Nesta semana comemora-se os 75 anos da grandiosa ação da FAB no céus da Itália durante a II Guerra Mundial.
No dia 22 de abril de 1945 os pilotos da FAB fizeram 44 surtidas em 11 missões em um único dia. Os bravos pilotos da FAB nos pesados P-47 Thunderbolt fizeram história na II Guerra Mundial, e são reconhecidos até hoje internacionalmente.
Passada a 2º Guerra mundial, o mundo observou o avanço da aviação, a velocidade se tornou ainda mais evidente com os jatos. Forças Aéreas do mundo todo queriam comprar aeronaves à jato para equipar suas forças aéreas e ter um novo patamar bélico. O mesmo aconteceu com o Brasil, quando o governo federal comprou nos anos 50 o Gloster Meteor.
Gloster Meteor
O Brasil fechou um acordo com os ingleses para a compra de 60 unidades do Meteor. O jato atingia 900km/h. Na FAB, o jato britânico operou de 1953 a 1974, marcando assim uma nova era na FAB.
Lockheed F-80
No mesmo período em que a FAB usou o Gloster Meteor, outro avião com capacidades compatíveis foi comprado pela FAB, desta vez o norte-americano F-80.
Ao todo foram compradas 58 unidades do caça que podia atingir até 970km/h. Na FAB também foi usado com outro nome, T-33, a diferença é que este era biplace.
Cessna T-37
Nos anos 60, a FAB já pensava em adquirir aeronaves biplace para serem usadas como treinadores avançados, foi assim que em 1967 nossa força aérea adquiriu o Cessna A-37, uma jato treinador.
Contudo, a versão T-36C poderia levar bombas e ser usado em ataque ar-solo. O jato operou na FAB até 1981, com 65 unidades compradas.
AT-26 Xavante:
Em 1971, uma nova fase de formação de caça começava em Brasil. O AT-26 Xavante é um projeto italiano, mas foi fabricado sob licença em nosso país. Ao todo 182 unidades foram fabricadas pela Embraer.
Na FAB atuou principalmente como aeronave de formação de pilotos de caça, na então ALA 10, no Esquadrão Joker, em Natal-RN. Hoje o treino e a especialização são realizados no Embraer 314, o A-29 Super Tucano.
A Era Supersônica da FAB
Feita essa introdução resumida dos primeiros aviões a jato da FAB, vamos falar da Era Supersônica e de Ouro de Força Aérea Brasileira.
Dassault Mirage III
O início da aviação de caça no Brasil de alta desempenho, começou em outubro 1972 com a chegada da primeira aeronave supersônica brasileira, o Dassault Mirage III.
A aeronave era capaz de voar a Mach 2, ou seja, 2 vezes a velocidade do som. Assim que chegaram os novos vetores de defesa aérea brasileira tinham uma nobre missão, que era a proteção do espaço aéreo do planalto central a capital federal Brasília.
Para, isso foi construída uma base para abrigar os recém-adquirido Mirage III, o local da base foi à cidade de Anápolis-GO, cerca de 170 km de Brasília. Ao longo de 33 anos o delta operou no Brasil, até sua aposentadoria em 2005.
F-5EM/FM Tiger II
No mesmo ano a FAB adquiriu outro caça supersônico, o norte-americano Northrop F-5, porém esse não voava na velocidade que o delta francês voava, sua maior qualidade era a facilidade de realizar manobras em voo.
O caça norte-americano foi comprado de segunda mão, alguns provenientes dos EUA e outros da Jordânia.
Com mais de 30 anos de operação no Brasil precisavam de uma modernização, já que o novo e moderno caça da FAB ainda não havia sido escolhido. Então a Embraer modernizou toda a frota de F-5 da FAB, reformulando toda aviônica da aeronave e equipando o cockpit para um padrão mais atual.
Atualmente 4 bases no Brasil e 4 esquadrões operam o F-5EM/FM (Designação feita após a modernização da aeronave pela Embraer). São eles o 1º GDA em Anápolis (GO), 1º/14º GAv sediado em Canoas (RS), o 1º/1º GAv sediado em Santa Cruz (RJ) e o 1º/4º sediado em Manaus (AM).
A-1 AMX
Outra aeronave a reação que faz parte da história da nossa aviação de caça é o AMX, jato esse de fabricação italiana, porém foi autorizada a construção em parceria com Embraer aqui no Brasil.
O AMX ou A-1 como foi designado pela FAB, é uma aeronave voltada para missões de ataque ao solo, é uma aeronave de asa alta, ágil, porém subsônica. Atualmente os A-1 AMX estão concentrados na região sul do país. Apenas 2 esquadrões operam o A-1, são eles o Esquadrão Poker e o Centauro.
O caça de ataque ar-solo passou por uma modernização, onde ganhou a designação M, com essa atualização o cockpit da aeronave foi reformulado ganhando assim bastante semelhança com os A-29 Super Tucano e com os F-5EM/FM. Outras funções do A-1 também foram modernizadas.
Dassault Mirage F-2000
Com a aposentadoria do Mirage III, e os vários adiamentos do programa F-X (Programa que visava a compra de um caça moderno para a FAB).
O Brasil, em 2005 comprou da França 12 caças Mirage 2000C/B para substituir o “irmão” em Anápolis-GO. O então “novo” caça da FAB , também voava a Mach 2, tinha uma aviônica mais moderna e poderia ser reabastecido em voo.
A permanência dos novos deltas franceses no Brasil durou pouco, ao todo foram 8 anos de operação deste ícone caça. Em dezembro de 2013, com a aposentadoria do F-2000, era colocada fim, uma longa e gloriosa jornada de caças Mirage no Brasil.
A BAAN (Base Aérea de Anápolis), hoje chamada de ALA-2, tem como defesa os caças F-5EM, que desde 2013, estão em missão na base. Os narigudos, como são chamados na FAB, ficarão na ativa até a chegada do novo vetor de defesa aérea do Brasil, o SAAB Gripen NG.
Nova Era da Aviação de Caça
O futuro da aviação de caça no Brasil já está traçada assim que, o SAAB Gripen NG ou F-39 chegar ao Brasil, nossa força aérea vai dar um verdadeiro salto em tecnologia e poder bélico equilibrando assim nossa aviação de caça aos padrões da atualidade.
O Brasil já recebeu de forma simbólica o caça. Em agosto do ano passado, o primeiro Gripen NG do Brasil fez seu primeiro voo e agora está em fase de testes na Suécia. Inclusive é esperado que o caça venha ao Brasil este ano para cumprir testes em nosso clima tropical.
A entrega definitiva deste caça à FAB está programada para acontecer em 2021. Os caças ficarão sediados na ALA 2, em Anápolis-GO.
O destaque do Programa FX-2, que resultou na escolha do Gripen foi a transferência de tecnologia, com isso o Brasil pode e já está introduzido tecnologia nacional no caça, exemplo disso foi a tela única WAD da empresa AEL Sistemas, que equipará não só os Gripens E/F da FAB, mas também os suecos.
Ainda falando em participação brasileira em relação ao novo caça, uma parcela dos 36 caças serão construídos no Brasil, na unidade de Gavião Peixoto-SP. A previsão é que estes caças feitos no Brasil, sejam entregues em 2024.
A Embraer está em conjunto com a FAB e claro, com a fabricante SAAB no projeto do caça.Atualmente militares da FAB e engenheiros da Embraer estão na Suécia aprendendo mais do novo caça para depois passar o conhecimento aos demais profissionais no Brasil.Um dos fatos mais recentes ligado a isso aconteceu neste mês, quando o primeiro voo de ensaio do Gripen F-39 foi organizado por uma equipe brasileira.
O Gripen E/F representa também um salto na capacidade de tecnologia aeronáutica no Brasil, os aprendizados que estão sendo dados com esse grande projeto capacitará nossa indústria aeronáutica. É planejado inclusive que mais unidades do caça sejam produzidas aqui no Brasil, elevando assim nosso poder aéreo.
A medida que os caças forem chegando e sendo entregues à FAB, a Era dos Tigers chegará ao fim, gradualmente assim que os F-39 chegarem de forma completa ao Brasil.
Encerra-se uma Era na FAB, para iniciar uma nova.
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