Airbus Beluga em etapa final de procedimento de pouso. (Fonte da imagem: Reprodução/Christopher Furlong via Getty Images)
Eles são como os trens, mas com a capacidade de voar. Capazes de carregar toneladas pelos ares, os aviões de carga podem não ter a mesma notoriedade ou o mesmo espaço na mídia que as aeronaves que transportam passageiros ou os veículos militares, como os caças, mas eles são tão importantes quanto qualquer outro meio de transporte para a economia mundial.
Também conhecidos como cargueiros (ou ainda All Cargo e Full Cargo, em uma linguagem mais técnica), esse tipo de avião é preparado para receber cargas dos mais variados tamanhos e categorias.
Contudo, essas aeronaves realmente se impõem quando são vistas de perto devido às suas proporções gigantescas e, algumas vezes, design um tanto quanto esquisito. O site Gizmodo fez uma pesquisa listando diversos cargueiros já construídos até hoje. Nós fizemos uma seleção com aqueles mais impressionantes.
1. USS Macon (ZRS-5)
USS Macon ZRS-5 sobrevoando Nova York. (Fonte da imagem: Reprodução/U.S. Naval Historical Center Photograph)
Para abrir a lista, escolhemos um ancião dos céus, embora tenha “vivido” pouco. O USS Macon (ZRS-5) foi construído nos Estados Unidos combinando características de dirigível rígido e porta-aviões voador. Inclusive, ele era capaz de lançar caças biplanos a partir de suportes da sua armação externa.
Dotado de oito motores a combustão interna de 420 kW, totalizando 560 cavalos de potência, essa aeronave decolou pela primeira vez em abril de 1933 com seus 239 metros de comprimento e suas 108 toneladas. Ele era capaz de transportar 72.000 kg — uma marca que demorou décadas para ser superada. O USS Macon (ZRS-5), que atingia até 140 km/h, sofreu um acidente em fevereiro de 1935 que ocasionou falhas estruturais irreversíveis.
2. Martin JRM Mars e Messerschmitt Me 323 Gigant
(Fonte da imagem: Reprodução/NAS Jacksonville)
Ainda nos atendo a cenários históricos, como você deve imaginar, as guerras e conflitos ao redor do mundo renderam o planejamento e a fabricação de diversos veículos de transporte, incluindo aeronaves de carga. Um desses aviões foi o Martin JRM Mars, projetado pelas forças militares dos EUA para auxiliar os Aliados durante a Segunda Guerra Mundial.
Sua estreia nos céus aconteceu em junho de 1942, embora só tenha sobrevoado campos de batalha a partir de 1943, sendo oficialmente aposentado em 1956. Pesando 34.279 kg, esse hidroavião tinha a capacidade de carregar quase a metade do seu próprio peso: 15 toneladas. Outra peculiaridade dele foi a sua produção limitada de apenas sete unidades.
3. Hughes H-4 Hercules
Se você é um pouco mais familiarizado com a indústria aeroespacial, não vai precisar de apresentação para Hughes H-4 Hercules. Na verdade, essa aeronave não passou de um protótipo e foi criada para transportar outros aviões pesados. Quando carregado, o gigante podia chegar a pesar 180 toneladas, necessitando de oito motores superpotentes para tirá-lo do chão.
Na imagem podemos perceber a diferença de tamanho entre o Hughes H-4 Hercules e um avião convencional da época. (Fonte da imagem: Reprodução/Federal Aviation Administration)
Até hoje ele é considerado por muitos como o maior hidroavião da História, apresentando mais de 66 metros de comprimento e, o que mais impressiona, mais de 97 metros de envergadura. A única unidade fabricada dele (em novembro de 1947) hoje descansa no Museu de Aviação Evergreen, no estado do Oregon (EUA).
4. Antonov An
Dessa vez não falaremos de um avião específico, mas sim de uma família de cargueiros muito tradicional ao longo do desenvolvimento da aviação: a linha Antonov. A grande maioria dos modelos foi produzida pela antiga União Soviética, com exceção da aeronave mais recente, que tem como país de origem a Ucrânia.
O patriarca dessa família é o Antonov An-12, projetado para transporte civil e militar no ano de 1957 — bem como o seu sucessor, o Antonov An-22 lançado em 1965. A partir do seu terceiro modelo mais famoso, o Antonov An-124 Ruslan, revelado em 1982, a série ganhou propriedades de transporte estratégico de carga.
Antonov An-225, transportando o ônibus espacial Buran em sua fuselagem. (Fonte da imagem: Reprodução/Sgt. Dave Casey via Wikimedia Commons)
Em 1988, a bola da vez foi o Antonov An-225 Mriya. Tendo 285 toneladas e sendo capaz de carregar outros 253.820 kg, ele é considerado o maior e mais pesado avião do planeta (sendo o responsável por transportar a espaçonave soviética Buran).
Aliás, essa capacidade de carregar uma carga quase com o seu próprio peso é uma peculiaridade compartilhada por toda a família Antonov. Além disso, todos os modelos, incluindo o mais “jovem” Antonov An-70, que fez seu primeiro voo em 1994, utilizam motores com hélices (de 4 a 6 dependendo da aeronave).
5. Mil Mi
Aproveitando o gancho “familiar”, a série de helicópteros Mil Mi (também projetada pela União Soviética) ajudou a transportar muita coisa pelos céus de todos os continentes. Coincidentemente — ou não —, o primeiro modelo dessa linha também foi revelado em 1957: o Mil Mi-6.
Mil Mi-12 estacionado perto de caças. (Fonte da imagem: Reprodução/Maarten Dirkse)
Apenas três anos depois surgiu um novo modelo, o Mil Mi-10. Esse helicóptero adotou como diferencial uma plataforma externa. Assim, além de transportar 3 toneladas em seu interior, ele era capaz de carregar mais 15 toneladas nesse recurso adicional.
O sucessor dele, batizado de Mil V-12 e lançado em 1968, é aceito até hoje como o maior helicóptero de todos os tempos, tendo apenas duas aeronaves produzidas com seus 69.100 kg cada uma e sendo capazes de levar até 40 toneladas individualmente. Por fim, o modelo que encerrou as atividades dessa família foi o Mil Mi-26, que saiu do solo em 1977.
6. Sikorsky CH-54 Tarhe
(Fonte da imagem: Reprodução/Mark Holloway)
Ainda nessa categoria de veículo aéreo e muito utilizado pelo exército norte-americano na Guerra do Vietnã, o Sikorsky CH-54 Tarhe contava com dois motores turboshaft Pratt & Whitney T73-P-700 para erguer os 8.980 kg da sua estrutura e mais os 9.072 kg de capacidade de carga. Apesar de não ser muito grande, ele chamava atenção pelo seu formato incomum e “aberto”. Basicamente, esse helicóptero era um guindaste voador. Sua aposentadoria foi oficializada em 1991.
7. Aero Spacelines B-377PG
(Fonte da imagem: Reprodução/NASA e DFRC)
Apelidado de Pregnant Guppy, o Aero Spacelines B-377PG foi desenvolvido nos Estados Unidos entre 1961 e 1962 com o objetivo inicial de transportar peças e cargas usadas pelo programa espacial Apollo, mantido pela NASA entre as décadas de 60 e 70.
A aeronave pesava mais de 41 toneladas e conseguia levar com ela cerca de 22.670 kg, graças aos seus quatro motores Pratt & Whitney R-4360-59. Contudo, sem dúvida, o maior atrativo desse modelo é o seu formato abaulado adaptado na parte superior para que os equipamentos espaciais pudessem entrar nele.
8. Ilyushin Il-76
(Fonte da imagem: Reprodução/Alexander Zemlianichenko para agência AP)
Pensado pela União Soviética no início dos anos 70, o Ilyushin Il-76 levantou voo em março de 1971. Seus 47 metros de comprimento ou 50 metros de envergadura não impressionavam, nem a sua capacidade de carga de 60 toneladas. O que tornava esse modelo diferente foi uma adaptação com a qual ele passou a ter a função de abastecer outros aviões no ar. Além disso, a aeronave foi usada para arremessar bombas na água e realizar simulações de treinamento sem gravidade para cosmonautas.
9. A-90 Orlyonok
(Fonte da imagem: Reprodução/Mike1979 via Wikimedia Commons)
Você já ouviu falar de aviões ecranoplanos? Essa classe é formada por veículos projetados para voar com melhor performance em baixas altitudes — uma forma de passar por regiões sem ser detectado por radares inimigos, por exemplo. Uma das aeronaves mais famosas dessa categoria foi a A-90 Orlyonok, projetada em 1972 pela União Soviética e produzida em maior escala no ano de 1979. Ela saiu de linha em 1993.
10. Airbus Beluga
(Fonte da imagem: Reprodução/Xeper via Wikimedia Commons)
Basta olhar para a saliência superior do Airbus Beluga (ou Airbus A300-600ST) para saber o motivo de ele levar em seu nome uma espécie de baleia. O modelo consiste basicamente em uma adaptação do Airbus A300, com uma estrutura muito mais alta e larga no seu topo — além da entrada de carga pela parte frontal.
Ele surgiu principalmente para o transporte de peças de outras aeronaves entre as fabricantes dessa indústria localizadas na França, Alemanha, Reino Unido e Espanha. Introduzido no mercado em 1994, o Airbus Beluga possui 56,15 metros de comprimento, 44,84 metros de envergadura, pesa 86 toneladas e carrega outras 47 toneladas.
11. Boeing 747
Protótipo do Boeing 747-8F em voo de teste. (Fonte da imagem: Reprodução/Boeing Dreamscape)
Por ser uma companhia tão tradicional na aviação comercial, a Boeing não poderia ficar de fora dessa lista. A linha cargueira que melhor a representa, sem dúvida, é a série 747. Apesar de ser muito conhecida por transportar passageiros, essa família também conta com modelos para levar cargas pesadas, como o Large Cargo Freighter (também conhecido como Dreamlifter), que pesa 180.530 kg e é usado unicamente para levar peças de uma fábrica para a outra da empresa.
Porém, o avião mais parrudo do gênero da marca é o Boeing 747-8F lançado em 2010, contando com quatro motores turbofans GEnx-2B67, pesando 195,8 toneladas e capaz de carregar até 140 toneladas — sendo considerado o segundo maior cargueiro do mundo, ficando atrás apenas do Antonov An-225 Mriya.
12. Boeing C-17 Globemaster III
(Fonte da imagem: Reprodução/U.S. Air Force)
Tendo 52 metros de envergadura, 53 metros de comprimento, pesando 128.100 kg e podendo transportar até 77.519 kg, o Boeing C-17 Globemaster III foi produzido nos EUA com a finalidade de carregamento estratégico e tático, levantando voo pela primeira vez em setembro de 1991. Sua utilização comercial foi introduzida em 1995, sendo que o modelo continua sendo produzido até hoje. Uma curiosidade sobre ele é que uma de suas unidades serve para transportar a limusine presidencial norte-americana.
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Obviamente, esses são apenas alguns modelos de aviões cargueiros — e é válido mencionar que a numeração não significa que um é maior ou melhor que outro
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