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sexta-feira, 9 de abril de 2021

Há 39 anos a FAB realizava sua primeira interceptação real

 

No dia 9 de abril 1982 um avião de outro país invadira deliberadamente o espaço aéreo brasileiro.



Há exatos 39 anos, uma sexta-feira Santa, pouco depois das 20h, chovia torrencialmente no Planalto Central. Foi neste momento que os controladores do espaço aéreo brasileiro captaram um sinal voando sem identificação. O sinal era enorme. Não havia dúvidas, era preciso averiguar.

A Base Aérea de Anápolis (BAAN) estava as escuras por naquele momento por falta de energia elétrica em decorrência das fortes chuvas, obrigando assim a base a fazer uso do seu sistema de emergência.

O alarme soou no 1.º GDA (Grupo de Defesa Aérea) e dois caças Mirage IIIEBR F-103 foram acionados.

Às 21h os jatos decolaram na escura e molhada pista. Com plena potência rasgaram as pesadas nuvens de chuva a um ponto 300 kma Oeste de Brasília. Vetorados pelo CINDACTA I (Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo), perto do que hoje é a cidade de Tocantis, os pilotos da FAB localizaram um grande Ilyushin II-62M, matrícula CU-T1225, de fabricação soviética e pertencente à companhia aérea estatal de Cuba, denominada de Cubana de Aviación. No mundo da Guerra Fria, Brasil e Cuba não mantinham relações diplomáticas.

O piloto cubano resolveu ignorar os caças. No Palácio do Planalto a Presidência havia sido informada e como os cubanos não colaboravam, o Presidente deu um prazo para resolverem, ou então os caças poderiam derrubar o invasor.

O controlador avisou ao piloto cubano para observar ao seu lado a demonstração de fogo, foi quando os cubanos resolveram ter bom senso e passaram a colaborar.

Mirage IIIEBR ‘F-103’ 1972-2005

O Ilyushin 62 foi escoltado até o Aeroporto Internacional de Brasília e retido no solo pelas autoridades, podendo prosseguir voo no dia seguinte.

Os F-103 pousaram com menos de 5 minutos de combustível nos tanques.

Fidel Castro decidira se intrometer na disputa bélica entre Argentina e Reino Unido. Ele precisava urgentemente ter acesso a junta militar argentina e ordenara que seu embaixador fosse ter com Galtieri. A menor distância entre Havana e Buenos Aires era uma linha reta e Fidel tratou o Brasil como um nada, resolvendo passar por cima sem dar satisfação a ninguém. Quebrou a cara. Em terra brasilis havia o Mirage da Força Aérea Brasileira.


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