Pesquisar este blog

quarta-feira, 23 de julho de 2025

Airbus propõe estabelecer linha de montagem de helicópteros H215M na Romênia

 


A Airbus apresentou ao governo da Romênia uma proposta estratégica que pode transformar o país em um polo de produção de helicópteros militares na Europa. A gigante aeroespacial europeia se comprometeu a transferir toda a linha de montagem do helicóptero multifuncional H215M para a fábrica da Industria Aeronautica Româna (IAR), em Brasov, desde que Bucareste acelere o processo de aquisição das aeronaves para as Forças Armadas romenas.

Essa iniciativa é parte de um movimento mais amplo de reestruturação da defesa europeia, impulsionado pela crescente tensão geopolítica após a invasão da Ucrânia pela Rússia.

Durante uma coletiva de imprensa recente, realizada com altos executivos da Airbus, incluindo Johan Pelissier, presidente da Airbus Europa; Georges Durdilly, presidente da Airbus Romênia; Thomas Hein, chefe da Airbus Helicopters na Europa; e Carlos Sanchez Pla, responsável por vendas da Airbus Defence and Space na Europa Oriental, foram detalhadas as intenções da empresa em estabelecer uma cadeia completa de produção local. A proposta prevê a substituição da antiga frota de helicópteros IAR-330 Puma, que já ultrapassou 50 anos de operação e chegou ao fim de sua vida útil.

A parceria entre a Airbus e a IAR não é recente. Desde a década de 1970, a fábrica de Brasov produziu sob licença centenas de helicópteros baseados no SA 330 Puma. Em 2017, as duas empresas assinaram um acordo exclusivo para produção do H215M, ampliado posteriormente para 15 anos de duração, com previsão de que a IAR atuasse como contratante principal em futuras encomendas do governo romeno. A Airbus, inclusive, já havia inaugurado em 2016 uma unidade industrial de 10 mil metros quadrados em Bra?ov, especialmente para montagem do H215, atualmente sem operação por falta de contratos firmes.

Helicóptero IAR 330 Puma da Força Aérea Romena.

A expectativa é de que a Romênia adquira cerca de 90 helicópteros H215M, embora esse número ainda não tenha sido oficialmente confirmado. O Ministério da Defesa da Romênia chegou a mencionar essa estimativa em declarações públicas, e a Airbus reforçou que um pedido inicial de ao menos 16 unidades seria suficiente para ativar a linha de produção e justificar os investimentos necessários.

Outro elemento que reforça o interesse estratégico do projeto é o acordo assinado recentemente com a fabricante europeia de mísseis MBDA. A Romênia fechou contrato para integrar o míssil antinavio Marte ER aos helicópteros H215M em configuração naval.

O Maerte ER oferece alcance superior a 100 km, capacidade de ataque de precisão contra alvos navais e terrestres e operação em condições adversas. O contrato tem valor estimado de € 180 milhões e prevê a entrega das primeiras unidades até 2026.

O H215M, uma evolução militar do Super Puma, é considerado ideal para missões de transporte tático, busca e salvamento, apoio a operações especiais, evacuação médica e missões navais. A aeronave é equipada com motores Safran Makila 1A1, aviônicos digitais de última geração e sistemas de autoproteção avançados. Com elevada capacidade de carga e operação em ambientes hostis, o modelo já integra as forças de países como França, Chile e Indonésia.

H215M do Exército do Chile.

O avanço das negociações com a Romênia ocorre em meio a um aumento expressivo dos gastos com defesa no país. Após o início da guerra na Ucrânia, o governo romeno aumentou seu orçamento militar em mais de 50%, superando os 2% do PIB exigidos pela OTAN, e projeta alcançar 3% do PIB até 2029, com investimentos que devem ultrapassar US$ 9,7 bilhões até o final da década.

Além da proposta de produção local, a Airbus fortaleceu recentemente sua presença no Leste Europeu ao assinar um memorando de entendimento com a estatal ucraniana Ukroboronprom durante o Paris Air Show 2025. O acordo prevê o treinamento de técnicos ucranianos para manutenção de aeronaves Airbus operadas na Ucrânia, ampliando o alcance do suporte da empresa na região.

Com instalações prontas, transferência tecnológica garantida e um histórico sólido de cooperação, a proposta da Airbus representa uma oportunidade estratégica não apenas para a Romênia, mas para toda a Europa. O sucesso dessa iniciativa pode posicionar o país como um centro de excelência para produção e manutenção do H215M, com potencial de exportação para outros países da OTAN.

Holanda modernizará seus helicópteros Apache e Chinook


Holandeses também querem adquirir drones marítimos e veículos blindados.

A Holanda está avançando com um grande esforço de modernização militar que inclui a aquisição de drones marítimos, veículos blindados de esteira e atualizações em helicópteros importantes, confirmou o Ministério da Defesa em 23 de abril.

O Secretário de Estado Gijs Tuinman informou a Câmara dos Representantes holandesa sobre o plano, que descreve 17 projetos de aquisição de defesa de alta prioridade. Essas iniciativas fazem parte de uma resposta mais ampla à evolução das condições geopolíticas na Europa e às crescentes expectativas de que o continente fortaleça sua própria postura de defesa.

“Dada a mudança na relação de segurança com os Estados Unidos, a Europa deve assumir mais responsabilidade”, disse Tuinman. “A defesa deve ter o equipamento necessário disponível a tempo para dissuasão e prontidão operacional.”

Entre os principais projetos está a compra de sistemas marítimos não tripulados. Isso inclui drones aéreos e de superfície, que apoiarão as operações navais identificando ameaças à distância, mapeando zonas desconhecidas e contribuindo para a guerra antissubmarino, mantendo o pessoal fora de perigo. Os drones serão lançados de navios de guerra e utilizados em missões de patrulha marítima e combate costeiro.

Outra prioridade é a aquisição acelerada de 100 a 150 veículos blindados de esteira para a brigada de infantaria pesada do exército. Espera-se que esses veículos ofereçam alta mobilidade em terrenos difíceis, maior proteção para as tropas e facilidade de uso e manutenção. O Ministério planeja adquiri-los por meio de uma rota de fornecimento único — o que significa que a plataforma já está em uso pelas forças holandesas — permitindo contratação e entrega mais rápidas.

O esforço de modernização também inclui atualizações para 28 helicópteros de ataque AH-64E Apache e 20 helicópteros de transporte Chinook entre 2027 e 2032. As atualizações envolverão melhorias no armamento e nos sistemas defensivos, como a instalação de miniguns nos Chinooks para substituir armamentos obsoletos. O software e o hardware de ambos os tipos de aeronaves também serão modernizados. Essas atualizações serão replicadas nos simuladores de voo correspondentes para aumentar o realismo do treinamento.

Airbus entrega o 100º jato A220-300 produzido nos EUA para a Breeze Airways

 

Airbus também reforçou expansão da linha em Mobile, nos EUA.


A Airbus alcançou um marco expressivo em sua fábrica de Mobile, no Alabama (EUA), com a entrega da 100ª aeronave A220-300 produzida em solo americano. O jato foi recebido pela Breeze Airways, companhia aérea norte-americana de baixo custo que já opera mais de 30 unidades do modelo, e que mantém uma das maiores encomendas do tipo no mundo.

A entrega confirma o sucesso do programa A220 no mercado dos Estados Unidos e destaca o papel estratégico da linha de montagem da Airbus em Mobile, que vem ampliando gradualmente sua capacidade produtiva desde 2019.

Desde que a Airbus assumiu o controle do programa CSeries da Bombardier e o rebatizou como A220, o jato de corredor único tem se consolidado como a melhor opção para rotas regionais e de média distância. A primeira entrega de um A220 montado nos EUA ocorreu em outubro de 2020, também para uma operadora americana.

Agora, com a centésima unidade produzida, a fabricante europeia comemora a aceleração do ritmo de produção e o crescente número de companhias aéreas interessadas na aeronave. A Breeze, por exemplo, encomendou 90 A220-300, e já recebeu 37 unidades, utilizando o modelo em rotas domésticas com alta eficiência operacional e conforto superior para os passageiros.

No cenário global, o programa A220 segue em forte crescimento. Segundo dados atualizados até julho de 2025, a Airbus acumulava 944 encomendas firmes da família A220, sendo 826 do modelo maior A220-300 e 118 do A220-100. Deste total, já foram entregues 430 aeronaves, sendo 358 do A220-300 e 72 do A220-100.

A produção do A220 é dividida entre as instalações de Mirabel, no Canadá — onde o programa foi originalmente desenvolvido pela Bombardier — e Mobile, nos Estados Unidos, que passou a atender prioritariamente clientes norte-americanos, como Delta Air Lines, JetBlue e a própria Breeze Airways.

O A220 é reconhecido por seu desempenho eficiente e baixo custo operacional, consumindo até 25% menos combustível por assento em comparação com aeronaves de gerações anteriores. Além disso, apresenta significativa redução nas emissões de ruído e NO?, e já é certificado para operar com até 50% de combustível sustentável (SAF), com meta de atingir 100% até 2030. O alcance de até 6.300 km permite à aeronave atender tanto mercados regionais quanto destinos de médio curso, com uma cabine mais espaçosa e silenciosa, o que tem sido destacado por companhias e passageiros.

O crescimento da linha A220 em Mobile também se insere em um contexto estratégico para a Airbus nos Estados Unidos. Além de evitar barreiras comerciais sobre aeronaves importadas do Canadá, a produção local garante maior competitividade e agilidade no atendimento às companhias aéreas americanas. A fábrica em Mobile iniciou a montagem do A220 em 2019, e desde então tem ampliado sua capacidade de produção, com planos para atingir até 14 aeronaves por mês até 2026, apesar de desafios persistentes na cadeia de suprimentos.

Com a entrega do 100º A220-300 produzido em Mobile, a Airbus reforça sua presença industrial na América do Norte e destaca a crescente importância do A220 como solução de nova geração para companhias que buscam eficiência, sustentabilidade e conforto em operações de menor densidade.

A Breeze Airways, uma das operadoras mais novas dos Estados Unidos, vem utilizando o A220 para expandir sua malha de forma agressiva, conectando cidades médias com serviço direto, algo antes viável apenas com aeronaves regionais de menor capacidade.

Primeiras imagens dos Super Tucanos do Uruguai na linha de montagem da Embraer

 


As primeiras imagens dos A-29 Super Tucano destinados à Força Aérea Uruguaia começaram a circular, revelando detalhes da montagem das aeronaves nas instalações da Embraer em Gavião Peixoto, no interior de São Paulo.

A divulgação ocorreu em meio à visita oficial de representantes da Força Aérea do Uruguai à fábrica brasileira, entre os dias 15 e 17 de julho, como parte das obrigações previstas no contrato firmado entre o Ministério da Defesa uruguaio e a Embraer.

O encontro técnico foi voltado à gestão do programa e serviu para alinhar os últimos aspectos do processo de fabricação dos aviões, incluindo cronogramas, pacotes logísticos, suporte técnico, voos de aceitação, translado, treinamentos e a lista final de entregas.

O contrato firmado em dezembro de 2022 envolve a aquisição de seis aeronaves A-29B Super Tucano, no maior investimento já realizado pela Força Aérea Uruguaia em meios aéreos. A negociação, estimada em cerca de US$ 100 milhões, abrange não apenas os aviões, mas também um sistema completo de apoio logístico, incluindo simuladores de voo, infraestrutura e treinamento de pilotos e mecânicos.

O objetivo é substituir os obsoletos Cessna A-37B Dragonfly, que vêm operando desde a década de 1970, e ampliar significativamente a capacidade de vigilância, interdição e resposta rápida no espaço aéreo nacional.

Comprovadamente eficaz em operações reais de combate, o A-29 Super Tucano é um turboélice leve, armado e altamente versátil, capaz de operar em pistas curtas e não preparadas. Seu desempenho em missões de ataque leve, apoio aéreo aproximado, vigilância armada e treinamento avançado já foi validado por forças aéreas de 16 países, incluindo Estados Unidos, Colômbia e Afeganistão.

Na América do Sul, países como Brasil, Chile e Equador também o utilizam, consolidando a aeronave como referência em sua categoria.

Durante a visita à Embraer, técnicos uruguaios também inspecionaram o simulador de voo que acompanhará a frota e que será instalado em território uruguaio. Esse recurso, fundamental para a formação e reciclagem das tripulações, permite o treinamento completo em todos os regimes de voo do A-29, inclusive em cenários de combate simulados. A adoção dessa ferramenta representa um salto operacional significativo para uma força aérea de porte médio como a uruguaia, permitindo capacitação constante a um custo reduzido e sem desgaste de material real.

A entrada em operação do novo sistema não se limita à chegada das aeronaves. Ela envolve uma profunda transformação organizacional, técnica e doutrinária na Força Aérea Uruguaia. Novas estruturas de manutenção, mudanças nos protocolos de comunicações, integração com radares e sensores modernos, além de uma reconfiguração da doutrina de emprego, estão sendo implementadas para garantir o uso pleno da capacidade oferecida pelos Super Tucanos.

Essa evolução exigirá também maior interoperabilidade com outras forças, particularmente com o Brasil, que já opera a aeronave e poderá fornecer apoio técnico e logístico regional.

Prevista para ter início ainda no primeiro semestre de 2026, a entrega dos aviões ao Uruguai é acompanhada de um intenso programa de capacitação iniciado meses antes, com a formação de pilotos e técnicos nas unidades de treinamento da Embraer e da Força Aérea Brasileira.