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sexta-feira, 25 de abril de 2025

Força Aérea Brasileira celebra Dia da Aviação de Caça

 

Força Aérea Brasileira (FAB) celebrou dia 22/04 o Dia da Aviação de Caça. Uma cerimônia realizada na Base Aérea de Santa Cruz (BASC), no Rio de Janeiro, lembrou a história, a tradição e o legado que teve início há exatos 80 anos, quando os pilotos do Primeiro Grupo de Aviação de Caça (1° GAVCA) realizaram 44 missões de guerra em único dia: 22 de abril de 1945.

A cerimônia do Preito aos Jambocks, homenagem aos pilotos que lutaram na Segunda Guerra Mundial, é um momento de recordação e reconhecimento aos feitos desses heróis da FAB.

O Chefe do Estado-Maior da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro do Ar Pedro Luis Farcic, comentou sobre a importância da solenidade. “É um evento muito importante, marcante e de emoção onde reverenciamos os nossos heróis de guerra”, ressaltou.

Ainda na manhã de terça-feira, foi realizada a cerimônia militar alusiva ao Dia da Aviação de Caça, com entrega de premiações para militares que foram destaque em 2025.

Foram premiados os pilotos mais eficientes de cada Unidade Aérea, aqueles que obtiveram destaque nos campos operacional, intelectual e desportivo no ano de 2024. Além disso, foi entregue ao Major Aviador Paulo Roberto Falcão, Comandante do 1º/3º GAV, o Prêmio Pacau Magalhães Motta, que estimula estudo e a pesquisa de assuntos referentes ao emprego da Aviação de Caça. Houve, ainda, a imposição da Medalha “Mérito Operacional Brigadeiro Nero Moura”.

Reunião da Aviação de Caça

Na segunda-feira (21), o Comandante da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro do Ar Marcelo Kanitz Damasceno, ministrou uma palestra sobre o legado dos antecessores, a busca pela modernização de aeronaves e equipamentos, além de citar a operacionalidade e prontidão da Aviação de Caça. “Tudo que fazemos hoje é em função e em respeito aos que nos antecederam. O Brasil não pode esquecer dos seus heróis e a Força Aérea nunca haverá de esquecê-los”, comentou sobre os militares brasileiros que combateram na Segunda Guerra Mundial.

A programação da RAC também incluiu uma exposição no lendário Hangar do Zeppelin, onde os convidados puderam conhecer aeronaves e amostras de novas tecnologias.

Moeda comemorativa

Ainda durante a programação da RAC 2025, foi realizado o lançamento da medalha comemorativa aos 80 anos do dia 22 de abril de 1945.

Segundo a Associação Brasileira dos Pilotos de Caça (ABRA-PC), idealizadora do concurso que criou a peça, o lançamento da Medalha vem como um convite para a reflexão sobre a Participação da Força Aérea Brasileira na 2ª Grande Guerra Mundial, que ocorreu no período de 6 de outubro de 1944 a 8 de maio de 1945, sendo decisiva no contexto da vitória dos Aliados culminados no dia 22 de abril.

Foram apresentadas nove artes e uma Comissão Julgadora, composta por Diretores da ABRA-PC, representantes do 1º Grupo de Aviação de Caça, do Instituto Histórico Cultural da Aeronáutica e da Casa da Moeda do Brasil, fez a escolha da arte mais representativa para comemorar a data.

FONTE: Força Aérea Brasileira

Da Era de Ouro à restrição orçamentária: A transformação do Poder Aéreo da FAB

 

Nos anos 1970 e 1980, a Força Aérea Brasileira (FAB) alcançou um de seus maiores patamares em termos de poder aéreo, operando uma frota numerosa e diversificada de aeronaves de caça e ataque. Esse período foi marcado pela introdução de modelos emblemáticos como o Mirage IIIE/D (F-103), o F-5E/F Tiger II e o AT-26 Xavante, que garantiram à FAB uma capacidade robusta de defesa aérea e ataque ao solo.

A Era de Ouro da Aviação de Caça

Mirage IIIEBR – F-103E

Em 1970, o governo brasileiro adquiriu 16 caças Mirage III (12 do modelo E e 4 do modelo D biposto) da fabricante francesa Dassault, ao custo total de US$ 69 milhões. Essas aeronaves foram designadas F-103 na FAB e operadas pelo 1º Grupo de Defesa Aérea (1º GDA), sediado na Base Aérea de Anápolis, formando a espinha dorsal da defesa aérea nacional.

Os F-103 Mirage foram comprados em um lote inicial, novo de fábrica, de 16 aeronaves. Posteriormente, foram adquiridos mais 16, em lotes distintos, todos usados, dos estoques da Força Aérea Francesa, totalizando 32 aeronaves recebidas (22 E e 10 D).

Paralelamente, a FAB incorporou o Northrop F-5E Tiger II a partir de 1975, com a aquisição inicial de 36 unidades novas e 6 bipostos F-5B. Posteriormente, mais 22 F-5E e 4 F-5F foram comprados de segunda mão da USAF em 1988.

Além desses, foram adquiridos mais 11 F-5 ex-Jordânia (8 E e 3 F), com os 3 F passando por processo de modernização. Os E, mesmo não tendo voado na FAB, servindo de fonte de peças, receberam matrículas. Assim, o total de F-5 adquiridos e recebidos pela FAB foi de 79 aeronaves.

O AT-26 Xavante, versão brasileira do Aermacchi MB-326, foi o primeiro jato de combate fabricado no Brasil. Produzido pela Embraer entre 1971 e 1981, o Xavante teve 166 unidades destinadas à FAB, sendo amplamente utilizado em missões de treinamento avançado e ataque leve.

Embraer EMB-326 Xavante (AT-26 na FAB)
Caças Mirage III, F-5E e AT-26 Xavante fotografados do alto do hangar do Zeppelin
Base aérea de Santa Cruz em 1986 – Foto: Coleção Ricardo Pereira
Reprodução de cartão postal da Base Aérea de Fortaleza, com jatos AT-26 Xavante dos Esquadrões Pacau, Joker, Poker, além dos visitantes F-103E Mirage IIIEBR e dos T-25 e o C-95 da Base. Quase 40 AT-26 Xavantes na linha de voo.

O Cenário Atual: menor número, maior tecnologia e desafios orçamentários

16 caças Mirage IIIE/DBR do 1º GDA alinhados para decolagem, em foto datada de 1999
A Aviação de Caça da FAB nos anos 1990 – Foto: Revista Força Aérea

Atualmente, a FAB opera uma frota reduzida em comparação com as décadas anteriores, mas com aeronaves tecnologicamente mais avançadas. O principal vetor de caça é o F-39E/F Gripen, desenvolvido pela Saab em parceria com a Embraer. Até o momento, nove unidades foram entregues, com previsão de recebimento de um total de 36 aeronaves.

Saab Gripen ( F-39E) e Dassault Mirage IIIEBR (F-103E) – Foto: Juliano Lisboa

O F-5EM/FM, versão modernizada do F-5E/F, continua em operação, mas com previsão de desativação completa até 2029.

AMX PODE.JPG

O AMX A-1M, desenvolvido nos anos 80 em parceria entre Brasil e Itália, é utilizado em missões de ataque ao solo e reconhecimento. Atualmente, das 55 aeronaves originais, apenas 6 unidades estão em serviço, com previsão de retirada em 2025.

Apesar dos avanços tecnológicos, a FAB enfrenta desafios significativos relacionados ao orçamento. O Projeto FX-2, responsável pela aquisição dos caças Gripen, teve um orçamento previsto de R$ 1,4 bilhão em 2025, conforme o Projeto de Lei Orçamentária Anual de 2025 . No entanto, a execução orçamentária tem sido impactada por cortes e contingenciamentos, dificultando o pleno reequipamento da força aérea.

Além disso, a modernização de outras aeronaves, como o A-29 Super Tucano, enfrenta limitações financeiras. A FAB planeja modernizar 68 unidades do A-29, mas os recursos disponíveis podem não ser suficientes para concluir o projeto no prazo estipulado.

Esses desafios orçamentários refletem a necessidade do aumento e previsibilidade de investimentos para garantir que a FAB mantenha sua capacidade operacional e esteja preparada para enfrentar as demandas de defesa do espaço aéreo nacional.

O poder aéreo da Índia e do Paquistão

 

Caças F-16 do Paquistão

Sérgio Santana*

Os últimos dias presenciaram o ressurgimento de uma rivalidade entre Índia e Paquistão, duas nações com poder nuclear, motivado desta vez por ataques aéreos indianos a campos de treinamento terroristas em território paquistanês. Como resposta o Paquistão contra-atacou, com aeronaves abatidas de ambos os lados, em uma situação em franco processo de escalada.

O poder aéreo da Índia

De acordo com várias fontes especializadas em Defesa, a Força Aérea da Índia (Bharatiya Vayu Sena, BVS) opera 539 aeronaves de caça e ataque (185 Mikoyan-Gurevich MiG-21 “Fishbed” de vários subtipos; 128 Sukhoi Su-30MKI “Flanker”; 115 SEPECAT “Jaguar”; 51 Dassault-Breguet Mirage 2000, 24 Mikoyan-Gurevich MiG-27 “Flogger” e 12 HAL Tejas); 25 helicópteros de ataque Mil Mi-35 “Hind” que podem atuar em conjunto com nada menos que 184 helicópteros multifuncionais Mil Mi-17 “Hip” com capacidade secundária de ataque.

Dezenas de helicópteros HAL Dhruv, muitos dos quais preparados para função de ataque e operados pela aviação do exército indiano, podem prover um reforço na neutralização de forças inimigas.

Quarenta e cinco Mikoyan-Gurevich MiG-29KUB “Fulcrum”, operados pela Aviação Naval (Bharatiya Nau Sena, BNS) podem ser também ativados.

As aeronaves de caça/ataque podem ser reabastecidas em voo por 6 aviões-tanque Ilyushin Il-78 “Midas”, enquanto a força de transporte aéreo tem seu núcleo em 17 exemplares do Il-76 “Candid”, 10 Lockheed C-130J “Hercules” e igual número de Boeing C-17 “Globemaster III”.

Caças Sukhoi Su-30 e Tejas da IAF
Caças Sukhoi Su-30 e Tejas da IAF

O alerta antecipado e controle das operações aéreas é desempenhado por 3 Embraer/DRDO EMB-145I “Netra” outros três Beriev/IAI A-50EI “Mainstay”. Estas aeronaves de asas fixas podem ser suplementadas na mesma função por 14 exemplares do helicóptero Kamov Ka-31 “Helix-B”, operados pela BNS.

As aeronaves listadas e outras de menor relevância para as operações contra o Paquistão estão agrupadas em mais de 70 unidades que ocupam dezenas de bases aéreas e aeródromos de desdobramento, espalhados pelo território indiano, estando subordinadas aos seguintes comandos: Comando Aéreo Central; Comando Aéreo Leste; Comando Aéreo Oeste; Comando Aéreo Sudoeste; Comando Aéreo Sul; Comando de Manutenção e Comando de Treinamento. O Quartel-General da BVS localiza-se em Nova Délhi.

MiG-21 Bison e SEPECAT Jaguar da IAF

Capacidade de ataque nuclear da Força Aérea da Índia

Em adição à capacidade de ataque de precisão com armas convencionais, demonstrada na missão aérea que desencadeou a crise atual, a Força Aérea indiana também dispõe da capacidade de ataque nuclear (tendo detonado seu primeiro artefato atômico em 1974), com os vetores sendo o Jaguar (ou “Shamsher”, que foi modernizado recentemente, para o qual estima-se que existam de 10 a 30 bombas nucleares de queda livre, com potência de até 30 quilotons, o equivalente a 30 mil toneladas de TNT, excetuando a descarga radioativa) e o Mirage 2000 (denominado “Vajra”, trovão divino, também recentemente modernizado, para o qual há entre 20 e 50 bombas de queda livre, com potência média de 125 quilotons). Os Su-30 também poderiam ser usados em um ataque nuclear, embora não exista confirmação desta capacidade.

As bombas são mantidas desmontadas, com os componentes estocados em localidades diferentes

Além das bombas, a BVS também opera o míssil balístico de curto alcance Prithvi II, com ogiva nuclear de potência desconhecida. Como os demais ramos das Forças Armadas também possuem armas nucleares, a autorização do seu emprego depende da autorização de um comando conjunto.

Mirage 2000 indianos

O poder aéreo do Paquistão

Segundo estas mesmas fontes, a Força Aérea do Paquistão (Pāk Fizāʾiyah) possui 449 aeronaves de caça/ataque: 104 exemplares do PAC/Chengdu JF-17 Thunder; 77 do General Dynamics (agora Lockheed Martin) F-16 Fighting Falcon, de diversas versões; 152 exemplares do Dassault Mirage III e V; e, por fim, 116 aeronaves chinesas Chengdu F-7 “Airguard”. Trinta e oito treinadores Karakorum K-8, com capacidade secundária de ataque também estão operacionais. As aeronaves de caça/ataque com capacidade de reabastecimento aéreo podem receber combustível de quatro Ilyushin Il-78 “Midas”.

F-7P Airguard da PAF
Mirage V da PAF

Vinte e cinco Bell helicópteros de ataque AH-1F Cobra (juntamente com 45 outros exemplares do mesmo modelo, operados pela aviação do exército paquistanês) podem ser suplementados por noventa e cinco helicópteros multifuncionais Mil Mi-17 “Hip” podem atuar no ataque a posições inimigas.

A força de transporte da aviação militar paquistanesa é integrada por 15 Lockheed Martin C-130 Hercules de vários modelos, seis Saab 2000 e quatro CN-235M.

Tal como a Índia, o Paquistão também dispõe de aeronaves de alerta antecipado e controle, na figura de quatro exemplares do Saab 2000AEW e mesmo número de aeronaves chinesas ZDK-03. As missões de guerra eletrônica são desempenhadas por três Dassault Falcon 20E/F.

A Força Aérea do Paquistão está distribuída em 13 bases operacionais e 8 aeródromos de desdobramento, administrados pelos seguintes comandos: Central, Sul, Norte, Defesa Aérea e Estratégico, responsável pela operação do arsenal nuclear da Força Aérea paquistanesa. Seu Quartel-General localiza-se em Islamabad.

Saab 2000 AEW da Pakistan Air Force

Capacidade de ataque nuclear da Força Aérea do Paquistão

O Paquistão também possui bombas nucleares de queda livre. Suspeita-se que mais de 10 desses artefatos estejam estocados. Sua potência é estimada em pelo menos 25 quilotons e estão preparados para emprego em determinados esquadrões de F-16.

Bases aéreas da Índia e do Paquistão
Bases aéreas da Índia e do Paquistão (clique na imagem para ampliar)

quinta-feira, 24 de abril de 2025

A Embraer encerra 1T25 com carteira de pedidos de US$ 26,4 bilhões, superando recorde do trimestre anterior

 

  • Carteira de pedidos da Aviação Comercial alcança US$ 10,0 bilhões
  • Aviação Executiva estabelece novo recorde na carteira de pedidos, com US$ 7,6 bilhões
  • Defesa & Segurança se mantém estável, com carteira de pedidos de US$ 4,2 bilhões
    Carteira de pedidos de Serviços & Suporte totaliza US$ 4,6 bilhões

São Paulo, 22 de abril de 2025 – A Embraer (NYSE: ERJ / B3: EMBR3), líder global na indústria aeroespacial, registrou uma carteira de pedidos de US$ 26,4 bilhões no primeiro trimestre de 2025 – valor que supera o recorde histórico estabelecido no trimestre anterior.

A empresa entregou 30 aeronaves no primeiro trimestre de 2025. O resultado ficou 20% acima do registrado no mesmo trimestre do ano passado (1T24), quando 25 aviões foram entregues. As entregas do 1T25 correspondem a 13% do ponto médio (231 aeronaves) da estimativa da companhia para 2025 (entre 222 e 240 jatos), considerando Aviação Comercial mais Aviação Executiva. Portanto, acima da média dos últimos cinco anos, de 11% para o período.

Na Aviação Comercial, a carteira de pedidos totalizou US$ 10,0 bilhões no 1T25 – 2% abaixo do resultado do último trimestre. O pedido da ANA Holdings Inc. de 15 aeronaves E190-E2 com opções para 5 jatos adicionais será incluído provavelmente na carteira de pedidos do segundo semestre de 2025, quando o contrato final for assinado.

A unidade de negócios entregou 7 novas aeronaves no primeiro trimestre de 2025 –atingindo 9% do ponto médio (81 aeronaves) da projeção da empresa para o ano (entre 77 e 85 neste segmento). O desempenho da divisão ficou ligeiramente abaixo da média de 12% de primeiros trimestres nos últimos 5 anos, refletindo os desafios contínuos da cadeia de suprimentos. Destacamos que no trimestre não foi possível entregar 2 aeronaves adicionais devido a problemas comerciais. Os modelos entregues no período foram: o E175, para American Airlines (2), Republic Airlines (1) e Horizon Air (1), e o E195-E2, para Porter (1), Aercap (1) e Azorra (1). Esperamos que nossos esforços de nivelamento de produção gerem resultados mais tangíveis no 2T25, no 2º semestre do ano e no início de 2026.

Na Aviação Executiva, a carteira de pedidos atingiu novo recorde no 1T25, de US$ 7,6 bilhões, 3% acima do recorde anterior, estabelecido no 4T24. A unidade de negócios entregou 23 jatos no primeiro trimestre deste ano: 14 aeronaves na categoria leve e 9 na categoria média. O número de entregas foi 28% superior aos 18 jatos do primeiro trimestre de 2024 e representa 15% do ponto médio (150 aeronaves) da projeção anual (entre 145 e 155 para este segmento). O percentual está acima da média dos últimos 5 anos, de 11% para o primeiro trimestre.

Em fevereiro, as aeronaves da série Phenom 300 foram novamente reconhecidas como os jatos leves mais vendidos e entregues do mundo pelo 13º ano consecutivo, de acordo com a General Aviation Manufacturers Association (GAMA). Os dados da instituição também confirmaram o modelo como o bimotor a jato mais entregue pelo 5º ano seguido.

Em Defesa & Segurança, a carteira de pedidos ficou em US$ 4,2 bilhões no 1T25. A Força Aérea Uruguaia (FAU) e o Ministério da Defesa Nacional (MDN) do Uruguai converteram opções de compra de 5 aeronaves A-29 Super Tucano em pedidos firmes durante o período. A conversão faz parte de um compromisso assinado em agosto de 2024, quando a FAU anunciou pedido firme para 1 aeronave, além das opções que agora foram convertidas. O acordo também inclui equipamentos de missão, serviços de logística integrada e um simulador de voo.

As seleções do KC-390 Millennium pela Suécia (4) e Eslováquia (3), e do A-29 Super Tucano por Portugal (12) e Panamá (4) não constam na carteira de pedidos, uma vez que os contratos ainda não estão efetivos.

Em Serviços & Suporte, a carteira de pedidos permaneceu estável, com US$ 4,6 bilhões no 1T25. A Airlink, companhia aérea premium da África do Sul, foi o destaque do período devido a um acordo para suporte no gerenciamento de peças de reposição, com cobertura para todas as 68 aeronaves da Embraer que integram a frota da empresa. O acordo tornará a Airlink a primeira cliente africana do ECIP – Embraer Collaborative Inventory Planning (Programa de Planejamento Colaborativo de Estoques da Embraer), otimizando níveis de estoque e reduzindo custos operacionais da companhia.

Sobre a Embraer

A Embraer é uma empresa aeroespacial global com sede no Brasil. Fabrica aeronaves para a aviação comercial e executiva, defesa e segurança e clientes agrícolas. A empresa também fornece serviços e suporte pós-venda por meio de uma rede mundial de entidades próprias e agentes autorizados.

Desde a sua fundação em 1969, a Embraer já entregou mais de 9.000 aeronaves. Em média, a cada 10 segundos, um avião fabricado pela Embraer decola de algum lugar no mundo, transportando mais de 150 milhões de passageiros por ano.

A Embraer é líder na fabricação de jatos comerciais de até 150 assentos e é a principal exportadora de bens de alto valor agregado do Brasil. A empresa mantém unidades industriais, escritórios, centros de serviços e de distribuição de peças nas Américas, África, Ásia e Europa.

DIVULGAÇÃO: Embraer

terça-feira, 22 de abril de 2025

Grécia: C-390 Millennium da Embraer desponta como favorito para substituir os C-130

 

O cargueiro militar C-390 Millennium, da brasileira Embraer, tem se destacado como forte candidato a substituir os veteranos C-130 Hercules na Força Aérea da Grécia. Segundo informações do portal OnAlert.gr, a aeronave está incluída no planejamento de longo prazo de aquisições de defesa do país, com uma recomendação inicial para a compra de três unidades com opção de expansão futura. Os C-390 seriam incorporados gradualmente, conforme os Hércules atuais forem sendo aposentados.

Embora o programa de aquisição só deva avançar no fim da década, devido a outras prioridades — como a modernização de 38 caças F-16 para o padrão Viper —, o planejamento financeiro já contempla os recursos necessários. Até lá, a Grécia manterá em operação os C-130 e os menores C-27, que também passarão por atualizações e receberão novo contrato de suporte logístico até 2026.

O C-390 vem conquistando espaço entre as forças aéreas ocidentais por sua combinação de baixo custo operacional, alta capacidade de carga e tecnologia de ponta. Países como Suécia, Eslováquia, Holanda e Áustria já fecharam contratos com a Embraer, enquanto Polônia, Finlândia e Turquia estão em negociações. Em todas essas nações, o modelo tem sido apontado como substituto natural dos C-130.

A Grécia acompanha de perto a experiência de países aliados que já operam o C-390, como Portugal, e recebeu avaliações extremamente positivas quanto ao desempenho da aeronave, sua manutenção e suporte pós-venda. O cargueiro da Embraer já é descrito como a solução logística das próximas décadas.

Do ponto de vista técnico, o C-390 leva até 26 toneladas de carga útil, superando os 21 toneladas do C-130J. Tem alcance de 5.500 km com 15 toneladas a bordo, contra 3.300 km do rival americano, e velocidade de cruzeiro de até 988 km/h, muito superior aos 670 km/h do C-130J. Além disso, voa a 36 mil pés, contra 29 mil pés da aeronave americana com carga máxima.

Um dos trunfos do cargueiro brasileiro está em seus motores IAE V2500, usados em aeronaves comerciais como o Airbus A320. Isso garante baixo custo de manutenção, ampla disponibilidade de peças e suporte logístico garantido para as próximas décadas. Mais de 7.200 motores da família V2500 já foram fabricados, incluindo o modelo V2531-35 usado no C-390, com empuxo de 31.330 libras.

Embora o C-130J americano também tenha sido apresentado à Força Aérea grega e ofereça modernização eletrônica e confiabilidade comprovada em 22 países, o C-390 Millennium parece conquistar vantagem, combinando inovação, performance superior e atratividade econômica. O embate entre os dois modelos promete ser decisivo para o futuro da aviação de transporte militar na Grécia.

Do P-47 ao Gripen, Aviação de Caça da FAB chega aos 80 anos como referência na América Latina

 


F-39 Gripen da Força Aérea Brasileira

A Aviação de Caça da Força Aérea Brasileira (FAB) completa, em 2025, 80 anos de um feito que marcou sua história. Nos céus da Itália, em 22 de abril de 1945, o Primeiro Grupo de Aviação de Caça (1º GAVCA) realizou a impressionante marca de 44 missões de guerra em um único dia, em um esforço extraordinário: o maior de toda a campanha da FAB na Segunda Guerra Mundial.

São oito décadas de bravura, comprometimento, altruísmo e dedicação à defesa do espaço aéreo nacional. Criada em meio ao cenário da Segunda Guerra Mundial, a Aviação de Caça da FAB tornou-se um pilar da soberania aérea do país.

Por meio de preparo e vigília constantes, os esquadrões de caça da FAB estão prontos para atuar em diversas situações, que vão desde a interceptação de aeronaves suspeitas, apoio a tropas no solo, reconhecimento estratégico, interdição de objetivos até missões ofensivas e defensivas em cenários de conflito, regulares ou não.




Caça F-5M da Força Aérea Brasileira

A atuação das tripulações, apoiadas pelas equipes de solo — como especialistas em manutenção, armamentos e controladores de tráfego aéreo, entre outros — combina tradição, alto grau de preparo e tecnologia de ponta, consolidando o Brasil como referência na América Latina.

A história da Aviação de Caça na FAB começou a ser escrita com sangue, suor e coragem durante a Segunda Guerra Mundial. O 1º Grupo de Aviação de Caça (1º GAVCA) foi criado em 1943 e, após treinamento no Panamá e nos Estados Unidos, foi enviado ao Teatro de Operações Europeu, mais precisamente à Itália, onde seus pilotos voaram o lendário P-47 Thunderbolt.

A atuação desta distinta unidade foi preponderante para a causa aliada, sobretudo na Ofensiva da Primavera.




Caça A-1M AMX

Pelos seus feitos, recebeu a mais alta condecoração das Forças Armadas dos Estados Unidos: a Presidential Unit Citation, ou Citação Presidencial de Unidade. Além do reconhecimento internacional, seu legado lançou as bases de uma cultura aguerrida e operacional que se mantém viva até hoje.

Atualmente, os nove esquadrões de Caça da FAB estão espalhados por diferentes regiões estratégicas do país. O Primeiro Grupo de Defesa Aérea (1º GDA – Jaguar), em Anápolis (GO), opera o F-39 Gripen. Atuando com os F-5M Tiger II, o Primeiro Esquadrão do Décimo Quarto Grupo de Aviação (1º/14º GAV – Esquadrão Pampa), em Canoas (RS), e o 1º GAVCA, em Santa Cruz (RJ), mantêm a vigilância do espaço aéreo com essas aeronaves.

A FAB também conta com os esquadrões que operam o A-29 Super Tucano: o Primeiro Esquadrão do Terceiro Grupo de Aviação (1º/3º GAV – Escorpião), em Boa Vista (RR); o Segundo Esquadrão do Terceiro Grupo de Aviação (2º/3º GAV – Grifo), em Porto Velho (RO); o Terceiro Esquadrão do Terceiro Grupo de Aviação (3º/3º GAV – Flecha), em Campo Grande (MS); e o Segundo Esquadrão do Quinto Grupo de Aviação (2º/5º GAV – Joker), em Parnamirim (RN), este responsável pela formação dos novos pilotos de caça.





Embraer A-29B Super Tucano

Operando aeronaves A-1M em Santa Maria (RS), o Primeiro e o Terceiro Esquadrão do Décimo Grupo de Aviação (1º/10º GAV e 3º/10º GAV – Poker e Centauro) são responsáveis pelo emprego de armamentos inteligentes, como bombas guiadas por laser, consolidando a doutrina de ataque estratégico — um diferencial tecnológico e dissuasório.

A formação de um piloto de caça é rigorosa e exige dedicação máxima. Depois de passar pela Academia da Força Aérea (AFA) e por um criterioso processo seletivo, o Aspirante-a-Oficial segue para o curso de especialização, onde é lapidado e doutrinado para atuar nas diversas missões da Aviação de Caça.

É no Esquadrão Joker (2°/5° GAV), na Base Aérea de Natal (BANT), que esses futuros caçadores aprendem a dominar o A-29 Super Tucano.




P-47 Thunderbolt

Além de elevado preparo teórico e destacada perícia, os pilotos de caça brasileiros carregam um forte senso de comprometimento, patriotismo e orgulho pela carreira. O profissionalismo desses militares garante que o Brasil mantenha sua capacidade de resposta rápida a qualquer violação do espaço aéreo nacional.

Informações da Força Aérea Brasileira