Faz sessenta anos desde que o primeiro protótipo da família de caça-bombardeiros leves Northrop F-5 voou em 30 de julho de 1959. O F-5 desempenhou um papel importante, mas discreto na Guerra do Vietnã e continua a voar hoje – embora com equipamento atualizados – com algumas forças aéreas e contratados particulares de treinamento de voo de combate, comprovando sua capacidade de competir com alguns dos mais recentes caças leves tecnologicamente superiores.
O F-5 foi desenvolvido pela Northrop como um caça supersônico leve que é barato de voar e adquirir. Ele voou pela primeira vez em 1959 e foi selecionado em 1962 pelo Departamento de Defesa dos EUA para exportar para países amigos sob o Programa de Assistência Militar dos Estados Unidos (MAP), fornecendo aeronaves de combate leves, fáceis de operar e econômicas para países do mundo livre durante os anos quentes da guerra fria. Foi apelidado de Freedom Fighter (Caça da Liberdade).
O F-5A/B pode voar em velocidades supersônicas a Mach 1.4 e possui um teto de serviço de 50.000 pés com um raio de combate de 989 km. Está armado com dois canhões M39 de 20 mm, equipados com 140 munições por arma, e até 1.996 kg de bombas, foguetes, mísseis ar-ar e tanques de combustível.
O ‘Freedom Fighter’ tem uma avaliação exclusiva das operações de combate – foi testado nas selvas do Vietnã do Sul, conduzindo missões perigosas de apoio aéreo aproximado (CAS). Inicialmente, no Projeto Sparrow Hawk, a equipe do F-5 e o pessoal de apoio em terra foram testados e treinados para suas capacidades operacionais na Base da Força Aérea de Eglin, na Flórida. Depois de concluir e passar no teste operacional inicial, foram feitas algumas melhorias no F-5A/B, que incluiu a adição de uma sonda de reabastecimento ar-ar e 90 kg de blindagem na cabine e no motor, o que seria valioso em sua sobrevivência como uma aeronave de apoio aéreo aproximado no Vietnã.
Os F-5 aprimorados foram designados como F-5C/D e enviados ao Vietnã do Sul para avaliação de combate em julho de 1965 sob o Projeto Skoshi Tiger (‘Little’ Tiger em japonês). Durante sua fase de avaliação de combate, os F-5 realizaram milhares de missões CAS, lançando bombas, foguetes, napalm e 1,5 milhão de disparos de seu canhão de 20 mm. Sua capacidade de voar rápido e baixo, juntamente com seu tamanho pequeno, o tornaram um alvo difícil de atingir a artilharia antiaérea (AAA), tornando o avião uma excelente escolha no papel CAS. Os Skoshi Tigers, após avaliação de combate pela Força Aérea dos EUA (USAF), foram transferidos para a Força Aérea do Vietnã do Sul e lutaram na Guerra do Vietnã até 1975.
O F-5 Freedom Fighter foi amplamente exportado para muitos países, incluindo Brasil, Turquia, Grécia, Irã, Taiwan, Coréia do Sul, Tailândia, Noruega, Espanha e Canadá. Também foi produzido sob licença no Canadá, Coreia do Sul, Espanha, Suíça e Taiwan.
O Freedom Fighter foi desenvolvido com base em sua experiência de combate no Vietnã em uma versão muito melhorada, conhecida como F-5E Tiger II, que foi produzida em meados da década de 1970. O Tiger II desfrutou de vendas rápidas como um caça-bombardeiro supersônico leve e eficaz. O F-5E/F tem maior alcance, transporta uma carga útil um pouco pesada e melhorou as capacidades ar-ar em comparação com o F-5A/Bs. O Tiger II também possui uma versão de reconhecimento, o RF-5E, que foi produzido em número limitado.
A produção dos F-5 cessou em 1987, com 2.700 aeronaves construídas. Alguns F-5, atualizados com novos sistemas de armas (capazes de implantar mísseis AIM-120 AMRAAM e/ou AIM-9X Sidewinder), aviônicos, miras montadas em capacete (com recursos de disparo de mísseis fora do alcance visual) e radares avançados ainda estão sendo usado hoje como caças-bombardeiros, aeronaves de reconhecimento e treinadores de voo em 26 países, incluíndo a Força Aérea Brasileira com a versão F-5EM/FM.
Alguns F-5Es foram usados para treinar pilotos em diferentes combates aéreos pela USAF Weapons School e pelo Centro de Desenvolvimento de Combate à Aviação Naval da Marinha dos EUA (USN) (que administra o famoso programa “Top Gun”).
Comprovando sua durabilidade e eficácia de combate contínua como uma aeronave leve de treinamento de caças, a Tactical Air Support Incorporated (TacAir), uma empresa privada de treinamento de voo de combate que apóia operações de treinamento tático para o governo dos EUA, possui uma frota de 26 aeronaves F-5E/Fs remodeladas e modernizadas usados ??para treinamento de pilotos e em funções adversárias. A TacAir ganhou um contrato de 5 anos no valor de US$ 118,9 milhões no ano passado com a USN para fornecer treinamento ao adversário com sua frota de F-5 (superando seu concorrente mais próximo, oferecendo F-16s como aeronave agressora!).
A família de caças F-5 – reformada com armas atualizadas, novos aviônicos e sensores eletrônicos, baixos custos operacionais, manutenção fácil, boa confiabilidade e capacidades comprovadas de voo de combate que podem combinar com alguns caças modernos – demonstram as características duradouras e caráter do que uma aeronave de combate bem projetada desde o início poderia alcançar.
A viabilidade de modernizar plataformas F-5 de baixa hora operacional também oferece uma opção atraente para que algumas forças aéreas menores, com orçamentos limitados, obtenham um avião de combate leve, ágil e comprovado, que provavelmente não verá nenhuma ação real, mas capaz de oferecer seus pilotos precisam a experiência necessária na operação de caças a jato rápidos e altamente manobráveis.
Fonte: National Interest – Adam Leong Kok Wey (professor associado de estudos estratégicos e vice-diretor de pesquisa do Centro de Estudos de Defesa e Segurança Internacional (CDiSS) da Universidade de Defesa Nacional da Malásia. Seu último livro é ‘Killing the Enemy! Assassination operations during World War II’, publicado pela Bloomsbury (2020)).
Nota do Editor: Os caças F-5M foram os primeiros caças da aviação brasileira a serem modernizados e eles estão em operação a mais de 20 anos. Comprado dos Estados Unidos, este caça chegou ao Brasil em 1975.
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