O modelo começou a despertar o interesse de diversas nações, resultando em consultas, negociações e exportações, e ao longo dos anos Israel se tornaria o maior operador externo da aeronave. Em 1966, a França era o principal fornecedor de equipamentos militares a este país, começando neste período a impor severas sanções as vendas de material bélico, esta decisão levaria a uma maior aproximação junto ao governo norte-americano, que passou a negociar um apoio militar mais contundente. Neste escopo, o McDonnell Douglas A-4 Skyhawk seria o primeiro modelo a ser oferecido à Força Aérea de Israel (IAF), com a entregas sendo realizadas logo após a Guerra dos Seis Dias em junho de 1967. Estas aeronaves seriam nomeadas localmente como Ayit (hebraico: עיט, para Eagle), seu custo de aquisição representava apenas um quarto do valor total de um McDonnell Douglas F-4 Phantom II, podendo carregar uma carga bélica maior. Esta relação de custo-benefício levaria a aquisição de mais de duzentas aeronaves, tornando-se assim a espinha dorsal da força de ataque ao solo. Os McDonnell Douglas A-4 Skyhawks provariam seu valor durante a Guerra do Yom Kippur, quando foram encarregados do maior número de missões de ataque terrestre daquela campanha, este alto nível de exposição resultaria em sérias baixas causadas por fogo antiaéreo e com pelo menos nove aeronaves sendo abatidas por caças Mikoyan-Gurevich MiG-21 e MiG-17 da coalizão árabe. Em fins de 1973 seria implementada pelo governo norte-americano a operação Nickel Grass, visando a transferência de mais células pertencentes Força Aérea Americana (USAF) para assim recompor as perdas deste conflito. Uma versão especial do A-4 Skyhawk foi desenvolvida para Israel, recebendo a designação de A-4H, que passava a contar com avionicos mais modernos e motor Pratt & Whitney J52-P-8A com maior empuxo, e com canhões DEFA de 30 mm no lugar dos canhões Colt Mk.12 de 20 mm. Visivelmente este modelo se diferenciava dos anteriores por apresentar uma corcova (onde estavam alojados os avionicos) e por contar um tubo de escape estendido, implementado localmente visando proporcionar maior proteção contra mísseis terra-ar orientados por calor. Um total de 90 aeronaves seriam entregues nesta versão, e foram operados em missões reais em diversos cenários de conflito. Em 2008 foi decidido iniciar um processo de desativação gradual, com os A-4 Skyhawks sendo substituídos nas missões de ataque por caças General Dynamics F-16 Fighting Falcon, e sendo alocados temporariamente em missões de treinamento até serem desativados a partir de 2014 quando foram substituídos pelos novos Alenia Aermacchi M-346 Master.Apesar da importância do emprego do McDonnell Douglas A-4 Skyhawk junto a Força Aérea de Israel (IAF), o primeiro cliente de exportação seria o governo argentino, celebrando o primeiro contrato em 1965, que resultaria no recebimento de vinte e cinco células do modelo A-4B, sendo seguidos em 1970 por um número igual de aeronaves. Todos estes aviões foram retirados de unidades ativas da Força Aérea Americana (USAF), sendo posteriormente revisados pela Lockheed Service Co, onde receberam a designação de A-4P. Em 1976 um novo contrato seria firmado para a aquisição de vinte e cinco células da versão A-4C, para substituição dos antigos North American F-86 Sabres destinados a missões de intercepção, sendo está a primeira versão argentina a estar integrada para o uso de misseis ar-ar AIM-9B Sidewinder. O pequeno porte e agilidade tornariam o McDonnell Douglas A-4 Skyhawk, o candidato ideal para a substituir os substituir antigos caças Grumman F9F Panther e Grumman F9F Cougar em uso do porta-aviões argentino ARA Veinticinco de Mayo, resultado em uma aquisição de dezesseis células da versão A-4Q que foram recebidas a partir de 1971. Apesar de consequentes embargos impostos pelos Estados Unidos ao governo militar argentino no final da década de 1970, estes pequenos jatos, teriam destacada participação no conflito das Falklands – Malvinas em 1982, onde quarenta e oito aeronaves das versões A-4P, A-4C e A4-Q foram empregadas em missões de ataque a frota britânica, resultando no afundamento do destroier Tipo 42 HMS Coventry, e das fragata Tipo 21 HMS Antílope e HMS Ardent, além de provocar grandes avarias de monta em outros navios. Destas vinte e duas aeronaves seriam abatidas por caças BAE Sea Harrier FRS1, artilharia antiaérea e misseis terra-ar britânicos. Após a guerra, as células remanescentes seriam modernizadas sob a égide do programa Halcón, permanecendo em operação até 1999, quando foram substituídos por trinta e seis células modernizadas da versão Lockheed Martin OA / A-4AR Fightinghawk. A exemplo da Marinha Argentina, Austrália e Nova Zelândia também dispunham em sua frota, porta aviões de pequeno porte de origem britânica e fizeram uso de versões McDonnell Douglas A-4 Skyhawk para dotar seus grupos embarcados durante as décadas de 1970 e 1980.

Emprego na Marinha do Brasil
Em 26 de janeiro 1965 o decreto lei 55.627 impediu a Aviação Naval da Marinha do Brasil de operar com aeronaves de asa fixa, determinando a transferência de seus vetores e equipes para Força Aérea Brasileira. Este cenário perduraria até fins da década de 1990, quando os últimos Grumman S-2E Tracker (P-16) da Força Aérea Brasileira foram retirados do serviço ativo. Este fato geraria a oportunidade para a tentativa revogação por parte do almirantado da “Lei da Asa Fixa”, com estas ações se materializando em 8 de abril de 1998, quando o Decreto Presidencial Nº 2538 concedeu novamente a Marinha do Brasil o direito de operar aeronaves asas fixas, tendo apenas como ressalva apenas a obrigatoriedade que as estas operassem primariamente embarcados em um navio aeródromo da esquadra. O porta aviões ligeiro A-11 Minas Gerais, que apesar de modernizado, fora projetado dentro das concepções operacionais fundamentadas na década de 1940, que previam o embarque de aeronaves de pequeno porte com motor a pistão, e assim sendo, possuía muitas restrições para operações de jatos de alto desempenho, muito em função de seu tamanho de pista e capacidade de lançamento das catapultas. Este detalhe limitava as possíveis opções para a adoção de aeronaves a jato de alto desempenho. Inicialmente a predileção do Ministério da Marinha, estava focada na aquisição do jato de ataque Dassault-Breguet Super Étendard, que além de se enquadrar perfeitamente nas restrições operacionais do navio aeródromo brasileiro, carregava larga experiência em combate. No entanto naquele momento a proposta francesa estava muito além da capacidade orçamentaria da Marinha do Brasil. Com base neste fato, as tendências mais reais apontavam para as aeronaves da família McDonnell Douglas A-4 Skyhawk, que já tinham histórico positivo de operação em navios aeródromos semelhantes ao brasileiro. Consultas realizadas em âmbito internacional, recebendo como resposta uma interessante proposta apresentada pela The Boeing Company, que dispunha em seu acervo um lote de caças A-4KU e TA-4KU Skyhawk que haviam sido devolvidos a empresa pela da Força Aérea do Kuwait (al-Quwwat al-Jawwiya al-Kuwaitiya)., como parte de pagamento na aquisição dos novos caças bombardeiros Boeing F/A-18 Hornet. O valor desta proposta era de US$ 70 milhões, e envolvia vinte células da versão A-4KU, três TA-4KU amplo estoque de peças sobressalentes, treinamento e pacote de armas entre eles misseis ar-ar Sidewinder AIM-9L.
A versão A-4KU Skyhawk figurava entre as mais modernas produzidas, sendo baseado no A-4M Skyhawk II desenvolvido para missões de ataque para o Corpo de Fuzileiros Navais da Marinha Americana (USMC). Apesar de serem desprovidas das capacidades de ataque nuclear, lançamento de misseis antirradiação e bombas guiadas por TV, incorporavam o moderno sistema Hughes Arbs (Angle Rate Bomb System, para a designação de alvos no solo), podendo ainda portar mísseis AGM-65 Maverick. Estavam ainda equipadas com um motor turbo jato Pratt & Whitney J-52-P408 que proporcionava 11.200 libras de empuxo. Estas aeronaves foram produzidas entre os anos de 1977 s 1979, o que as classificaria como relativamente “novas” (com média de apenas 1.700 horas de voo realizadas), oferecendo assim uma longa vida útil, curiosamente algumas destas células combateram ativamente, operando de bases na Arábia Saudita contra as forças invasoras iraquianas durante a Guerra do Golfo contra o Iraque. Uma comissão de oficiais da Marinha do Brasil seria enviada ao Kuwait para proceder a escolha de vinte células da versão monoplace e três da biplace, a após este definição estas aeronaves seriam revisadas, desmontadas e preparadas para transporte naval ao Brasil, sendo recebidas no porto do Rio de Janeiro, no dia 5 de setembro de 1998. Paralelamente a este processo, seria demandado o estabelecimento de uma unidade especializada na operação dos novos caças, resultando assim no dia 2 de outubro de 1998 na criação do 1º Esquadrão de Aviões de Interceptação e Ataque (VF-1) que teria como base operacional o complexo militar de São Pedro de Aldeia no Rio de Janeiro. A formação dos pilotos seria realizada em duas etapas, a primeira com a participação da Força Aérea Brasileira em suas unidades de treinamento e a segunda nos Estados Unidos, junto a Estação Naval de Kingsville - NASK (Naval Air Station Kingsville), no estado do Texas. Neste estágio os oficiais aviadores brasileiros se envolveriam na qualificação do pouso à bordo em porta-aviões participando de estágios de emprego de sistemas de armas, fazendo uso de aeronaves de treinamento avançado McDonnell Douglas T-45 Goshawk da Marinha Americana (US Navy).

Transcorridos treze anos de sua incorporação, o comando da Força Aeronaval da Marinha do Brasil decidiu realizar um extenso programa de modernização nas células remanescentes em conjunto com a Embraer S/A, com este contrato envolvendo inicialmente de doze células, sendo este termo assinado em 14 de abril de 2009. Além do retrofit estrutural este programa previa a instalação de sistemas como o Radar Warning Receiver (RWR), que possibilitaria à aeronave detectar e se evadir de ameaças, como mísseis e caças inimigos, o que aumentava assim a capacidade de sobrevivência da aeronave e a probabilidade de sucesso nas missões, terceiro Rádio VHF com capacidade de operação dos rádios ROHDE SCHWARZ na transmissão de dados via data-link, revitalização do Piloto Automático, possibilitando ao piloto gerenciar seus sistemas, permitindo maior concentração na missão imposta, integração do radar altímetro e do TACAN que facilita ao piloto focar a sua atenção em apenas um instrumento (a tela do CMFD que concentrará todas estas informações), aumentando assim sua consciência situacional quando operando do porta-aviões e quando voando em condições de voo por instrumento, integração instrumentos do motor: possibilita ao piloto receber os avisos aurais dos limites de funcionamento do motor, concentração das informações em uma única tela e melhor visualização das informações dos indicadores; e, estações de briefing e debriefing: possibilita às piloto condições de preparar melhor a missão, garantindo assim um maior aproveitamento, economia de utilização dos equipamentos aviônicos, melhor disposição das informações geradas em vôo para treinamento das equipagens e avaliação das missões. O primeiro protótipo matriculado AF-1B N-1011, voou no dia 17 de julho de 2013, e após ensaios de aprovação, foi determinado que as demais aeronaves fossem encaminhadas para a Embraer S/A, com a primeira célula sendo entregue formalmente em 26 de maio de 2014. As restrições orçamentárias, no entanto, postergaram o processo de entrega das demais aeronaves e precoce desativação do navio aeródromo A-12 São Paulo levou o Comando da Força Aeronaval a rever a totalidade das aeronaves a serem modernizadas.
A última aeronave modernizada foi entregue pela Embraer S/A á Marinha do Brasil no dia 20 de abril de 2022. Ao todo, foram modernizados sete caças navais, sendo cinco AF-1B monoplace e dois AF-1C biplace. Estas aeronaves permitiram a Aviação Naval operar um vetor aéreo no estado da arte, com a aeronave podendo ser também ser empregada em operações de inteligência ao acompanhar alvos de superfície. Destacam-se algumas funcionalidades do radar EL/M 2032, como os modos de operação: ar-ar, ar-mar, ar-solo e navegação, cuja principal tarefa é detectar e rastrear alvos aéreos e de superfície, além de fornecer a distância ar-solo para o subsistema de pontaria de armas. No modo TWS (Tracking While Scan) podem ser localizados e rastreados automaticamente 64 alvos de superfície ou terrestres simultaneamente e no modo SAR (Synthetic Aperture Radar) é possível fazer o mapeamento terrestre em missões de reconhecimento. Essas capacidades, aliadas as existentes nos radares 997 Artisan do Porta-Helicópteros Multipropósito “Atlântico”, permitirão o cumprimento de missões de interceptação e ataque, na defesa aérea da Força Naval, com maior eficiência. Apesar de dispor de uma reduzida a frota o intuito é manter a doutrina operacional da arma de ataque aéreo de asas fixas, até que os caçar AF-1 Skyhawks venham a ser substituídos em um futuro próximo.
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