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sexta-feira, 25 de abril de 2025

O LEONARDO M-346 MASTER: O NOVO LIFT DA FAB?

 


Durante a edição da LAAD 2019, noticiamos aqui no GBN Defense, que a Leonardo, grande fabricante de aeronaves e sistemas de Defesa europeu, teria ofertado a Força Aérea Brasileira, um lote de aeronaves M-346 Master para substituir a frota de aeronaves AMX A-1B (a versão biposto), para ser utilizada, entre outras funções, como uma aeronave de treinamento avançado, visando a conversão operacional dos novos aviadores que saem do Embraer A-29 Super Tucano e irão voar futuramente o SAAB F-39E/F Gripen, que assumiria o papel de LIFT (Lead-in Fighter Training).

O QUE SERIA UMA AERONAVE LIFT?

O Treinamento Avançado e Conversão à Primeira Linha de Pilotos de Caça (LIFT) é uma forma de treinamento que utiliza aeronaves de treinamento de jato avançadas, dotadas de aviônicos e capacidades de gerenciamento que simulam aviões de combate operacionais, fornecendo treinamento eficiente em vários cenários e situações de combate, isso com custo de treinamento bastante reduzido em comparação com a conversão operacional utilizando aeronaves da primeira linha. 

Os sistemas de bordo podem estar ligados a sistemas baseados em terra, e, juntos podem simular cenários diversos, como ataque com emprego de sistemas guiados por radar ou infravermelho, missões de interceptação,  ar-ar e terra-ar, operação em zonas defendidas com baterias antiaéreas, em ambientes de guerra eletrônica de variados niveis. As aeronaves LIFT podem simular situações reais de combate.

O LEONARDO M-346 MASTER

O Leonardo M-346 Master é uma aeronave de treinamento transônico, bimotor militar. Originalmente co-desenvolvido com a empresa aeronáutica russa Yakovlev e os italianos da Alenia/Aermacchi, com Yak/AEM-130. No entanto, a parceria foi dissolvida em 2000, com a Alenia/Aermacchi passando a desenvolver separadamente o M-346 Master. A Yakovlev continuou o desenvolvimento do Yak-130. 

O primeiro voo do M-346 foi realizado em 2004. O tipo é atualmente operado pelas forças aéreas da Itália, Israel, Cingapura e Polônia. Desde 2016, o fabricante da aeronave tornou-se a Leonardo-Finmeccanica quando a Alenia/Aermacchi foi incorporada à nova Finmeccanica, finalmente renomeada como Leonardo em 2017.

Origens e Desenvolvimento

Em 1992, a Aermacchi assinou um acordo de cooperação com a Yakovlev para fornecer apoio financeiro e técnico ao novo treinador que a empresa vinha desenvolvendo desde 1991 para a Força Aérea Russa, o qual competia com o Mikoyan MiG-AT. 

A Aermacchi também ganhou o direito de modificar e comercializar as aeronaves para o mercado ocidental. A aeronave resultante voou pela primeira vez em 1996 e foi trazida para a Itália no ano seguinte para substituir o antigo treinador Aermacchi MB-339. Nessa época, a aeronave estava sendo comercializada como Yak/AEM-130. Em fevereiro de 1996, a Rússia forneceu o financiamento inicial para o Yak/AEM-130 e prometeu comprar até 200 aeronaves para a Força Aérea Russa.

Em outubro de 1998, foi relatado que o empreendimento se tornava cada vez mais um esforço liderado pelos italianos devido à falta de apoio financeiro por parte da Rússia, que vivia uma grave crise financeira. Em julho de 2000, a Aermacchi detinha uma participação de 50% do programa de desenvolvimento, e a Yakovlev e a Sokol tinham uma quota de 25% cada. Em meados de 2000, foi anunciado que as mudanças de prioridades entre as duas empresas e a falta de apoio financeiro por parte dos participantes russos do programa haviam acabado com a parceria, e que cada empresa buscaria o desenvolvimento da aeronave de forma independente; a Yakovlev recebeu da Aermacchi US$ 77 milhões pelos documentos técnicos da aeronave. A Yakovlev seria capaz de vender o Yak-130 para países como a Rússia, Índia, Eslováquia e Argélia, enquanto Aermacchi seria capaz de vender o M-346 para os países da OTAN, entre outros.

Yakovlev Yak-130 da Força Aérea Russa (Foto: Copycats)

O M-346 é uma versão altamente modificada da aeronave que estava sendo desenvolvida em relação a da parceria com a Yakovlev. Ele usa equipamentos exclusivamente de fabricantes ocidentais, como o sistema de controle de voo digital, que foi desenvolvido em colaboração entre a Teleavio, a Marconi Italiana e a BAE Systems. Em julho de 2000, a Aermacchi selecionou a moderna turbina Honeywell F124 para equipar o modelo, ao invés do motor originalmente proposto, Povazske Strojarne DV-2S. 

O primeiro protótipo do M-346 foi exibido pela primeira vez em 7 de junho de 2003, realizando seu voo inaugural em 15 de julho de 2004. Ainda no ano de 2004, um contrato para o desenvolvimento do simulador de missão completa para o M-346 foi concedido a CAE (empresa canadense fabricante de simuladores de voo).

Protótipo do M-346 Master em voo (Foto: Air Force Tecnology)
Em janeiro de 2005, o Ministério da Defesa grego assinou um Memorando de Entendimento (MOU) para se tornar um parceiro do programa, seguido por um acordo de cooperação industrial entre a Aermacchi e a Hellenic Aerospace Industry em 2006. Em março de 2008, a ENAER chilena assinou um Memorando de Entendimento (MOU) com a Alenia Aermacchi no show aéreo da FIDAE daquele ano. 

Em 10 de abril de 2008, um outro protótipo, produzido na configuração final (novo trem de pouso e freios, além de mais peças em material composto), realizou seu primeiro voo. 

Em 18 de dezembro de 2008, a Aermacchi anunciou que o M-346 tinha atingido uma velocidade máxima de Mach 1,15 (1.255 km/h, 678 nós, 780 mph), marcando a ocasião como a primeira vez que um avião 100% italiano tinha quebrado a barreira do som em 50 anos.

Em 20 de junho de 2011, a Certificação Militar de Aeronavegabilidade foi concedida ao Alenia/Aermacchi M-346 Master pela Direção Geral de Armamentos Aeronáuticos do Ministério da Defesa italiano em Roma. Durante todo o processo de certificação, a aeronave de desenvolvimento M-346 realizou mais de 200 voos de teste ao longo dos cinco meses anteriores.

No papel de jato de treinamento, o M-346 voa desarmado; no entanto, em novembro de 2015, foi relatado que a Alenia/Aermacchi resolveu desenvolver uma variante com capacidade de caça e ataque leve. E foi no final de 2014, que foi executado uma série de testes armados envolvendo o emprego de mísseis ar-ar de curta distância IRIS-T. Em 2015, uma variante armada, designada como M-346 LCA (Light Combat Aircraft), foi oferecida à Polônia; isso supostamente incluía a capacidade de operar o míssil ar-terra Brimstone.

Em fevereiro de 2016, a então recém-criada empresa Leonardo-Finmeccanica resolveu elevar o M-346 a mais duas novas funções: treinamento de tripulações (companion trainer) e treinamento dissimilar de combate aéreo. Afim de simular o desempenho de voo e o comportamento de várias aeronaves inimigas, tanto a força "g", quanto o ângulo de ataque podem ser selecionados independentemente no sistema de controle de voo. 

Pela sua agilidade e manobrabilidade, principalmente em baixa altura, o fabricante ressaltou que a aeronave seria ideal para se tornar uma aeronave “aggressor”.

Características e Design

O M-346 foi projetado para o papel principal do treinador de combate LIFT, em que é usado para fornecer treinamento de pilotos para a última geração de aviões de combate. Alimentado por um par de motores turbofan low bypass Honeywell F124, é capaz de voo transônico e supersônico sem uso de pós-combustor (supercruise). Durante o processo de elaboração do design, os conceitos de “design-to-cost” e “design-to-maintain” (que leva em consideração a economia operacional) foram cumpridos, reduzindo os custos de aquisição e operação; os custos por hora de vôo do M-346 equivalem a um décimo dos custos do Eurofighter Typhoon. Além da função de treinamento, o M-346 foi projetado desde o início para acomodar recursos operacionais adicionais, incluindo missões de combate, como apoio aéreo aproximado e patrulha aérea de combate.

Cockpit do M-346 Master (Reprodução Pinterest)
O M-346 incorpora um sistema de controle de voo fly-by-wire digital de quatro canais que, em combinação com a configuração aerodinâmica otimizada da aeronave, proporciona total manobrabilidade e controlabilidade em um ângulo de ataque muito alto (acima de 30 graus). O sistema de controle de vôo, incorporando uma filosofia de projeto HOTAS, está equipado com limitações de ângulo de ataque e força g ajustáveis; quando combinado com seu amplo envelope de desempenho, permitindo que o M-346 imite efetivamente o desempenho de vôo de várias aeronaves de caça, operadas por pilotos de treinamento, permite aumentear progressivamente os níveis de dificuldade, aumentando assim a eficácia do treinamento. 

Um sistema de recuperação ativado pelo piloto (chamado de “panic button”) está presente, o qual, quando pressionado, conduz uma recuperação automática, retornando a aeronave a uma trajetória de voo estável e nivelada.

Um sistema de aviônicos digitais, modelado em suas contrapartes a bordo da última geração de aeronaves militares, como o SAAB JAS-39 Gripen, o Lockheed-Martin F-22 Raptor e o Eurofighter Typhoon, foi incorporado, tornando-o adequado para todas as etapas do voo avançado. treinamento e, assim, reduzir o uso de aeronaves de combate para fins de treinamento. Uma arquitetura aviônica modular é empregada, permitindo que novos equipamentos e sistemas sejam incorporados e aumentando o potencial de crescimento do tipo. O cockpit de vidro do M-346 é representativo do cockpit de última geração (Glass Cockpit) e é compatível com óculos de visão noturna (NVG); possui três displays multifuncionais LCD coloridos, um Head-Up Display (HUD) e um display opcional montado no capacete. Um sistema de comando de voz também está presente, integrado com funções como o sistema de navegação. Os sistemas de comunicação incluem transceptores VHF/UHF, transponder IFF e sistema de prevenção de colisão de tráfego (TCAS).

Uma característica fundamental do M-346 é o sistema de treinamento tático incorporado (ETTS). O ETTS é capaz de emular vários equipamentos, como radar, pods de alvos, armas e sistemas de guerra eletrônica; além disso, o ETTS pode interagir com várias munições e outros equipamentos sendo transportados a bordo. O sistema pode atuar em modo autônomo, no qual dados simulados e informações de cenário são carregados antes da decolagem, ou em uma rede, durante os quais dados são recebidos e acionados em tempo real de estações de monitoramento terrestre através do link de dados da aeronave. Para fins de avaliação e análise pós-missão, os dados acumulados, como o vídeo do monitor opcional montado no capacete, podem ser extraídos e revisados. A Alenia Aermacchi também oferece um Sistema Integrado de Treinamento (ITS), combinando o M-346 com um sistema de treinamento em terra como parte de um programa mais amplo para pilotos qualificados.

O M-346 é equipado com um total de nove pontos duros, capazes de transportar cargas externas de até 3.000 kg, mantendo uma alta relação empuxo-peso; os dados de gerenciamento podem ser apresentados em qualquer uma das exibições multifuncionais no cockpit. A detecção por radar (RCS) do M-346 em uma configuração padrão é supostamente de 20 metros quadrados; isto pode ser reduzido a um único metro quadrado instalando um kit de baixa observabilidade que foi desenvolvido para o tipo. Outros sistemas de autoproteção que podem ser instalados incluem um receptor de alerta de radar, flares e distribuidores de chaff, e sistemas de guerra eletrônica ativos de acordo com a Alenia Aermacchi, o kit fornece “níveis excelentes de sobrevivência e eficácia ao operar em ambiente hostil”. Outros equipamentos opcionais instalados no M-346 incluem pods de direcionamento, um link de dados tático e um radar de controle de fogo multimodo.

Missões de combate também podem ser realizadas pelo M-346, tendo sido projetadas para serem rapidamente reconfiguradas em campo em um avião de combate capaz de realizar missões de ataque ao solo, antiaéreos e de combate aéreo, com capacidade de “defesa de ponto”. Várias armas e munições podem ser transportadas, incluindo um pod de metralhadora .50 (12,7 mm), mísseis ar-ar IRIS-T ou AIM-9 Sidewinder, vários mísseis ar-terra, mísseis antinavio, bombas de queda livre e guiadas por laser e foguetes, pods de reconhecimento e pods de guerra eletrônica; O mira das armas podem ser realizadas através do visor montado no capacete e os displays multifuncionais. Todos os sistemas principais são duplicados, e o sistema de voo reconfigurável, para aumentar a capacidade de sobrevivência e a funcionalidade no caso de danos de combate. A aeronave tem um alcance máximo de 1.470 milhas náuticas (2.722 Km) quando equipada com um máximo de três tanques de combustível externos, o que pode ser estendido por meio de reabastecimento em vôo (REVO) por meio de uma sonda de reabastecimento removível.

Em uso operacional

A Força Aérea Italiana (AMI) planejou adquirir inicialmente um primeiro lote de 15 aviões M-346. Em 18 de junho de 2009, a Alenia Aermacchi anunciou que recebeu um pedido para os seis primeiros com uma opção para mais nove. Em setembro de 2015, a Força Aérea Italiana iniciou seu primeiro curso de treinamento usando os recém recebidos treinadores M-346.

O M-346 foi nomeado o vencedor de uma competição pelos Emirados Árabes Unidos no show de defesa IDEX 2009 em Abu Dhabi em 25 de fevereiro de 2009. A concorrência envolveu a entrega de 48 aeronaves a serem usadas para treinamento de pilotos e tarefas de ataque leve. Um pedido final de propostas em 2010 estabeleceu o requisito de 20 treinadores, 20 aeronaves para tarefas de combate e o restante seria destinado à criação de uma equipe de demonstração de voo. No entanto, em janeiro de 2010, as negociações para assinar um contrato estariam atrasados e depois foram canceladas.

Em julho de 2010, o M-346 foi selecionado pela Força Aérea da República de Singapura (RSAF) para substituir o ST Aerospace A-4SU Super Skyhawks no treinamento Advanced Jet Training (AJT), com base na BA120 Cazaux Air Base na França. Em um comunicado de imprensa do Ministério da Defesa de Cingapura, em 28 de setembro de 2010, a ST Aerospace recebeu o contrato para adquirir doze M-346 e um sistema de treinamento em terra em nome da RSAF. Conforme estipulado no contrato, a ST Aerospace atua como contratada principal na manutenção da aeronave após o fornecimento pela Alenia Aermacchi, enquanto a Boeing fornece o sistema de treinamento. A RSAF detém a distinção de ser o primeiro cliente de exportação para o tipo.

O Programa Avançado de Treinamento de Piloto Europeu (AEPTJ) – também não oficialmente chamado Eurotraining – um consórcio de 12 países europeus para ministrar treinamento avançado com um curso básico comum e treinamento oferecido por uma aeronave comum – entrou em contato com a Alenia Aermacchi através da Comunidade Europeia. Em 18 de novembro de 2011, o protótipo, que estava em exposição no Dubai Air Show, caiu após a partida de Dubai no retorno à Itália.

Em 16 de fevereiro de 2012, o M-346 foi selecionado pela Força Aérea Israelense (IAF) em um acordo de troca, no qual Israel forneceu sistemas AWACS e um satélite de reconhecimento para a Itália em troca dos aviões. Ele funcionará como o principal jato de treinamento da IAF para substituir o McDonnell Douglas A-4H/N e TA-4J Skyhawk, que serviu à IAF por mais de 40 anos. Em 19 de julho de 2012, foi assinado um contrato entre a Alenia Aermacchi e o Ministério da Defesa de Israel para fornecer 30 jatos de treinamento avançado M-346, com a primeira entrega prevista para meados de 2014. A Força Aérea Israelense anunciou em 02 de julho de 2013 que no serviço israelense o M-346 seria chamado de Lavi, reutilizando o nome dado ao cancelado caça IAI Lavi. O primeiro M-346 da IAF foi lançado em uma cerimônia na fábrica da Alenia Aermacchi em 20 de março de 2014.

O M-346 "Lavi" da Força Aérea Israelense 
Em 11 de maio de 2013, um M-346 operado pela Alenia caiu perto da vila de Piana Crixia, em Val Bormida, entre as províncias de Cuneo e Savona, na Itália, durante um voo de teste. O piloto foi capaz de ejetar com sucesso e sobreviveu ao acidente, mas recebeu ferimentos graves depois de pular da árvore onde seu paraquedas estava enroscado. A aeronave ficou no solo por mais de três meses enquanto a causa do acidente foi investigada.

Em outubro de 2016, a Força Aérea Argentina (FAA) também avaliou o M-346 como um possível caça de combate para substituir as aeronaves Dassault Mirage III e Mirage 5 que haviam sido aposentados em 2015, bem como as aeronaves Douglas A-4R que permanecem em operação limitada. Especulava-se que a Argentina estivesse interessada em 10 a 12 aeronaves, mas o pedido não foi adiante.

Em fevereiro de 2018, a Força Aérea Italiana recebeu seu 18º e último M-346, concluindo o programa de aquisição da força. No dia 23 de dezembro de 2013, foi anunciado que a Polônia havia selecionado o M-346 para atender a um requisito para um instrutor de jato avançado. Um contrato para oito aeronaves foi assinado em 27 de fevereiro de 2014. Os dois primeiros M-346 chegaram a Deblin em novembro de 2016. Inicialmente, as aeronaves não foram oficialmente aceitas devido ao não cumprimento das especificações do contrato. O prazo de entrega era originalmente de novembro de 2016. No entanto, em 22 de dezembro de 2017, todas as oito aeronaves foram aceitas.

Em dezembro de 2017, o Ministério da Defesa Nacional da Polônia anunciou que estava buscando penalidades financeiras de Leonardo de até 100 milhões de zloty (US$ 28 milhões) por atrasos nas entregas. A entrega de oito aeronaves estava inicialmente prevista para ser concluída em novembro de 2016, mas foi concluída em dezembro de 2017. Além disso, o ministério reclamou que as aeronaves não eram totalmente capazes de simular certos sistemas de armas para fins de treinamento.

M-346 da Força Aérea Polonesa (Reprodução Pinterest)
Em 19 de novembro de 2018, a Divisão de Aeronaves de Leonardo, juntamente com a Elbit Systems, concluiu a entrega dos Simuladores de Missão Completa M-346 (FMS) e Dispositivos de Treinamento de Vôo (FTD) à Força Aérea Polonesa (PLAF). Isso foi inicialmente programado para ser concluído em novembro de 2016. Em dezembro de 2018, a Polônia havia assinado mais 4 aeronaves, além de atualizações para a frota existente de 12 aeronaves. As entregas e o trabalho de atualização para o total de 16 aeronaves devem chegar a 2022.

O Programa T-X da USAF

O T-100 (Foto: Before Flight)
Nos Estados Unidos, a Alenia Aermacchi enviou o M-346 para o programa T-X da Força Aérea dos Estados Unidos (USAF) para substituir o velho Northrop T-38 Talon, renomeando a aeronave como o Sistema de Treinamento Integrado Leonardo DRS T-100. Originalmente, a Alenia pretendia ser a contratada principal, antecipando a mudança do local de montagem final da Itália para os Estados Unidos, caso a oferta fosse bem-sucedida. Esperava-se que cerca de 350 aeronaves sejam encomendadas, e outras aquisições podem levar a que mais de 1.000 aeronaves sejam adquiridas no total.

Em janeiro de 2013, a Alenia Aermacchi assinou uma carta de intenções com a General Dynamics C4 Systems, que pretendia atuar como contratada principal para a licitação da T-X; no entanto, a General Dynamics anunciou sua retirada em março de 2015. Em 1º de janeiro de 2016, a Alenia Aermacchi foi absorvida em uma nova corporação consolidada intitulada: Leonardo-Finmeccanica. Em fevereiro de 2016, foi anunciado que a Raytheon, que deve atuar como principal contratada, se associou à Leonardo-Finmeccanica para oferecer uma variante avançada do M-346 para o programa T-X chamado T-100.

Em 25 de janeiro de 2017, a Raytheon anunciou que havia se retirado como contratada principal e parceira americana na competição T-X. Em 8 de fevereiro de 2017, a Leonardo confirmou que ficaria apenas na competição T-X, com a Leonardo DRS, sua subsidiária nos EUA, a ser contratada principal. No dia 27 de setembro de 2018, a Força Aérea dos EUA selecionou a aeronave Boeing/SAAB T-X para se tornar sua próxima aeronave de treinamento.

MODELOS

M-346
Designação para o tipo básico da aeronave

T-346A
Designação militar italiana adotada em 2012 para o M-346.

M-346LCA (Light Combat Aircraft)
Variante armada oferecida à Polônia como substituta do Su-22.

M-346FT (Fighter Trainer)
Variante multirole capaz de alternar entre treinos e operações de combate. Os novos recursos incluem um novo sistema tático de datalink e capacidade de armamento diferente, mas não incluem mudanças físicas no hardware.

M-346FA (Fighter Attack)
Variante Multirole capaz de combater ar-ar e ar-superfície com uma carga útil de duas toneladas sobre sete hardpoints, radar Grifo-346 avançado, contramedidas e novos recursos, incluindo revestimentos de absorção de cobertura radar e asa ampliada. Está sendo comercializado como um avião de ataque leve, também adequado para fins de treinamento de agressores. A aeronave foi exibida em 18 de junho de 2017 em uma exibição estática no Paris Air Show daquele ano. A aeronave está sendo comercializada para exportação para países da América do Sul e do Leste Asiático, e é demonstrada a capacidade de realizar missões operacionais a custos muito mais baixos do que os dos caças da linha de frente.


T-100
Designação usada para o programa T-X da Força Aérea dos Estados Unidos, o qual não logrou êxito.

OPERADORES

Israel
Força Aérea Israelense (IAF) – 30 em operação, recebeu em um acordo de troca de sistemas AWACS e satélites de reconhecimento sendo construídos pela Israel Aerospace Industries para a Itália. designado M-346 “Lavi”.

Itália
Força Aérea Italiana – 18 designados T-346A, entregas concluídas em fevereiro de 2018.
Escola Internacional de Treinamento de Vôo (Executado pela Força Aérea Italiana e Leonardo) – 1 entregue em fevereiro de 2019.

Polônia
Força Aérea Polonesa – 8 aeronaves em serviço, designada M-346 “Bielik”, mais 8 encomendados, servindo na 41ª Base Aérea de Treinamento em Dęblin.

Cingapura
Força Aérea da República de Singapura (RSAF) – 12 em serviço.

ESPECIFICAÇÕES (M-346)




Características gerais

Tripulação: dois, aluno e instrutor (treinamento) um (caça e ataque)
Comprimento: 11,49 m (37,70 pés)
Envergadura: 9,72 m (31,89 pés)
Altura: 4,76 m (16,11 pés)
Área das asas: 23,52 m² (253,2 pés²)
Peso vazio: 4.610 kg (10.165 lb)
Peso carregado: 6.700 kg (14.770 lb)
Max. peso de decolagem: 9.500 kg (20.945 lb)
Powerplant: 2 × Honeywell F124-GA-200, 28 kN (6.250 lbf) cada

Desempenho

Nunca exceder a velocidade de Mach 1.2 (1.470 km/h, 793 nós)
Velocidade máxima: 1.059 km/h (572 nós)
Velocidade de estol: 176 km/h (95 nós)
Alcance: 1.981 km (1.070 milhas náuticas)
Translado: 2.722 km (1.470 nmi); com 3 tanques externos
Autonomia: 2,75 horas (4 horas com tanques externos)
Teto de serviço: 13.716 m (45.000 pés)
Taxa de subida: 6.705 m/min (22.000 pés/min)
Carregamento de asa: 285 kg/m² (58.3 lb/ft²)
Relação empuxo/peso: 0,84


Armamento
Pontos duros: Provisões para um total de 9 estações (2 × ponta das asas, 1 × sob a fuselagem mais 6 × sob as asas), capazes de carregar até 3.000 kg (6.600 lb) de carga útil externa e até 3 × 630 litros (140 imp gal, 170 US gal) tanques externos (somente as estações 4, 5, 6 são molhadas)

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os principais concorrentes do M-346 no mercado são o norte-americano e sueco Boeing/SAAB T-X, o europeu EADS Meko/HEAT, o chinês Hongdu L-15 e o sul coreano KAI T-50 Golden Eagle. São modernas e sofisticadas aeronaves e todas elas têm grande capacidade de realizar, além das funções de treinamento, missões de caça e ataque de forma transônica e até supersônica.

Vale ressaltar que a empresa Leonardo fez uma proposta, portanto não estamos aqui dizendo que a FAB irá adquirir diretamente da empresa, pois caso realmente ela tenha interesse em adquirir, deverá ser submetida a uma concorrência, provavelmente enfrentado a maioria das aeronaves listadas acima. Independentemente da escolha, depois de analisar sobre as características do M-346, podemos constatar que o Master é um forte concorrente para equipar a Força Aérea Brasileira nos próximos anos.

Força Aérea Brasileira celebra Dia da Aviação de Caça

 

Força Aérea Brasileira (FAB) celebrou dia 22/04 o Dia da Aviação de Caça. Uma cerimônia realizada na Base Aérea de Santa Cruz (BASC), no Rio de Janeiro, lembrou a história, a tradição e o legado que teve início há exatos 80 anos, quando os pilotos do Primeiro Grupo de Aviação de Caça (1° GAVCA) realizaram 44 missões de guerra em único dia: 22 de abril de 1945.

A cerimônia do Preito aos Jambocks, homenagem aos pilotos que lutaram na Segunda Guerra Mundial, é um momento de recordação e reconhecimento aos feitos desses heróis da FAB.

O Chefe do Estado-Maior da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro do Ar Pedro Luis Farcic, comentou sobre a importância da solenidade. “É um evento muito importante, marcante e de emoção onde reverenciamos os nossos heróis de guerra”, ressaltou.

Ainda na manhã de terça-feira, foi realizada a cerimônia militar alusiva ao Dia da Aviação de Caça, com entrega de premiações para militares que foram destaque em 2025.

Foram premiados os pilotos mais eficientes de cada Unidade Aérea, aqueles que obtiveram destaque nos campos operacional, intelectual e desportivo no ano de 2024. Além disso, foi entregue ao Major Aviador Paulo Roberto Falcão, Comandante do 1º/3º GAV, o Prêmio Pacau Magalhães Motta, que estimula estudo e a pesquisa de assuntos referentes ao emprego da Aviação de Caça. Houve, ainda, a imposição da Medalha “Mérito Operacional Brigadeiro Nero Moura”.

Reunião da Aviação de Caça

Na segunda-feira (21), o Comandante da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro do Ar Marcelo Kanitz Damasceno, ministrou uma palestra sobre o legado dos antecessores, a busca pela modernização de aeronaves e equipamentos, além de citar a operacionalidade e prontidão da Aviação de Caça. “Tudo que fazemos hoje é em função e em respeito aos que nos antecederam. O Brasil não pode esquecer dos seus heróis e a Força Aérea nunca haverá de esquecê-los”, comentou sobre os militares brasileiros que combateram na Segunda Guerra Mundial.

A programação da RAC também incluiu uma exposição no lendário Hangar do Zeppelin, onde os convidados puderam conhecer aeronaves e amostras de novas tecnologias.

Moeda comemorativa

Ainda durante a programação da RAC 2025, foi realizado o lançamento da medalha comemorativa aos 80 anos do dia 22 de abril de 1945.

Segundo a Associação Brasileira dos Pilotos de Caça (ABRA-PC), idealizadora do concurso que criou a peça, o lançamento da Medalha vem como um convite para a reflexão sobre a Participação da Força Aérea Brasileira na 2ª Grande Guerra Mundial, que ocorreu no período de 6 de outubro de 1944 a 8 de maio de 1945, sendo decisiva no contexto da vitória dos Aliados culminados no dia 22 de abril.

Foram apresentadas nove artes e uma Comissão Julgadora, composta por Diretores da ABRA-PC, representantes do 1º Grupo de Aviação de Caça, do Instituto Histórico Cultural da Aeronáutica e da Casa da Moeda do Brasil, fez a escolha da arte mais representativa para comemorar a data.

FONTE: Força Aérea Brasileira

Da Era de Ouro à restrição orçamentária: A transformação do Poder Aéreo da FAB

 

Nos anos 1970 e 1980, a Força Aérea Brasileira (FAB) alcançou um de seus maiores patamares em termos de poder aéreo, operando uma frota numerosa e diversificada de aeronaves de caça e ataque. Esse período foi marcado pela introdução de modelos emblemáticos como o Mirage IIIE/D (F-103), o F-5E/F Tiger II e o AT-26 Xavante, que garantiram à FAB uma capacidade robusta de defesa aérea e ataque ao solo.

A Era de Ouro da Aviação de Caça

Mirage IIIEBR – F-103E

Em 1970, o governo brasileiro adquiriu 16 caças Mirage III (12 do modelo E e 4 do modelo D biposto) da fabricante francesa Dassault, ao custo total de US$ 69 milhões. Essas aeronaves foram designadas F-103 na FAB e operadas pelo 1º Grupo de Defesa Aérea (1º GDA), sediado na Base Aérea de Anápolis, formando a espinha dorsal da defesa aérea nacional.

Os F-103 Mirage foram comprados em um lote inicial, novo de fábrica, de 16 aeronaves. Posteriormente, foram adquiridos mais 16, em lotes distintos, todos usados, dos estoques da Força Aérea Francesa, totalizando 32 aeronaves recebidas (22 E e 10 D).

Paralelamente, a FAB incorporou o Northrop F-5E Tiger II a partir de 1975, com a aquisição inicial de 36 unidades novas e 6 bipostos F-5B. Posteriormente, mais 22 F-5E e 4 F-5F foram comprados de segunda mão da USAF em 1988.

Além desses, foram adquiridos mais 11 F-5 ex-Jordânia (8 E e 3 F), com os 3 F passando por processo de modernização. Os E, mesmo não tendo voado na FAB, servindo de fonte de peças, receberam matrículas. Assim, o total de F-5 adquiridos e recebidos pela FAB foi de 79 aeronaves.

O AT-26 Xavante, versão brasileira do Aermacchi MB-326, foi o primeiro jato de combate fabricado no Brasil. Produzido pela Embraer entre 1971 e 1981, o Xavante teve 166 unidades destinadas à FAB, sendo amplamente utilizado em missões de treinamento avançado e ataque leve.

Embraer EMB-326 Xavante (AT-26 na FAB)
Caças Mirage III, F-5E e AT-26 Xavante fotografados do alto do hangar do Zeppelin
Base aérea de Santa Cruz em 1986 – Foto: Coleção Ricardo Pereira
Reprodução de cartão postal da Base Aérea de Fortaleza, com jatos AT-26 Xavante dos Esquadrões Pacau, Joker, Poker, além dos visitantes F-103E Mirage IIIEBR e dos T-25 e o C-95 da Base. Quase 40 AT-26 Xavantes na linha de voo.

O Cenário Atual: menor número, maior tecnologia e desafios orçamentários

16 caças Mirage IIIE/DBR do 1º GDA alinhados para decolagem, em foto datada de 1999
A Aviação de Caça da FAB nos anos 1990 – Foto: Revista Força Aérea

Atualmente, a FAB opera uma frota reduzida em comparação com as décadas anteriores, mas com aeronaves tecnologicamente mais avançadas. O principal vetor de caça é o F-39E/F Gripen, desenvolvido pela Saab em parceria com a Embraer. Até o momento, nove unidades foram entregues, com previsão de recebimento de um total de 36 aeronaves.

Saab Gripen ( F-39E) e Dassault Mirage IIIEBR (F-103E) – Foto: Juliano Lisboa

O F-5EM/FM, versão modernizada do F-5E/F, continua em operação, mas com previsão de desativação completa até 2029.

AMX PODE.JPG

O AMX A-1M, desenvolvido nos anos 80 em parceria entre Brasil e Itália, é utilizado em missões de ataque ao solo e reconhecimento. Atualmente, das 55 aeronaves originais, apenas 6 unidades estão em serviço, com previsão de retirada em 2025.

Apesar dos avanços tecnológicos, a FAB enfrenta desafios significativos relacionados ao orçamento. O Projeto FX-2, responsável pela aquisição dos caças Gripen, teve um orçamento previsto de R$ 1,4 bilhão em 2025, conforme o Projeto de Lei Orçamentária Anual de 2025 . No entanto, a execução orçamentária tem sido impactada por cortes e contingenciamentos, dificultando o pleno reequipamento da força aérea.

Além disso, a modernização de outras aeronaves, como o A-29 Super Tucano, enfrenta limitações financeiras. A FAB planeja modernizar 68 unidades do A-29, mas os recursos disponíveis podem não ser suficientes para concluir o projeto no prazo estipulado.

Esses desafios orçamentários refletem a necessidade do aumento e previsibilidade de investimentos para garantir que a FAB mantenha sua capacidade operacional e esteja preparada para enfrentar as demandas de defesa do espaço aéreo nacional.

O poder aéreo da Índia e do Paquistão

 

Caças F-16 do Paquistão

Sérgio Santana*

Os últimos dias presenciaram o ressurgimento de uma rivalidade entre Índia e Paquistão, duas nações com poder nuclear, motivado desta vez por ataques aéreos indianos a campos de treinamento terroristas em território paquistanês. Como resposta o Paquistão contra-atacou, com aeronaves abatidas de ambos os lados, em uma situação em franco processo de escalada.

O poder aéreo da Índia

De acordo com várias fontes especializadas em Defesa, a Força Aérea da Índia (Bharatiya Vayu Sena, BVS) opera 539 aeronaves de caça e ataque (185 Mikoyan-Gurevich MiG-21 “Fishbed” de vários subtipos; 128 Sukhoi Su-30MKI “Flanker”; 115 SEPECAT “Jaguar”; 51 Dassault-Breguet Mirage 2000, 24 Mikoyan-Gurevich MiG-27 “Flogger” e 12 HAL Tejas); 25 helicópteros de ataque Mil Mi-35 “Hind” que podem atuar em conjunto com nada menos que 184 helicópteros multifuncionais Mil Mi-17 “Hip” com capacidade secundária de ataque.

Dezenas de helicópteros HAL Dhruv, muitos dos quais preparados para função de ataque e operados pela aviação do exército indiano, podem prover um reforço na neutralização de forças inimigas.

Quarenta e cinco Mikoyan-Gurevich MiG-29KUB “Fulcrum”, operados pela Aviação Naval (Bharatiya Nau Sena, BNS) podem ser também ativados.

As aeronaves de caça/ataque podem ser reabastecidas em voo por 6 aviões-tanque Ilyushin Il-78 “Midas”, enquanto a força de transporte aéreo tem seu núcleo em 17 exemplares do Il-76 “Candid”, 10 Lockheed C-130J “Hercules” e igual número de Boeing C-17 “Globemaster III”.

Caças Sukhoi Su-30 e Tejas da IAF
Caças Sukhoi Su-30 e Tejas da IAF

O alerta antecipado e controle das operações aéreas é desempenhado por 3 Embraer/DRDO EMB-145I “Netra” outros três Beriev/IAI A-50EI “Mainstay”. Estas aeronaves de asas fixas podem ser suplementadas na mesma função por 14 exemplares do helicóptero Kamov Ka-31 “Helix-B”, operados pela BNS.

As aeronaves listadas e outras de menor relevância para as operações contra o Paquistão estão agrupadas em mais de 70 unidades que ocupam dezenas de bases aéreas e aeródromos de desdobramento, espalhados pelo território indiano, estando subordinadas aos seguintes comandos: Comando Aéreo Central; Comando Aéreo Leste; Comando Aéreo Oeste; Comando Aéreo Sudoeste; Comando Aéreo Sul; Comando de Manutenção e Comando de Treinamento. O Quartel-General da BVS localiza-se em Nova Délhi.

MiG-21 Bison e SEPECAT Jaguar da IAF

Capacidade de ataque nuclear da Força Aérea da Índia

Em adição à capacidade de ataque de precisão com armas convencionais, demonstrada na missão aérea que desencadeou a crise atual, a Força Aérea indiana também dispõe da capacidade de ataque nuclear (tendo detonado seu primeiro artefato atômico em 1974), com os vetores sendo o Jaguar (ou “Shamsher”, que foi modernizado recentemente, para o qual estima-se que existam de 10 a 30 bombas nucleares de queda livre, com potência de até 30 quilotons, o equivalente a 30 mil toneladas de TNT, excetuando a descarga radioativa) e o Mirage 2000 (denominado “Vajra”, trovão divino, também recentemente modernizado, para o qual há entre 20 e 50 bombas de queda livre, com potência média de 125 quilotons). Os Su-30 também poderiam ser usados em um ataque nuclear, embora não exista confirmação desta capacidade.

As bombas são mantidas desmontadas, com os componentes estocados em localidades diferentes

Além das bombas, a BVS também opera o míssil balístico de curto alcance Prithvi II, com ogiva nuclear de potência desconhecida. Como os demais ramos das Forças Armadas também possuem armas nucleares, a autorização do seu emprego depende da autorização de um comando conjunto.

Mirage 2000 indianos

O poder aéreo do Paquistão

Segundo estas mesmas fontes, a Força Aérea do Paquistão (Pāk Fizāʾiyah) possui 449 aeronaves de caça/ataque: 104 exemplares do PAC/Chengdu JF-17 Thunder; 77 do General Dynamics (agora Lockheed Martin) F-16 Fighting Falcon, de diversas versões; 152 exemplares do Dassault Mirage III e V; e, por fim, 116 aeronaves chinesas Chengdu F-7 “Airguard”. Trinta e oito treinadores Karakorum K-8, com capacidade secundária de ataque também estão operacionais. As aeronaves de caça/ataque com capacidade de reabastecimento aéreo podem receber combustível de quatro Ilyushin Il-78 “Midas”.

F-7P Airguard da PAF
Mirage V da PAF

Vinte e cinco Bell helicópteros de ataque AH-1F Cobra (juntamente com 45 outros exemplares do mesmo modelo, operados pela aviação do exército paquistanês) podem ser suplementados por noventa e cinco helicópteros multifuncionais Mil Mi-17 “Hip” podem atuar no ataque a posições inimigas.

A força de transporte da aviação militar paquistanesa é integrada por 15 Lockheed Martin C-130 Hercules de vários modelos, seis Saab 2000 e quatro CN-235M.

Tal como a Índia, o Paquistão também dispõe de aeronaves de alerta antecipado e controle, na figura de quatro exemplares do Saab 2000AEW e mesmo número de aeronaves chinesas ZDK-03. As missões de guerra eletrônica são desempenhadas por três Dassault Falcon 20E/F.

A Força Aérea do Paquistão está distribuída em 13 bases operacionais e 8 aeródromos de desdobramento, administrados pelos seguintes comandos: Central, Sul, Norte, Defesa Aérea e Estratégico, responsável pela operação do arsenal nuclear da Força Aérea paquistanesa. Seu Quartel-General localiza-se em Islamabad.

Saab 2000 AEW da Pakistan Air Force

Capacidade de ataque nuclear da Força Aérea do Paquistão

O Paquistão também possui bombas nucleares de queda livre. Suspeita-se que mais de 10 desses artefatos estejam estocados. Sua potência é estimada em pelo menos 25 quilotons e estão preparados para emprego em determinados esquadrões de F-16.

Bases aéreas da Índia e do Paquistão
Bases aéreas da Índia e do Paquistão (clique na imagem para ampliar)

quinta-feira, 24 de abril de 2025

A Embraer encerra 1T25 com carteira de pedidos de US$ 26,4 bilhões, superando recorde do trimestre anterior

 

  • Carteira de pedidos da Aviação Comercial alcança US$ 10,0 bilhões
  • Aviação Executiva estabelece novo recorde na carteira de pedidos, com US$ 7,6 bilhões
  • Defesa & Segurança se mantém estável, com carteira de pedidos de US$ 4,2 bilhões
    Carteira de pedidos de Serviços & Suporte totaliza US$ 4,6 bilhões

São Paulo, 22 de abril de 2025 – A Embraer (NYSE: ERJ / B3: EMBR3), líder global na indústria aeroespacial, registrou uma carteira de pedidos de US$ 26,4 bilhões no primeiro trimestre de 2025 – valor que supera o recorde histórico estabelecido no trimestre anterior.

A empresa entregou 30 aeronaves no primeiro trimestre de 2025. O resultado ficou 20% acima do registrado no mesmo trimestre do ano passado (1T24), quando 25 aviões foram entregues. As entregas do 1T25 correspondem a 13% do ponto médio (231 aeronaves) da estimativa da companhia para 2025 (entre 222 e 240 jatos), considerando Aviação Comercial mais Aviação Executiva. Portanto, acima da média dos últimos cinco anos, de 11% para o período.

Na Aviação Comercial, a carteira de pedidos totalizou US$ 10,0 bilhões no 1T25 – 2% abaixo do resultado do último trimestre. O pedido da ANA Holdings Inc. de 15 aeronaves E190-E2 com opções para 5 jatos adicionais será incluído provavelmente na carteira de pedidos do segundo semestre de 2025, quando o contrato final for assinado.

A unidade de negócios entregou 7 novas aeronaves no primeiro trimestre de 2025 –atingindo 9% do ponto médio (81 aeronaves) da projeção da empresa para o ano (entre 77 e 85 neste segmento). O desempenho da divisão ficou ligeiramente abaixo da média de 12% de primeiros trimestres nos últimos 5 anos, refletindo os desafios contínuos da cadeia de suprimentos. Destacamos que no trimestre não foi possível entregar 2 aeronaves adicionais devido a problemas comerciais. Os modelos entregues no período foram: o E175, para American Airlines (2), Republic Airlines (1) e Horizon Air (1), e o E195-E2, para Porter (1), Aercap (1) e Azorra (1). Esperamos que nossos esforços de nivelamento de produção gerem resultados mais tangíveis no 2T25, no 2º semestre do ano e no início de 2026.

Na Aviação Executiva, a carteira de pedidos atingiu novo recorde no 1T25, de US$ 7,6 bilhões, 3% acima do recorde anterior, estabelecido no 4T24. A unidade de negócios entregou 23 jatos no primeiro trimestre deste ano: 14 aeronaves na categoria leve e 9 na categoria média. O número de entregas foi 28% superior aos 18 jatos do primeiro trimestre de 2024 e representa 15% do ponto médio (150 aeronaves) da projeção anual (entre 145 e 155 para este segmento). O percentual está acima da média dos últimos 5 anos, de 11% para o primeiro trimestre.

Em fevereiro, as aeronaves da série Phenom 300 foram novamente reconhecidas como os jatos leves mais vendidos e entregues do mundo pelo 13º ano consecutivo, de acordo com a General Aviation Manufacturers Association (GAMA). Os dados da instituição também confirmaram o modelo como o bimotor a jato mais entregue pelo 5º ano seguido.

Em Defesa & Segurança, a carteira de pedidos ficou em US$ 4,2 bilhões no 1T25. A Força Aérea Uruguaia (FAU) e o Ministério da Defesa Nacional (MDN) do Uruguai converteram opções de compra de 5 aeronaves A-29 Super Tucano em pedidos firmes durante o período. A conversão faz parte de um compromisso assinado em agosto de 2024, quando a FAU anunciou pedido firme para 1 aeronave, além das opções que agora foram convertidas. O acordo também inclui equipamentos de missão, serviços de logística integrada e um simulador de voo.

As seleções do KC-390 Millennium pela Suécia (4) e Eslováquia (3), e do A-29 Super Tucano por Portugal (12) e Panamá (4) não constam na carteira de pedidos, uma vez que os contratos ainda não estão efetivos.

Em Serviços & Suporte, a carteira de pedidos permaneceu estável, com US$ 4,6 bilhões no 1T25. A Airlink, companhia aérea premium da África do Sul, foi o destaque do período devido a um acordo para suporte no gerenciamento de peças de reposição, com cobertura para todas as 68 aeronaves da Embraer que integram a frota da empresa. O acordo tornará a Airlink a primeira cliente africana do ECIP – Embraer Collaborative Inventory Planning (Programa de Planejamento Colaborativo de Estoques da Embraer), otimizando níveis de estoque e reduzindo custos operacionais da companhia.

Sobre a Embraer

A Embraer é uma empresa aeroespacial global com sede no Brasil. Fabrica aeronaves para a aviação comercial e executiva, defesa e segurança e clientes agrícolas. A empresa também fornece serviços e suporte pós-venda por meio de uma rede mundial de entidades próprias e agentes autorizados.

Desde a sua fundação em 1969, a Embraer já entregou mais de 9.000 aeronaves. Em média, a cada 10 segundos, um avião fabricado pela Embraer decola de algum lugar no mundo, transportando mais de 150 milhões de passageiros por ano.

A Embraer é líder na fabricação de jatos comerciais de até 150 assentos e é a principal exportadora de bens de alto valor agregado do Brasil. A empresa mantém unidades industriais, escritórios, centros de serviços e de distribuição de peças nas Américas, África, Ásia e Europa.

DIVULGAÇÃO: Embraer

terça-feira, 22 de abril de 2025

Grécia: C-390 Millennium da Embraer desponta como favorito para substituir os C-130

 

O cargueiro militar C-390 Millennium, da brasileira Embraer, tem se destacado como forte candidato a substituir os veteranos C-130 Hercules na Força Aérea da Grécia. Segundo informações do portal OnAlert.gr, a aeronave está incluída no planejamento de longo prazo de aquisições de defesa do país, com uma recomendação inicial para a compra de três unidades com opção de expansão futura. Os C-390 seriam incorporados gradualmente, conforme os Hércules atuais forem sendo aposentados.

Embora o programa de aquisição só deva avançar no fim da década, devido a outras prioridades — como a modernização de 38 caças F-16 para o padrão Viper —, o planejamento financeiro já contempla os recursos necessários. Até lá, a Grécia manterá em operação os C-130 e os menores C-27, que também passarão por atualizações e receberão novo contrato de suporte logístico até 2026.

O C-390 vem conquistando espaço entre as forças aéreas ocidentais por sua combinação de baixo custo operacional, alta capacidade de carga e tecnologia de ponta. Países como Suécia, Eslováquia, Holanda e Áustria já fecharam contratos com a Embraer, enquanto Polônia, Finlândia e Turquia estão em negociações. Em todas essas nações, o modelo tem sido apontado como substituto natural dos C-130.

A Grécia acompanha de perto a experiência de países aliados que já operam o C-390, como Portugal, e recebeu avaliações extremamente positivas quanto ao desempenho da aeronave, sua manutenção e suporte pós-venda. O cargueiro da Embraer já é descrito como a solução logística das próximas décadas.

Do ponto de vista técnico, o C-390 leva até 26 toneladas de carga útil, superando os 21 toneladas do C-130J. Tem alcance de 5.500 km com 15 toneladas a bordo, contra 3.300 km do rival americano, e velocidade de cruzeiro de até 988 km/h, muito superior aos 670 km/h do C-130J. Além disso, voa a 36 mil pés, contra 29 mil pés da aeronave americana com carga máxima.

Um dos trunfos do cargueiro brasileiro está em seus motores IAE V2500, usados em aeronaves comerciais como o Airbus A320. Isso garante baixo custo de manutenção, ampla disponibilidade de peças e suporte logístico garantido para as próximas décadas. Mais de 7.200 motores da família V2500 já foram fabricados, incluindo o modelo V2531-35 usado no C-390, com empuxo de 31.330 libras.

Embora o C-130J americano também tenha sido apresentado à Força Aérea grega e ofereça modernização eletrônica e confiabilidade comprovada em 22 países, o C-390 Millennium parece conquistar vantagem, combinando inovação, performance superior e atratividade econômica. O embate entre os dois modelos promete ser decisivo para o futuro da aviação de transporte militar na Grécia.