O ministro da Defesa da Índia, Rajnath Singh, deu um passo crucial no avanço do programa de caças de quinta geração do país ao aprovar oficialmente o Modelo de Execução do Programa de Aeronaves de Combate Médias Avançadas (AMCA). Com essa decisão, a Agência de Desenvolvimento Aeronáutico (ADA), responsável pelo projeto, está pronta para iniciar a fase de desenvolvimento em colaboração com a indústria nacional.
Em breve, a ADA emitirá uma Manifestação de Interesse (EoI) para selecionar parceiros públicos e privados que participarão da construção do protótipo do AMCA, um dos projetos mais ambiciosos da aviação militar indiana.
De acordo com um comunicado oficial do Ministério da Defesa indiano, o Modelo de Execução foi estruturado para garantir oportunidades equitativas tanto para empresas estatais quanto para o setor privado, incentivando a competição saudável entre os participantes. As companhias interessadas poderão se candidatar individualmente, formar joint ventures ou consórcios, desde que sejam legalmente constituídas na Índia e estejam em conformidade com as regulamentações locais. Essa estratégia visa maximizar a capacitação tecnológica e industrial do país, reduzindo a dependência de fornecedores externos em um setor crítico para a segurança nacional.
A aprovação do AMCA representa um marco significativo no esforço da Índia para consolidar sua autonomia na produção de caças de última geração. Além disso, o projeto encerra as expectativas de fabricantes estrangeiros que esperavam vender seus próprios caças de quinta geração para a Força Aérea Indiana. A Rússia, por exemplo, vinha promovendo ativamente seu Su-57, enquanto outras nações, como o Japão, buscavam cooperação com a Índia em iniciativas como o programa GCAP (Global Combat Air Programme), um caça de sexta geração desenvolvido em parceria com Itália e Reino Unido.
Com o AMCA, a Índia reforça sua posição como um dos poucos países capazes de desenvolver tecnologia aeronáutica de ponta, alinhando-se a potências como Estados Unidos, China e Rússia. O projeto não apenas impulsionará a base industrial de defesa nacional, mas também consolidará a Índia como um ator-chave no cenário global de aviação militar.
A próxima fase de desenvolvimento será decisiva para determinar o cronograma de produção e as futuras capacidades operacionais do caça, que deve incorporar tecnologias avançadas, como sistemas de propulsão adaptativa, armas de energia dirigida e camuflagem stealth.
Em um pronunciamento realizado na sexta-feira (23), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva revelou que o governo brasileiro está em negociações para apoiar a venda de aeronaves militares e cargueiras da Embraer a Angola. Segundo Lula, o país africano demonstrou interesse na aquisição de três aviões KC-390 Millennium, um cargueiro militar de médio porte e capacidade multimissão, desenvolvido pela fabricante brasileira.
O presidente destacou que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) poderá desempenhar um papel fundamental nesse processo, oferecendo mecanismos de financiamento que facilitem a concretização do negócio. Além disso, Lula adiantou que Brasil e Angola devem assinar em breve um acordo para retomar linhas de financiamento, abrindo novas oportunidades de cooperação bilateral em áreas como comércio, infraestrutura e defesa.
O KC-390, considerado um dos mais avançados cargueiros militares do mundo, tem despertado o interesse de várias nações, especialmente por sua versatilidade em operações logísticas, busca e resgate, e reabastecimento em voo. A possível venda para Angola reforçaria a presença da Embraer no mercado africano, consolidando a parceria estratégica entre os dois países.
Lula enfatizou que o Brasil está comprometido em fortalecer as relações com Angola, não apenas no campo da defesa, mas também em projetos de desenvolvimento econômico e social. O governo brasileiro enxerga essa aproximação como uma oportunidade para expandir a influência da indústria nacional no exterior, ao mesmo tempo em que aprofunda os laços diplomáticos e comerciais com nações africanas.
Essa iniciativa se alinha com a política externa do atual governo, que busca reposicionar o Brasil como um ator global relevante, especialmente no Sul Global, por meio de acordos de cooperação tecnológica, investimentos em infraestrutura e parcerias estratégicas. A retomada das linhas de financiamento com Angola pode, ainda, pavimentar o caminho para futuros negócios em setores como energia, agricultura e tecnologia.
No dia 17 de maio de 1995, a Boeing registrou um marco na aviação comercial ao entregar o primeiro Boeing 777-200 operacional à United Airlines. Curiosamente, a aeronave registrada como N777UA foi, na verdade, a sétima unidade produzida, mas a primeira a ser oficialmente entregue para serviço comercial. Trinta anos depois, esse mesmo avião ainda está em operação, um testemunho da durabilidade e confiabilidade do modelo.
Pouco mais de três semanas depois da entrega para companhia aérea, em 7 de junho de 1995, a United realizou o voo inaugural da aeronave na rota Londres Heathrow–Washington Dulles, consolidando o 777 como um novo ícone da aviação.
Ao longo dessas três décadas, o Boeing 777 se tornou o widebody mais vendido da história, com mais de 2.000 unidades entregues. Sua frota global acumulou impressionantes 16 milhões de voos, transportando cerca de 4 bilhões de passageiros e percorrendo mais de 49 bilhões de milhas náuticas, o equivalente a mais de 100.000 viagens de ida e volta à Lua. A United Airlines, cliente de lançamento do programa, desempenhou um papel crucial no desenvolvimento da aeronave, colaborando diretamente com a Boeing e a Pratt & Whitney na fase de engenharia.
Embora o 777-200 original não tenha alcançado o mesmo sucesso comercial de suas variantes posteriores, como o 777-300ER e o 777X, sua importância histórica é inegável. Apenas 88 unidades do 777-200 foram produzidas, e hoje a United Airlines opera 19 delas, enquanto as duas restantes voam pela All Nippon Airways (ANA) no Japão.
O N777UA, em particular, sobreviveu a desafios como a pandemia de COVID-19, que levou ao aterramento temporário de muitas aeronaves. Em seu 30º aniversário, a aeronave completou voos entre Denver e São Francisco, além de uma viagem de Denver a Honolulu e volta, reforçando sua longevidade.
Até 2022, o N777UA já havia superado a marca de 100.000 horas de voo e 18.000 ciclos (decolagens e aterrissagens), números impressionantes para qualquer aeronave comercial. Ele compartilhou os céus com outras entregas iniciais da United, como o N768UA, N769UA, N771UA, N772UA e N773UA, todos parte da primeira leva de 777s produzidos.
Originalmente configurado com 292 assentos em três classes—12 na Primeira Classe em arranjo 2-2-2, 49 na “Classe Connoisseur” (hoje conhecida como Classe Executiva) e 231 na Econômica em disposição 2-5-2, o N777UA representa uma era em que a Boeing revolucionou o conceito de viagens de longa distância com eficiência e conforto.
Com o avanço de modelos mais modernos, como o 777X, o legado do 777 original permanece intacto, provando que sua contribuição para a aviação vai muito além de números já que ele redefiniu os padrões de desempenho e confiabilidade para as gerações futuras.
No dia 21 de maio, o Ministério da Defesa italiano anunciou a assinatura de um acordo intergovernamental para o fornecimento de 12 aeronaves de combate leve Leonardo M-346 FA (Block 20) para a Áustria.
O contrato também inclui um simulador de missão completo, integração de mísseis ar-ar de curto alcance IRIS-T, link de dados Link 16, pods de canhões Nexter de 20 mm, lançadores de foguetes LAU-32 e pods Elbit SPEAR AECM para autodefesa e guerra eletrônica.
O acordo prevê a possível compra de mais 12 aeronaves em dois lotes futuros de seis. A Áustria expressou inicialmente sua intenção em dezembro de 2024, assinando uma Carta de Intenções com a Leonardo, marcando o início do processo de substituição de seus jatos de treinamento Saab-105OE, aposentados em dezembro de 2020.
O M-346 FA foi, por muito tempo, o favorito das Forças Armadas da Áustria, que buscavam um jato leve versátil e acessível. Ele deverá cumprir quatro funções principais: treinamento de pilotos com experiência real em armas, treinamento JTAC para reduzir os custos de treinamento doméstico, apoio aéreo aproximado para forças terrestres e especiais e missões de reconhecimento utilizando pods avançados de mira e radar AESA.
A nova aeronave também apoiará a frota austríaca de Eurofighter Typhoon, particularmente na interceptação de alvos aéreos de movimento lento, como aeronaves leves, helicópteros e drones. Autoridades austríacas enfatizaram a crescente ameaça representada por veículos aéreos não tripulados, sendo a frota de 15 jatos Typhoon potencialmente inadequada para incursões em massa.
Dada a necessidade de patrulhas aéreas prolongadas, o M-346 FA será equipado com capacidade de reabastecimento em voo. Cada aeronave será equipada com uma sonda compatível com a aeronave de transporte de reabastecedores KC-390, recentemente encomendada pela Áustria.
A Áustria se torna o primeiro país a encomendar o M-346 FA em sua futura configuração Bloco 20, uma variante ainda em desenvolvimento. O Bloco 20 contará com uma cabine de comando de última geração com telas sensíveis ao toque (LAD) de grande área, telas de baixo perfil (LPHUD) e telas avançadas montadas no capacete (HMD), além de um radar AESA que oferece maior alcance de rastreamento de alvos do que o radar Grifo-346 atual.
De acordo com o cronograma, a previsão é de que o protótipo do Bloco 20 seja concluído em meados de 2027. A previsão é de que as aeronaves padrão de produção estejam prontas no final de 2028.
Aeronaves P-95 Bandeirulha e P-3AM Orion da Aviação de Patrulha. Foto: Sargento Johnson Barros/FAB.
a Força Aérea Brasileira celebra o Dia da Aviação de Patrulha. Em 22 de maio de 1942, militares brasileiros pilotando um bombardeiro médio B-25B Mitchell, tripulado por outros quatro militares da Força Aérea do Exército dos EUA, atacaram o submarino Barbarigo, da Marinha Italiana.
Quatro dias antes, o submarino fascista afundou, com torpedos, canhões e metralhadoras, o navio mercante brasileiro Comandante Lyra. No dia 22, os capitães da FAB Parreiras Horta e Oswaldo Pamplona, pilotos do B-25, atacaram o Barbarigo com 10 bombas de 45 kg na costa de Fortaleza.
Danificado, o Barbarigo conseguiu escapar. Em 1943, a embarcação italiana foi afundada pelos britânicos em Singapura. O ataque de 22 de maio de 1942 marcou o batismo de fogo da FAB, que tinha pouco mais de 1 ano desde sua fundação em janeiro de 1941. O Capitão Pamplona ainda seguiu para os combates na Itália com o 1º Grupo de Aviação de Caça, onde participou de 47 missões pilotando o caça-bombardeiro P-47D Thunderbolt.
Ao longo de sua história, a FAB empregou, além do B-25, as aeronaves PBY Catalina, PV-1 e PV-2 Ventura, B-18 Bolo, A-28 Hudson, P-15 Neptune e P-16 Tracker nas missões de patrulha marítima. Hoje, carregando as glórias dos que combateram os ataques nazifascistas na costa brasileira, os militares dos esquadrões Orungan, Netuno e Phoenix voam os Lockheed P-3AM Orion e Embraer P-95BM Bandeirulha.
O PBY-5 Catalina ‘Arará’ afundou o submarino alemão U-199 na costa do Rio de Janeiro em julho de 1943.P-15 Neptune. Foto: FAB.PB
A Aviação de Patrulha desempenha diversas missões, vigiando o Pré-Sal, fiscalizando a pesca ilegal em prol da biodiversidade marítima, trabalhando contra a poluição do mar brasileiro e acompanhando o tráfego marítimo.
Além disso, a Patrulha também se destaca pelas missões de Busca e Salvamento (SAR), realizando diversas operações do tipo na costa do país, fora a participação nas buscas ao submarino argentino ARA San Juan em 2017 e ao C-130 chileno em 2019.
P-3AM Orion do Esquadrão Orungan no Aeroporto Internacional de Porto Alegre em 2017, antes de partir para as buscas ao submarino argentino ARA San Juan. Foto: Gabriel Centeno/Aeroflap.
Segundo a FAB, os P-3 e P-95 também realizam missões IVR (Inteligência, Vigilância e Reconhecimento), empregando sensores de Guerra Eletrônica aeroembarcados, o que incrementa a capacidade de obtenção e interpretação de imagens e sinais eletromagnéticos, bem como auxilia na confecção dos relatórios oriundos das missões realizadas.
No ano passado, o Esquadrão Orungan (1º/7º GAV) incorporou à sua dotação aeronaves remotamente pilotada, fato que representa um marco definitivo no emprego dos Esquadrões de Patrulha nas Ações de Força Aérea de Reconhecimento.
Sediado na Ala 12 (Base Aérea de Santa Cruz), o Orungan voa o P-3AM, aeronave que nesse ano completa 10 anos de operação na FAB. O primeiro P-3 chegou ao Brasil em julho de 2011 na Base Aérea de Salvador, antiga sede do 1º/7º, com a FAB recebendo a última unidade em 2014.
Com os Orions em serviço, o Brasil recuperou a capacidade de Guerra Antissubmarino (ASW), que havia perdido na década de 90 com a aposentadoria dos P-16 Tracker. Além da capacidade ASW, o P-3AM também carrega poderosos armamentos, como os mísseis antinavio Harpoon, capazes de neutralizar embarcações de guerra a uma distância além do alcance visual.
Com quatro motores, a aeronave tem grande autonomia, podendo permanecer em voo durante 16 horas. Além disso, possui modernos sensores eletrônicos embarcados, conferindo ao P-3AM a capacidade estratégica de vigilância marítima de longo alcance.
Militares do Orungan operando os sistemas do P-3AM. Foto: Sargento Bruno Batista/FAB.
O Comandante do Esquadrão Orungan, Tenente-Coronel Aviador Marcelo de Carvalho Trope, destaca a contribuição da aeronave para o cumprimento da missão da FAB.
“Desde sua chegada à FAB, o P-3 AM demonstrou ser um vetor aéreo com capacidade de emprego mundial. Com ele, foram realizadas missões de Patrulha Marítima em apoio a Cabo Verde, missões de treinamento com grande destaque para o desempenho de nossos tripulantes na Escócia e em Portugal, além de várias missões de Busca e Salvamento em apoio a nações amigas, como, por exemplo, Argentina e Chile”, afirmou.
Ainda exaltando a importância desse vetor aéreo para a FAB, o Tenente-Coronel Trope complementa: “As características desse avião garantem ao Brasil um grande poder dissuasório. Além disso, com o Orion, a FAB resgatou a capacidade de Guerra Antissubmarino, voltando a atuar em todas as vertentes do combate no Teatro de Operações Marítimo”.
Além do Orungan com o P-3AM, os Esquadrões Phoenix (2°/7° GAV) e Netuno (3°/7° GAV), também são desempenham papel fundamental na vigilância das águas territoriais brasileiras, empregando os P-95BM Bandeirulha em suas operações.
Militares do Esquadrão Phoenix. Ao fundo, um P-95 Bandeirulha. Foto: Sargento Johnson Barros/FAB.
Apesar de ser um modelo menos capaz que o P-3, a recente modernização dos P-95 lhes conferiu uma sobrevida através da reforma e incorporação de aviônicos e sensores modernos. O Esquadrão Phoenix é sediado na Ala 3 (Base Aérea de Canoas), enquanto o Netuno opera a partir da Ala 9 (Base Aérea de Belém).
O Bandeirulha aguarda no pátio de aeronaves depois de realizar missão em Natal-RN. Foto: Cabo André Feitosa/FAB.