Companhia aérea da Colômbia assume o nome “Avianca Airlines” e corta o licenciamento de marca da Avianca Argentina
Segunda companhia aérea mais antiga do mundo, a Avianca Colômbia tem um nome a zelar no mercado. Para não continuar manchando sua imagem, a empresa está tomando medidas para se afastar de suas “ex-irmãs” problemáticas no Brasil e na Argentina.
Diretores da Avianca Holdings, grupo que controla a companhia colombiana, anunciaram nesta semana a rescisão do licenciamento de marca que era usado pela empresa argentina Avian Airlines, que atua no mercado como Avianca Argentina. Esse processo também está em andamento com a Avianca Brasil, operada sob licença pela Ocean Air.
Assim como a Avianca Brasil, em processo de recuperação judicial, a Avianca Argentina também pediu falência e está sem voar há dois meses. A situação da empresa argentina piorou em março após a paralisação da Avianca no Brasil, da qual ela dependia para receber mais passageiros.
“Temos um contrato de marca, mas somos empresas diferentes. A Avianca Holdings atua no mercado há quase 100 anos e a Avian Argentina acaba de começar há menos de um ano. Estamos trabalhando para explicar que a operação da Avianca Holdings continua normalmente (na Argentina), com voos para Bogotá e para Lima”, disse Silvia Mosquera González, vice-presidente sênior de vendas da Avianca Holdings, à imprensa argentina.
A Avianca Argentina começou a voar trechos domésticos há um ano e meio: o primeiro voo da empresa foi entre Rosario e o Aeroparque (Buenos Aires), em novembro de 2017. A companhia também operou em Mar del Plata, Río Hondo e Resistencia, utilizando uma frota com dois turbo-hélices ATR 72-60. A empresa chegou a receber um Airbus A320 para voos internacionais, mas com os contratempos financeiros não teve tempo de usá-lo.
“O caminho legal para a cessação do nome da Avianca começou porque é importante preservar a marca”, acrescentou Mosquera, observando que as dificuldades da Avianca da Argentina estão impactando negativamente os voos internacionais da Avianca Colômbia a partir de Buenos Aires, que inclui dois voos diários para Bogotá e outro para Lima. A partir da suspensão da operação da Avianca Argentina, as vendas de bilhetes nesses trechos caíram, revelou o executivo.
“Devido à incerteza e ao medo, as pessoas decidem não voar conosco. Da Argentina, muitos passageiros se conectavam através de Bogotá para ir ao Caribe e essa demanda nos derrubou muito. Tentamos compensar com outros pontos de venda para chegar à Argentina”, disse Mosquera.
“Avianca Airlines”
Sempre chamada de Avianca Colômbia, a empresa agora prefere ser chamada de “Avianca Airlines”. O nome vem sendo promovido pela companhia desde junho no intuito especial de afastar sua imagem da Avianca Brasil. A empresa colombiana chegou a estampar em seu site a frase “uma companhia aérea diferente da Avianca Brasil”.
A Avianca Airlines tem atualmente voos de Bogotá para São Paulo e Rio de Janeiro, além de Lima para São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre. O atendimento desses voos em aeroportos no Brasil antes eram realizados por funcionários da Avianca Brasil e hoje é feito por uma empresa terceirizada.
Desatando os nós da Avianca
As empresas que voam (ou voavam) com o nome Avianca não são necessariamente um grupo e cada uma opera de forma independente, embora aproveitem os benefícios de uma rede interligada.
A Avianca Holdings é a proprietária da Avianca Airlines, a divisão original criada na Colômbia em 1919. Esse mesmo grupo ainda tem operações em outros países pela América do Sul e Central, com empresas como a Avianca Peru e Avianca Honduras.
Já a Avianca Brasil e a Avianca Argentina têm licenças para usar o nome Avianca e pertencem ao grupo brasileiro Synergy Group, que ainda tem participação majoritária na Avianca Holdings. E ainda fica mais complicado.
O maior acionista da Avianca Holdings, com 51% de participação, é o empresário brasileiro-colombiano Germán Efromovich. Ele também é o CEO do Synergy Group.
Efromovich, no entanto, perdeu o direito de votar no conselho de administração da Avianca Holdings em maio. O empresário foi suspenso do board depois de dar calote em um empréstimo da United Airlines, na ordem de US$ 456 milhões e que tinham como garantia ações da companhia
Nenhum comentário:
Postar um comentário