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quinta-feira, 11 de julho de 2024

Por que essas aeronaves brasileiras queridas pelos viajantes dominam os voos de curta distância

 

A Embraer afirma que seu foco está na futura família Energia movida por métodos sustentáveis

*Aussiedlerbote, por John Stelmacher - 10/05/2024

A Embraer, fabricante brasileira de aeronaves conhecida por seus jatos de passageiros de fuselagem estreita, vem ganhando fama ultimamente. Está no caminho certo para abastecer toda a frota regional da American Airlines, e rumores sugerem que a empresa quer ir ainda mais longe. Uma reportagem recente do Wall Street Journal afirma que a Embraer está planejando criar um novo jato de fuselagem estreita que possa desafiar o Airbus A320neo e o Boeing 737 Max, que dominam o mercado global.

A Embraer negou estas alegações, mas é difícil ignorar o seu ressurgimento. Há apenas duas semanas, a Royal Jordanian Airlines recebeu seu 1.800º E-Jet, um E190-E2, tornando-o o jato de corredor único mais silencioso e com maior eficiência de combustível disponível. Então, no dia 7 de maio, a Scoot Airlines recebeu sua primeira aeronave Embraer, também um E190-E2. E nos EUA, onde a Boeing reinou suprema durante muito tempo, a Embraer tem causado agitação. Em 26 de março, a United anunciou planos para reformar seus aviões Embraer E175, aumentando o espaço de armazenamento em massivos 80%. A Skywest, maior operadora mundial de aeronaves E175 da Embraer, será a beneficiária dessas mudanças.

A American Airlines também está aderindo ao movimento da Embraer. Recentemente, adquiriu 90 aeronaves E175, o que significa que toda a sua frota regional será composta por aviões Embraer até o final da década. Durante teleconferência trimestral, o CEO Robert Isom elogiou a Embraer. “O resto da indústria pode aprender muito com eles”, disse ele, enquanto lançava alguma sombra à Boeing ao exigir: “Ajam juntos”.

Com a reputação da Boeing em declínio, os analistas acreditam que há uma oportunidade para outro player entrar em cena. “A porta está um pouco aberta para a substituição do Boeing 737”, diz Robert van der Linden, curador de transporte aéreo do Museu Nacional do Ar e do Espaço. No entanto, ele alerta que criar uma nova aeronave é um processo árduo e que a porta pode fechar novamente rapidamente.

Rodrigo Silva e Souza, vice-presidente de marketing da Embraer, está examinando possíveis opções, mas adverte: “Esse é o meu trabalho”. Silva reconhece que a Embraer tem conexões para ter sucesso no mercado de aviação. “Projetar, produzir e entregar produtos de alta qualidade e altamente confiáveis ​​está em nosso DNA”, diz ele.

Evento de lançamento do Embraer E190-E2 no Aeroporto Changi, em Cingapura, em 7 de maio. Ministro dos Transportes e Segundo Ministro das Finanças, Sr. Chee Hong Tat, e Diretor-Presidente da Scoot, Sr.

O histórico da Embraer demonstra que ela pode ter sucesso contra todas as probabilidades. Fundado em 1969 pelo governo brasileiro, seu primeiro sucesso foi o Bandeirante, aeronave biturboélice utilizada pelos militares. Entrou em serviço comercial em 1972 e foi comercializado para "empresas de transporte regional". A empresa foi privatizada em 1994 e abriu o capital em 2000. Nessa altura, observa van der Linden, já tinha feito nome nos EUA.

“Eles encontraram um nicho de mercado muito confortável para jatos regionais”, explica van der Linden. Ao evitar a concorrência direta com a Airbus e a Boeing, a Embraer conquistou um espaço para si mesma. Atende aviões que transportam entre 35 e 150 passageiros.

Mas para se tornar um dos “Três Grandes” do setor, a Embraer precisaria criar uma aeronave nova e maior para rivalizar com o 737MAX e o A320. No momento, os aviões da Embraer só podem transportar no máximo 146 passageiros. A empresa também precisaria aumentar significativamente a produção – seu total de 181 jatos em 2023, sendo 64 deles aeronaves comerciais, está muito longe das centenas de aviões que entregou nos anos anteriores à pandemia.

No entanto, van der Linden acredita que a Embraer tem potencial para chegar ao topo. “Eles já têm contatos e reputação”, diz ele.

Primeiro voo do Bandeirante

Por sua vez, Silva destaca que projetar uma aeronave leva pelo menos uma década. “Não é algo que você possa fazer rapidamente. É um processo longo”, diz ele. "Mas definitivamente há espaço no mercado."

No mercado regional, a Embraer enfrentou intensa concorrência da canadense Bombardier, que vendeu seu braço de produção comercial para a Airbus em 2020. A Embraer quase fez um acordo semelhante com a Boeing em 2019, já que a gigante norte-americana da aviação deveria possuir 80% da divisão comercial da Embraer, antes de desistir em 2020. Isso pode ser visto como um golpe de sorte para a Embraer.

Segundo Silva e Souza, a Airbus é hoje a principal rival da Embraer.

Como a Embraer conseguiu ter sucesso onde outras falharam? Van der Linden dá crédito à visão do Brasil. “O governo brasileiro tinha interesse em estabelecer a aviação e a fabricação aeroespacial desde a década de 1940”, disse ele. Esse apoio governamental permitiu à Embraer produzir aviões de alta qualidade desde o início, conquistando-lhes uma forte reputação.

Mario Overview, historiador aeronáutico da Sociedade Histórica da Aviação Latino-Americana, chama a Embraer de uma empresa “excepcional”. Ele atribui seu sucesso global a vários fatores, incluindo sua linha diversificada de produtos (a Embraer continua a fabricar aeronaves militares e jatos particulares), seus projetos, estratégia de exportação e cadeia de fornecimento de terceirização econômica. “Sua versatilidade lhes permitiu atender a uma ampla gama de clientes”, afirmou. No entanto, ele considera desafiar a Boeing uma tarefa difícil e duvida que a Embraer desenvolva um avião estreito maior.

O foco da Embraer em aviões de passageiros com menos de 200 passageiros – o maior deles, o E195, tem capacidade máxima de 146 assentos – os torna ideais para o mercado dos EUA, onde as principais companhias aéreas operam aviões pequenos em rotas regionais. Esses aviões também são usados ​​em regiões de menor tráfego na América Latina e na Europa, bem como em aeroportos desafiadores como London City, onde 85% das aeronaves são Embraer devido à sua pista curta e ângulo de aproximação íngreme.

A LOT Polish Airlines, maior cliente da Embraer com 43 das 75 aeronaves, desempenhou um papel significativo neste sucesso. “Essas aeronaves têm sido fundamentais em nossa estratégia de expansão de nossa rede”, disse Krzysztof Moczulski, porta-voz da LOT. “Eles nos permitem lançar novas rotas com confiança e atender destinos com demanda inicialmente menor. A confiabilidade, eficiência e apelo aos passageiros da frota da Embraer os tornam indispensáveis”.

Os passageiros também parecem gostar cada vez mais da Embraer. Koen Berghuis, editor-chefe do blog de viagens Paliparan, aprecia o ERJ-175 de 82 lugares da Embraer. "É muito agradável voar. Você tem muito espaço para as pernas e para os ombros, e algumas companhias aéreas têm assentos muito confortáveis", disse ele. O benefício da configuração 2-2 da Embraer também é apreciado por Berghuis, já que não há assentos intermediários. “Você não se sente em uma lata de sardinha, como no Boeing 737 MAX”, acrescentou.

Aeronave modelo 170 da Embraer

Paul Lucas, vlogger de viagens, também procura voos da Embraer. “É muito agradável voar – tem grandes janelas que permitem a entrada de muita luz na cabine”, diz ele. “Eles parecem jatos de linha principal por dentro, mas têm os benefícios operacionais de um jato regional. Eles deveriam obter mais reconhecimento por sua gama de E-jet”, observou ele.

No entanto, Lucas acredita que a origem brasileira da Embraer pode impedi-la de obter o mesmo nível de reconhecimento da Boeing ou da Airbus. "Nos EUA, a Boeing é uma empresa emblemática. Os americanos tinham orgulho dela até recentemente. E a Airbus é pan-europeia. Depois há a Embraer", observou.

Enquanto a Boeing enfrenta dificuldades, especula-se se a Embraer poderá se beneficiar. Silva e Souza classifica o foco atual da Embraer como “colheita” após “10-15 anos de desenvolvimento muito forte”. Ele vê potencial no mercado para aeronaves menores e sustentáveis, que poderiam ser mais adequadas para substituir viagens longas. Embora afirme que a empresa está se concentrando na “colheita”, ele também reconhece que estão considerando todas as opções.

Durante o Dubai Airshow, em novembro, Silva e Souza sugeriu que a Embraer estava avaliando mercados como o Oriente Médio, onde a Boeing e a Airbus dominam atualmente. Ele também deu a entender que a Embraer vê o “mercado intermediário” – definido como 100-150 assentos – como uma área de crescimento.

Você acha que o tamanho “médio” do Boeing MAX poderia ser um pouco maior? O MAX tem capacidade inicial de 172 assentos, o que não está muito longe dos 146 assentos do Embraer E2-195.

Os jatos da Embraer são reconhecidos por suas amplas janelas e pela ausência do desagradável assento no meio

Um concorrente potencial é o C919 da Comac, que atualmente só é certificado para operar na China. Silva e Souza acredita que os aviões chineses acabarão por chegar ao mercado global, mas alerta que isso pode demorar um pouco.

A Embraer não está ignorando a situação. "Conversamos com investidores. Continuamos a explorar: menores, maiores, comerciais, de defesa - para cada um, nos conectamos com parceiros para desenvolver o caso de negócios. No entanto, não nos concentramos especificamente no [rival MAX].

"Estamos confiantes em nossas habilidades. Mas é uma enorme diferença entre tomar decisões para situações atuais e para um produto que não será lançado nos próximos dez anos."

Se a Embraer decidir intervir, haverá todo um exército de apoiadores ansiosos para decolar.

Real Força Aérea da Holanda poderá ser a nova operadora do Embraer A-29N Super Tucano

 


Por LRCA Defense Consulting

Após Portugal ter confirmado que irá adquirir o Embraer A-29N Super Tucano para equipar sua Força Aérea, comenta-se nos meios especializados que a Real Força Aérea da Holanda seria o próximo cliente interessado na versão Otan da aeronave. O objetivo seria o de substituir seus 13 treinadores Pilatus PC-7, todos com mais de 36 anos de uso. Recorde-se que, em maio do ano passado, Bosco da Costa Junior, CEO da Embraer Defesa & Segurança havia colocado Portugal e Holanda como possíveis clientes.

Essa aquisição poderia fechar um "pacote C-390 e A-29N", onde a Real Força Aérea Holandesa teria aeronaves de transporte tático e de treinamento (além de ataque leve, reconhecimento/vigilância e antidrone) de um mesmo fabricante, facilitando enormemente a questão logística.

A se confirmarem as aquisições de Portugal e da Holanda, o A-29N teria portas abertas para os demais membros da Otan, especialmente aqueles que já adquiriram o C-390.

Corroborando essa possibilidade, em 30/11/2023, a Embraer e a Netherlands Industries for Defense & Security (NIDV) assinaram um Memorando de Entendimento (MoU) que passou a ser um "elemento-chave no relacionamento estratégico desenvolvido entre a Embraer e a Holanda e incluiu iniciativas já em curso, associadas ao C-390 Millennium e ao A-29 Super Tucano".

O Memorando de Entendimento com a NIDV somou-se às parcerias e aos relacionamentos estratégicos da Embraer no país. Além disso, o acordo estabeleceu uma estrutura conjunta destinada a explorar oportunidades futuras, alinhadas com as prioridades da Estratégia da Indústria de Defesa da Holanda.

Essas oportunidades poderiam incluir serviços e desenvolvimento de novas capacidades dentro dos projetos já existentes da Embraer, contribuindo ainda mais para a aplicação de conhecimento em defesa, tecnologias e capacidades industriais no país. Um dos principais objetivos foi reforçar a participação da indústria holandesa na cadeia de suprimentos do C-390.

“A colaboração com a Embraer é importante para a NIDV e seus membros. A Embraer é uma fabricante voltada para o futuro, com um forte foco em inovação e novas ideias para contribuir com a prontidão operacional de suas plataformas. Estou convencido de que a Embraer agrega valor à Base Industrial e Técnica de Defesa da Holanda”, afirmou Hans Huigen, Diretor do NIDV.

“Estamos satisfeitos em aprofundar a nossa parceria com a NIDV. Estamos confiantes de que as estratégias de colaboração deste MoU trarão mais valor ao ecossistema holandês de defesa e segurança, incluindo institutos de pesquisa e a comunidade empresarial em diferentes setores”, declarou Bosco da Costa Junior.

As contribuições da NIDV aprofundaram a colaboração da Embraer com a base técnica e industrial de defesa da Holanda, que por sua vez estão alinhadas com as diretrizes do Ministério da Economia e Política Climática do país. A parceria foca no desenvolvimento de soluções inovadoras em defesa e no apoio à plataforma multimissão C-390 Millennium. Este acordo está alinhado com vários outros Memorandos de Entendimento em vigor, envolvendo parceiros tecnológicos e industriais como Fokker Services Group e MultiSIM, e institutos de pesquisa como o Royal Dutch Aerospace Centre (Royal NLR) e a Netherlands Organization for Applied Scientific Research (TNO).

Desde 2005, a Embraer está inserida em diversos projetos de pesquisa e desenvolvimento na Europa, reunindo universidades e indústrias para desenvolver soluções tecnológicas e contribuir para acelerar a inovação na indústria aeroespacial. Para promover ainda mais essa missão, a Embraer-X, subsidiária de inovação disruptiva da Embraer, fortaleceu essa jornada colaborativa ao abrir um escritório no Aerospace Innovation Hub@TUD, no TU Delft Campus.

quarta-feira, 10 de julho de 2024

Aviões ex-Azul “salvam” a Helvetic enquanto jatos Embraer E2 estão parados com problema no motor

 

Divulgação

Apesar de já operar a série E2, a Helvetic Airways, companhia aérea com sede na Suíça, recebeu a entrega de seu primeiro E195-E1 no dia 5 de julho, aproximadamente três meses atrasado, com o objetivo de manter um tamanho estável de frota apesar dos problemas com motores Pratt & Whitney que afetam seus E2.

O avião HB-JVJ (msn 19000386) foi transferido do armazenamento no Aeroporto Regional de Macon, passando por Bangor e Reykjavik.

A aeronave ex-Azul Linhas Aéreas Brasileiras tem 13,7 anos de idade e está configurada para até 122 passageiros, sendo o primeiro dos quatro E195-E1 que a Helvetic Airways alugará da Azorra Aviation. Os outros três aviões regionais Embraer, também ex-estoque da Azul, permanecem em Macon e serão entregues nas próximas semanas.

Originalmente, a companhia aérea suíça esperava receber seu primeiro E195 no início do segundo trimestre de 2024. Atualmente, a companhia aérea regional suíça opera seis E190-E1, oito E190-E2 e quatro E195-E2. Quatro dos E190-E2s estão atualmente paralisados devido a problemas nos motores PW1900G.

A companhia informou em um comunicado à imprensa que tem como objetivo manter uma frota ativa de 16 aeronaves, com os quatro E195 compensando pelos E2 paralisados

de Aviação Naval Brasileira – 1916 a 2024

 No próximo dia 23 de agosto, a Aviação Naval da Marinha do Brasil estará completando um século de uma trajetória pautada pelo pioneirismo e repleta de fatos e personagens marcantes. Para celebrar a data, o Blog Aviação em Floripa produziu essa matéria especial, onde mostrou um pouco da sua história, das aeronaves utilizadas e dos Esquadrões e Organizações Militares ligadas a ela. Acima de tudo, é um tributo aos homens e mulheres que tanto no passado quanto no presente, voam e fazem voar as máquinas responsáveis por garantir do ar, a nossa soberania no mar. 


Os primórdios (1916-1941)

Eram decorridos quase dez anos que Alberto Santos Dumont havia alçado voo com seu 14 Bis no Campo de Bagatelle, em Paris, provando ao mundo que o sonho de voar por meios próprios e de maneira sustentada não era privilégio apenas dos pássaros. Na Europa, a Primeira Guerra Mundial estava em curso e o poder aéreo dava seus primeiros passos, mostrando aos estrategistas o valor do avião como arma de guerra. É neste cenário que em 23 de agosto de 1916, é criada a Escola de Aviação Naval (EAvN), situada na Ilha das Enxadas, na cidade do Rio de Janeiro.

Fotos da Escola de Aviação Naval (EAvN) em seus primeiros anos (Foto 1, SDM via Reservaer; Fotos 2 e 3, SDM via naval.com.br; Foto 4, Jorge Kfuri/Aviação Naval via naval.com.br)

Entretanto, pode-se dizer que o nascimento da Aviação Naval tem sua gênese cinco anos antes, através do interesse de visionários e entusiastas da aviação como o Primeiro-Tenente Jorge Henrique Möller.

Mesmo sem contar com Escolas de Aviação no Brasil, o jovem militar da Marinha seguiu para a Europa e obteve seu brevê (licença de voo) pela Escola de Pilotagem Farman, na França, em 29 de abril de 1911, tornando-se o primeiro aviador militar brasileiro.

Os passos seguintes seriam a implantação de uma Escola de Aviação em território brasileiro e a aquisição de aeronaves de instrução, porém, a falta de recursos e a eclosão da Primeira Guerra Mundial adiaram os planos dos responsáveis pela empreitada.

Primeiro-Tenente Jorge Henrique Möller, o primeiro aviador militar brasileiro. (Foto: Marinha do Brasil)Com as fabricantes europeias envolvidas integralmente no fornecimento de aviões para as nações em guerra, o foco voltou-se para os Estados Unidos. Em maio de 1916 fechou-se negócio com a Curtiss e assim a Aviação Naval ganhava as suas primeiras aeronaves, três aerobotes de instrução Curtiss Modelo F.

No mesmo ano, mais precisamente em 24 de outubro, formou-se a primeira turma de Aviadores Navais. No ano seguinte, o acirramento das tensões com o Império Alemão, inclusive com o afundamento de navios mercantes brasileiros, levou o país a declarar guerra às nações que compunham a aliança formada pelos Impérios Alemão e Austro-Húngaro.

Como consequência, uma série de medidas foram tomadas em favor dos Países Aliados, incluindo o envio de pilotos para treinamento militar nos Estados Unidos e Inglaterra. Ao retornarem ao Brasil, esses oficiais trouxeram além do treinamento e da experiência adquirida, novos conceitos, técnicas e táticas de emprego, ajudando a difundir a importância do avião nas operações navais. O número de aeronaves também teve um acréscimo significativo, passando a Aviação Naval a contar com quase 30 aviões em serviço ativo.

Curtiss Modelo F 1914, o primeiro avião da Aviação Naval brasileira. (Foto: ComForAerNav)Alguns momentos marcantes e aeronaves utilizadas pela Aviação Naval em sua fase inicial. (Fotos 1 e 2, SDM via naval.com.br; Fotos 3, 4, 5, 6, 7 , 8 e 9, Marinha do Brasil)

As próximas duas décadas presenciaram a consolidação da Aviação Naval como um elemento fundamental para a Esquadra e para o desenvolvimento do país.

Prova disso, foram os chamados “raids aéreos”, voos de longa distância entre vários pontos do território nacional e até mesmo a outros locais da América do Sul, provando o papel do avião como ferramenta de integração e lançando a semente do Correio Aéreo da Esquadra e mais tarde, em 1934, do Correio Aéreo Naval.

Durante este período, tanto os aviões da Aviação Naval quanto seus pares da Aviação Militar, pertencente ao Exército, tomaram parte em apoio ao Governo, contra várias revoltas e movimentos de insurreição espalhados pelo território nacional, tais como a Revolução de 30 e a Revolta Constitucionalista de 1932, entre outros, marcando seu batismo de fogo através do emprego em missões de reconhecimento, escolta e de ataque contra posições em terra.

Rotas operadas pelo Correio Aéreo da Marinha em 1939. (Marinha do Brasil via naval.com.br)

Nas décadas de 20 e 30 a Aviação Naval ampliou seus horizontes com a criação do Correio Aéreo da Esquadra e do Correio Aéreo Naval. Também teve seu batismo de fogo durante as Revoluções de 30 e Constitucionalista de 32. (Fotos 1, 3, 5 e 6, SDM via naval.com.br; Fotos 2, 4, 7, 8 e 9, Marinha do Brasil)

Com o aumento de aeronaves e a ampliação das tarefas ligadas à Aviação Naval, a Marinha viu a necessidade urgente de uma completa reestruturação do seu componente aéreo, a começar pelo seu outrora berço, a Escola de Aviação Naval, que foi realocada em área próxima, na Ponta do Galeão, na Ilha do Governador, em 1924.

Os voos de patrulhamento da costa durante a Primeira Guerra Mundial e os raids aéreos mostraram a necessidade de locais espalhados ao longo do litoral para servir como ponto de apoio. Assim foram ativados os Centros de Aviação Naval, inicialmente no Rio de Janeiro/RJ, em Santos/SP e Florianópolis/SC. Outro fato marcante foi a criação do Comando de Defesa Aérea do Litoral, na cidade do Rio de Janeiro/RJ, em 18 de novembro de 1922, mais tarde recebendo a denominação de Diretoria de Aeronáutica da Marinha (DAerM).

No início da década de 30, a Aviação Naval tem seu nome alterado para Corpo de Aviação da Marinha e uma nova distribuição territorial passou a ser planejada, compreendendo cinco setores: Norte, Nordeste, Centro, Sul e Sudoeste, com as respectivas sedes nas cidades de Belém/PA, Natal/RN, Rio de Janeiro/RJ, Florianópolis/SC e Ladário/MT.

A mudança da EAvN para a Ponta do Galão e a criação dos Centros de Aviação Naval marcaram a expansão da Aviação Naval, assim como a aquisição de novas aeronaves. (Fotos 1, 2, 5, 6 e 8, SDM via naval.com.br; Fotos 4 e 9, Marinha do Brasil via Giulliano B. Frassetto; Fotos 3 e 7, Marinha do Brasil)

Novas aeronaves também foram adquiridas nos Estados Unidos Unidos, Inglaterra e Itália, destacando-se os Fairey Gordon, Vought O2U-2A Corsair, Martin PM, Savoia-Marchetti SM-55, Boeing 256 e Waco CSO. Entretanto, em janeiro de 1941, é criado o Ministério da Aeronáutica e ficou decidido que a Aviação Naval (Marinha) e a Aviação Militar (Exército) seriam extintas e os meios aéreos e pessoal encampados pela nova arma aérea, denominada de Força Aérea Brasileira.

Encerra-se assim a primeira fase da Aviação Naval, porém, aqueles que lutaram pela sua implantação e consolidação, não abandonaram o legado deixado pelos seus antecessores, nem desistiram dos seus sonhos e da certeza da presença e importância de um componente aéreo próprio na projeção do poder naval, comprovado durante a Segunda Guerra Mundial, em inúmeras ações e batalhas. Passados pouco mais de dez anos, a necessidade latente e o aprimoramento de uma certa máquina voadora, viriam a equipar a Marinha com suas asas novamente.

O renascimento da Aviação Naval (1952-1965)

Durante o período em que permaneceu sem o seu componente aéreo, a Marinha nunca deixou de trabalhar para garantir o direito de voltar a operar suas próprias aeronaves. Conforme descrito no parágrafo anterior, a Segunda Guerra Mundial mostrou a importância da Aviação Naval como complemento e ampliação de poder dos meios navais.

As necessidades para a execução de tarefas próprias e inerentes à Marinha começaram a reverter essa situação e mesmo sem aeronaves, várias ações ganharam forma, sedimentando a base para seu retorno, entre elas, podemos citar a recriação da Diretoria de Aeronáutica da Marinha em 1952, a implantação do Centro de Instrução e Adestramento Aeronaval (CIAAN) em 1955 e do primeiro curso de Observador Aéreo Naval (OAN), especialidade criada para preparar Oficiais da Marinha para atuarem em aeronaves da FAB durante operações conjuntas.

Aviões operados pela Aviação Naval no início da sua Segunda Fase. (Fotos 1, 2, 6, 7, 8 e 9, Marinha do Brasil via Rogério Silva; Fotos 3 e 5, ComForAerNav; Foto 4, Mário R. V. Carneiro via naval.com.br)

Após a Segunda Guerra Mundial, o helicóptero desenvolveu-se rapidamente. A sua versatilidade de emprego e o fato de operar em pequenos espaços, fizeram dele um equipamento essencial em várias marinhas mundo afora.

Atenta aos avanços da aviação e buscando uma forma efetiva de reconquistar os meios aéreos, o curso de OAN foi direcionado especificamente para as asas rotativas, sendo parte dele cumprida no Brasil e outra nos Estados Unidos.

Mesmo com alguns atritos e enfrentando resistências, finalmente em 1956 é fechado o acordo para a compra do Navio Aeródromo HMS Vengeance (rebatizado de A-11 Minas Gerais) e logo em seguida, os primeiros helicópteros começaram a chegar, na forma dos britânicos Westland Widgeon e Whirlwind, além de alguns Bell 47 estadunidenses. A formação de pessoal para operá-los também seguia a pleno vapor, com turmas enviadas para cursos nos Estados Unidos e Inglaterra.

O Navio Aeródromo Ligeiro (NAeL) A-11 Minas Gerais, adquirido em 1956, permitiu à Aviação Naval ganhar experiência na operação embarcada com aeronaves, qualificando e treinando várias gerações de Aviadores Navais neste tipo de situação. (Fotos 1, 7 e 8, MB via naval.com.br; Fotos 2, 3 e 6, Marinha do Brasil; Foto 4, Verolme via defesaaereanaval.com.br, Foto 5, MB via podernaval.com.br; Foto 9, DoD Imagery via naval.com.br)Primeiros modelos de helicópteros utilizados pela Marinha do Brasil a partir de meados da década de 50. (Todas as fotos: ComForAerNav)

Em 1961 é ativada a primeira Unidade Aérea da Aviação Naval em sua nova fase, o Primeiro Esquadrão de Helicópteros de Emprego Geral (HU-1), abrigando todas as aeronaves adquiridas e ainda operacionais.

Embora a Marinha tivesse intenções em iniciar também a aquisição e o emprego com aeronaves de asa fixa, estas permaneceram sob uso exclusivo da Força Aérea Brasileira, inclusive nas operações a bordo do NAeL Minas Gerais, gerando discussões entre as duas forças.

Alguns exemplares de aviões de instrução Pilatus P.3 e North American T-28 chegaram a ser comprados e até mesmo um avião de projeto próprio chamado de Fragata, chegou à fase de protótipo, entretanto, com o objetivo de interromper os constantes desentendimentos entre FAB e Marinha, em 1965, o Presidente Humberto de Alencar Castelo Branco determinou que à Marinha caberia apenas a operação de helicópteros.

As aeronaves de asa fixa passaram para o inventário da FAB, que as operariam a bordo do Minas Gerais e, em contrapartida, a FAB repassou seus helicópteros navais para a Marinha. Esta situação de divisão de responsabilidades e de operação permaneceu inalterada nas próximas três décadas.

Rotores em ação sobre o mar (1965-1998)

Neste período, também chamado de Terceira Fase da Aviação Naval, novos meios aéreos foram incorporados e novas Unidades Aéreas foram criadas, tornando a Aviação Naval da Marinha do Brasil, uma das mais respeitadas e capazes do planeta.

Em 1966 é ativada a Base Aérea Naval de São Pedro da Aldeia (BAeNSPA), localizada no município de mesmo nome, situado no norte do Estado do Rio de Janeiro, passando a concentrar toda a estrutura de instrução e operacional da Aviação Naval.

Durante este tempo a força se profissionalizou, incorporou novas tecnologias, participou de inúmeros exercícios e operações em conjunto com a Esquadra e com Marinhas amigas, adquiriu experiência e pacientemente aguardou pelo retorno de seu antigo anseio, perdido desde 1941.

Com a criação da Base Aérea Naval de São Pedro da Aldeia, a Aviação Naval ganha um espaço adequado para seus Esquadrões e atividades. (Foto 1, ComForAerNav; Fotos 2, 3 e 4, Marinha do Brasil via naval.com.br)

A Aviação Naval hoje (1998-atual)

Finalmente em 1998, o Presidente Fernando Henrique Cardoso assinou um decreto permitindo que a Aviação Naval voltasse a operar suas próprias aeronaves de asa fixa.

Prevendo tal possibilidade e em busca no mercado de um avião capaz de operar embarcado, a Marinha fechou acordo para a compra de um lote de 23 jatos de ataque McDonnell Douglas A-4KU, tornando-se o primeiro avião operacional da Aviação Naval desde sua extinção, em 1941. Com este fato histórico e marcante, tem início a Quarta e atual fase da Aviação Naval.

Navio Aeródromo A-12 São Paulo, Nau Capitânia da Esquadra e principal base de operações da Aviação Naval no mar. (Foto: ComForAerNav)Localização das Unidades da Aviação Naval espalhadas pelo território nacional. (Fonte: naval.com.br)Tipos operados atualmente pela Aviação Naval. (Fonte: Marinha do Brasil)Com a missão de assegurar o apoio aéreo adequado ás Operações Navais, a fim de contribuir para a condição de pleno e pronto emprego do Poder Naval onde e quando for necessário, a Aviação Naval Brasileira hoje conta, além das Organizações Militares Administrativas e de Apoio, com nove Esquadrões Operacionais sendo três Distritais. Conheça abaixo mais detalhes desta estrutura:

Diretoria de Aeronáutica da Marinha (DAerM)

Brasão da DAerMA Diretoria de Aeronáutica da Marinha (DAerM), com sede na cidade do Rio de Janeiro/RJ, foi criada pelo Decreto n° 15.847, de 18 de Novembro de 1922, com a denominação de Comando da Defesa Aérea do Litoral, tendo recebido a denominação atual pelo Decreto n° 16.237, de 5 de Dezembro de 1923.

Foi posteriormente reorganizada pela Lei n° 1.658, de 4 de Agosto de 1952 e suas atividades foram inicialmente regulamentadas pelo Decreto n° 36.327, de 15 de Outubro de 1954. Tem como missão principal, realizar as atividades normativas, técnicas e gerenciais relacionadas com a Aviação Naval.

Força Aeronaval (ForAerNav)

Brasão da Força AeronavalA história da Força Aeronaval confunde-se com a própria Aviação Naval, uma vez que é ela que congrega o braço operacional, composto pelas Unidades Aéreas e pelas Organizações Militares que as apóiam.

Tem como missão, proporcionar o apoio aéreo adequado aos Comandos Operativos no desempenho de suas tarefas, a fim de contribuir para a realização de operações navais e operações terrestres de caráter naval. Para cumpri-la, conta com as seguintes Organizações Administrativas e de Apoio:

Base Aérea Naval de São Pedro da Aldeia (BAeNSPA)

Brasão da Base Aérea Naval de São Pedro da AldeiaCriada em 1966 e localizada na cidade de São Pedro da Aldeia, Estado do Rio de Janeiro, a BAeNSPA é a única Base Aérea Naval da Marinha do Brasil.

Tem como missão, realizar as atividades administrativas, científicas, técnicas, industriais e tecnológicas relacionadas à manutenção de aeronaves, equipamentos e componentes de aviação, controle do tráfego aéreo e prover apoio às Organizações Militares do Complexo Aeronaval, na área de logística e às atividades aéreas, a fim de contribuir para a pronta resposta dos meios aéreos destinados ao emprego nas tarefas do Poder Naval.

Dentre as suas inúmeras tarefas, destacam-se, o provimento de todas as facilidades às Unidades Aéreas e ao Centro de Instrução e Adestramento Aeronaval (CIAAN); a execução dos serviços de manutenção e reparos de 2º e 3º escalões nas aeronaves e equipamentos de aviação da Marinha do Brasil; a prestação de apoio aos funcionários civis e militares lotados no Complexo Aeronaval, inclusive seus dependentes, quanto ao pagamento, rancho, assistência social, jurídica, religiosa, médica e de saúde.

A BAeNSPA também é um órgão de execução e fiscalização do Serviço Militar e ainda dispõe de um aeródromo militar que, por força da legislação em vigor, funciona como alternativa para o tráfego da área do Rio de Janeiro.

Centro de Instrução e Adestramento Aeronaval (CIAAN)

Brasão do Centro de Instrução e Adestramento AeronavalO Centro de Instrução e Adestramento Aeronaval (CIAAN) está localizado nas dependências da BAeNSPA e foi criado pelo Decreto nº 37.398, de 27 de maio de 1955.

Sua missão é ministrar cursos de Especialização, Subespecialização e Aperfeiçoamento de Aviação para Oficiais e Praças, bem como adestrar o pessoal para a operação dos meios aéreos da Marinha, a fim de capacitá-los para o desempenho das atividades relacionadas com as operações aeronavais a bordo e em terra.

Em dezembro de 2009, teve seu nome alterado para Centro de Instrução e Adestramento Aeronaval Almirante José Maria do Amaral Oliveira.

Centro de Intendência da Marinha em São Pedro da Aldeia (CeIMSPA)

Originário do Depósito Secundário da Base Aérea Naval de São Pedro da Aldeia, criado em maio de 1966, para estocagem e fornecimento de material de diversas categorias (principalmente sobressalentes de aviação), o então Depósito Naval de São Pedro da Aldeia (DepNavSPA) foi instituído pela Portaria nº 0285, de maio de 1995 e ativado em 14 de dezembro do mesmo ano.

A alteração de denominação do DepNavSPA para Centro de Intendência da Marinha em São Pedro da Aldeia (CeIMSPA) ocorreu por meio da Portaria nº 121/MB, de 11 de abril de 2011, passando a ter o propósito de contribuir para a prontidão dos meios navais, aeronavais e de fuzileiros navais, sediados ou em trânsito, bem como dos estabelecimentos de terra apoiados.

Sob o lema: “ABASTECER E APOIAR EM QUALQUER MOMENTO E LUGAR”, o CeIMSPA desempenha papel importante no provimento da logística necessária à condução das atividades das Organizações Militares situadas no Complexo Aeronaval de São Pedro da Aldeia, sejam elas operativas ou administrativas.

Policlínica Naval de São Pedro da Aldeia (PNSPA)

A Policlínica Naval de São Pedro da Aldeia, PNSPA foi criada pela Portaria Ministerial nº 117, de 28 de abril de 1999 e ativada em 27/01/2000 e tem a missão de Prover o atendimento de saúde, nas ações de medicina operativa e pericial, a fim de contribuir para a eficácia do Sistema de Saúde da Marinha, na área de abrangência do Comando da Força Aeronaval.

Passamos agora a mostrar aos nossos leitores, a atual estrutura operacional da Força Aeronaval, composta pelos cinco Esquadrões de asas rotativas e um de asa fixa, todos tendo como sede a Base Aérea Naval de São Pedro da Aldeia (BAeNSPA), além dos três Esquadrões Distritais, também equipados com helicópteros e subordinados administrativamente aos Quinto, Sexto e Nono Distritos Navais (DN), respectivamente localizados em Rio Grande/RS, Ladário/MS e Manaus/AM.

Primeiro Esquadrão de Helicópteros de Emprego Geral (HU-1)

Emblema e BrasãoPrimeira Unidade Aérea operacional da Marinha do Brasil, foi criado em 1961 e, desde a sua ativação, vem participando de quase todas as operações aeronavais e situações que exigem a atuação de helicópteros da Marinha.

Tem como missão, prover meios aéreos em apoio às unidades de superfície e de tropa e às demais Organizações Militares da MB, a fim de contribuir para o cumprimento de suas missões operativas e atividades administrativas.

Alguns dos modelos de helicópteros operados pela HU-1 ao longo de sua história. (Fotos 1, 3, 4, 5 e 6, ComForAerNav; Foto 2, Museu Aerospacial via naval.com.br; Foto 7, Francisco C. P. Neto via naval.com.br; Foto 8, SDGM via naval.com.br; Foto 9, Marinha do Brasil)

A sua primeira sede foi na cidade do Rio de Janeiro, nas antigas instalações do Centro de Instrução e Adestramento Aeronaval. Em 1965 transferiu-se para a Base Aérea Naval de São Pedro da Aldeia (BAeNSPA), onde está atualmente.

Inicialmente o Esquadrão utilizou os helicópteros Westland Whirlwind (S-55) que pertenceram ao Destacamento de Helicópteros do NAeL Minas Gerais e dois Widgeon, empregando depois o Westland Wasp, Fairchild Hiller e Bell Jet Ranger.

Na atualidade o Esquadrão HU-1 executa suas variadas missões com as versões monomotor (UH-12) e bimotor (UH-13) do Helibras Esquilo. (Fotos 1, 2, 3, 4 e 7, HU-1; Fotos 5 e 6, ComForAerNav; Foto 8, G. Poggio via naval.com.br; Foto 9, Marinha do Brasil via naval.com.br)Uma das atribuições mais importantes do Esquadrão HU-1 é o apoio ao Programa Antártico Brasileiro - PROANTAR. (Foto 1, Marinha do Brasil; Fotos 2, 7 e 8, HU-1; Foto 3, Marinha do Brasil via naval.com.br; Fotos 4 e 6, ComForAerNav; Foto 5, HU-1 via naval.com.br)

Dispõe atualmente de helicópteros Esquilo Monomotor (UH-12) e Esquilo Bi-Turbina (UH-13), para emprego em missões de Ligação e Observação, Esclarecimento, Lançamento de Pára-quedistas e de Mergulhadores de Combate, Transporte de Tropa, Serviços Hidrográficos, Guarda de aeronaves no NAe São Paulo, Busca e Salvamento (SAR), Missões Humanitárias, Apoio às atividades na Antártica e muitas outras, razão pela qual seu lema traz a expressão em latim “IN OMNIA PARATUS”, ou seja, “Preparado para Tudo”.

Segundo Esquadrão de Helicópteros de Emprego Geral (HU-2)

Emblema e BrasãoO Segundo Esquadrão de Helicópteros de Emprego Geral (HU-2), também conhecido como Esquadrão Pegasus, foi criado pelo Decreto nº 93.274, em 18 de setembro de 1986 e ativado em 25 de fevereiro de 1988, com sede na Base Aérea Naval de São Pedro da Aldeia (BAeNSPA) e tem a missão de aprestar os meios para o cumprimento das tarefas que lhe são inerentes no âmbito das Operações Navais, a fim de contribuir para o preparo e aplicação do Poder Naval.

Aeronave UH-14 Super Puma/Cougar. (Todas as fotos: Marinha do Brasil)

O Esquadrão HU-2 desde sua criação utiliza os helicópteros Eurocopter UH-14 Super Puma e Cougar, estando capacitado para as mais diversas missões, principalmente o Transporte de cargas e de tropa, Esclarecimento Aéreo, Lançamento de Pára-quedistas e de Mergulhadores de Combate, Guarda de aeronaves no NAe São Paulo, Busca e Salvamento (SAR), Evacuação Aeromédica (EVAM) e Transporte VIP.

Sua versatilidade, força, robustez e segurança originaram o apelido de Pegasus, o cavalo alado da mitologia, sendo adotado como símbolo do Esquadrão HU-2.

Aeronave UH-15 Super Cougar. (Todas as fotos: Marinha do Brasil)

Como parte do Programa H-XBR, a Marinha do Brasil recebeu no final de 2010 o primeiro Helibras (Eurocopter) EC725 Super Cougar.

Equipados com dois motores Turbomeca Makila 2A1 com 2.415 shp de potência cada, torretas FLIR (Forward Looking Infra-Red) e modernos sistemas de navegação, os EC725 receberam a designação UH-15 e UH-15A mas mantiveram o nome Super Cougar, devendo substituir gradativamente os UH-14 Cougar e Super Puma.

Primeiro Esquadrão de Helicópteros de Instrução (HI-1)

Emblema e BrasãoO Esquadrão HI-1 foi criado pelo Aviso nº 0284, de 22 de fevereiro de 1961 e ativado em 27 de junho de 1962. Sua missão principal é realizar a parte prática de voo do Curso de Aperfeiçoamento de Aviação para Oficiais, a fim de complementar o ensino teórico ministrado no Centro de Instrução e Adestramento Aeronaval (CIAAN) na formação de Oficiais Aviadores Navais.

No início, o HI-1 contava com apenas dois helicópteros Bell 47 e seis Hughes 200, adquiridos nos Estados Unidos, estando subordinado ao CIAAN, na cidade do Rio de Janeiro. Em 1961 o HI-1 foi transferido para a cidade de São Pedro da Aldeia, deixando de ser subordinado àquele Centro de Instrução, que ficou responsável apenas pela formação acadêmica dos aviadores.

hi-1

Em 1963 o HI-1 começou a receber os helicópteros Hughes 269A para substituir na instrução de voo os antigos Bell 47 e Hughes 200.

Em 1974 começaram a chegar os Bell 206B Jet Ranger II, mais modernos e apropriados para a realização de manobras primárias de instrução de voo em aeronaves de asas rotativas.

Fiel ao lema “NÓS ENSINAMOS AOS HOMENS O QUE DEUS LEGOU APENAS AOS PÁSSAROS”, o Esquadrão Garça, como também é conhecido, além de Oficiais da Marinha do Brasil, já brevetou dezenas de oficiais de outras Marinhas do continente sul-americano e também do Exército Brasileiro, sendo responsável pela formação da primeira turma de aviadores do EB em 22 de maio de 1987, além de preparar o seu pessoal para a manutenção de suas aeronaves.

ih-6

O HI-1 emprega atualmente os helicópteros Bell Jet Ranger III (IH-6B), aeronave extremamente versátil, podendo ser armada com metralhadoras e foguetes e também utilizar um gancho para transporte de carga externa e um guincho para recolher ou arriar pequenas cargas.

Primeiro Esquadrão de Helicópteros de Esclarecimento e Ataque (HA-1)

Emblema e BrasãoO Primeiro Esquadrão de Helicópteros de Esclarecimento e Ataque Antissubmarino foi criado no dia 15 de maio de 1978, pelo decreto nº 81.660 e ativado em 17 de janeiro de 1979, com a missão de prover os meios aéreos do sistema de armas das Fragatas classe Niterói, a fim de ampliar as possibilidades dos sensores de bordo, assim como a capacidade de reação destes navios.

Ao Esquadrão Lince, como também é chamado, cabe as missões de Esclarecimento, Acompanhamento e Ataque a alvos de superfície, Designação de alvos além do horizonte (OTHT), Ataques vetorados a alvos submarinos e ações de guerra eletrônica.

Westland Lynx Mk.21 - SAH-11. (Fotos 1, 3, 4 e 8, Westland/Agusta via alide.com.br; Foto 2, Marinha do Brasil; Foto 5, G. Poggio via naval.com.br; Foto 6, Chris Cornwall; Foto 7, NTG Pictures; Foto 9, Jackson Flores Jr. via naval.com.br)

As aeronaves do Esquadrão HA-1 podem ser empregadas ainda em várias tarefas secundárias, tais como: Evacuação Aeromédica, Busca e Salvamento (SAR), Missões Humanitárias, Transporte de tropa, Levantamento fotográfico, Espotagem de tiro de superfície, Recolhimento de drones aéreos e torpedos, Apoio à varredura e caça de minas e Operações Especiais.

Inicialmente equipado com nove aeronaves Westland Lynx (SAH-11), em 1995, a Marinha do Brasil substituiu as antigas aeronaves pelo modelo Westland AH-11A Super Lynx, muito mais capaz.

Nove aeronaves novas de fábrica foram adquiridas, recebendo as matrículas N-4001 a N-4009 e as cinco remanescentes do lote inicial foram convertidas ao novo padrão (N-4010 a N-4014).

Aeronave Westland AH-11A Super Lynx, operada atualmente pelo Esquadrão HA-1. (Todas as fotos: Marinha do Brasil)

Com a chegada do novo vetor, a missão do Esquadrão foi ampliada para atender a todos os meios de superfície com plataforma de pouso da Esquadra. Em função disso e também pela versatilidade demonstrada pela aeronave ao longo de vários anos de operação, o Esquadrão Lince, em 20 de agosto de 1997, teve o seu leque de missões ampliado e alterada a sua denominação para Primeiro Esquadrão de Helicópteros de Esclarecimento e Ataque. O lema da Unidade Aérea vem da frase em latim “INVENERE HOSTEM ET DELERE”, que significa, “Detectar o inimigo e destruí-lo”.

Primeiro Esquadrão de Helicópteros Antissubmarino (HS-1)

Emblema e BrasãoO Primeiro Esquadrão de Helicópteros Antissubmarino foi criado através do Decreto nº 55.627 de 26 de janeiro de 1965, o mesmo que restringiu à Marinha a utilização apenas de aeronaves de asas rotativas.

Inicialmente alocado na Base Aérea de Santa Cruz/RJ, o HS-1 foi posteriormente transferido para a Base Aérea Naval de São Pedro da Aldeia (BAeNSPA).

Aeronaves operadas pelo HS-1 ao longo de sua história (Foto 1, ComForAerNav via naval.com.br; Fotos 2, 3, 4, 5, 8 e 9, Marinha do Brasil; Fotos: 6 e 7, SDGM via naval.com.br)

As primeiras aeronaves do HS-1 foram quatro helicópteros Sikorsky SH-34J Sea Horse, que pertenciam ao Segundo Esquadrão do Primeiro Grupo de Aviação Embarcado (2º/1º GAE) da FAB.

No dia 28 de abril de 1970, a Marinha recebeu quatro Sikorsky SH-3D Sea King, anteriormente utilizados pela U.S. Navy e matriculados como N-3007, N-3008, N-3009 e N-3010, passando a operar no NAeL Minas Gerais no mesmo ano.

Nos anos seguintes, chegaram o N-3011 e o N-3012. Em 1984, a Marinha recebeu mais quatro Sea King fabricados pela empresa italiana Agusta, os quais foram denominados SH-3A, recebendo as matrículas N-3013, N-3014, N-3015 e N-3016. Em 15 de janeiro de 1987, os SH-3D remanescentes do lote original foram enviados para a Itália e modernizados pela Agusta, retornando ao HS-1 em maio de 1988.

Essas aeronaves receberam melhoramentos que possibilitaram o uso de mísseis AM-39 Exocet e passaram a ser designadas SH-3A. Em 13 de maio de 1996, a Marinha recebeu mais seis aeronaves Sikorsky SH-3 Sea King, também ex-U.S. NAVY. Portavam as matrículas N-3017, N-3018, N-3019, N-3029, N-3030 e N-3031 e passaram a ser denominadas SH-3B.

Com a chegada dos MH-16 SeaHawk, os Sea King foram retirados de serviço. O exemplar encontra-se preservado no Museu da Aviação Naval, no interior da BAeNSPA.

Para substituir os veteranos Sea King, então com mais de 40 anos de excelentes serviços prestados, em 2012 a Marinha recebeu os dois primeiros helicópteros Sikorsky S-70B Seahawk, novos de fábrica e denominados MH-16 Seahawk.

Com a incorporação ao HS-1 no dia 23 de agosto, os SH-3A e SH-3B começaram a ser desativados. O MH-16 Seahawk operado pelo HS-1 é uma versão do MH-60R da U.S. NAVY, modificada para realizar tarefas de detecção, localização, acompanhamento, identificação e ataque a alvos de superfície (ASuW) e submarinos (ASW).

Também realiza tarefas secundárias, tais como: Evacuação Aeromédica (EVAM), Busca e Salvamento (SAR), Transporte aéreo logístico, Lançamento de Pára-quedistas, Infiltração e Exfiltração de Fuzileiros Navais e Mergulhadores de Combate. Seus equipamentos de missão, aviônicos e sensores são de última geração e podem ser armados com Metralhadoras Laterais, Torpedos Anti-Submarino e Mísseis Anti-Navio.

MH-16 SeaHawk. (Todas as fotos: Marinha do Brasil)

A ingrata missão do Esquadrão, prover os meios necessários para detectar, localizar, acompanhar e atacar submarinos e alvos de superfície, a fim de contribuir para a proteção de nossas Forças Navais (muitas vezes comparada com a tarefa de procurar uma agulha num palheiro), está estampada no lema da Unidade Aérea: “AD ASTRA PER ASPERA”, uma expressão em latim que significa “É árduo o caminho para as estrelas”.

Primeiro Esquadrão de Aviões de Interceptação e Ataque (VF-1)

Emblema e BrasãoO Primeiro Esquadrão de Aviões de Interceptação e Ataque foi criado em 02 de outubro de 1998, sendo a primeira Unidade Aérea da Marinha do Brasil a operar aeronaves para a interceptação de alvos aéreos e ataque a alvos na superfície.

Para acomodar as aeronaves, pessoal e toda a estrutura relacionada à operação do jato, a Base Aérea Naval de São Pedro da Aldeia (BAeNSPA) ganhou novos hangares e instalações.

A missão do Esquadrão Falcão, como é conhecido, é executar a defesa aérea da Força Naval e garantir a superioridade aérea necessária à aplicação do Poder Naval onde e quando este se fizer necessário.

McDonnell Douglas AF-1/AF-1A Skyhawk (Todas as fotos: Marinha do Brasil)

O Esquadrão VF-1 está equipado com os famosos e veteranos jatos de ataque McDonnell Douglas A-4KU e TA-4KU Skyhawk, designados na Marinha do Brasil como AF-1 e AF-1A Falcão. Um lote de vinte e três aeronaves foi comprado do Kuwait em 1998, sendo vinte monopostos e três bipostos. As aeronaves chegaram ao Brasil no dia 05 de setembro do mesmo ano.

Uma parte dos aviões está sendo modernizada pela Embraer, recebendo modernos radares ELTA 2032, HUD (Head Up Display), painel de instrumentos com dois CMFD (Color Multi-Function Display), HOTAS (Hand On Throttle and Stick), computadores de bordo para cálculos de navegação e balística, OBOGS (On Board Oxygen Generation System), novos sistemas de geração de energia, novos rádios com sistema data-link, RWR (Radar Warning Receiver) e sistemas inerciais, além de completa revisão nos motores e sistemas associados.

12 aviões do Esquadrão VF-1 (9 monopostos e 3 bipostos) estão sendo modernizados pela Embraer. Na foto, o primeiro entregue à Marinha e que infelizmente foi perdido em um acidente no litoral fluminense, no mês passado.

O programa prevê a revitalização e a modernização de doze aeronaves, sendo nove AF-1 monopostos e três AF-1A bipostos. A primeira aeronave, designada como AF-1B, foi entregue no dia 26 de maio de 2015.

Terceiro Esquadrão de Helicópteros de Emprego Geral (HU-3)

Brasão do HU-3O 3º Esquadrão de Helicópteros de Emprego Geral, também chamado de Esquadrão Tucano, foi criado pela Portaria Ministerial nº 0054 de 31 de janeiro de 1994 e ativado no dia 14 de abril do mesmo ano, tendo suas origens no Destacamento Aéreo Embarcado da Flotilha do Amazonas (DAE-FlotAM), criado em 1979, na cidade de Manaus/AM.

A Unidade Aérea iniciou suas atividades operando com helicópteros Bell UH-6 Jet Ranger II e atualmente emprega em suas missões, o Helibras UH-12 Esquilo.

O Esquadrão Tucano apóia prioritariamente os navios da Flotilha do Amazonas, participando de operações ribeirinhas e patrulhas fluviais, realizando missões de Busca e Salvamento (SAR), Esclarecimento visual, Transporte de tropa, Evacuação Aeromédica (EVAM), Ligação e Observação, Apoio logístico, Apoio às Operações Especiais, Reconhecimento armado e Ataque aéreo.

O HU-3 emprega em suas missões, aeronaves UH-12 Esquilo. (Foto 1, MB/CC Heluy via defesaaereanaval.com.br; Fotos 2, 3, 7 e 9, MB via naval.com.br; Foto 4, João V. B. da Silva via spotter.com.br; Foto 5, MB via defesaaereanaval.com.br; Foto 6, Ruy B. Sobrinho via spotter.com.br; Foto 8, André dos Santos Orrico via spotter.com.br)

Sua missão é prover meios aéreos em apoio às unidades de superfície e de tropa e às demais Organizações Militares da Marinha do Brasil, a fim de contribuir para a aplicação do Poder Naval na área do Comando do Nono Distrito Naval (9º DN) e seu lema é: “SOBRE RIO, SELVA E MAR… TUCANO!”.

Quarto Esquadrão de Helicópteros de Emprego Geral (HU-4)

Brasão do HU-4O 4º Esquadrão de Helicópteros de Emprego Geral, Esquadrão Gavião, foi criado pela Portaria Ministerial nº 0292 de 16 de maio de 1995, tendo suas origens no Primeiro Destacamento Aéreo Embarcado (DAE) situado na Base Fluvial de Ladário, nas margens do Rio Paraguai, no Mato Grosso do Sul.

O Esquadrão Gavião utiliza os helicópteros UH-12 Esquilo, apoiando prioritariamente os navios da Flotilha de Mato Grosso e o Grupamento de Fuzileiros Navais de Ladário (GptFNLa), participando de operações ribeirinhas e patrulhas fluviais, realizando missões de Busca e Salvamento (SAR), Esclarecimento visual, Transporte de tropa, Evacuação Aeromédica (EVAM), Ligação e Observação, Apoio Logístico, Apoio às Operações Especiais, Reconhecimento armado e Ataque aéreo.

O HU-4 opera atualmente com aeronaves UH-12 Esquilo. (Foto 1, Hamana T. Rodrigues via spotter.com.br; Foto 2, MB via defesanet.com.br; Fotos 3 e 6, MB via defesaaereanaval.com.br; Foto 4, MB via perolanews.com.br; Fotos 5 e 7, Luciano Porto via spotter.com.br; Foto 8, MB via assuntosmilitares.jor.br; Foto 9, MB via armamentoedefesa.blogspot.com.br)

Sua missão é prover os meios aéreos em apoio às unidades de superfície e de tropa e, secundariamente às demais Organizações Militares da Marinha, a fim de contribuir para aplicação do Poder Naval na área de atuação do Comando do Sexto Distrito Naval (6º DN) e seu lema é: “GAVIÃO, AS ASAS DA MARINHA NO PANTANAL”.

Quinto Esquadrão de Helicópteros de Emprego Geral (HU-5)

Brasão do HU-5O 5º Esquadrão de Helicópteros de Emprego Geral (HU-5), também chamado de Esquadrão Albatroz, foi ativado no dia 25 de junho de 1998, nas antigas instalações da Base de Aviação Naval do Rio Grande, na Ilha do Terrapleno de Leste na Lagoa dos Patos, Rio Grande do Sul.

O Esquadrão Albatroz utiliza os helicópteros Helibras UH-12 Esquilo fabricados no Brasil, realizando operações ribeirinhas e patrulhas fluviais, realizando missões de Busca e Salvamento (SAR), Esclarecimento visual, Transporte de tropa, Evacuação Aeromédica (EVAM), Ligação e Observação, Apoio logístico, Apoio às operações especiais, Reconhecimento armado e Ataque aéreo.

O Esquadrão HU-5 utiliza em suas missões, o UH-12 Esquilo. (Fotos 1, 4 e 6, MB via defesaaereanaval.com.br; Foto 2, MB via naval.com.br; Foto 3, Marinha do Brasil; Fotos 5, 7 e 9, blog Aviação em Floripa; Foto 8, Jones C. Dalazen)

Sua missão é prover os meios aéreos em apoio às unidades de superfície e de tropa e, secundariamente às demais Organizações Militares da Marinha, a fim de contribuir para aplicação do Poder Naval na área de atuação do Comando do Quinto Distrito Naval (5º DN) e seu lema é: “ALBATROZ, AS ASAS DA MARINHA NO SUL”.

As aeronaves do HU-5 levam na carenagem do motor, um emblema circular com um albatroz sobreposto aos três Estados do Sul do Brasil, área de atuação da Unidade Aérea.

O futuro

Para ser capaz de cumprir com eficiência as suas missões constitucionais e manter-se atualizada frente aos constantes avanços da moderna guerra aérea e naval, uma arena que está sempre no limiar do desenvolvimento tecnológico, a Aviação Naval brasileira, assim como os outros setores ligados à Defesa Nacional, passa por um cenário orçamentário extremamente adverso. Sendo assim, vem procurando otimizar recursos, priorizando a ponta de lança, capitaneada pela formação, treinamento e aquisição e/ou modernização de seus vetores.

A incorporação dos novos MH-16 SeaHawk pelo Esquadrão HS-1 e Super Cougar pelo Esquadrão HU-2, além da modernização dos AF-1/AF-1A pertencentes ao Esquadrão VF-1, certamente elevarão a sua capacidade operacional. Em breve os veteranos UH-12/UH-13 Esquilo, que formam a linha de frente dos Esquadrões de Emprego Geral, assim como as aeronaves Jet Ranger utilizadas na instrução dos futuros Aviadores Navais precisarão ser substituídas por vetores mais modernos. A aquisição dos oito Grumman C-1 Trader dos estoques da U.S. Navy e a sua adaptação para as versões de Alerta Aéreo Antecipado (AEW), Reabastecimento em Voo (REVO) e Emprego Geral Embarcado (COD) trarão novas capacidades à Aviação Naval.

No campo dos projetos e demandas futuras, vislumbra-se para os anos vindouros a reentrada em serviço plena do NAe São Paulo ou de outro Navio Aeródromo e o desenvolvimento de uma versão naval do caça sueco multifuncional Saab Gripen (escolhido para equipar nas próximas décadas a linha de frente das Unidades de Combate da Força Aérea Brasileira), além de outros programas não diretamente ligados à Aviação Naval, mas de fundamental importância para a Marinha do Brasil. Os planos são muitos, porém, o horizonte é nebuloso. A distância entre o que se quer e o que se pode fazer é imensa e, muitas vezes, projetos têm que ser adiados ou mesmo cancelados por imposições diversas.

Certo mesmo é que, independente das adversidades, os integrantes da Aviação Naval brasileira seguirão honrando as tradições e o legado deixado por aqueles que lutaram para que a Marinha do Brasil não perdesse suas asas. Da mesma forma, suas aeronaves continuarão a cruzar os céus diuturnamente, carregando sobre as asas o lendário e glorioso cocar circular com as cores nacionais, na defesa e salvaguarda da nossa soberania sobre terras e mares. Ao olharmos para trás e percorrermos todo o caminho trilhado até os dias atuais, notamos que os valores de dedicação, orgulho e acima de tudo, de amor à Pátria, permaneceram imutáveis, dando a certeza de que o futuro, apesar de desconhecido, será promissor. Mas isso é uma história a ser contada nos próximos cem anos.