O Grupo de Transporte Especial (GTE) da Força Aérea Brasileira, unidade que realiza o transporte aéreo de ministros e autoridades em missões oficiais, enfrenta uma crise operacional sem precedentes, motivada pelo corte de recursos do orçamento federal.
De uma frota composta por dez aeronaves, apenas três continuam voando, enquanto sete estão fora de operação por falta de peças, manutenção adequada e até mesmo combustível, segundo fontes militares e divulgado pelo jornal O Globo.
O cenário é consequência direta da liberação insuficiente de verbas: de um orçamento previsto de R$ 335,5 milhões para custear horas de voo e manutenção em 2025, apenas R$ 96,5 milhões haviam sido liberados até junho, de acordo com dados do Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal (Siafi). O valor empenhado ficou limitado a R$ 119,5 milhões, número considerado baixo para garantir o funcionamento mínimo da frota, que serve viagens oficiais de ministros e outras autoridades de alto escalão.
Além da manutenção e abastecimento dos aviões, o corte orçamentário atinge também despesas essenciais, como alimentação, diárias e logística de militares do GTE, além de gastos de custeio com energia elétrica e água. Essa situação gera impacto direto na agenda de autoridades, que enfrentam dificuldades para conseguir aeronaves disponíveis, já que a frota presidencial, composta por modelos maiores e específicos, não integra o GTE.
Oficiais alertam que, embora seja comum haver aeronaves paradas para revisões programadas ou emergenciais, o atual índice — sete aviões inoperantes em um total de dez — expõe uma fragilidade preocupante na capacidade de resposta do grupo. Pelas regras em vigor, têm prioridade no uso dessas aeronaves os ministros da Justiça, Fazenda, Defesa e Casa Civil, além dos presidentes da Câmara dos Deputados, do Senado Federal e do Supremo Tribunal Federal. Outras autoridades precisam aguardar em lista de prioridade.
O Ministério da Defesa, um dos mais afetados pelos bloqueios de recursos, perdeu cerca de R$ 2,5 bilhões de seu orçamento, agravando ainda mais a situação do GTE.
Em nota enviada ao site, a Força Aérea Brasileira informou que as restrições orçamentárias impactam não apenas o abastecimento das aeronaves, mas todo o ciclo de operação e manutenção, incluindo a compra de lubrificantes, peças de reposição e serviços de reparo nos motores. Conforme a FAB, isso compromete seriamente a disponibilidade dos aviões e traz dificuldades ao cumprimento da missão de transporte de autoridades pelo território nacional, colocando em risco a regularidade de voos oficiais.
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