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segunda-feira, 3 de abril de 2023

Entrega de caças F-16 para Bulgária deve atrasar e os MiG-29 continuarão por mais tempo

 

A entrega de oito novos caças F-16 à Força Aérea Búlgara foi adiada indefinidamente por pelo menos vários meses de vido a atrasos na produção da fabricante Lockheed Martin.

O ministro da Defesa da Bulgária, Stefan Yanev, anunciou a notícia durante uma audiência em frente ao Comitê de Defesa do Parlamento búlgaro em 25 de janeiro. O motivo do atraso na fabricante é a onda de pandemia de coronavírus no processo de produção da Lockheed Martin, gerando uma “falha inesperada”.

Yanev disse que recebeu informações do fabricante citando atrasos na cadeia de suprimentos que afetariam todos os clientes dos F-16 recém-produzidos. Portanto, a empresa não terá tempo para produzir e entregar todos os oito F-16 para a Bulgária no período planejado de 2023-2024.

O contrato para o fornecimento de oito novos F-16C/D Block 70 no valor de US$ 1,26 bilhão foi assinado pelo Ministério da Defesa da Bulgária e pela Lockheed Martin em abril de 2020. O contrato previa a entrega de adicionais oito F-16 para a Bulgária, mas caso a entrega do primeiro lote seja pontual.

A Bulgária encomendou 8 caças F-16C/D Block 70.

As duas primeiras aeronaves tinham como previsão de entrega em novembro de 2023, seguidas por mais quatro em abril 2024, com as duas últimas chegando em agosto de 2024.

A duração exata do atraso será conhecida na segunda quinzena de fevereiro, quando uma delegação dos EUA deve chegar a Sofia para discutir o programa F-16 búlgaro.

Com a compra dos novo caças F-16C/D a Bulgária pretendia descartar 14 antigos caças soviéticos MiG-29, que constantemente carecem de componentes. Empreiteiros russos da corporação MiG estão constantemente adiando reparos. No ano passado o contrato de manutenção dos MiG-29 quase foi cancelado.

Como membros da OTAN e da UE, a Bulgária necessita manter seus jatos em alerta quase constante por ser parte de uma fronteira da União Europeia. Quando uma aeronave estrangeira, não identificada e não autorizada entra no espaço aéreo do país, normalmente sobre Mar Negro, os antigos jatos búlgaros MiG-29 são obrigados a decolar, aumentando a quantidade e acelerando o processo de manutenção dos jatos, exigindo um suporte dos russos.

Linha de produção do F-16.

E a Lockheed não pode simplesmente encaixar os F-16 da Bulgária na frente de outras nações, como o Catar, pois existem prazos relacionados com os outros pedidos também. Atualmente a linha de fabricação da Lockheed conta com jatos do Bahrein, do Emirado do Catar e foi iniciado o processo de fabricação dos jatos da Eslovênia. Cada nação faz solicitações particulares para os caças, tornando eles únicos. Mesmo que o Catar, Bahrein ou a Eslovênia desistam de seus F-16 novos, os mesmos não poderiam ir para a Bulgária pois possuem solicitações específicas que demandariam otimizações caras e mais tempo na linha de montagem.

A Saab havia prometido entregar os caças Gripen E seis meses antes do prazo firmado com a Lockheed. Os jatos Gripen da Bulgária entrariam em produção logo após a fabricação dos caças brasileiros.

Em outubro de 2020, o então ministro da Defesa da Bulgária, Krassimir Karakachanov disse que planejava vender os caças MiG-29 depois de receber as aeronaves multifuncionais F-16 Block 70.

A declaração foi feita durante uma reunião do comitê de finanças do parlamento búlgaro. O ministro Karakachanov afirmou que quando 8 novas máquinas fossem comissionadas, não haveria necessidade de manter toda a frota atual de aeronaves MiG-29 e algumas delas poderiam ser vendidas. Mas a venda dos MiG-29 somente deve ocorrer após a entrega de pelo menos 16 caças F-16V.

O recém-empossado ministro da Defesa búlgaro Stefan Yanev disse durante sua audiência que o programa de cooperação industrial entre a Bulgária e a Lockheed Martin, relacionado à aquisição do F-16, não fez nenhum desenvolvimento real até agora, mas ele não disse se isso também se deve à pandemia.

A Bulgária teoricamente tem 14 caças MiG-29 em serviço hoje, mas a frota realmente ativa deve ser bem menor que isso. Duas aeronaves permanecem sempre em prontidão e muitos jatos estão sendo “canalizados”, ou usados para fornecimento de peças de reposição.

Caças MiG-29 da Força Aérea da Bulgária.

Enquanto isso, a Bulgária hospedará até sete caças Eurofighter da Espanha e dois caças furtivos F-35 da Holanda para proteger o espaço aéreo do país em meio à crise ucraniana, confirmou o ministro da defesa em 22 de janeiro. Os caças irão realizar tarefas de Policiamento Aéreo coordenados pela OTAN

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