O MAB-Memorial Aeroespacial Brasileiro foi idealizado pelo Major Brigadeiro do Ar Tiago da Silva Ribeiro...
...e criado no ano de 2004, com a finalidade de manter viva a memória das conquistas do DCTA-Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial, como também a memória do ITA-Instituto Tecnológico de Aeronáutica.
Ao lado da Embraer S/A, o MAB está instalado à Avenida Brigadeiro Faria Lima nº 1941, em São José dos Campos (SP).
Chegando ao MAB já é possível avistar os protótipos de aviões fabricados pela Embraer.
O acervo do Memorial está distribuído em ambientes específicos: Ensino, Aeronáutica, Defesa, Espacial e Pesquisas Associadas.
O Ambiente Ensino apresenta algumas curiosidades e painéis que narram a história do Instituto.
No enorme espaço externo estão expostos vários foguetes sonda, pelos quais iniciaremos o nosso relato sobre a visita, abordando alguns deles.
Os foguetes da família Sonda foram os primeiros fabricados no Brasil, lançados do Centro de Lançamento da Barreira do Inferno, no Estado do Rio Grande do Norte. Os conhecimentos adquiridos serviram de base para a criação de motores que vieram a equipar os estágios do VLS-Veículo Lançador de Satélites.
ALGUMAS DAS ATRAÇÕES DO MEMORIAL
Ao entrar no recinto já nos deparamos com o protótipo 02 de EMB-100 Bandeirante, precursor do EMB-110.
As réplicas de foguetes sonda também se destacam no ambiente.
DEFESA
TECNOLOGIA
Neste automóvel está instalado o primeiro motor a álcool desenvolvido na década de 1970. No início da década de 1980 começaram a surgir os primeiros veículos em série fabricados com motor a álcool. O Fiat 147 foi o pioneiro.
Este veículo teve a carroceria desenvolvida e fabricada com fibra de juta, sendo o primeiro no mundo a utilizar este material. Batizado de "Poubel", foi construído por alunos do ITA (Instituto Tecnológico da Aeronáutica) entre 1987 e 1994, sob orientação do professor Hazim Aliqureshi. A troca do aço pela juta proporciona uma economia de combustível na ordem de 15%.
A carroceria foi montada em um chassi de Chevette.
Uma sala em homenagem ao idealizador do CTA (hoje DCTA) e do ITA, proporciona uma viagem ao tempo através dos painéis e das maquetes e réplicas em vitrines protegidas por vidros.
PROTÓTIPO DO BANDEIRANTE EMB-100
O projeto do primeiro bandeirante, o EMB-100, é do francês Max Holste, que veio para o Brasil ao final da década de 1960 a convite do governo brasileiro. Inicialmente o projeto foi chamado de IPD-6504 e ficou a cargo de uma equipe do Centro Técnico Aeroespacial com seu início no ano de 1965 e se desenvolveu durante três anos. O primeiro voo ocorreu em 1968. A Embraer ainda não havia sido criada, o que ocorreu no ano seguinte, em 19 de agosto de 1969, tendo como primeiro presidente, Ozires Silva.
Imagens do interior do protótipo 02 do EMB-100 exposto no MAB
Todavia uma mudança de tendência no mercado obrigou a Embraer a desenvolver um avião de maior capacidade de passageiros e o EMB-100 limitou-se a três protótipos. A continuidade do projeto se deu com o sucessor EMB-110, sucesso de vendas.
PROTÓTIPOS EXPOSTOS NA ÁREA EXTERNA DO MEMORIAL
A partir de maio de 1971, teve início a produção em série do avião e, em 9 de fevereiro de 1973, a Força Aérea Brasileira recebeu a primeira aeronave de uma encomenda de oitenta. Até o encerramento da produção, no final de 1991, foram construídas 498 unidades vendidas para diversos países, incluindo forças armadas, das quais 253 para o Brasil e 245 para o exterior.
Os primeiros estudos para a fabricação de um avião subsônico começaram ainda em 1976, em parceria com a empresa italiana Macchi que, na época, já tinha um projeto avançado de jato.
Em 1978 foi criado o programa do caça subsônico AMX, através da Aeritália (hoje Alenia), Macchi (hoje Aermacchi) e a Embraer, responsável por 1/3 do projeto. A apresentação oficial do avião ocorreu na Itália em maio de 1985 e o primeiro protótipo do AMX construído no Brasil -o quarto do programa- fez seu rollout e primeiro voo oficial em outubro daquele ano.
O primeiro protótipo do Xingu começou a ser construído em 1976 e fez seu primeiro voo de teste sem o sistema de pressurização, adicionado em outubro do mesmo ano. Em maio de 1977 fez seu primeiro voo de teste com o sistema de pressurização. Ao final da produção do modelo, em agosto de 1987, a EMBRAER havia produzido 106 unidades, sendo que 51 foram exportadas.
O Super Tucano voou pela primeira vez no dia 2 de junho de 1999. 0 projeto da Embraer precisava cumprir o requisito da Força Aérea Brasileira, de uma aeronave de baixo custo operacional que fosse ideal para interceptar aeronaves de pequeno porte que tentassem sobrevoar o Brasil sem autorização, pudesse servir de treinador para pilotos de caça e também cumprir missões de ataque. Esta aeronave obteve tanto sucesso que até a USAF - United States Air Force a tem em sua frota.
O projeto desta aeronave nasceu de uma cooperação entre a Força Aérea Argentina, em 1986, quando seu comandante esteve na Embraer (estatal na época) com esta finalidade. O acordo foi celebrado entre os presidentes José Sarney e Raul Alfonsin.
Foram construídos apenas dois protótipos e o voo inaugural se deu em julho de 1990. Todavia, o custo final da aeronave inviabilizou o projeto e os protótipos foram desmontados.
Em 2008 foi iniciado o processo de restauração das aeronaves, para as atividades de comemoração dos 40 anos da Embraer, que ocorreu em 2009. A restauração se deu graças a uma parceria com o SENAI de São José dos Campos, Jacareí e Taubaté, contando com 36 alunos do curso de Mecânica Geral.
O Brasília foi projetado, desenvolvido e fabricado em larga escala no Brasil a partir da década de 1980 pela Embraer, que utilizou como base para sua criação e desenvolvimento o bimotor turboélice para uso executivo EMB-121 Xingu, inclusive o projeto de fuselagem, estabilizadores vertical e horizontal em T e o seu inovador sistema de pressurização.
Em 1994 o Brasilia foi o avião regional com maior número de operadores no mundo, utilizado por 26 empresas em 14 países. Em 1996 recebeu da FAA (Federal Aviation Administration) um prêmio especial de segurança.
MONUMENTO EM MEMÓRIA E HONRA
No memorial foi erguido um monumento em homenagem aos 21 civis mortos na “tragédia de Alcântara”, no Maranhão, que adiou os projetos do programa espacial brasileiro. Um grande incêndio seguido de explosões destruiu o foguete VLS-1VO3 em sua plataforma de lançamento, três dias antes do lançamento, cujo objetivo era colocar o satélite meteorológico SATEC do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais e o nano satélite UNOSAT da Universidade do Norte do Paraná, em órbita circular equatorial a 750 km de altitude.
O monumento tem o nome de todos os vitimados ao redor da base.
ESCLARECIMENTO
Devido ao curto espaço de tempo para a nossa visita, não foi possível registrar o acervo do Memorial em sua totalidade. Para se deter em cada sala; em cada vitrine; em cada objeto ali exposto, fazendo uma explanação sobre cada item, seria necessário o dobro do tempo.
O MAB atende visitas agendadas para escolas, instituições, grupos e delegações, de terça a quinta feira.
Aos sábados, domingos e feriados (exceto natal, ano novo, carnaval e semana santa), o Memorial é aberto ao público das 9 às 17h, sem necessidade de agendamento.
O MAB não abre às segundas-feiras para visitação.
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