Um A380 tem 16 portas, 22 rodas, 220 janelas e 500 quilômetros de cabos para o sistema elétrico; veja fotos da aeronave vazia no centro da Emirates
Há empresas que se vendem com discursos altamente adjetivados e correm risco de decepcionar os clientes ao criarem uma expectativa maior do que o produto que realmente podem oferecer. “Voe melhor” é simples, transmite uma mensagem clara e a Emirates Airline, dona do slogan, não teme que a experiência entregue seja deturpada por ele.
Para conseguir entregar a prometida excelência, no entanto, existe um forte trabalho por trás das cabines de primeira, executiva e econômica da companhia aérea de Dubai.
CRESCENDO COM DUBAI
A companhia também ganha com o crescimento exponencial da superlativa Dubai como destino. Tem programa de stopover e é praticamente onipresente no emirado, com sua marca visível por todos os cantos, empresas de receptivo, de tecnologia para aviação, segurança, catering e outros serviços. Muito do destino, que é casa da tripulação multilíngue de mais de 135 nacionalidades, gira (ou voa) em função da Emirates. A equipe Emirates Airline que acompanhou a reportagem garante que se trata apenas de uma parceria paralela, e não há subsídio do governo, um centavo sequer, nos cofres da companhia aérea, uma queixa principalmente das concorrentes norte-americanas.CENTRO DE ENGENHARIA DA EMIRATES AIRLINE
O Portal PANROTAS foi convidada para conhecer o Centro de Engenharia da companhia aérea. É lá que a maior aeronave comercial do mundo, o A380, destaque da frota da EK, recebe seus cuidados. O elevador do Emirates Engineering Centre dá um pouco da dimensão do quanto o complexo de hangar e salas é grande. Claro que neles as pessoas dividem espaço com máquinas, mas também com carros elétricos iguais aos dos campos de golfe e bicicletas. Os engenheiros, auxiliares e outros funcionários não dariam conta de fazer suas atividades à pé e precisam andar sobre rodas para se locomoverem internamente. Caberiam mais de 100 campos de futebol apenas neste complexo.
Não poderia ser diferente. Além de comportar os maiores gigantes da aviação ao mesmo tempo, esse é um dos locais mais críticos para uma companhia aérea, pois está diretamente relacionado à segurança. Ademais, envolve um extenso número de fornecedores. Um A380 tem 16 portas, 22 rodas, 220 janelas e 500 quilômetros de cabos para o sistema elétrico. Se pensar que cada um desses mecanismos tem peças exclusivas de fornecedores... O Boeing 777, por exemplo, conta com três milhões de peças e 500 empresas ao redor do mundo são responsáveis por esse montante.
Computadores gigantes e responsáveis por cada modelo são encontrados no Engineering Centre. O sistema de lixo a bordo é inteligente, feito para pressionar e abrir espaço para mais descartes, mas precisa de cuidado. A máquina de café do A380 precisa de um dedicado a ela, o centro de entretenimento do triple seven, idem. Os lançamentos de Hollywood e Bollywood chegam por uma grande CPU, por meio da qual elas vão para as telas das aeronaves. Por falar em cinema, a sala que resolve os problemas elétricos parece sair diretamente de filmes. Uma área bem grande, organizada, na qual não se vê um parafuso fora do lugar. Tudo para assegurar que nenhuma pane a bordo vai atrapalhar a experiência ou colocar os passageiros em risco.
De carona das salas técnicas aos hangares, pode-se ver como é o esqueleto da maior aeronave do mundo. A cada dois anos de voo, absolutamente tudo é retirado do A380. Seus motores (quase 30 são trocados por mês), quase 500 assentos, suas seis toneladas de carpetes, painel, pias, os balcões dos bares, a fechadura das portas, o aquecedor das portas (sim, porque elas tendem a esfriar durante o voo e podem estragar) absolutamente tudo é retirado até a aeronave ficar com 289 toneladas e depois ser novamente preenchida e voltar as 586 toneladas. Recolocadas as peças e finalizado os testes, 3,6 mil litros de tinta são utilizados para pintar e deixar a aeronave pronta para voo.
Isso tudo conta com o trabalho de duas mil pessoas simultaneamente. O ambiente é extremamente limpo e controlado. As ferramentas são contadas antes e depois do início do trabalho. Não pode haver absolutamente nada fora do lugar. Um dos engenheiros garantiu à reportagem: “após uma revisão completa desta feita a cada dois anos, ninguém conseguiria notar se uma aeronave é nova ou não. Elas ficam impecáveis.” De qualquer maneira, a Emirates, que foi a primeira a operar o A380, acaba de registrar a marca de dez anos do primeiro equipamento do modelo.
Veja fotos do Centro de Engenharia da Emirates no álbum a seguir. A última das edições comemorativas da Revista PANROTAS de 45 anos fez a cobertura completa não só do Engineering Centre, mas também do centro de catering, de formação de pilotos e outras áreas.
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