraordinária, onde se decidiu acelerar os trabalhos de criação dos aviões de combate F-14 e F-15.

Em setembro de 1976, o tenente-sênior Víktor Belenko desertou para o Japão a bordo dessa aeronave. O interceptor foi desmontado e estudado por especialistas norte-americanos e, depois, devolvido à URSS. Após o incidente, o governo soviético mandou substituir todos os equipamentos eletrônicos de todos os MiG-25.

4. MiG-31

 O MiG-31 foi o primeiro avião do mundo equipado com uma estação de radar com antenas que funcionavam em fases e permitiam detectar alvos aéreos a 320 quilômetros de distância.

Seu sistema eletrônico de bordo monitora 24 objetos, acompanha 10 deles, seleciona os quatro mais importantes e pode direcionar a eles mísseis ar-ar de longo alcance. Quatro MiG-31 são capazes de patrulhar o espaço aéreo de uma frente com 800 ou 900 quilômetros.

No final dos anos 1980, um grupo de MiG-31 conseguiu impedir efetivamente o avião de reconhecimento norte-americano SR-71 Blackbird que rondava as fronteiras soviéticas.

Hoje, o interceptor opera na Síria, onde acompanha bombardeiros e ajuda a localizar  alvos para ataques aéreos.

5. MiG-29

A versão atualizada do MiG-29 é o principal caça da Força Aérea da Rússia e, paralelamente, um verdadeiro laboratório voador para testar novas tecnologias. Ele está equipado com motores de empuxo vetorial, o que dá ao aparelho novas capacidades de manobra. 

Esse avião opera hoje em 28 países e pode ser encontrado até  mesmo nas bases aéreas dos EUA - em 1997, a Moldávia vendeu 21 desses aviões aos americanos.

Nas últimas modificações, a aeronave recebeu um sistema eletrônico de bordo de última geração, tanques de combustível extras e equipamento para reabastecimento de combustível em voo.

O que está por trás das siglas de aeronaves russas e soviéticas

 Russia Beyond (Aleksandr Vilf/ Sputnik; Lev Polikáchin/Sputnik; Ministério da Defesa da Rússia/Sputnik)

Russia Beyond (Aleksandr Vilf/ Sputnik; Lev Polikáchin/Sputnik; Ministério da Defesa da Rússia/Sputnik)
Esses aviões militares e civis são conhecidos em todo o mundo por seus nomes curtos, às vezes engraçados. Mas de onde eles surgiram?
  1. MiG

Os caças e interceptores da família MiG são mundialmente famosos. Vários aviões desenvolvidos pelo escritório MiG desempenharam um papel importante durante a Guerra Fria. O MiG-29 é considerado um dos melhores aviões produzidos pela União Soviética.

O nome do escritório de projetos MiG deriva dos nomes dos dois engenheiros-chefes que fundaram a empresa, Artiom Mikoian e Mikhail Gurevitch. Os dois prodígios do design de aeronaves se conheceram no escritório Polikarpov e decidiram criar o seu próprio, chamado Mikoian-Gurevitch. Em 1942, o escritório foi renomeado para MiG.

Lev Polikáchin / SputnikPiloto-cosmonauta soviético Gueórgui Beregovoi com os projetistas de aeronaves Andrei Tupolev e Artiom Mikoyan (da esq. para a dir.), 1968
Lev Polikáchin / Sputnik

Após a morte de Gurevitch em 1976, o escritório passou a se chamar Mikoian, mas os aviões de guerra produzidos pelo escritório continuaram a levar o prefixo MiG.

Um dos melhores caças projetados pela marca foi o MiG-15, conhecido como o vovô da aviação soviética. Com quase 18 mil modelos desta aeronave espalhados pelo mundo, ele continua sendo o caça mais fabricado da história.

Outro êxito da marca foi o supersônico mais difundido do mundo: o MiG-21. Apesar de sua fabricação em série ter sido iniciada há mais de meio século, a aeronave continua sendo produzida na China.

Aleksandr Vilf / SputnikMiG-29
Aleksandr Vilf / Sputnik

O MiG-31 foi o primeiro avião do mundo equipado com uma estação de radar com antenas que funcionavam em fases e permitiam detectar alvos aéreos a 320 quilômetros de distância.

A versão atualizada do MiG-29 é o principal caça da Força Aérea da Rússia e, paralelamente, um verdadeiro laboratório voador para testar novas tecnologias. Está equipado com motores de empuxo vetorial, que lhe confere novas capacidades de manobra.

  1. Su

As aeronaves militares Su compõem a maior parte da aviação de linha de frente da Rússia. São conhecidos em todo o mundo e usados por exércitos de muitos países, entre eles os da China e da Índia.

Vitáli Timkiv / SputnikSu-24, Su-30SM e Su-34 (da esq. para a dir.)
Vitáli Timkiv / Sputnik

Os aviões Su foram os primeiros a realizar acrobacias aéreas e são os únicos que podem realizar a “cobra de Pugatchov”, uma manobra que consiste em elevar o nariz do avião a um ângulo maior que 90 graus. No decorrer desse truque, a aeronave perde drasticamente a velocidade, mas mantém a altitude e consegue recuperar-se rapidamente.

David Cholomovitch / SputnikPável Osipovitch Sukhôi, 1964
David Cholomovitch / Sputnik

Assim como os MiG, os aviões Su receberam o nome do projetista-chefe do escritório onde foram desenvolvidos, Pável Sukhôi. Nascido em 1895 no Império Russo, Sukhôi foi um dos primeiros engenheiros de aviões do mundo.

O supermanobrável Su-27 é o caça soviético mais conhecido no mundo. 

  1. Tu

Os bombardeiros e aviões Tu desempenharam um papel importante na Segunda Guerra Mundial e durante a Guerra Fria. Essas aeronaves também receberam o nome do seu criador, Andrei Túpolev.

Ministério da Defesa da Rússia / SputnikTu-95MS
Ministério da Defesa da Rússia / Sputnik

Túpolev estudou aeronáutica sob a orientação de Nikolai Jukóvski, um dos fundadores da aeronáutica e hidrodinâmica modernas. Mais tarde, ele se tornou o diretor do Instituto Central de Aerohidrodinâmica de Moscou.

Túpolev não conseguiu evitar as repressões em massa de Stálin. O projetista foi preso em 1937 sob acusações falsas, mas foi capaz de escapar da pena de morte, diferentemente de muitos de seus ex-colegas.

Mark Rédkin / TASSMembro pleno da Academia de Ciências da URSS, projetista de aeronaves Andrei Nikolaevitch Tupolev em seu escritório, 1957
Mark Rédkin / TASS

Túpolev continuou seu trabalho na prisão e se tornou o chefe do laboratório secreto de pesquisa e desenvolvimento que operava dentro do sistema soviético de campos de trabalho forçado Gulag. Quando a Alemanha nazista invadiu a URSS, Túpolev foi libertado para ajudar a criar novos aviões de combate. Em 1941, o primeiro bombardeiro bimotor de alta velocidade, chamado Tu-2, realizou o seu voo inaugural. Mais tarde, esta aeronave desempenharia um papel fundamental para a vitória da União Soviética na Segunda Guerra Mundial. Após o conflito, Túpolev criou diversos bombardeiros de longo alcance sem análogos no mundo.

  1. Yak

Os aviões Yak também receberam esse nome com base em seu projetista-chefe, Aleksandr Yákovlev. Durante a Segunda Guerra Mundial, quase dois terços de todos os caças soviéticos eram aviões Yákovlev.

O projetista construiu seu primeiro planador quando tinha apenas 18 anos e, três anos depois, apresentou seu primeiro avião, o AIR-1.

Aleksandr Vilf / SputnikYak-52
Aleksandr Vilf / Sputnik

Em pouco tempo, o talentoso projetista de aviação se tornou vice-comissário do povo (vice-ministro) da Indústria da Aviação na URSS.

Depois de trabalhar como funcionário público por seis anos, Yakovlev pediu a Ióssif Stálin que o demitisse do cargo, para que ele pudesse se concentrar em projetar aviões. O ditador gostava dos aviões de Yákovlev e acatou o pedido do.

No dia seguinte, Yakovlev foi exonerado e nomeado para o posto de coronel-general.

No total, o escritório de Yakovlev, criado em 1934, desenvolveu mais de 200 aviões de diferentes tipos: desde caças do período da Segunda Guerra Mundial até drones de reconhecimento modernos.

Valentin Tcheredintsev / TASSAleksandr Yakovlev
Valentin Tcheredintsev / TASS

Entre os modelos da Yak mais bem-sucedidos estão o Yak-3, considerado um dos melhores aviões leves de combate da Segunda Guerra Mundial; o Yak-40, que se tornou-se o primeiro avião a jato do mundo usado por companhias aéreas locais; e o Yak-130, o principal caça de treinamento subsônico russo, usado por pilotos militares para aperfeiçoar suas habilidades de decolagem, pouso, navegação e manobras complexas.

  1. Il

Durante a Segunda Guerra Mundial, a aeronave de ataque ao solo Il-2 se tornou um dos símbolos do poder militar soviético. Com mais de 36 mil exemplares, o Il-2 se tornou a aeronave militar mais produzida da história. Nas palavras de Stálin, o Il-2 era “tão essencial para o Exército Vermelho quanto o ar e o pão”.

Vitaly V. Kuzmin/vitalykuzmin.netIL-114LL
Vitaly V. Kuzmin/vitalykuzmin.net

O avião foi desenvolvido por Serguêi Ilyushin, cujo caminho para se tornar um dos mais renomados projetistas de aviação da história russa foi longo.

Filho mais novo na família pobre com 11 filhos, Ilyushin foi obrigado a deixar a casa em busca de trabalho quando tinha apenas 15 anos.

N. Nilov / SputnikSerguêii Ilyushin (1894-1977)
N. Nilov / Sputnik

Depois de sair do serviço militar e se formar em engenharia em 1926, Ilyushin rapidamente se tornou um dos projetistas de aviação mais talentosos da URSS. Após a Segunda Guerra Mundial, Ilyushin passou a projetar aviões comerciais, entre eles o Il-18 e o Il-62, que eram amplamente utilizados pela companhia aérea soviética Aeroflot.

O Il-62 foi o primeiro avião de longo alcance projetado na União Soviética para voos intercontinentais. Seu primeiro voo foi realizado em 1963, época em que o Il-62 se manteve como o maior avião de passageiros do mundo.

MiG-35 da Força Aérea Russa ganha novo display panorâmico

 

Novo display panorâmico do MiG-35

O mais novo caça MiG-35UB recebido pela Força Aérea Russa tem o novo display panorâmico MFI-25Sh, semelhante aos displays do Lockheed Martin F-35 e do Saab Gripen E.

O MiG-35 é um avião de combate multifuncional de 4++, desenvolvido com base nas aeronaves MiG-29K/KUB e MiG-29M/M2 produzidas em série.

Entre as características do novo MiG-35, destacam-se o maior alcance, maior carga de armas e assinatura de radar reduzida. O avião emprega tecnologia que reduz a Seção Reta Radar (RCS) frontal de 5m2 para 1m2.

O fabricante espera ganhar mais interesse internacional para o MiG-35, com países vizinhos do antigo bloco soviético, bem como a América Latina, Sul da Ásia e Ásia Oriental.

MiG-35 no MAKS 2019
MiG-35 no MAKS 2019

COLABOROU: Rustam Bogaudino

sexta-feira, 24 de outubro de 2025

Suécia avalia financiar caças Gripen E para a Ucrânia com ativos russos congelados


Produção do caça Gripen no Brasil poderá ser ampliada com a venda para Ucrânia.


A Suécia está considerando uma proposta inédita que pode redefinir o apoio militar europeu à Ucrânia: financiar a compra de mais de cem caças JAS 39 Gripen E usando ativos russos congelados. A ideia foi revelada pelo ministro da Defesa sueco, Pal Jonson, durante a visita do presidente ucraniano Volodymyr Zelenskyy a Linköping, sede da Saab, fabricante do caça. Produção do Gripen no Brasil pode ser ampliada com esta venda.

Segundo Jonson, o plano é “realista”, mas depende de uma complexa coordenação jurídica e política dentro da União Europeia. “Estamos explorando o potencial uso de ativos russos congelados”, declarou o ministro, destacando que a decisão final será tomada em conjunto com Bruxelas. O tema vem sendo debatido há meses entre os países do bloco, que buscam um caminho legal para canalizar recursos russos bloqueados em benefício da defesa ucraniana.

De acordo com informações divulgadas pela Reuters, o governo sueco analisa opções que poderiam viabilizar o financiamento parcial ou total da compra de caças Gripen E, avaliados em cerca de US$ 85 milhões por unidade. Um pacote de 100 aeronaves representaria um investimento estimado em US$ 8,5 bilhões, valor que poderia ser coberto em parte pelos fundos russos congelados na Europa.

No dia 22 de outubro de 2025, Suécia e Ucrânia assinaram uma carta de intenções de cooperação em defesa, prevendo o fornecimento de 100 a 150 caças Gripen E ao longo dos próximos dez a quinze anos. O acordo é visto como um passo estratégico para reconstruir a Força Aérea da Ucrânia com tecnologia compatível com os padrões da OTAN. Segundo estimativas, as primeiras entregas poderiam ocorrer em cerca de três anos, dependendo da aprovação europeia e da disponibilidade industrial.

A fabricante Saab já sinalizou disposição para ampliar sua capacidade produtiva caso o contrato avance. Entre as opções em estudo está a expansão da linha de montagem do Gripen não apenas na Suécia, mas também em outros países parceiros, como o Brasil, onde o caça é produzido sob licença pela Embraer. Essa possibilidade reforça a importância estratégica do programa Gripen e amplia o envolvimento da indústria aeroespacial brasileira no contexto europeu.

O Gripen E é a versão mais moderna do caça multifunção sueco, com radar AESA, sistemas avançados de guerra eletrônica e motor General Electric F414-GE-39E, que oferece maior alcance e desempenho. Projetado para operar em ambientes austeros, com baixo custo operacional e manutenção simplificada, o Gripen é considerado ideal para as necessidades da Ucrânia, que busca uma frota moderna e resiliente frente à guerra em curso.

Se aprovado, o plano sueco criará um precedente inédito: o uso de ativos de um país sancionado para financiar equipamentos militares de defesa. Essa medida pode influenciar futuras decisões da União Europeia sobre reconstrução pós-guerra e redefinir as regras do financiamento internacional de programas de segurança.

O acordo entre Estocolmo e Kiev representa mais do que um simples contrato de armamentos — é um símbolo da crescente integração da Ucrânia à estrutura de defesa europeia. A eventual adoção do Gripen E, aliado ao treinamento e suporte técnico oferecidos pela Saab, colocaria a Força Aérea Ucraniana em um novo patamar tecnológico, com aeronaves capazes de rivalizar com os principais caças russos.