Hoje é um dia histórico para a aviação brasileira! A Embraer apresentou nesta terça-feira (7), em sua fábrica em São José dos Campos (SP), o jato comercial E195-E2, o maior avião já projetado e construído no Brasil, com 41,5 metros de comprimento. A aeronave é a segunda geração do E195 e o segundo modelo da nova família E-Jets E2 a ficar pronto – a série estreou com o E190-E2, apresentado em fevereiro de 2016 e atualmente em fase de testes de voo.
“O E195-E2 tem potencial de mudar significativamente o perfil de frota das companhias aéreas em todo o mundo”, declarou John Slattery, o presidente da divisão de aviões comerciais da Embraer. Segundo ele, o jato brasileiro “tem custo de viagem 20% menor e um custo por assento similar ao de aviões maiores”, o que se encaixa nas necessidades de companhias aéreas tradicionais quanto as de baixo custo.
Comparado ao E195 atual, em operação há 10 anos, o modelo da série E2 ganhou mais 3 metros de comprimento: passou de 38,6 m para 41,5 m. O aparelho, no entanto, não é o mais pesado. O cargueiro militar KC-390 é mais curto (tem 35,2 m), mas ganha em peso: 81.000 kg contra 60.700 kg do E195-E2. O novo jato comercial da Embraer, por outro lado, também é o avião mais largo produzido no Brasil, com envergadura de 35,1 m.
Segundo dados da Embraer, o E195-E2 tem alcance de 4.537 km e poderá alcançar a velocidade máxima de 870 km/h. Como sugere a fabricante, a aeronave pode transportar 146 passageiros, em uma classe, ou 118 ocupantes, separados em duas classes.
O E195-E2 chega ao mercado prometendo menores custos operacionais, em grande parte por conta dos novos motores Pratt & Whitney PW1900G. Em relação a geração atual, o novo motor do E195-E2 tem um consumo por assento 24% inferior. Já comparado ao CS 100, concorrente da Bombardier, o modelo da Embraer é até 10% mais eficiente e transporta mais passageiros – a capacidade padrão do CS 100 é de 110 ocupantes.
De acordo com o Luís Carlos Affonso, vice-presidente de operações da empresa, a família E-Jet recebeu várias tecnologias desejadas pelos clientes. “Um exemplo é a quarta geração de fly-by-wire que permitiu a redução de 20% da área de empenagem, minimizando arrasto e peso”, explicou. Ou seja, todos os controles da aeronave são eletrônicos, e não por meio de sistemas manuais, como cabos ou atuadores hidráulicos. Essa é a mais avançada tecnologia fly-by-wire desenvolvida pela Embraer: a primeira surgiu nos E-Jets, a segunda nos jatos executivos Legacy e a terceira no cargueiro militar KC-390 – a primeira geração dos E-Jets combinam comandos manuais e eletrônicos.
De acordo fabricante, o primeiro voo do E195-E2 está programado para acontecer ainda neste semestre e a estreia comercial é prevista para 2019. A companhia Azul, um dos operadores confirmados da aeronave, já comprou 30 unidades do maior modelo da família E2.
Jatos de última geração
A nova família de aviões comerciais da Embraer é composta por três aeronaves: E175-E2, E190-E2 e E195-E2.
A primeira aeronave da nova família a entrar em operação será o modelo intermediário E190-E2, cujas primeiras entregas estão programadas para 2018. O “caçula” E175-E2, que já está sendo fabricado, deve estrear na aviação comercial em meados de 2021.
Os E-Jets são os aviões comerciais mais vendidos do mundo na categoria para até 130 passageiros – é um segmento abaixo dos tradicionais Airbus A320 e Boeing 737. Desde 2002, a fabricante brasileira já fabricou mais de 1.300 aeronaves desse tipo.
Atualmente, a Embraer conta com uma carteira de pedidos para 275 pedidos firmes para os três modelos na nova família, além de 415 cartas de intenções e direitos de compra, somando um total de 690 compromissos com companhias aéreas e empresas de leasing
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