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quarta-feira, 24 de janeiro de 2024

NORTH AMERICAN T-6: O CLÁSSICO QUE MARCOU A HISTÓRIA DA AVIAÇÃO MILITAR BRASILEIRA


Nos meus dois últimos textos, percebi alguns comentários em que os leitores acabaram por falar do clássico North American T-6 (no Brasil costuma-se dizer “T-Meia”) e achei oportuno escrever e compartilhar um pouco da história dessa aeronave e onde ela entra na história da aviação militar brasileira.

Foi respeitada a nomenclatura americana da época, da qual é seguida pelo Brasil, onde inicialmente o T-6 foi batizado de BC-1, posteriormente de AT-6 e em 1948, com a reformulação feita pela recém-criada Força Aérea dos Estados Unidos (USAF, a sigla em inglês), ficou somente T-6

O começo de tudo

O ano era 1937. A geopolítica mundial não era das mais tranquilas, muitas aeronaves estavam sendo desenvolvidas para uso militar e é neste contexto que o governo americano, personificado no Congresso, e a aviação do exército dos Estados Unidos (naquele tempo a Força Aérea ainda era parte do Exército, a Army Air Force) tinham interesse na aquisição de aeronaves de combate, tendo um orçamento reduzido para aeronaves de treinamento.

A North American Aviation (que seria fundida e se transformado no que hoje conhecemos como Rockwell International) produzia com sucesso, desde 1935, o treinador básico BT-9 e derivados, a partir do projeto do NA-16, uma aeronave metálica, de trem de pouso fixo, com fuselagem em tubos de aços revestidos. O avião já era empregado pelo Corpo Aéreo do Exército Norte-Americano, levando a uma natural ideia de aprimoramento da aeronave, com a introdução de trem de pouso retrátil, modificações no canopy, aumento da envergadura em 30,48 cm (1 pé), além de um motor mais potente, um radial Pratt & Whitney R-1340 Wasp de 9 cilindros e 22-L de cilindrada e 550 hp (1 hp=1,0139 cv) ante o Wright Whirlwind R-985 também de 9 cilindros radial, 16,14-L e 400 hp. Esta aeronave voou em 11 de fevereiro de 1938 e foi batizada de NA-36.

O North American BT-9 (flickr.com)

James Kindelberger, presidente da North American Aviation, sabedor da limitação orçamentária para a aquisição de aeronaves de treinamento, propôs então que a nova aeronave de treinamento faria parte de uma nova categoria de aeronaves de combate, sugerindo que essa nova categoria fosse batizada de “BC” de “Basic Combat”, e assim o NA-36 ganhou uma metralhadora calibre .30, justificando essa nova categoria. O corpo aéreo do Exército acabou “comprando” a ideia e fez uma licitação para aeronaves que se enquadrassem nessa nova categoria. Como a North American já possuía a aeronave enquadrada nesta categoria, nem é preciso citar qual o resultado…

Desta maneira, tendo sido bem-sucedido nos voos de testes, o Corpo Aéreo do Exercito Americano encomendou 180 aeronaves.

O BC-1: observe a fuselagem em tubos de aço entelados e o trem retrátil (media.defense.gov)

Neste mesmo ano, a Marinha americana, antevendo uma nova geração de aeronaves de observação e reconhecimento de um único lugar, encomendou à North American uma variação do BC-1. Denominado SNJ-1 (onde “SN” significava Scout Trainer ou aeronave de treinamento, observação e reconhecimento e o “J” significa o código da North American Aviation junto à Marinha americana), era basicamente um BC-1 com fuselagem totalmente metálica (no lugar de entelagem) e motor com potência reduzida para 500 hp, tendo recebido a encomenda de 16 aeronaves após uma bem-sucedida bateria de testes.

Essa aeronave, por sua vez chamou a atenção do Exército que decidiu combinar a fuselagem totalmente metálica do SNJ-1 com um motor Pratt & Whitney R-1340-45 e 600 hp. O leme foi modificado e no lugar de ter o bordo de fuga arredondado, passou a ser reto, formando um conjunto triangular. E assim o BC-1 tornou-se o BC-1A e logo em seguida, com a reavaliação nas categorias e nomenclaturas de aeronaves, o BC — “Basic Combat” — se tornou AT “Advanced Trainer” e o BC-1 se tornou o AT-6, já com a forma tal qual a conhecemos, sendo produzidos 177 unidades dessa versão inicial. O SNJ-2 era idêntico ao seu antecessor, diferindo apenas no emprego do motor de 600 hp.

O BC-1A/AT-6 (wikimedia.org)

As versões subsequentes (a partir do AT-6A) acabaram por unificar os modelos AT-6 e SNJ (a partir do SNJ-3) que se tornaram praticamente a mesma aeronave, diferindo apenas na versão dos motores P&W empregados (mas mantendo os 600 hp de potência) e alguns SNJ-3, acrescidos da C (SNJ-3C) que possuíam ganho de arrasto para pouso em porta-aviões.

No mais, ambas eram equipadas com a metralhadora .30 sobre a nacele do motor, outra .30 totalmente móvel para treinamento de tiro na parte traseira do cockpit bem como assento traseiro que poderia se mover 360º (objetivando o treinamento de atiradores — naquela época havia atiradores nos bombardeiros) e na versão AT-6B, metralhadora .30 também no bordo de ataque direito das asas e capacidade de transportar 4 bombas de 100 lb (45,4 kg) sob as asas.

Algumas aeronaves da versão C do AT-6C/SNJ-4 carregava uma curiosa característica: Devido aos ataques de submarinos alemães a embarcações mercantes, havia o receio de o governo dos Estados Unidos de uma carência de alumínio. Dessa maneira, a North American acabou substituindo muitos componentes em alumínio do AT-6 como revestimento e paredes internas da fuselagem por placas de contraplacado (compensado aeronáutico) e algumas longarinas, cantoneiras e paredes que requeressem maior resistência por spruce, o pinho americano, uma madeira amplamente empregada na aviação.

Embora a aeronave tenha ficado bastante resistente, a durabilidade dos “T-6 de madeira” (para usar a designação moderna) era pequena quando os aviões ficavam muito tempo expostos à umidade. Pelo menos metade dos AT-6C/SNJ-4 foram produzidos usando componentes em madeira.

Em 1943 surge o AT-6D/SNJ-5, praticamente a versão C dotada de sistema elétrico de 24 volts. Uma pequena parte dessas aeronaves saiu com partes em madeira, sendo que a grande maioria era inteiramente metálica.

A ultima versão produzida em série do AT-6 foi a versão F (AT-6F/SNJ-7). Diferia das versões anteriores por apresentar o banco traseiro fixo (no lugar do giratório), a remoção das metralhadoras .30 da fuselagem e da asa, a parte traseira do canopy feita em uma única peça e a previsão de uso de tanque de combustível externo alijável, fixado no dorso da aeronave.

 

Entre 1949 e 1953 a North American reconstruiu cerca de 2.068 células de AT-6 das versões A até D, sendo batizadas de T-6G, já empregando a nova designação de aeronaves empregadas pela recém-criada Força Aérea dos Estados Unidos, sem o emprego do prefixo “A”.

Este processo consistia na modernização de antigas células da aeronave com a colocação do banco traseiro cerca de 6 polegadas mais alto, substituição da bequilha, eliminação de algumas nervuras do canopy, remoção das metralhadoras e colocação de tanques de combustível adicionais na parte externa das asas, além da atualização de rádios e sistemas hidráulicos.

Curiosamente, quando a Força Aérea Americana contratou a reconstrução dos T-6, ela NÃO dispunha de todas as células pactuadas, uma vez que muitas aeronaves, com o término da Segunda Guerra Mundial, foram vendidas como excedente de guerra à civis e a outras forças armadas estrangeiras, a um preço médio de US$ 500 (cerca de US$ 6.500 em valores atuais considerando como ano inicial 1946) cada uma. Assim, houve a necessidade de recompra de aeronaves a um preço médio de US$ 8.000 (US$ 86.000, considerando 1949 como data inicial para correção) pouco mais de três anos depois…

O T-6G (airportjournals.com)

O T-6 permaneceu em produção até meados dos anos 1950 e a produção total, de todas as variantes do modelo (do BC-1A ao AT-6F) somou 15.495 exemplares.

O XAT-6E

O único XAT-6E efetivamente produzido. (reddit.com)

Durante 1944, o Corpo Aéreo do Exercito encomendou à North American uma variante experimental do AT-6, dotada de motor em linha no lugar do Pratt & Whitney radial. A razão dessa encomenda deveu-se a dois fatores: o primeiro deles, a demanda de motores Pratt & Whitney era muito grande durante a Segunda Guerra Mundial, sendo que ela excedia a capacidade produtiva, havendo o risco de desabastecimento no mercado de motores.

O segundo fator deveu-se ao fato de sendo o AT-6 uma aeronave de treinamento avançado de pilotos, a porta de entrada para aeronaves de caça, apenas o Republic P-47 Thunderbolt possuía motor radial. Os demais caças de relevância (P-51, P-40, P-39 etc.) possuíam motor em V e grandes narizes.

 

A resposta da North American foi o protótipo batizado de XAT-6E — basicamente um AT-6D de série (s/n 42-84241) que teve seu motor radial substituído por um Ranger V-770-9 de 12 cilindros em “V” invertido, 12,6-L, arrefecido a ar, produzindo 575 hp. Curiosamente a nacele do motor e os cowl flaps (flapes de refrigeração) do XAT-6E são idênticos aos do Bell XP-77, um pequeno caça concebido para ser produzido em grandes quantidades em caso de invasão dos Estados Unidos por forças inimigas e que não passou de dois protótipos produzidos.

Como características de voo, o XAT-6E era superior ao seu antecessor, voando mais veloz e alto que seu similar de motor radial. Entretanto, o projeto não se materializou em virtude do motor Ranger V-12 ser altamente problemático, sujeito a problemas mecânicos de toda ordem. Há relatos de apenas duas aeronaves: A efetivamente produzida pela North American e outra proveniente de uma adaptação feita após a guerra para a participação em corridas aéreas.

Ataque e caça

A North American também produziu duas variantes do AT-6, uma para ataque e outra como aeronave de caça.

O A-27

Externamente idêntico ao AT-6, destacava-se pela hélice de 3 pás.
(airwar.ru)

A aeronave foi uma encomenda da Força Aérea da Tailândia que adquiriu 10 exemplares, sucedida por outros 30 pela Aviação do Exercito brasileira e 12 da armada chilena.

O A-27 consistiu basicamente no BC-1A/AT-6 equipado com um motor Wright Cyclone R-1820 de 9 cilindros, 29,9-L e 785 hp, hélice tripá (em vez das bipás),  equipado com 5 metralhadoras .30 (duas sobre a nacele do motor, duas nas asas e uma na parte traseira do cockpit, móvel, manuseada por um atirador — embora muitos tenham operado sem essa metralhadora).

Externamente, só é distinguível do AT-6 devido a presença da hélice tripá.

O NA-50A/68 (P-64)

O NA-50 da Força Aérea Peruana. Essa aeronave participou de combates efetivos na guerra contra o Equador (forum.warthunder.com)

O NA-50A também surgiu de uma encomenda da Força Aérea Tailandesa. Consistia basicamente numa variante do BC-1 equipada com motor Wright Cyclone R-1820 mas ajustado para produzir 870 hp. Era 30,4cm (1 pé) mais curto que o AT-6 e uma envergadura 1,52 metro (5 pés) menor.

Era equipado com 4 metralhadoras .30 (duas dentro da nacele do motor, duas nas asas) e suporte para até 300 kg de bombas sob as asas. A Força Aérea do Peru empregou 7 destas aeronaves em combate contra o Equador em 1941.

Já o NA-68 resultou da efetiva aquisição de seis exemplares pela Força Aérea da Tailândia. Diferia do NA-50A por possuir o leme triangular do AT-6 e quatro metralhadoras de 8 mm — duas dentro da nacele do motor e duas nas asas, além um canhão de 20 mm em uma das asas.

Dessa encomenda, os Estados Unidos acabaram confiscando seis quando ela estava sendo enviada de navio e as aeronaves serviram de treinadores de caça, sendo que cinco delas foram sucateadas com o término da Segunda Guerra Mundial. A sexta aeronave foi vendida a um civil e hoje encontra-se sob a guarda da Experimental Aviation Association.

No Brasil

Os T-6´s voando nas cores que lhe deram projeção no Brasil: as da Esquadrilha da Fumaça!
(pinterest.com)

As primeiras aeronaves adquiridas pelo Brasil foi um lote de 30 A-27 para a Aviação do Exército do Brasil, no ano de 1939, aproveitando-se de aquisição, pela Aviação Naval Brasileira, de 12 BT-9, o precursor do AT-6, ainda com motor de 400 hp e trem de pouso fixo.

Entretanto a partir de 1942, com o ingresso do Brasil na Segunda Guerra Mundial, inicia-se a chegada de maciços lotes de aviões para a recém-criada Força Aérea Brasileira (FAB). O Brasil operou, ao todo, 448 exemplares do T-6/SNJ, sendo 346 aeronaves vindas dos Estados Unidos na década de 1940, das versões B, C, D e algumas posteriormente convertidas para a versão G.

Oitenta e uma aeronaves foram montadas pela empresa Construções Aeronáauticas S.A., também conhecida como “Fábrica de Lagoa Santa”. Essas aeronaves, montadas a partir de 1946 foram, inicialmente produzidas no regime CKD (61) e as 20 remanescentes, seriam produzidas com diversos componentes fabricados localmente. Entretanto, devido a atrasos no cumprimento de prazos (o que envolveu até o extravio de 20 motores, enviados para outra Base Aérea e encontrados tempos depois) o Ministério da Aeronáutica acabou encampando o empreendimento, criando o Parque de Material Aeronáutico de Lagoa Santa (PAMA-LS).

Por fim, um pequeno lote de 20 aviões (13 North American SNJ-5C e 7 SNJ-6 — aeronaves originalmente feitas para a Marinha americana) foi recebida em 1960.

Na FAB, os T-6 fizeram absolutamente tudo, desde treinamento básico e avançado de pilotos até transporte de pequenos volumes, sendo que o maior destaque foi o emprego, a partir de 1952 no chamado Esquadrão de Demonstrações Aéreas (EDA), carinhosamente chamada de “Esquadrilha da Fumaça”

A Esquadrilha da Fumaça foi criada em 1952 com sua primeira demonstração pública ocorrendo no dia 14 de maio e surgiu da iniciativa de alguns pilotos que, nas horas folga praticavam acrobacias aéreas em grupo sobre o Campo dos Afonsos, no Rio de Janeiro. Neste ambiente, com manobras em voos de formatura, surgiu o Esquadrão, que a partir de 1955 passa a contar com 5 aeronaves exclusivas (quatro em voo de formação e um isolado).

Uma ação pouco conhecida do T-6 na Força Aérea foi sua atuação no Esquadrão de Reconhecimento e Ataque – ERA. Inicialmente, no ano de 1956, foram separadas seis aeronaves T-6 da Base Aérea de Natal e as equiparam com a metralhadora .30 da asa e 4 suportes para bombas e foguetes sob as asas, depois foram modificados mais aeronaves para “ações especiais” naquilo que conhecemos como combate a focos de guerrilha.

Após o movimento de 31 de março de 1964 (aquela “revolução” que não disparou um tiro sequer, não foi necessário) que culminou com a fuga de João Goulart para o Uruguai (ele fugiu num DC-3 de sua propriedade para sua fazenda no país vizinhoi) houve o acirramento das ações comunistas com a implantação de focos de guerrilha, e com isso, nada mais natural que fosse criado um Esquadrão especificamente para o combate de tais focos.

O AT-6 do ERA – Esquadrão de Reconhecimento e Ataque
(gbup.forumeiros.com)

O ERA, tendo em vista a indisponibilidade de recursos, teve como solução mais lógica e econômica o emprego do abundante número de T-6´s disponíveis, com a colocação de metralhadoras e suporte de bombas, incluindo ai bombas incendiarias como Napalm, tornando-se assim “AT-6” novamente, mas com o “A” designando Attack .

O T-6 foi empregado efetivamente em combate na Operação Jacupiranga, contra núcleos de guerrilha na região do Vale do Ribeira, Operação Papagaio, contra os núcleos guerrilheiros em Marabá e Xamboiá, contra a chamada “Guerrilha do Araguaia”.

Entretanto, já na segunda metade da década de 1960 já se observava a obsolescência do T-6 e, com a criação do Polo Aeronáutico em São José dos Campos e a vinda do engenheiro francês Max Holste para o Cetro Técnico de Aeronáutica (CTA), surgiu o “Projeto Fenix”, que consistia basicamente em remotorizar os T-6´s com motores turbo-hélices Turbomeca Bastan de origem francesa, bem como a colocação de tanques nas pontas das asas.

Em testes feitos em túnel de vento, concluiu-se que havia a necessidade de se aumentar o tamanho do leme e, embora viável, a modificação era dispendiosa em tempo e dinheiro, mostrando-se economicamente inviável.

Dessa maneira, conforme a Neiva entregava os treinadores T-25 para a Força Aérea, os T-6 passaram a ser gradativamente desativados, mesmo sem a presença de um sucessor pleno, fato que só seria solucionado com a chegada do Embraer T-27 Tucano no começo da década de 1980. E com isso, os T-6 foram desativados completamente da Força Aérea em 1975, permanecendo apenas os da Esquadrilha da Fumaça, retirados de uso em 1977 após um acidente em virtude de uma falha mecânica.

A FAB após este período ficou sem um esquadrão de demonstração aérea no período de desativação do T-6 até a entrada do T-27 Tucano, em 1983.

Os T-6 foram leiloados em pelo menos dois leilões na segunda metade da dos anos de 1970 e todos arrematados por civis no Brasil, recebendo as matriculas PT-KQX, PT-KRC, PT-KRD, PT-KSX, PT-KSZ, PT-KUX, PT-KVD, PT-KVE, PT-KVF, PT-KVG, PT-LDO e PT-LDQ, PT-TRB.

Dessas aeronaves, o PT-KRC, PT-KRD e o PT-KSX eram originalmente do modelo SNJ-5C com gancho de arrasto, mas já convertido para o modelo T-6D e recebido pela Força Aérea em 1960 na remessa das 20 aeronaves adquiridas naquele ano.

Também era dessa leva de 1960 o PT-KVE, originalmente um SNJ-6 (similar ao AT-6F) que posteriormente foi atualizado para T-6G.

As demais aeronaves foram recebidas a partir de 1942 pela Força Aérea e eram assim distribuídas:

• O PT-LDQ originalmente era um AT-6B posteriormente convertido para AT-6D
• O PT-KVG e o PT-KSZ eram originalmente AT-6A de primeira “fornada”, modificados para a versão D
• O PT-KVD originalmente era SNJ-4 (similar ao AT-6C) sendo convertido para AT-6D
• O PT-LDO nasceu como T-6D, montado na Fábrica de Lagoa Santa, MG, sendo pertencente a leva que contém componentes nacionalizados, e posteriormente convertido para a versão G
•O PT-KUX, PT-TRB (que pertenceu ao Coronel Antônio Arthur Braga) eram legítimos AT-6D, já tendo nascido como tal, não tendo sofrido qualquer processo de atualização
• O PT-KVF e o PT KQX nasceram como AT-6D, sendo atualizados para a versão T-6G

Hoje no Brasil tem-se ainda em voo o PT-KRC e PT-LDQ, pertencentes à Esquadrilha Oi comandada pelo casal Mônica e Carlos Edo Palma, o PT-LDO que também voa com as cores da Esquadrilha Oi, o PT-KRD, e em estado de restauração, o PT-KVF (Museu Asas de um Sonho) e PT-KVG (Esquadrilha Oi).

O PT-KVE foi exportado para a Alemanha e atualmente voa nos céus da Itália, enquanto o PT-KQX tem o paradeiro desconhecido. Os demais se perderam em acidentes.

Há também o PP-ABO, PR-TIK e o PR-TEB, aeronaves adquiridas nos Estados Unidos há menos de 20 anos e trazidas para o Brasil.

O PT-TRB, o legendário “T-Meinha” do Coronel Antonio Arthur Braga hoje encontra-se exposto em um local de honra: a Academia da Força Aérea no município de Pirassununga, sede da Esquadrilha da Fumaça.

Sobre o Coronel Antônio Arthur Braga

(ninja-brasil.blogspot.com)

Falar do T-6 e não mencionar o “Coronel Braga” é simplesmente impossível: trata-se do piloto com o maior número de horas em um único tipo de aeronave (mais de 10 mil horas — fato que o levou para as páginas do Guinness Book) e um dos símbolos da Esquadrilha da Fumaça

Nascido em 3 de fevereiro de 1932 no município de Cruzeiro, SP, Antônio Arthur Braga ingressou para a Escola Preparatória de Cadetes do Ar em 1950 em Barbacena, MG e em 1952 foi para a Escola de Aeronáutica do Campo dos Afonsos, no Rio de Janeiro, onde se tornou instrutor de voo.

Em 1959 ingressa para a Esquadrilha da Fumaça e em 1960 é convidado para liderá-la, onde permaneceu até o final da Esquadrilha da Fumaça com a desativação dos T-6 em 1977.

Profundamente ligado com a aeronave (ele trocou a oportunidade de promoções na carreira militar para permanecer na Esquadrilha da Fumaça e com os T-6), que quando do leilão das aeronaves, um grupo de amigos se cotizou e adquiriu uma aeronave que foi matriculada de PT-TRB e mantida com as cores da “Fumaça”.

O Coronel Braga permaneceu realizando shows aéreos com uma impecável maestria e o seu voo com o T-6 era claramente diferente daqueles realizados por outros pilotos: O veterano Coronel “vestia” a aeronave e o pesado e desajeitado T-6 tornava-se uma verdadeira extensão de seu corpo, numa leveza ímpar, nem parecendo que as manobras eram feitas por uma aeronave com mais de 2 toneladas e tracionada por um motor radial de 600 hp. Quem teve a oportunidade de assistir a uma demonstração do Coronel Braga sabe: ele, ao comando do T-6 era um piloto e acrobata diferenciado.

Antônio Arthur Braga faleceu em 8/12/2003.

Ficha Técnica

NORTH AMERICAN T-6G
MOTORIZAÇÃO
Marca e modelo1 x Pratt & Whitney R-1340-NA-1
Potência (hp)550
Numero de cilindros9
Cillindrada ( L)21,96
DIMENSÕES (m)
Comprimento8,99
Envergadura12,81
Altura (até o leme)3,58
DESEMPENHO
Alcance (km)1.207
Velocidade máxima (km/h)330
Teto de serviço (m)6.553
PESOS / CAPACIDADES
Lugares2
Peso máximo de decolagem (kg)2.406
Peso vazio (kg)1.888
Capacidade de combustível (L)530
Consumo médio por hora (L)113

Bunker da Força Aérea Suíça

 

Desde a Segunda Guerra Mundial, passando pela Guerra Fria e até os dias atuais, vários países operaram e alguns ainda operam bunkers para as suas respectivas forças aéreas escavados dentro de montanhas. China, Irã, Taiwan, Suécia, a antiga Iugoslávia e Suíça são alguns exemplos.

A Suíça se destacou por ter durante a Guerra Fria  operado uma força aérea bem grande para um minúsculo país, com cerca da mesma área que o Estado do Rio de Janeiro.

Durante essa época o país chegou a possuir 26 bases aéreas, 7 das quais possuíam bunkers dentro das montanhas que ficavam bem perto da pista da base aérea.

Essas instalações possuíam área de comando, planejamento, meteorologia, hospitais, refeitórios, alojamentos, depósitos de peças e munições além de combustíveis, lubrificantes e eram usadas principalmente para manutenção das aeronaves como o Venon, Vampire, Mirage, F-5 e F/A-18 sendo que os dois últimos ainda estão em operação.

Nas fotos deste post, pode-se observar como a área de manutenção era apertada; na maioria dos bunkers até 15 aeronaves podiam ser abrigadas ao mesmo tempo.

O problema era que por falta de espaço físico, muitas vezes remover uma aeronave, seja entrando ou saindo do bunker era necessário o uso de uma ponte rolante, assim uma aeronave passava por cima de outras.

Com fim da Guerra Fria, a Suíça como vários países europeus, reduziu drasticamente o orçamento de defesa e assim a grande maioria das bases aéreas foram fechadas.

Hoje a Suíça opera 3 importantes bases aéreas, das quais somente uma possui vários bunkers ampliados e modernizados já visando a chegada do F-35A.

Além disso, o país ainda opera algumas bases aéreas usadas para treinamento, para helicópteros além de duas bases (uma delas com bunkers) que podem ser reativadas em caso de necessidade

52 anos do primeiro voo do Lockheed S-3 Viking

 

O Lockheed S-3 Viking, um avião multifuncional que marcou a aviação naval, completou 52 anos desde seu primeiro voo. Desenvolvido pela Lockheed para a Marinha dos Estados Unidos, o S-3 Viking fez seu voo inaugural em 21 de janeiro de 1972, introduzindo uma nova era na guerra antissubmarino e na vigilância marítima.

O S-3 foi desenvolvido em resposta ao programa VSX da Marinha dos EUA (USN) para um sucessor da aeronave de guerra antissubmarino (ASW) Grumman S-2 Tracker. Foi projetado, com assistência da Ling-Temco-Vought (LTV), para ser uma aeronave multimissão de longo alcance, todo tempo, subsônica e baseada em porta-aviões.

Em 21 de janeiro de 1972, o protótipo YS-3A realizou o primeiro voo do tipo. Ao entrar em serviço regular durante fevereiro de 1974, provou ser um cavalo de batalha confiável. No papel de ASW, o S-3 carregava armas automatizadas e equipamento de reabastecimento em voo.

S-3 Viking e o S-2 Tracker voando juntos

Variantes adicionais, como a plataforma de inteligência eletrônica (ELINT) baseada em porta-aviões ES-3A Shadow e o transporte utilitário e de carga baseado em porta-aviões US-3A, chegaram durante os anos 1980 e 1990. No final dos anos 1990, o foco da missão do S-3B mudou para a guerra de superfície e o reabastecimento aéreo de um grupo de batalha de porta-aviões. Ele viu combate durante a Guerra do Golfo no início dos anos 1990, as Guerras da Iugoslávia de meados a final dos anos 1990 e a Guerra no Afeganistão durante os anos 2000.

O S-3 Viking destacou-se pela sua capacidade de detectar e rastrear submarinos inimigos usando uma variedade de sensores, incluindo radar, sonar e sistemas de detecção magnética. Além de suas capacidades ASW, o Viking também foi equipado para missões de vigilância de superfície, guerra eletrônica e reabastecimento aéreo, o que demonstra sua multifuncionalidade.

Um S-3 Viking pousando no convoo do porta-aviões USS Independence (CV-62).
Um S-3A Viking com o ferrão do MAD (Detector Magnético de Anomalias) esticado. O MAD detecta variações no campo magnético terrestre provocadas pelo casco de um submarino mergulhado

Uma das características mais notáveis do S-3 Viking era sua autonomia. Com um alcance operacional impressionante e a capacidade de permanecer em missão por várias horas, o Viking podia cobrir vastas áreas marítimas, tornando-o um ativo valioso para a frota. Seu design robusto e confiável significava que podia operar a partir de porta-aviões, aumentando ainda mais sua flexibilidade operacional.

Ao longo dos seus anos de serviço, o S-3 Viking passou por várias atualizações e modificações para melhorar suas capacidades e prolongar sua vida útil. Estas atualizações incluíram melhorias nos sistemas de radar e sonar, a introdução de novas tecnologias de guerra eletrônica e a capacidade de transportar uma variedade de armamentos, incluindo torpedos e mísseis antinavio.

Apesar de ter sido retirado oficialmente do serviço ativo na Marinha dos EUA em 2009, o legado do S-3 Viking continua. A aeronave não só desempenhou um papel crucial nas operações navais durante a Guerra Fria e em conflitos subsequentes, mas também estabeleceu um padrão para aeronaves de missão marítima especializada. O Viking é lembrado como uma peça fundamental da aviação naval e um exemplo brilhante da inovação em aeronaves de guerra antissubmarino.

S-3B com mísseis antinavio Harpoon
Um S-3 Viking acompanha um submarino soviético classe Kilo

As versões do S-3 Viking

Diagrama geral do S-3B


Atual operadora de E-jets E2, Helvetic receberá também aeronaves E195 da Azorra



A Helvetic Airways assinou um acordo plurianual com a empresa americana de leasing Azorra para quatro aeronaves Embraer E195.

Espera-se que as aeronaves construídas em 2011 se juntem à frota da Helvetic Airways no início do segundo trimestre de 2024. A aeronave terá um novo interior com um total de 122 assentos na configuração 2-2.

As quatro aeronaves adicionais aumentarão a frota da Helvetic Airways para um total de 22 aeronaves a partir da programação de verão de 2024, sendo quatro Embraer E195-E2, oito E190-E2, seis E190 e quatro E195. Em maio de 2023, a empresa de leasing Truenoord, com sede em Amsterdã, também celebrou um contrato de leasing com a Helvetic para a entrega de dois E-190.

A Helvetic opera seus próprios voos regulares e charters, mas também é especializada em arrendamentos. Por exemplo, pelo menos seis aeronaves da frota voam atualmente ao serviço da Swiss International.

Air Astana, operadora de E-Jets E2, recebeu sua 50ª aeronave

O Airbus A321 "EI-KDG" da Air Astana. (Foto: Marcel Klein)

O Grupo Air Astana do Cazaquistão colocou em serviço a sua 50ª aeronave, um Airbus A321neo totalmente novo.

O Grupo Air Astana, composto pela companhia aérea nacional Air Astana fundada em 2002 e a subsidiária de baixo custo FlyArystan fundada em 2019, está expandindo a sua frota e rotas de forma contínua e consistentemente e atingiu um marco no dia 19 de janeiro quando recebeu o seu 50º avião na fábrica da Airbus em Hamburgo-Finkenwerder. A aeronave foi um Airbus A321neo arrendado com registro irlandês EI-KDG (número de série do fabricante MSN11665).

Uma tripulação de companhia aérea transferiu o jato de corredor único, movido por dois turbofans Pratt & Whitney PW1133G, para Almaty. A Air Astana equipou seu mais novo A321neo com 28 assentos na classe executiva e 156 assentos na classe econômica.

A frota da Air Astana é atualmente composta por três Boeing 767, onze A321LR, dois A321ceos, cinco A321neos, seis A320neos e cinco Embraer E190-E2. A sua subsidiária FlyArystan opera onze A320ceo e sete A320neo. Até 2028, a frota combinada do Grupo Air Astana deverá crescer para 80 aeronaves.

A Air Astana e a FlyArystan servem juntas mais de 90 rotas e empregam mais de 6.000 pessoa