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sexta-feira, 26 de janeiro de 2024

Avião com radares 'nas costas' caça voos escondidos

R-99 e E-99: Aeronaves integram a aviação de Inteligência, Vigilância e Reconhecimento da Aeronáutica - Johnson Barros/Força Aérea Brasileira

R-99 e E-99: Aeronaves integram a aviação de Inteligência, Vigilância e Reconhecimento da AeronáuticaImagem: Johnson Barros/Força Aérea Brasileira

A FAB (Força Aérea Brasileira) está utilizando aviões especiais na  Os modelos em questão são as aeronaves E-99 e R-99, pertencentes à aviação de inteligência, vigilância e reconhecimento da Aeronáutica.

Dotados de diversos sensores, radares e equipamentos para monitorar áreas de interesse, esses aviões passam por modificações em suas estruturas para comportar tais sistemas.

Os dois modelos têm como base o jato regional Embraer 145, e partem da Base Aérea de Boa Vista, em Roraima, para cumprirem as missões.

E-99

E-99: Avião da FAB possui radar acima da fuselageme-99 - Enilton Kirchhof/FAB - Enilton Kirchhof/FAB
Imagem: Enilton Kirchhof/FAB

Os aviões E-99 são usados em operações de controle e defesa do espaço aéreo nacional para monitorar ameaças em tempo real. Uma característica marcante dessas aeronaves é a antena acima do corpo, que parece a alça de uma mala ou uma prancha de madeira.

Essa antena faz parte de um sistema que consegue detectar alvos aéreos, como aviões que voam baixo para evitar radares em terra. As informações são transmitidas em tempo real para os centros de controle em solo.

Devido à curvatura do planeta, os radares em solo nem sempre conseguem detectar aeronaves que voam próximas ao chão, como é o caso dos aviões e helicópteros de garimpeiros e traficantes, por exemploCom o sistema embarcado no E-99, quanto mais alto ele voa, mais longe consegue detectar esses voos irregulares.

R-99

R-99, utilizado em missões de reconhecimento da FAB, possui em sua 'barriga' equipamentos para gerar imagensr-99 - Johnson Barros/FAB - Johnson Barros/FAB
Imagem: Johnson Barros/FAB

Os aviões R-99 têm como missão principal realizar reconhecimento aéreo, mapeando as regiões sobrevoadas por meio de câmeras, sensores e radares a bordo.

Sua atuação permite identificar possíveis alvos de interesse, como acampamentos de garimpeiros, áreas de queimadas, zonas de desmatamento, entre outros. Esse trabalho ainda auxilia os órgãos de fiscalização ambiental na atuação na região sobrevoada.

Os equipamentos a bordo e os radares permitem a captura de imagens ópticas, multiespectrais e infravermelhas. Assim, mesmo algo que não seja visível a olho nu, como um acampamento dentro da vegetação, pode ser identificado devido à tecnologia utilizada.

Esse avião pode ficar até cerca de oito horas em voo. Geralmente, podem voar quatro operadores dos sistemas de radar, quatro militares para revezamento na ação, além dos dois pilotos.

Fichas técnicas

E-99
Envergadura (distância de ponta a ponta da asa): 21 metros
Comprimento: 29,9 metros
Peso máximo de decolagem: 24 toneladas
Velocidade máxima: 955 km/h
Altitude máxima de voo: 9,1 km de altitude

R-99
Envergadura (distância de ponta a ponta da asa): 20 metros
Comprimento: 29,9 metros
Peso máximo de decolagem: 23,4 toneladas
Velocidade máxima: 955 km/h
Altitude máxima de voo: 11,3 km de altitude

aeronáutica - Soldado Wilham Campos/FAB - Soldado Wilham Campos/FAB
Comandante da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro do Ar Bermudez, visita interior do E-99M
Imagem: Soldado Wilham Campos/FAB
fab - FAB - FAB
Imagens geradas pelo R-99 da FAB: Aeronave de reconhecimento identifica áreas de possível atividade ilegal
Imagem: FAB
fab - FAB - FAB
Interior do E-99 da FAB durante modernização na fábrica da Embrae

Aviação de patrulha tem avião narigudo, caça submarinos e ouve até camarões

 

P-95BM, também chamado de Bandeirulha, avião de patrulha da Aeronáutica - Sargento Johnson/Força Aérea Brasileira
P-95BM, também chamado de Bandeirulha, avião de patrulha da AeronáuticaImagem: Sargento Johnson/Força Aérea Brasileira

Alexandre Saconi


Com sua história ligada à Segunda Guerra Mundial, a aviação de patrulha é cercada de curiosidades e tecnologia. Ela é uma divisão da FAB (Força Aérea Brasileira) e é responsável por vigiar o território marítimo do Brasil. Tem até uma data oficial: o Dia da Aviação de Patrulha é comemorado em 22 de maio.

Seus primeiros voos aconteceram em 1942, quando submarinos alemães afundaram vários navios mercantes brasileiros. O objetivo era acabar com a ameaça que o nazismo representava ao Brasil e evitar tornar o país um verdadeiro palco de guerra. Ao todo, foram 11 submarinos afundados durante a Segunda Guerra Mundial com a realização de várias missões de patrulha.

Avião "narigudo"

P-95BM Bandeirulha, com nariz adaptado para comportar sistemas de radar de detecção de embarcações - Alexandre Saconi - Alexandre Saconi
Imagem: Alexandre Saconi

Com um nariz bem diferente dos demais aviões, o P-95BM Bandeirulha chama a atenção de quem o vê de perto. Ele é derivado do modelo Bandeirante, da Embraer, adaptado para a patrulha. Daí seu nome de Bandeirulha (Bandeirante de Patrulha).

Radar Seaspray 5000E utilizado pelos P-95BM da FAB - Divulgação/Leonardo - Divulgação/Leonardo
Imagem: Divulgação/Leonardo

O nariz do avião foi adaptado para caber o sistema do radar Seaspray 5000E, capaz de detectar navios de grande porte a até 370 quilômetros de distância. Hoje, esses aviões têm capacidade para acompanhar até 200 alvos ao mesmo tempo, o que é fundamental em caso de guerras.

A aeronave tem capacidade para até cinco passageiros, sendo dois pilotos, um operador de radar e dois observadores, e atinge a velocidade de 385 km/h.

Ouvindo camarões

Colocação da sonoboia no tubo de lançamento do avião de patrulha P-3AM Orion - Tenente Rezende/Força Aérea Brasileira - Tenente Rezende/Força Aérea Brasileira
Colocação da sonoboia no tubo de lançamento do avião de patrulha P-3AM Orion
Imagem: Tenente Rezende/Força Aérea Brasileira

Um dos principais integrantes dos aviões de patrulha é o operador acústico, responsável por escutar embarcações que estejam embaixo d'água. Por meio de sondas que são lançadas no mar, ele consegue identificar a localização e o tipo de submarino ou barco apenas pelo som que ele emite.

Chamados de sonoboias, esses equipamentos são tão sensíveis que permitem, também, que sejam escutadas criaturas da vida marinha, como camarões, golfinhos e baleias. Seu lançamento ao mar é feito diretamente de dentro do avião pelo armeiro, que define a profundidade e o tempo de duração que o equipamento irá funcionar na água.


Esse sistema faz parte da chamada guerra antissubmarino, e está presente no P-3 AM Orion, que é derivado do avião comercial L-188 Electra. Na FAB, o Orion também pode transportar mísseis antinavio Harpoon e torpedos MK-46 caso seja necessário realizar algum ataque.

Voos baixos e visuais

P-3AM Orion utilizado pela FAB para realizar operações de patrulha - Cabo Silva Lopes/Força Aérea Brasileira - Cabo Silva Lopes/Força Aérea Brasileira
P-3AM Orion utilizado pela FAB para realizar operações de patrulha
Imagem: Cabo Silva Lopes/Força Aérea Brasileira

Talvez uma das grandes diferenças dos voos realizados na aviação de patrulha seja a necessidade de voar a baixas altitudes, às vezes, a cerca de 200 metros de altura. Isso se deve, principalmente, às missões de busca e salvamento, que podem ser feitas tanto em terra quanto em mar.

Para o tenente aviador Guilherme de Sousa Mucheli, que pilota o Bandeirulha, essas missões são de grande importância não só para a defesa militar, mas para os interesses econômicos do país também. É ela, junto com a Marinha, que é responsável pela defesa da Zona Econômica Exclusiva, que é uma faixa que vai até cerca de 370 km da costa brasileira, onde o país é soberano para exploração comercial e conservação de recursos naturais.

Também há o papel desempenhado como auxílio à segurança pública, lembra o aviador. "[A aviação de patrulha acaba] contribuindo para fiscalização e combate ao tráfico de drogas, pesca ilegal e presença de embarcações ilícitas em toda a extensão do litoral brasileiro, juntamente com a Marinha do Brasil", diz Mucheli.

Como entrar na carreira de piloto de patrulha

A bordo da aeronave P-3AM, integrantes do esquadrão de patrulha Orungan operam os sensores eletrônicos de detecção de embarcações inimigas - Sargento Batista/Força Aérea Brasileira - Sargento Batista/Força Aérea Brasileira
Integrantes do esquadrão de patrulha Orungan operam os sensores eletrônicos de detecção de embarcações inimigas a bordo da aeronave P-3AM Orion
Imagem: Sargento Batista/Força Aérea Brasileira

O aviador diz quais os passos para quem quer se tornar um piloto de patrulha. Deve-se prestar o concurso para Epcar (Escola Preparatória de Cadetes do Ar, da Aeronáutica, em Barbacena - MG) e seguir para Academia da Força Aérea (em Pirassununga - SP) ou prestar diretamente o concurso para a academia, ingressando como cadete aviador.

Durante sua graduação inicial, que dura, pelo menos, quatro anos, o piloto deve escolher se irá seguir na aviação de patrulha.

Após esse período, o cadete passará por diversas formações até chegar ao Curso de Especialização Operacional da Aviação de Inteligência, Vigilância e Reconhecimento (CEO-IVR), com duração de nove meses.

Com a conclusão de todos os cursos, os aviadores são designados para os esquadrões de patrulha localizados em Belém (PA) ou Canoas (RS). Após ganhar experiência operacional suficiente, o piloto de patrulha pode escolher ser alocado no esquadrão Orungan, no Rio de Janeiro.

Drone Heron I, denominado RQ-1150 na FAB, utilizado na aviação de patrulha - Sargento Johnson/Força Aérea Brasileira - Sargento Johnson/Força Aérea Brasileira
Drone Heron I, denominado RQ-1150 na FAB, utilizado na aviação de patrulha

Pintura dos anos 1980 é aplicada em avião da Aerolineas Argentinas

 Companhia revive sua história em meio as comemorações dos 70 anos de sua fundação


Pintura especial revive esquema adotado nos anos 1980

A Aerolineas Argentinas deu início as comemorações dos seus 70 anos, que será comemorado oficialmente em dezembro. A primeira ação incluiu a aplicação de um esquema de pintura retrô, em um Boeing 737-700, utilizada nos anos 1980.

Fundada em 1949, a principal companhia aérea da Argentina começou a operar regularmente apenas em 1950, após a fusão de quatro empresas locais: Aeroposta Argentina, FAMA (Flota Aérea Mercante Argentina), ALFA (Aviación del Litoral Fluvial Argentino) e a ZONDA (Zonas Oeste y Norte de Aerolineas Argentinas), desde então a Aerolineas, como é conhecida, estabeleceu sua posição como uma das líderes no mercado sul-americano.

O grupo espanhol Marsans adquiriu a empresa em 2002, consolidando as operações com a Austral, hoje subsidiária da Aerolineas Argentinas. No período a companhia ampliou a frota, operando inclusive com alguns Boeing 747-400, que na época representavam um grande salto de capacidade, além de incluir a Argentina no seleto grupo de países que sua empresa de bandeira voava a então mais moderna versão do Jumbo.

Uma nova crise financeira foi potencializada com o colapso global de 2008, quando a companhia reviveu o drama de abandonar rotas regionais e internacionais. O governo argentino, na época com viés estatizante, assumiu novamente o controle da Aerolineas, tomando a maior parte da dívida deixada pelo antigo administrador. Um novo replanejamento de frota foi estabelecido, aposentando modelos menos eficientes e adquirindo aeronaves mais modernas, ainda que dentro de um curto orçamento.

Ao lado da Avianca Colombia, a Aerolineas Argentinas é atualmente a empresa aérea de bandeira mais antiga em serviço na América do Sul.