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terça-feira, 7 de março de 2017

Caça-bombardeiro AMX da FAB

O projeto

O projeto do AMX começou a tomar forma em 1977, quando a Força Aérea Italiana abriu uma licitação para desenvolvimento de um caça-bombardeiro para substituir as aeronaves Aeritalia G.91 e alguns de seus F-104 Starfighter. As empresas Aeritalia - atualmente denominada Alenia Aeronáutica - e Aermacchi, ambas italianas, fizeram uma proposta conjunta, iniciando os trabalhos em abril de 1978.
Em março de 1981, os governos da Itália e do Brasil assinaram um acordo de requerimentos conjuntos para as aeronaves. Com o convite à Embraer para se juntar ao programa, um consórcio formado pelas três empresas passou a ser o responsável pelo projeto AMX. O primeiro protótipo voou em 15 de maio de 1984 (foto) e a produção em série começou dois anos depois, com os primeiros exemplares entregues à FAB e à Força Aérea Italiana em 1989. Nos 11 anos seguintes, até 2000, quase 200 aviões AMX foram produzidos.
Foto: FAB/Divulgação


Raio-X


ASPECTOS GERAIS

Países operadores: Brasil e Itália
Fabricante: Consórcio Embraer, Aermacchi e Alenia
Tipo: Caça-bombardeiro de reconhecimento e ataque ao solo
Ano de integração à frota da FAB: 1989
Código de identificação na FAB: A-1
Experiência em combate: empregado pela Força Aérea Italiana no conflito armado no Kosovo, em 1999
Unidades produzidas: cerca de 200 aeronaves nos dois países

DIMENSÕES

Comprimento: 13,55 m
Envergadura: 9,97 m
Altura: 4,55 m
Área de asa: 21 m²
Tripulação: 1 (versão de ataque) ou 2 (versão de treinamento)

DESEMPENHO

Velocidade máxima: 1.160 km/h
Velocidade de cruzeiro: 950 km/h
Alcance: 3.330 km
Teto de serviço: 42.600 pés (13.000 m)
Peso vazio: 6.730 kg
Peso carregado: 10.750 kg
Peso máximo: 13.000 kg

EQUIPAMENTOS E ARMAS

Motor: turbofan Rolls-Royce RB 168-807, sem pós-combustão
Armamento: 2 canhões Bernardini Mk-164 de 30 mm; 2 misseis ar-ar AIM-9 Sidewinder ou MAA-1 Piranha nos trilhos das pontas das asas; 3,8 mil kg de carga bélica em 5 pontos fixos, incluindo bombas de emprego geral e bombas guiadas por laser, mísseis ar-superfície, foguetes e pods de reconhecimento.

O AMX na FAB


No Brasil, o principal papel desempenhado pelo AMX foi substituir o EMB-326 Xavante (AT-26) em missões de ataque. Sob a designação A-1 na FAB, foram encomendados exemplares das duas versões da aeronave: AMX (caça-bombardeiro) e AMX-T (treinamento).
Atualmente, integram a frota da FAB 53 aeronaves AMX A-1, empregadas pelo primeiro e terceiro esquadrões do décimo Grupo de Aviação (1º/10º GAv - Esquadrão Poker e 3º/10º GAv - Esquadrão Centauro, respectivamente), ambos sediados na Base Aérea de Santa Maria (RS), e pelo 1º/16º GAv - Esquadrão Adelphi, sediado na Base Aérea de Santa Cruz (RJ).
Destacando-se pela robustez, raio de alcance e confiabilidade nos sistemas eletrônicos, o AMX foi o responsável pela introdução de diversos avanços tecnológicos na FAB, recebendo o apelido de "avião computador".
Foto: FAB/Divulgação

Modernização da frota


Em 2003, o Comando da Aeronáutica (Comaer) e a Embraer assinaram um contrato para a revisão de parte da frota de AMX da Força Aérea Brasileira. Em janeiro deste ano, foi assinado um acordo complementar, delimitando em 43 o número de unidades que passarão pelo processo de modernização. Ao todo, o contrato está estimado em R$ 2 bilhões, dos quais R$ 840 milhões já foram desembolsados desde 2003.
Das 43 aeronaves modernizadas, 33 são monopostos e 10 bipostos. As outras 10 aeronaves pertencentes à frota da FAB excluídas do programa de modernização podem ser submetidas ao mesmo processo posteriormente.
Dez AMX já se encontram na linha de produção da Embraer, em Gavião Peixoto (SP), incluindo os dois protótipos. O primeiro protótipo, monoposto, deve realizar o primeiro voo em março de 2012. O segundo protótipo, biposto, tem o início de seus testes previsto para julho de 2012. As entregas para a FAB devem ser iniciadas em março de 2013 e encerradas até 2017. Depois de modernizados, os A-1 da FAB deverão ter sua vida útil estendida até 2032.
Foto: FAB/Divulgação

AMX do futuro


Segundo a Embraer, o processo de modernização do AMX A-1 fará com que a aeronave passe a contar com equipamentos de última geração, beneficiando-se do conhecimento adquirido na atualização dos caças F-5. Modernizadas, as aeronaves terão um aumento de confiabilidade e um incremento de sua capacidade operacional. Como o País passará a deter controle total sobre o software operacional, a reforma dos AMX tornará o Brasil independente na manutenção da frota, não necessitando de fornecedores externos.
Veja a seguir mais detalhes sobre alguns dos novos equipamentos do AMX:
Foto: FAB/Divulgação

Cockpit informatizado


Contando com três telas multifunção em cores, o cockpit do AMX modernizado terá uma interface mais amigável, aposentando mostradores e equipamentos analógicos. Com uma área total de aproximadamente 121 polegadas quadradas, as telas exibirão informações de navegação, ataque, imagens do radar, comunicação, armas e gerenciamento de sensores.
Baseado no conceito Hotas ('Hands-on Throttle And Stick', ou 'mãos em comandos de aceleração e manche', em tradução livre), o novo cockpit permitirá que os pilotos tenham no manche e no manete de potência todos os comandos de que podem precisar para operar os sistemas do avião. Outra inovação, o Datalink, tornará possível a transferência de dados entre aeronaves, facilitando a troca de informações referentes à tática ou a alvos potenciais, por exemplo.
Foto: FAB/Divulgação

Novo radar


Projetado pela empresa brasileira Mectron, o radar multimodo SCP-01 substituirá os atuais equipamentos do AMX, considerados obsoletos. A principal função do radar será a detecção e o rastreamento de alvos marítimos (modo ar-mar), terrestres (ar-terra) e aéreos (ar-ar).
Além do novo radar, os AMX modernizados contarão com sistemas de autodefesa integrados com RWR, AECM, lançadores de Chaff e Flare e MLAWS. O RWR ('Radar Warning Receiver') avisa o piloto de que a aeronave foi detectada por um radar inimigo; o AECM ('Active Electronic Counter Measures') é um sistema de contramedidas eletrônicas ativas, que permite à aeronave 'despistar' radares hostis; Chaff são pequenas lascas de metal que são lançadas pela aeronave para dificultar a sua detecção por radares, enquanto Flares são sinalizadores usados para desviar mísseis guiados por calor; já o MLAWS é um alerta de lançamento e aproximação de mísseis.
Foto: FAB/Divulgação

Informações no capacete


Além de ser equipado com um HUD ('Head-Up Display' modernizado, que exibe informações dos sistemas de navegação, ataque e gerenciamento de sensores e armas em uma tela transparente na altura da visão do piloto), o AMX contará, após o processo de reformas, com um Helmet Mounted Display (HMD, visor montado no capacete). Dessa forma, os pilotos da FAB terão os dados projetados diretamente na viseira de seus capacetes, possibilitando reações mais rápidas a situações de risco.
Os novos AMX também ganharão um gravador de vídeo digital, possibilitando o armazenamento de imagens de missões para análises posteriores. Além disso, o sistema de instrumentos de voo reserva (BFI, sigla em inglês para Back-up Flight Instrumentation) concentrará, em um só equipamento, todos os instrumentos de emergência da aeronave.
Foto: FAB/Divulgação

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