Crescimento foi de 13% em relação à 2022, mas total ficou abaixo da meta, de ao menos 120 aviões. Phenom 300 segue sua aeronave mais popular
Jato Phenom 300, seu modelo mais popular (Embraer)
Assim como nas aeronaves comerciais, a Embraer também não conseguiu atingir a estimativa de entregas de jatos executivos em 2023, que era de 120 a 130 unidades.
No fim, a fabricante conseguiu enviar 115 jatos corporativos a seus clientes, uma alta de 13% em relação a 2022.
A despeito disso, foi o melhor desempenho dos últimos sete anos e só não superou 2016 porque naquela época o portfólio da empresa incluía o Legacy de primeira geração e o Lineage 1000, uma variante executiva do E190.
Como se esperava, o Phenom 300 continua a ser sua aeronave executiva mais popular, com 63 entregas, quatro a mais do que em 2022.
O menor Phenom 100 também se recuperou, com 11 entregas, melhor resultado após a pandemia do coronavírus.
Praetor 500 (Embraer)
Backlog se expande
No segmento de jatos de médio porte, a Embraer entregou 21 Praetor 600 e 20 Praetor 500, melhor marca deste último desde seu lançamento, em 2019.
Segundo a Embraer, a divisão de aviação executiva fechou 2023 com uma carteira de pedidos de US$ 4,3 bilhões, alta de quase 10% se comparado a 2022.
Mirage é um nome dado a vários tipos de aviões a jato projetados pela empresa francesa Dassault Aviation (anteriormente Avions Marcel Dassault), alguns dos quais foram produzidos em diferentes variantes. A maioria eram caças supersônicos com asas em delta.
O mais bem sucedido foi o Mirage III em suas diversas variantes, amplamente produzidas e modificadas pela Dassault e por outras empresas. Algumas variantes receberam outros nomes.
O protótipo do Mirage III voou em 17 de novembro de 1956, e seu idealizador Marcel Dassault disse: “Será como uma visão no deserto: o inimigo o verá, mas jamais o tocará, justificando o nome poético escolhido para batizar o projeto: Mirage.
Especialistas apontam, a Guerra da Indochina – entre as décadas de quarenta e cinquenta – como a razão que levou o governo francês a voltar sua atenção à reconstrução da indústria aeronáutica, uma vez que a nação dependia totalmente dos seus aliados, principalmente dos Estados Unidos.
O parceiro do governo francês, para essa empreitada, foi Marcel Dassault. Nascido em 22 de janeiro de 1892, foi um dos pioneiros da aviação do começo do século XX. Engenheiro e construtor de aeronaves, atuou nas duas Grande Guerras. Foi capturado pela Gestapo em 1944 e quase não sobreviveu ao campo de Buchenwald. Com o fim do conflito retornou suas atividades assumindo como sobrenome a seu nome-código da Resistência: Dassault. Seu nome original era Marcel Bloch. Além disso, Dassault foi senador e deputado, editor e produtor de cinema. Morreu aos 94 anos em 1986.
A família Mirage
A família Mirage tem suas origens em uma série de estudos conduzidos pelo Ministério da Defesa francês, iniciado em 1952.
Naquela época, vários países se interessaram pelas perspectivas de um caça leve, motivado por experiências de combate adquiridas durante a Guerra da Coreia.
O precursor do Mirage III foi o bimotor experimental MD.550 Delta (mais tarde rebatizado Mirage I), que voou em 25 de junho de 1954, com design baseado no britânico Fairey Delta 2.
Dassault MD550 Mystère Delta
Depois que os testes revelaram que o Mirage I era muito pequeno, a Dassault decidiu produzir um sucessor, considerando a produção de uma versão ampliada, conhecida como Mirage II, que seria fornecida com um par de motores de turbojato Turbomeca Gabizo.
No entanto, o Mirage II acabou não sendo construído, pois foi escolhido um design ainda mais ambicioso, 30% mais pesado que o Mirage I original, propulsado pelo recém-desenvolvido motor turbojato Snecma Atar com pós-combustão, capaz de gerar até 43,2 kN (9.700) lbf) de empuxo.
O Atar era um projeto de turbojato de fluxo axial, derivado do motor BMW 003 da Segunda Guerra Mundial da Alemanha. O novo design de caça equipado com o Atar recebeu o nome de Mirage III.
O Mirage III incorporou vários novos princípios de design, como o conceito de regra de área transônica, em que as alterações na seção transversal da aeronave foram feitas o mais gradual possível, resultando na famosa configuração “cintura de vespa” de muitos caças supersônicos.
Durante o seu décimo voo, o avião uma velocidade de Mach 1.52.
O sucesso do protótipo Mirage III resultou em um pedido para 10 caças Mirage IIIA em pré-produção. Embora o tipo tenha sido inicialmente concebido como interceptador, o lote foi encomendado com a intenção de usá-los para desenvolver o tipo para funções adicionais.
O Mirage IIIA também foi equipado com um radar de interceptação a ar Cyrano Ibis, construído pela Thomson-CSF, aviônicos de padrão operacional e um paraquedas de arrasto para reduzir a distância de aterrissagem.
Sucesso de exportação
Os maiores clientes de exportação dos Mirage IIICs construídos na França foram Israel, sua principal variante é o Mirage IIICJ e a África do Sul, sendo a maior parte de sua frota o Mirage IIICZ.
Alguns clientes de exportação obtiveram o Mirage III com designações alteradas apenas para fornecer um código de país, como o Mirage IIIEA para Argentina e o Mirage IIIEBR/ IIIDBR para o Brasil.
Após o notável sucesso israelense com o Mirage IIIC contra as aeronaves soviéticas Mikoyan-Gurevich MiG-17 e MiG-21 a uma vitória formidável contra o Egito, a Jordânia e a Síria na Guerra dos Seis Dias de junho de 1967, a reputação do Mirage III foi bastante ampliada.
A imagem “comprovada em combate” e o baixo custo fizeram dele um sucesso popular de exportação. De acordo com um autor, um elemento-chave do sucesso de exportação do Mirage III foi o amplo apoio dado à Dassault pelo governo francês; o Estado frequentemente iniciava negociações sem envolver ou informar a Dassault até um estágio posterior.
Dassault Mirage IIIEBR da Força Aérea BrasileiraDassault Mirage IIIE da Força Aérea FrancesaCinco Dassault Mirage IIIE da Força Aérea Francesa em vooDassault Mirage III NGDassault Mirage III e Mirage IVDassault Mirage III e Mirage F1Linha de produção do Dassault Mirage F1Dassault Mirage III de IsraelDassault Mirage III da SuíçaDassault Mirage III da África do SulDassault Balzac V de decolagem e pouso verticalCaças Mirage e jatos executivos Falcon da Dassault
Dassault Super Mirage 4000 com camuflagem de deserto e configurado para missão de interceptação com 6 mísseis Matra Magic
Por Alexandre Galante
O Super Mirage 4000 nasceu como um empreendimento privado da Dassault, basicamente um Mirage 2000 bimotor ampliado com canards.
Seria um interceptador e um caça-bombardeiro da classe de 20 toneladas, muito capaz e com grande potencial no mercado internacional, mas que acabou não entrando em produção por causa do preço elevado.
Seu projeto recebeu influência do avião de ataque Mirage F2 cancelado. O projeto do Super Mirage 4000 recebeu fundos da Arábia Saudita, mas perdeu a concorrência para o F-15 Eagle e o Tornado.
O protótipo voou no dia 9 de março de 1979 e bateu a barreira do som atingindo Mach 1.2. Equipado com dois motores Snecma M.53, o Super Mirage 4000 atingiu Mach 2.2 facilmente no seu sexto voo, em abril de 1979.
Para ser mais leve, o avião foi construído com uso extensivo de fibra de carbono e boro. O controle de voo era fly-by-wire, como no Mirage 2000.
Comparável ao F-15 e ao Su-27
O Super Mirage 4000 era comparável em tamanhoe performance ao F-15 Eagle dos Estados Unidos e foi projetado para ser um interceptador de longo alcance e um caça-bombardeiro capaz.
Em autonomia e razão de subida do Super Mirage 4000 também era comparável ao Sukhoi Su-27 Flanker.
A capacidade de armas chegava a 8.000 kg e na função de interceptador podia levar até 14 mísseis ar-ar.
A Dassault esperava que o Armée de l´air comprasse o Super Mirage 4000 para substituir os bombardeiros Mirage IV, mas a encomenda não se materializou.
O único protótipo acabou sendo usado como demonstrador de tecnologia para o sistema de controle de voo do Rafale.
Super Mirage 4000 decolando para o primeiro vooSuper Mirage 4000 e Mirage 2000Super Mirage 4000 decolando para demonstraçãoSuper Mirage 4000 em aproximação para o pouso com os freios aerodinâmicos abertosSuper Mirage 4000 recolhendo o trens de pouso logo após a decolagemSuper Mirage 4000 e Mirage 2000Outro ângulo do Super Mirage 4000 configurado para missões ar-arSuper Mirage 4000 e o protótipo do RafaleSuper Mirage 4000 com dois tanques alijáveis sob as asasSuper Mirage 4000 configurado como caça-bombardeiroSuper Mirage 4000 e o protótipo do Rafale armados como mísseis ar-arSuper Mirage 4000 decola para demonstração com seus mísseis ar-arSuper Mirage 4000 decola para demonstração com armas ar-ar, ar-solo, casulos e tanques suplementares
A Coreia do Sul está próxima de conquistar mais um cliente de exportação para o seu jato de combate FA-50 Golden Eagle. Trata-se do Senegal, que vai levar quatro unidades por US$ 147 milhões.
Apesar de tanto o valor quanto o número de aeronaves serem pequenos, a nova exportação é um ânimo para a Korea Aerospace Industries (KAI), que pretende vender mil desses jatos. O principal cliente em potencial na África seria o Egito, com necessidade de pelo menos 100 unidades.
A venda do FA-50 para o Senegal também representou a vitória frente a outras propostas, como os L-39NG da República Tcheca, Tejas da Índia e JF-17 do Paquistão. A principal vantagem alegada para o FA-50 é poder facilmente ser utilizado como jato de treinamento avançado, superando tanto ofertas de treinadores especializados quanto de jatos de combate específicos.
FA-50 da Polônia Foto: KAI
Até agora, a maior venda do FA-50 foi para a Polônia, com 48 unidades. A compra foi uma vitória marcante para a KAI, pois o governo polonês havia anteriormente decidido pela compra do M-346, da Itália, que acabou descartado. O FA-50 também superou a oferta do Tejas e do L-15, da China, para a conquista de um contrato de 18 unidades para a Malásia.
Com motor General Eletric F404, o FA-50 chega a Mach 1.5. A suíte de armamentos inclui ainda um canhão 20mm, mísseis ar-ar AiM-9 Sidewinder e bombas guiadas JDAM. Destaca-se também a existência de datalink e suíte de guerra eletrônica.
Filipinas, Indonésia. Iraque, Polônia, Tailândia e a própria Coreia do Sul já adquiriram o jato, seja na versão de combate ou na treinamento avançado, designada T-50.
Desenvolvido inicialmente como um treinador, o FA-50 é oferecido como uma aeronave de combate “light”. Foto: KAI