quarta-feira, 23 de julho de 2025

Desgaste visível em caças F-15E da USAF chama atenção em imagens divulgadas e gera debate

 


Imagens divulgadas recentemente pela Força Aérea dos Estados Unidos (USAF) dos caças F-15E Strike Eagle durante operações de reabastecimento em voo sobre a região do Comando Central dos EUA (CENTCOM) provocaram uma intensa reação nas redes sociais. As fotos, que mostram os jatos retornando de missões de patrulha aérea de combate, revelam sinais visíveis de desgaste nas fuselagens das aeronaves, com manchas, abrasões e tonalidades escuras em diversas partes do revestimento externo.

A repercussão foi imediata, com usuários especulando nas redes sociais sobre a possibilidade de ferrugem ou corrosão, enquanto outros destacaram preocupações com o estado geral das aeronaves. Apesar da aparência desgastada, especialistas apontaram que o F-15E é construído majoritariamente com ligas de alumínio e titânio, materiais que não são suscetíveis à ferrugem como o aço. O que aparenta ser corrosão, segundo analistas, pode na verdade ser a degradação do revestimento RAM (Radar Absorbent Material), utilizado para reduzir a assinatura de radar da aeronave.

Fontes da própria USAF confirmaram posteriormente que os caças operam rotineiramente em condições climáticas extremas, onde fatores como alta radiação solar, areia abrasiva e vapor de água salgada contribuem para o desgaste superficial dos revestimentos externos. Ainda assim, a USAF destacou que o desgaste é puramente cosmético e não compromete a capacidade operacional dos F-15E. Técnicos realizam manutenções regulares e rigorosas para garantir que cada aeronave mantenha seu desempenho máximo em combate.

As imagens também reacenderam discussões sobre o envelhecimento da frota de caças táticos dos Estados Unidos, em especial os F-15E Strike Eagle, que têm desempenhado um papel fundamental em missões de combate e patrulha aérea desde a década de 1990. Mesmo com décadas de uso intenso no Oriente Médio, o F-15E permanece como uma das plataformas mais confiáveis da aviação de combate norte-americana. Em maio de 2024, um dos exemplares da frota atingiu a marca histórica de 15 mil horas de voo, um feito raro que destaca a durabilidade e robustez do modelo.

Além disso, a USAF tem investido em atualizações importantes no F-15E. A aeronave recebeu o radar AESA AN/APG-82(V)1 e está sendo equipada com o moderno sistema de guerra eletrônica EPAWSS (Eagle Passive/Active Warning Survivability System), que melhora a capacidade de sobrevivência em ambientes com ameaças múltiplas. Essas melhorias fazem parte do programa de modernização que mantém o F-15E relevante mesmo diante de plataformas mais modernas como o F-35.

Apesar do impacto visual das fotos, especialistas ouvidos por sites especializados como The War Zone e Air & Space Forces Magazine reforçam que o desempenho da aeronave não é afetado pelo desgaste superficial. Segundo o último relatório do Government Accountability Office (GAO), a taxa de disponibilidade operacional (mission-capable rate) do F-15E gira em torno de 71,3%, refletindo um bom nível de prontidão, considerando a idade média da frota.

Com a introdução gradual do F-15EX Eagle II, a Força Aérea dos EUA pretende substituir progressivamente os exemplares mais antigos da família Strike Eagle. O novo modelo conta com vida útil prevista para até 20 mil horas de voo, além de maior capacidade de armamentos e aviônicos mais modernos, reforçando o compromisso dos EUA com a superioridade aérea global.

As imagens que geraram polêmica, embora revelem o desgaste visual das aeronaves, também servem como testemunho da extensa carga operacional enfrentada pelos F-15E em zonas de conflito e patrulha intensiva. E mesmo com as marcas do tempo, o Strike Eagle continua a ser um símbolo da presença e do poder aéreo norte-americano no Oriente Médio.

Nenhum comentário:

Postar um comentário