Baseado no pequeno Fokker 28, o Fokker 100 foi a última grande aposta da fabricante holandesa Fokker e há exatos 36 anos realizou seu primeiro voo. O bimotor fez bastante sucesso aqui no Brasil e foi operado por quatro diferentes empresas aéreas.
O projeto do F28 MK 0100 (Fokker 100) foi anunciado em 1983, como uma versão atualizada e alongada do Fokker 28. Dentre as várias melhorias de um projeto para o outro, os novos motores e um cockpit mais moderno estavam entre as principais. Em relação ao conforto, aos custos operacionais e à tecnologia, o Fokker 100 estava à frente de qualquer outra aeronave de sua categoria.
O jato foi desenhado para atender mercados regionais, acomodando em média 100 passageiros e aos poucos começou a receber encomendas de grandes empresas aéreas, como a American Airlines, TAM Linhas Aéreas, KLM, USAir e várias outras.
Com o primeiro protótipo finalizado, a fase de testes da aeronave estava pronta para ser começada. Inicialmente, ocorreu uma série de provas em solo, até que o primeiro voo foi marcado: 29 de novembro de 1986. Por conta de neblina foi necessário adiá-lo. Então, no dia 30 de novembro de 1986, há exatamente 36 anos, o primeiro Fokker 100 produzido (PH-MKH) decolou pela primeira vez, marcando um dia histórico para a fabricante holandesa.
O dia também estava nebuloso, mas na parte da tarde quando o sol apareceu e dissipou a neblina, a Fokker aproveitou o momento para realizar a primeira decolagem do modelo. A aeronave pousou de volta no Aeroporto Schipol, em Amsterdam, após voar por cerca de 2 horas.
O segundo protótipo, PH-MKC, voou pela primeira vez meses mais tarde, em fevereiro de 1987. O modelo foi então aprovado e certificado no dia 20 de novembro, também de 1987.
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A primeira entrega aconteceu no ano seguinte, em 1988, e cliente lançadora do Fokker 100 foi a Swissair. A empresa suíça fechou aquele ano com oito unidades da aeronave em operação.
Ainda em 1988, a American Airlines fez a maior encomenda da história do Fokker 100, com um pedido firme para 75 unidades no valor de 3.1 bilhões de dólares. O primeiro deles, N1400H, chegou para a companhia no mês de junho de 1991.
Fokker 100 no Brasil
Outra grande cliente do modelo foi a brasileira TAM Linhas Aéreas, que chegou a operar (não simultaneamente) 51 unidades do Fokker 100. Os dois primeiros, PT-MRA e PT-MRB, chegaram em 1990 e o jato foi essencial para a empresa, transformando-a de uma aérea regional para uma empresa de dimensão nacional. No entanto, alguns acidentes e incidentes aconteceram na trajetória do Fokker 100 enquanto voava pela TAM e sua imagem ficou um pouco manchada no país. A empresa deixou de voar com o avião holandês no ano de 2008.
A Oceanair, que posteriormente se tornou a Avianca Brasil, foi a segunda maior operadora do Fokker 100 no Brasil. Ela batizou a aeronave como MK 28 para “disfarçar” a má fama do bimotor no país. A companhia chegou a operar 14 unidades do modelo (simultaneamente), todos eles haviam operado anteriormente na American Airlines. A Avianca Brasil os aposentou em 2015 e foi a última empresa no Brasil a operar a aeronave.
Ainda houveram outras duas empresas aéreas brasileiras que voaram com o Fokker 100: a TABA e a MAIS Linhas Aéreas. Em ambas, ele teve vida curta.
Mesmo com o sucesso do Fokker 100, a fabricante holandesa enfrentava uma severa crise financeira e anunciou falência em 1996. A produção do jato foi encerrada em 1997 e um total de 283 unidades foram produzidas.
À frente do seu tempo e com seu característico design, o Fokker 100 se tornou um dos favoritos entre os passageiros e também entusiastas da aviação. Hoje restam cerca de 70 ainda ativos, sendo a maioria na Austrália voando pelas empresas QantasLink, Skippers, Virgin Austrália e Alliance Airlines, que é a maior operadora atual do modelo, com 25 unidades em operação.
O Fokker 100 deu origem ao seu irmão menor, o Fokker 70, que teve um êxito menor em vendas. Após o encerramento das atividades da Fokker, houveram algumas tentativas de reiniciar o desenvolvimento do jato com uma versão atualizada, inclusive com produção aqui no Brasil. Por enquanto, nenhum dos projetos avançou e o Fokker 100 ‘original’ vai assim saindo aos poucos de cena.
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