Pesquisar este blog

segunda-feira, 13 de março de 2017

IAI Kfir


.
.
.

Depois do General De Gaulle embargar a venda de armas a Israel, a IAF (IDF/AF) temia perder a vantagem sobre seus adversários da Guerra dos Seis Dias no futuro, que estavam a ser reequipados com aeronaves soviéticas. A espinha dorsal da superioridade aérea da Força Aérea de Israel (IAF) estava assente no Mirage III, francês, mas a reposição das aeronaves perdidas durante a Guerra dos Seis estava em risco devido ao embargo. Dotar a industria aeronáutica israelita (IAI) de capacidade para produzir as aeronaves necessárias, foi entendido como a única forma de ultrapassar completamente o problema do embargo.
O programa Kfir teve origem na busca para desenvolver uma versão mais capaz do IAI Nesher, que estava a ser produzido em série pela “Israel Aerospace Industries” (IAI).


.
.
.
.
Ano
1972
Pais de Origem
Israel
Função
Caça polivalente
Variante
Kfir C7
Tripulação
1
Motor
IAI Bedek Division (General Electric) J79-J1E
Peso (Kg)
Vazio
7770
Máximo
15475

Dimensões (m)
Comprimento
15,65
Envergadura
8,22
Altura
4,25

Performance (Km)
Velocidade Máxima
2440 (Mach 2.30) 
Teto Máximo
22860
Raio de ação
1200
Armamento
2 x canhões DEFA 552 de 30mm com 140 tiros por arma
Carga de combate:
Até 6085 kg em 9 suportes externos com combinações de:
Misseis:
2 x misseis ar-ar Shafrir 2, Python 3, ou AIM-9 Sidewinder
2 x misseis ar-terra AGM-65, Maverick, AGM-45 Shrike, ou AGM-78 Standard ARM ou
2 x misseis anti-navio Gabriel III,
2 x bombas guiadas por laser Paveway ou HOBOS, GBU-15, GBU-8/B ou GBU-9
até 14 x bombas de fragmentação, bombas de napalm, ou bombas convencionais de 1361, 907, 454, 340, 227 ou 113 kg
2 x Pods de foguetes Matra 155 (18x68 mm),
2 x Pods de armas SUU-23/A-20 mm (canhão GAU-4 com 1200 cartuchos)
Países operadores
Israel, Colômbia, Equador, Sri Lanka, EUA
Fontes
.
GALERIA
.
IAI Kfir C1
.
IAI F-21A, US Navy
.
IAI Kfir, IAF (IDF/AF)
.
IAF Kfir TC10, FA Colombiana 
.
IAI Kfir C10, FA Sri Lanka
.
IAI Kfir C12, FA Columbiana
.
HISTÓRIA
.
Em finais da década de 1960, Israel dá início,  ao projeto Raam A, que envolvia espionagem industrial junto da industria aeronáutica francesa, e engenharia invertida (Reverse engineering) com o objetivo de produzir internamente um clone do Mirage. Esse projeto origina o IAI Nesher, que seria produzido entre 1969 e 1974, a tempo de participar na guerra de Yom Kippur em 1973. 

Após 1974 a produção do IAI Nesher cessa, a favor da nova aeronave resultante do programa Raam B, desenvolvido em paralelo, com o qual se pretendia obter uma aeronave mais capaz. Isso foi conseguido pela adaptação da fuselagem do Mirage III (ou Nasher) a um novo motor mais potente, o turborreator General Electric J79 superior ao SNECMA Atar, produzindo um empuxo de 49 kN e 83,4 kN com pós-combustão.

IAI Kfir C1 (F-21A), Agressor Sqn, US Navy, NAS Fallon
Dois propulsores foram inicialmente selecionados para os ensaios, a turborreator General Electric J79 e o Rolls-Royce Spey, mas no final, o J79 foi o selecionado em grande medida pelo facto de ser o motor usado no McDonnell Douglas F-4 Phantom II, que os israelitas tinham começado a adquirir aos Estados Unidos em 1969, tendo obtido uma licença para produzir localmente o J79. 

A fim de acomodar o novo motor na fuselagem do Mirage III, e para proporcionar o necessário arrefecimento exigido pelo J79, a fuselagem traseira da aeronave foi ligeiramente encurtada e alargada, as entradas de ar foram ampliadas, e foi instalada entrada de ar adicional na base do estabilizador vertical, de modo a fornecer o arrefecimento extra necessário à pós-combustão. O motor em si foi encerrado num escudo térmico em titânio. 

A nova aeronave denominade de IAI Kafir realizou o primeiro voo em junho de 1973. A fuselagem mais volumosa para poder receber o motor J79, era também ligeiramente mais curta que a do Nesher, a parte frontal das ampliadas entradas de ar laterais eram dotadas de pequenas aletas, tinha um cockpit extensivamente revisto e melhorado, um trem de pouso reforçado (destinado a suportar o peo adicional do motor), uma quantidade considerável de aviónicos de construção israelita, bem como uma capacidade de combustível ligeiramente maior (2700 litros). 

Em 1975, foi iniciada a produção da nova aeronave, e a 14 de abril de 1975 o primeiro caça da série Kfir C1 foi demonstrada publicamente no aeroporto Ben Gurion. 
IAI Kfir C2, IAF, 1974

Porém apenas 27 caças Kfir C1 seriam construídos, pois algum tempo depois em 1976, a primeira aeronave da série seguinte C2 faria o seu primeiro voo. 

O IAI Kfir C2 diferia do seu antecessor em vários aspetos. As pequenas aletas laterais as entradas de ar foram substituídas por canards em delta (como havia sido experimentado no Saab Viggen), asa principal teve um bordo de ataque redesenhado passando a apresentar uma extensão em “dogtooth” (leading edge extensions), e no nariz foram colocados “strakes” para melhorar o desempenho num elevado ângulo de ataque. As melhorias aerodinâmicas só per si melhoraram o angulo de viragem da aeronave, reduziram a velocidade mínima e aumentaram a carga máxima possível na descolagem.

Foram introduzidos novos aviónicos, incluindo um novo sistema de radar de Pulso-Doppler Elta EL-2001 (EUM-2032) ou 2001B, multi-modo capaz de adquir alvos ar-ar e ar-terra, sistema de navegação TACAN, sistema de armas Rafael MAHAT ou IAI WDNS-141, dois sistemas digitais de controlo de voo por computador, sistema de navegação por inercia e um Head-up display (HUD).

IAI Kfir TC2
Todos os Kfir C1 foram modernizados para o padrão C2, que se tornou a configuração padrão do Kfir, sendo produzidas 185 aeronaves incluindo alguns Kfir-TC2, de dois lugares para instrução. Estes tinham uma aparência invulgar, com um nariz bastante alongado para acomodar os aviónicos deslocados do espaço utilizado para o 2º tripulante, e “caido”, para não prejudicar a visão do piloto.

A partir de 1983 os IAI Kfir-C2 / TC2 começaram a ser atualizados para o padrão C7 / TC7. O objectivo deste novo padrão era adaptar o Kfir a nova versão (mais potente) do motor o IAI Bedek Division (General Electric) J79-J1E. A aeronave recebeu dois novos suportes para carga externa (passando para um total de nove), sonda de reabastecimento em voo, aviónicos modernizados como o radar de pulso doppler Elta EL / M-2021B, capacidade para uso e transporte de armas inteligentes, um cockpit revisto com os controlos efetuados no conceito HOTAS (Hands On Throttle-And-Stick), e sistema de contramedidas eletrónicas (ECM) Elta E / L-8202. O peso máximo de decolagem é aumentado em 1.540 kg (com uma carga útil total de 6085Kg), sem alterar o raio de combate. 

IAI Kfir C7
Como armamento base mantêm-se os dois canhões DEFA 552 de 30 mm com 140 tiros por arma, sob a entrada de ar do motor. Como intercetor pode transportar misseis ar-ar (AAM), "Sidewinder", "Python 3" ou "Shafrir 2". Para operações de ataque ao solo pode transportar uma bomba de 1360 kg, duas bombas de 360 ​​ou 450 kg, até quatro bombas de 227 kg ou misseis ar-superfície AGM-45 ShrikeAGM-65 Maverick , bombas guiadas GBU- 15 no suporte ventral e duas bombas de 450 kg, ou seis bombas de 227 kg nos suportes internos das asas. Pode ainda transportar bombas de fragmentação, tanques de napalm e pods de equipamentos guerra elotronica. A carga útil total nos cinco suportes ventrais e nos quatro suportes sob as asas pode atingir os 5775 kg.

A fim de aumentar o potencial de exportação do Kfir a versão C10, especialmente destinada a exportação, procurou eliminar a dependência dos Estados Unidos, devido ao uso do motor J79, estudando a possibilidade de adaptar a aeronave a motores europeus como o turborreator SNECMA Atar C50 ou o sueco Lake Volvi Flyugmotor F404 / RM12. Outras modificações incluem a adaptação ao novo radar Elta EL/M-2032, e modernização do cockpit com capacidade de adaptação HMD (helmet-mounted display), e dois MFD (multi-function display ) de 127×177mm. Esta versão é também conhecida por Kfir CE ( Ecuadorean version ) e Kfir COA (Colombian version).

O primeiro vôo do Kfir C10 teve lugar em 1991. Atualmente, existem três programas paralelos do Kfir C10, o Kfir 2000 para a Força Aérea israelita, o Kfir CE para a Força Aérea do Equador), e o Kfir COA para a Força Aérea da Colômbia. Esta também solicitou uma substituição dos radares Elta EL / M-2032 das suas aeronaves, sob a designação de Kfir C.12.
IAI Kfir C2, IAF

O Kfir Block 60 é atualmente uma proposta para uma versão do Kfir C10 equipado com radar AESA, proposto para a Força Aérea Búlgara e Força Aérea Colombiana. Em janeiro de 1914 tambem a Argentina manifestou interesse na compra de 18 Kfir Block 60, em substitução da compra de Mirage F1 usados à Força Aérea Espanhola. 

O Kfir entrou em serviço com a IAF (IDF/AF) em 1975, sendo as primeiras unidades atribuídas ao 101º Esquadrão de caças da IAF, ao que se seguiram outros esquadrões a receber a nova aeronave. O papel do Kfir como principal aeronave de superioridade aérea da IAF foi de curta duração, uma vez que a partir de 1976 Israel começou a receber os primeiros caças McDonnell Douglas F-15 Eagle fornecidos pelos.

A primeira operação de combate do Kfir teve lugar no dia 09 de novembro de 1977, num ataque aéreo israelita contra um campo de treinamento em Tel Azia, no Líbano e a primeira vitória aérea reivindicado por um Kfir ocorreu em 27 junho de 1979, quando um Kfir C2 abateu um MiG-21 Sirio. O Kfir participou ainda na “Operation Accountability” em 1995, onde realizou vários ataques contra alvos terroristas. 

IAI Kfir C10 da FA do Sri Lanka
Até o momento da invasão israelita do sul do Líbano em 1982 (Operação Paz para a Galiléia), a IAF foi teria as funções de superioridade aérea a ser totalmente desempenhadas pelos F-15 e F-16 , dpassando os Kfirs a desempenhar exclusivamente missões de ataque sem escolta. Durante a segunda metade da década de 1990, os Kfirs foram retirados do serviço ativo na IAF e armazenados, depois de quase 20 anos de serviço contínuo.

Como o motor J79 do Kfir era de origem americana qualquer negocio de exportação do Kfir tinha que ter autorização do Departamento de Estado, o que limitou grandemente o seu potencial de exportação. Ainda assim a aeronave foi adquirida pelas forças aéreas da Colômbia, Equador e Sri Lanka onde são ainda amplamente utilizados.

Vinte e cinco exemplares do Kfir (designados por F-21A) foram também foram utilizados pela Marinha dos EUA (em regime de aluguer) como aeronaves agressoras de instrução operando a partir da Naval Air Station (NAS) Fallon.
Kfir C12 da FA Colombia no Red Flag 2012

Em 2012 oito IAI Kfir da Força Aérea Columbiana participaram pela primeira vez no exercício internacional Red Flag que teve lugar na Nellis AB no Nevada. Aí participaram em missões simuladas de escolta a bombardeiros nucleares B-1, B-52, enfrentando esquadrões agressores de caças F-15, F-16 block 60 dos Emirados Árabes Unidos. O bom desempenho dos Kfir Colombianos neste exercício voltou a colocar a aeronave sob os olhares de algumas forças aéreas (nomeadamente a Argentina) com a Israel Aerospace Industries (IAI) a anunciar em agosto de 2013, que iria disponibilizar caças Kfir atualizados e revistos (Kfir block 60) a clientes estrangeiros, com uma garantia de 40 anos.

EM PORTUGAL
.
DESENHOS
.


PERFIL
.

FONTES

Nenhum comentário:

Postar um comentário