Governo da Índia, que negocia com o Governo Francês a compra de 36 dos caças fabricados pela Dassault, foi informado pela Força Aérea Indiana que esse número não basta e que precisa de pelo menos 80
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Segundo reportagem publicada em 4 de julho (sábado) pelo jornal The Telegraph India, a Força Aérea Indiana (IAF) afirmou ao Governo da Índia que precisa de pelo menos 80 caças com as capacidades do Rafale para compensar a queda no número de seus esquadrões de aeronaves de combate a jato.
O número de 36 caças Rafale que o primeiro ministro indiano Narendra Modi anunciou que compraria “de prateleira” (em configuração disponibilizada para entrega rápida pelo fabricante), durante visita a França em abril deste ano, é considerado inconsistente com a necessidade original de 126 caças médios multitarefa, que seria atendida pela concorrência original MMRCA na qual a proposta do Dassault Rafale foi selecionada há pouco mais de três anos.
O programa MMRCA previa apenas 18 caças “de prateleira” e 108 a serem fabricados na Índia com transferência de tecnologia para a estatal indiana HAL, foi descartado pelo seu alto custo, entre outras dificuldades, mudando-se o foco para a compra direta de apenas 36 jatos. Porém, para a IAF, essa compra pequena não se encaixa em sua “matriz operacional”. Ainda assim, espera-se que autoridades indianas e francesas cheguem ao final de negociações para contratar esses 36 caças Rafale em dois meses, focadas principalmente no preço.
Ministro da Defesa propôs mais Tejas – O problema é que cerca de 260 jatos MiG-21 e MiG-27 deverão dar baixa da Força Aérea Indiana nos próximos oito anos, o que causará uma séria lacuna na capacidade de enfrentar uma guerra em duas frentes (contrapondo-se a ameaças dos vizinhos Paquistão e China).
Para compensar o número pequeno de caças Rafale, o ministro da Defesa (MD) Manohar Parrikar chegou a dizer que as necessidades de reequipamento seriam atendidas por um número maior de caças leves Tejas, desenvolvidos na Índia. Só que essa escolha embute um outro problema, que é o da capacidade inferior do Tejas frente a aviões da categoria do Rafale, tanto em alcance quanto em quantidade e peso de armamentos que podem ser levados.
IAF quer cinco esquadrões, MD quer seis meses sem falar – O número de esquadrões que a Força Aérea Indiana deseja reequipar com jatos da categoria do Rafale é de pelo menos cinco, sendo que ela tem tomado o cuidado em não nomear o caça francês especificamente, de forma a não se mostrar contra ou a favor de alguma aeronave em especial.
E o que o ministro da Defesa da Índia acha das afirmações da Força Aérea Indiana? Parece que o cuidado com os nomes que se fala, como o da IAF em não mencionar o Rafale especificamente, também afeta o MD, e talvez só saibamos de detalhes pelos bastidores.
Isso porque o ministro Parrikar disse à imprensa da Índia, há duas semanas, que ficaria seis meses sem dar declarações. Segundo a NDTV, o ministro estaria mudando sua tradição de quase sempre atender aos microfones porque a mídia tem examinado, para ele de forma excessivamente criteriosa, os conteúdos de suas declarações. Foi o caso de afirmação sobre usar terroristas para enfrentar ameaças terroristas , que gerou bastante polêmica na mídia local em maio deste ano.
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