Em entrevista realizada no âmbito da MRO Latin America 2023, o presidente da Aerolíneas Argentinas, Pablo Ceriani, confirmou que a empresa está em fase preliminar de incorporar quatro Airbus A330neo para complementar sua frota de longo curso, enquanto busca renovar a frota Embraer com o E195-E2.
“Inicialmente vamos ter uma frota de 10 A330 novamente. Nossa ideia é chegar a 12, temos algumas aeronaves que vão se aposentar em 2025-2026, então nossa ideia é sair e procurar quatro A330neos para ter uma frota de 8 A330 Classic e 4 330neos. Isso é um pouco da ideia, mas ainda não lançamos a RFP, estamos nesse processo”, disse Ceriani à Aviacionline.
Segundo Ceriani, inicialmente estes Airbus A330-900 serão utilizados para “consolidar a atual rede internacional”, em vez de sair à procura de novos destinos. “Primeiro, reforçar a frota e depois buscar o crescimento”, disse.
Adicionalmente, o presidente da Aerolíneas Argentinas indicou que o substituto do Embraer E190 será o E195-E2, com configuração de 136 assentos em duas classes (Premium Economy e Economy).
Ceriani também confirmou que em 2023 a empresa receberá três Boeing 737-8 que, complementados pelos programados para receber em 2024 e 2025, elevarão o número total de aeronaves da variante para 17. Mas a incorporação da última geração do lendário 737 não pararia por aí.
“Estamos considerando o 737-9 para competir contra o 321neo”, disse ele, embora não tenha fornecido mais detalhes. Os outros 737 que chegarão são os dois convertidos em cargueiro: na verdade, um está em voo para a Argentina e sua chegada está prevista para a tarde de 22 de fevereiro, enquanto o outro terá que esperar “alguns meses”.
Airbus A330 no Aeroparque?
Durante a palestra surgiu a pergunta obrigatória: A Aerolíneas Argentinas está se preparando para operar com o Airbus A330 do Aeroparque? Ceriani foi cauteloso, embora tenha informado que está sendo avaliado: “tem muita coisa para resolver, mas é uma ideia em andamento”.
As possibilidades oferecidas pelo jato de corredor duplo do Aeroparque não são poucas: chegar a Miami ou Nova York a partir do Aeroparque lhe daria uma vantagem competitiva em relação a outras operadoras que oferecerão esses destinos com uma escala intermediária.
Questionado sobre a equação de custos operacionais de um A330 contra um A321neo -favorável a princípio para o jato de corredor único – Ceriani explicou que “não é tão linear” e que há oportunidades.
Manutenção terceirizada
No âmbito da MRO Latin America 2023, o presidente da Aerolíneas Argentinas avançou nos projetos que a empresa tem no setor: ampliar suas principais capacidades de manutenção para poder oferecer serviços a terceiros a preços competitivos.
“Nossa ideia é investir fortemente em capacidade de manutenção para atingir 100% de disponibilidade da frota o mais rápido possível e a partir daí oferecer serviços para terceiros, algo com grande demanda na região.”
“Fazer manutenção para terceiros sempre foi um objetivo e algo muito desejado por toda a empresa e pelos trabalhadores em particular, pois implica em uma possibilidade de desenvolvimento muito mais ambiciosa do que apenas manter as aeronaves da companhia aérea”, continuou Ceriani.
“A dureza da pandemia e tudo o que estamos vivendo tornaram essas mudanças mais necessárias do que nunca. É assim que todos nós o entendíamos na empresa e também os trabalhadores, por isso conseguimos acordar uma forma de poder ajustar os processos de trabalho para poder prestar serviços a terceiros de forma competitiva, para poder sair e oferecer nossos serviços ao mercado e sermos protagonistas na região”, concluiu.
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