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quinta-feira, 6 de abril de 2023

O futuro do F-15 Eagle: Desafios e Possibilidades

 

A exemplo de outros ícones da aviação militar, o caça de superioridade aérea F-15 Eagle , projetado na década de 1960, continua a desempenhar um importante papel na aviação mundial. Quais os novos desenvolvimentos do Eagle no futuro?

Assim como os bombardeiros Boeing B-52 Stratofortress (que, introduzidos no serviço ativo da USAF em 1955, com 744 unidades construídas entre 1952 e 1962, permanecerão, presumivelmente, em atividade operacional até 2040, – incluindo a possibilidade de transformação/atualização de todas as unidades operacionais B-52H para a nova versão B-52J remotorizadas -, completando quase 90 anos de operação interrupta) e os venerados cargueiros Lockheed C-130 Hercules (cujos serviços foram iniciados em 1956, com mais de 2.500 unidades produzidas, e que ainda continuarão ativos, pelo menos, até 2030) -, o caça de superioridade aérea F-15 Eagle, projetado e construído pela McDonnell Douglas (atual Boeing Aerospace), no final dos anos 1960, como uma proposta de “solução definitiva” (que não foi obtida com o relativamente mal sucedido projeto do F-111) para o estabelecimento (derradeiro) de uma superioridade aérea estadunidense no campo de batalha, também se afirmou como um importante protagonista na história aeronáutica mundial.

Muito embora preterido pela Marinha norte-americana, que optou, por questões preponderantemente políticas (no caso epigrafado, evitar a falência da Grumman Aerospace), pelo F-14 Tomcat, dotado de mísseis de longo alcance AIM-54 Phoenix (que, projetados a partir do AIM-47 Falcon, cujo objetivo era equipar o interceptador trisônico YF-12, prometiam dotar a aeronave de uma capacidade adicional de combate, compensadora de sua relativa inferioridade em relação ao F-15)1, o Eagle, – com sua extraordinária relação empuxo-peso de 1.1 (superior, comparativamente, à também elevadíssima relação 1.0 do F-14 e à pífia relação de 0.55 do F-111) -, mostrou, em sua vida útil operacional, ter sido (simplesmente) o mais exitoso avião de caça de todos os tempos, ultrapassando, em muito, as (já grandes) expectativas que se depositavam desde o seu primeiro voo, ocorrido em 1972.

Muitos analistas ainda o consideram (inobstante o longo transcurso temporal de sua operacionalidade e o advento de uma ampla geração de novos caças europeus e russos introduzidos posteriormente) o melhor caça de superioridade aérea, com a única exceção do F-22 Raptor (de 5ª geração), que foi projetado com o específico propósito de substituí-lo.

“O F-15 deveria ser completamente substituído pelo furtivo F-22 Raptor, considerado o melhor caça de combate aéreo e cujo programa de desenvolvimento custou US$ 66,7 bilhões. Apesar das objeções dos principais generais da Força Aérea, o então Secretário de Defesa Robert Gates ordenou o fim da produção do F-22 em 2009. O jato final saiu da linha de produção da Lockheed Martin em Marietta, Geórgia, em 2012. Ao todo, a Força Aérea comprou 187 unidades do Raptor, muito menos do que os mais de 750 originalmente planejados, de um total inicial de 381 aeronaves em um primeiro ‘pacote’.

Na época, Gates optou por investir, mais incisivamente, no F-35 Joint Strike Fighter (Lightning II/Panther), um caça multifunção menos furtivo, mais simples e de menor custo (a exemplo do F-16 Falcon em relação ao F-15 Eagle, nas décadas de 1970 e 1980), mas, igualmente, capaz de derrubar aviões e atacar alvos no solo com sua variedade de sensores, radares e aviônicos avançados.”

Entretanto, como o projeto do F-22 foi prematuramente interrompido após a produção de 187 unidades operacionais (além dos oito protótipos) em 2012 (tendo sido introduzido no serviço operacional em 2005 e registrado o seu primeiro voo em 1997), – e considerando que o F-35 Lightning II (Panther) foi (originariamente) concebido para substituir na USAF (especificamente) os F-16 Falcon -, muitos analistas passaram a advogar no sentido de que novas versões atualizadas do F-15 poderiam preencher os presumíveis vazios que serão estabelecidos a partir da próxima década.

“Estamos percebendo um mercado se expandindo (internacionalmente) e estamos criando oportunidades para conversar com a Força Aérea dos EUA sobre o que podem ser atualizações ou mesmo futuras aquisições do F-15 Eagle. A Força Aérea dos EUA não comprou novos caças F-15 desde que encomendou, em 2001, os cinco últimos F-15E Strike Eagles, uma versão de dois lugares que pode bombardear alvos terrestres e derrubar outras aeronaves. O F-15A original voou primeiramente em 1972, e muitos dos atuais F-15C Eagles para missões ar-ar, da Força Aérea dos EUA, entraram em serviço nos anos 80. Muitos deles são mais velhos que os pilotos que os comandam”, disse Gene Cunningham, Vice-Presidente de Vendas Globais do F-15 da Boeing Defesa, Espaço e Segurança, no Royal International Air Tattoo, Inglaterra, em julho de 2018.

Até porque as últimas versões do F-15E vendidas para países aliados, como o Catar, possuem tecnologia (e capacidades) superiores aos Eagles e Strike Eagles em operação na USAF.

“Versões estrangeiras do F-15 receberam tecnologia mais recente, diferentes de quando os aviões americanos foram construídos. Ao longo dos anos, os F-15 dos EUA receberam atualizações de seus radares e cockpits, mas a Força Aérea dos EUA recentemente cancelou um esforço para adicionar jammers eletrônicos a seus antigos F-15Cs. Alguns observadores da Força Aérea disseram que isso indicaria, em tese, que a aeronave pode ser retirada do serviço ativo antes do planejado.

A Boeing lança há muito tempo novas versões do Strike Eagle para a Força Aérea e clientes internacionais. Em 2010, a empresa lançou o Silent Eagle – um F-15 com revestimento especial e caudas verticais redesenhadas – que os executivos disseram que poderiam escapar melhor da detecção do inimigo. Em 2015, a empresa lançou um upgrade para o F-15C, uma versão de combate aéreo que permitiria transportar 16 mísseis ar-ar, chamada F-15C-2040.

Algumas vezes, a Boeing argumentou que versões atualizadas de seus aviões poderiam chegar perto de igualar os recursos avançados de stealth, sensores e guerra eletrônica do F-35 a uma fração do custo.

Agora, a economia pode não ajudar muito, uma vez que o preço do F-35 da Força Aérea vem caindo anualmente. Nesse sentido, o Pentágono anunciou recentemente que tem um acordo de ‘aperto de mãos’ com a Lockheed Martin para um novo lote de 141 F-35 Joint Strike Fighters. A versão da Força Aérea do avião custou cerca de US$89 milhões por exemplar, segundo a Reuters.

Uma fonte da Força Aérea observou que comprar novos F-15 agora não seria visto como competição para o F-35, uma vez que o Joint Strike Fighter nunca foi considerado um substituto para o F-15 Eagle, e sim para o F-16 Falcon.

F-15 Silent Eagle.

Nesse sentido, a Boeing (após desistir de oferecer uma alternativa menos dispendiosa – e pouco furtiva – de caça de 5ª geração, através da versão F-15SE Silent Eagle, cujo custo unitário se aproximou muito ao do F-35, tornando-a pouco atrativa, ainda que tenha despertado interesse por parte das forças aéreas de Israel e da Coreia do Sul), passou a defender uma nova abordagem, dentro de um novo cenário combativo, em que o conceito estratégico de furtividade (que caracteriza a 5ª geração dos jatos de combate) deveria ser, – se não propriamente abandonado (em função do advento de novos radares quânticos e de novos sensores que prometem neutralizar, pelo menos em parte, as atuais vantagens da tecnologia stealth) -, no mínimo, complementado por uma inovadora concepção de “plataformas de lançamento de múltiplos mísseis a longas distâncias”, ofertando, inicialmente, para tanto, a versão conhecida como F-15C-2040 (com uma extraordinária capacidade de transportar 16 mísseis: o dobro da capacidade atual do F-15C em operação), fundada, em parte, na última versão do F-15 vendido ao Catar, em 2017 (o F-15QA), e, mais recentemente, a versão F-15EX (com a extraordinária capacidade de transportar 22 mísseis, além de servir como excepcional plataforma para lançamento de mísseis de cruzeiro de última geração, incluindo mísseis hipersônicos que se encontram em fase de desenvolvimento).

A Boeing está oferecendo para Força Aérea dos EUA uma nova versão do caça F-15 Eagle usando a mesma estratégia comercial que convenceu o governo Trump (2017-21) a comprar mais aviões de guerra F-18E/F Super Hornet (em sua versão mais atualizada) para a Marinha.

Chamado de F-15EX, a nova variante do venerável jato de combate oferece controles de voo mais modernos, novos displays no cockpit e radar, de acordo com fontes militares e do setor com conhecimento do plano. O avião também acumularia muito poder de fogo, carregando quase duas dúzias de mísseis ar-ar, mais de qualquer aeronave da Força Aérea dos EUA.

A ideia de complementariedade vem de encontro aos novos desafios representados pela rápida e surpreendente ascensão militar chinesa, que presumivelmente obrigará a Força Aérea Americana, bem com a Marinha Embarcada dos Estados Unidos, a ampliar o quantitativo de aviões de combate, muito além do previsto no início do século XXI.

A Boeing Aerospace, sucessora do fabricante original McDonnell Douglas, está desenvolvendo uma nova proposta de atualização do caça de superioridade aérea F-15 Eagle, ainda mais avançado que o projeto do F-15C-2040, chamado de F-15EX, que servirá como plataforma de lançamento de múltiplos mísseis de longo alcance contra vários alvos em simultâneo, em uma nova proposta substitutiva (ou complementar) à estratégia de furtividade desenvolvida na década de 1970 (e operacional nos anos 1990) como resposta aos novos desafios (reais e projetados) do século XXI.

Trata-se de um novo conceito estratégico a se adicionar à concepção de furtividade que passou a ser dominante a partir dos anos 1980 para a obtenção e manutenção da superioridade aérea.

“Porém, a inovação é também uma alteração de paradigma que contempla a complementaridade das duas estratégias visando ao mesmo objetivo”, conforme afirmei na Palestra Guerra Assimétrica Reversa, proferida na Escola de Comando e Estado-Maior da Aeronáutica – ECEMAR em 21 de março de 2018.

O F-15 é considerado um avião de 4ª geração; ou seja, uma aeronave que não possui um design furtivo, que ajuda a evadir mísseis inimigos. Por mais de uma década, os líderes da Força Aérea pressionam por comprar apenas aviões furtivos de combate e bombardeiros stealth, porém descartaram o F-15SE Silent Eagle pela sua baixa furtividade e elevado custo unitário de aquisição em relação ao F-35 Lightning II (Panther). Comprar novos F-15s (atualizados) reverteria isto, em face de uma nova percepção de que os novos radares e sensores que estão sendo desenvolvidos podem reduzir drasticamente as atuais vantagens da furtividade no campo de batalha, em favor de plataformas de elevada capacidade de disparar múltiplos mísseis, contra vários alvos, em simultâneo, e a extremas longas distâncias (16 mísseis na versão F-15C-2040 e 22 mísseis na versão F-15EX, contra oito no F-22 Raptor ou no F-15C Eagle, seis no F-35 ou mesmo 10 nos F-15E Strike Eagle).

“A decisão de possivelmente atualizar a frota do F-15 se resume à necessidade de mais caças em serviço, independentemente da geração (…) Eles se complementam (…) Cada um faz um ao outro melhor (…) Precisamos atualizar a frota do F-15C porque não posso me dar ao luxo de não ter essa capacidade para realizar o trabalho e as missões (…) É disso que se trata tudo isso. Se estamos atualizando a frota do F-15C, enquanto estamos construindo a frota do F-35, isso não é sobre qualquer tipo de troca (…) A Força Aérea dos EUA precisa comprar 72 caças por ano para chegar à quantidade que precisa no futuro – e reduzir a idade média dos aviões de 28 anos para 15 anos”, disse o General David Goldfein em janeiro de 2019.

Portanto, a solução que se apresenta como mais atrativa parece ser a de ampliar, em alguma medida, a vida útil das aeronaves atualmente em utilização (F-15 e F-16, no caso da USAF e F-18 na US Navy e no USMC) e a de também introduzir um quantitativo adicional de novas versões aperfeiçoadas: F-15EX Advanced Eagle (Super Eagle ou Eagle II, como o fabricante prefere); F-16 Block 70 (ou na designação indiana F-21 Viper) e F-18E/F Improved Super Hornet.

“A Força Aérea dos EUA poderá comprar uma nova versão do F-15, conhecida como F-15EX, desde que haja dinheiro suficiente em futuros orçamentos de defesa (…) e sendo certo que a nova aeronave não receberá verba destinada ao Lockheed Martin F-35”, afirma o General David Goldfein em 2019.

F-15 Super Interceptor do Japão.

A mencionada estratégia perpassa por uma alternativa aos planos originais (e que foram abandonados na Administração OBAMA) de se ter, a exemplo do passado, duas diferentes aeronaves, – uma de superioridade aérea, mais sofisticada e de aquisição e manutenção mais dispendiosa, e outra de múltiplos propósitos, mais simples e econômica; ou seja, o F-22 Raptor e o F-35 Lightning II -, através de uma nova abordagem em que os F-15EX Eagle II representariam uma complementariedade em contrapeso à reduzida frota de F-22 Raptor e, ao mesmo tempo, à concepção de furtividade (penetração em áreas fortemente defendidas) em relação à ideia de plataforma de lançamento de mísseis a longas distâncias. Por intermédio dessa premissa, os F-35 Lightning II seriam reservados para emprego (com um número reduzido de mísseis: seis no total) para ataques contra alvos em terra ou aeronaves e mísseis adversários no interior do território inimigo (e na área de abrangência de suas defesas), ao passo que o F-15EX Eagle II seria empregado para ataque contra aeronaves, mísseis (e mesmo alvos terrestres) a longas distâncias, a partir de regiões pouco protegidas pelo inimigo (ou mesmo fora do alcance dos meios de detecção e interceptação do adversário).

A compra planejada do F-15EX se originou de uma avaliação das necessidades da Força Aérea dos EUA por analistas de carreira no escritório independente de avaliação de custos do Pentágono. Ela ganhou apoio dos funcionários do orçamento da Casa Branca, que concordaram em preencher um nicho para um avião capaz de transportar uma carga pesada de material bélico, de acordo com uma das fontes.

A Boeing, de Chicago, ofereceu a aeronave, incluindo motores, por cerca de US$ 80 milhões por avião sob um contrato de preço fixo, com as primeiras entregas em 2022. Em comparação, estima-se que a F-35 da Lockheed, sediada em Bethesda, Maryland, custou US$ 89 milhões por unidade no último contrato com uma meta de US$ 80 milhões até 2020.

E é exatamente nessa direção que a Administração Trump (2017-21) solicitou a alocação de recursos para a aquisição inicial de 80 unidades (de um total de 144) do F-15EX Eagle II, permitindo a continuada substituição dos 230 F-15C/D remanescentes (interrompida com o fechamento da linha de produção do F-22 Raptor, em 20/02/2019), que se encontram próximos do limite de sua vida útil operacional.

“O próximo orçamento da Força Aérea dos Estados Unidos pedirá fundos para oito novos caças F-15 da Boeing, reforçando seu inventário com uma versão atualizada de um avião comprado pela última vez em 2001, enquanto recebe o mais avançado F-35 da rival Lockheed Martin Corp.

Os F-15 serão propostos no orçamento do ano fiscal de 2020, como o primeiro de uma potencial compra de 80 aviões nos próximos cinco anos (…).

Mesmo que o pedido tenha o apoio da Casa Branca, é provável que levante questões de legisladores céticos sobre por que a Força Aérea, que passou anos dizendo que precisa da ‘quinta geração’ do F-35, agora quer mais F-15 também.

A Boeing manteve sua linha de produção de F-15 em St. Louis, com vendas contínuas para aliados, incluindo Israel, Arábia Saudita e Catar. O novo F-15EX para os EUA seria uma variação dos aviões vendidos para o Catar, mas seria capaz de transportar cargas mais pesadas de armas ar-terra e ar-ar do que os atuais F-15 ou mesmo F-35.

Com seu transporte interno de armas, o F-35 provavelmente não pode acomodar armas mais pesadas planejadas, como mísseis hipersônicos que estão agora em desenvolvimento. Por outro lado, o F-15EX não teria os avanços tecnológicos do F-35, incluindo seu perfil furtivo para escapar dos mais avançados sistemas de defesa aérea russos e chineses, bem como seus sofisticados sensores e recursos de compartilhamento de dados.

A Força Aérea irá propor a compra do F-15EX sem reduzir a frota de 1.763 jatos F-35 que há muito tempo está planejando (…). O serviço compraria 48 dos 84 F-35 que foram solicitados para o ano passado no plano do Pentágono para 2020, com o restante indo para a Marinha e os Fuzileiros Navais, de acordo com documentos do programa.

Nesse mesmo diapasão analítico, vale mencionar que a Marinha norte-americana, muito preocupada com o crescente avanço dos meios defensivos chineses, que, através de mísseis de longo alcance cada vez mais sofisticados, podem atingir as forças tarefas norte-americanas nucleadas em porta-aviões, também está cogitando (ainda que de forma bastante reservada) a aquisição de uma aeronave embarcada, de mais elevado alcance operacional e capacidade combativa (em relação tanto ao F/A-18E/F Super Hornet, como em relação ao seu projetado sucessor, o F-35 Lightning II/Panther), para compensar o vazio deixado com a prematura retirada do serviço ativo de seus F-14D Super Tomcat (equivalentes, em performance, ao F-15C Eagle da USAF), o que não mais pode ser realizado com a reintrodução/atualização desta aeronave, – como algumas fontes sugerem -, uma vez que só existem 12 unidades do modelo estocadas (e plenamente recuperáveis), haja visto a (precipitada) política de destruição do enorme quantitativo anteriormente existente, que objetivava evitar que eventuais peças de reposição pudessem ser contrabandeadas para o Irã com o objetivo de recompor a sua (sucateada) frota de F-14 (que, das 80 originalmente adquiridas, – e 79 efetivamente entregues antes da deposição do Xá Reza Pahlavi -, entre 12 e 34 continuam em relativas condições operacionais de voo), tornando, portanto, para aquele ramo das Forças Armadas estadunidenses, uma eventual versão embarcada do F-15EX também uma opção a ser estudada, ampliando, desta feita, a possibilidade de o projeto ser efetivamente implementado, replicando, em certa medida (porém com novas tecnologias de radar e de mísseis), a estratégia anterior da US Navy de possuir caças embarcados de alta performance (e elevado raio de ação) para serem utilizados como plataformas de lançamento de longo alcance de mísseis de defesa aérea (contra aviões e mísseis antinavio) para a proteção de seus navios aeródromos nucleares (no caso a anterior combinação do F-14D Super Tomcat com o míssil AIM-54 Phoenix).

“O grande problema a ser superado para aquisição, pela Marinha norte-americana, de exemplares de uma futura versão do F-15EX Eagle II, reside no fato de que versões atualizadas do F/A-18 Super Hornet (que também estão sendo oferecidos em lotes suplementares) são aeronaves igualmente fabricadas pela Boeing Aerospace, que não deseja (presumivelmente) uma concorrência com seus setores internos,” ao falar na Palestra Guerra Assimétrica Reversa, proferida na Escola de Comando e Estado-Maior da Aeronáutica – ECEMAR em 21 de março de 2018.

Ainda que as principais lideranças da Marinha estadunidense tenham manifestado sua preferência pela futura aquisição de um caça de 6ª geração, a Força Aérea dos EUA (USAF) aceitou oficialmente a entrega da primeira das oito unidades preliminares adquiridas do F-15EX Eagle II (um investimento da ordem de US$1,2 bilhão, que também inclui suporte e custos de engenharia) em 10 de março de 2021.

“Este é um grande momento para a Força Aérea. Com sua grande capacidade de armas, backbone digital e arquitetura aberta, o F-15EX será um elemento-chave de nossa frota de caças táticos e complementará os ativos de 5ª geração”, disse o Coronel Sean Dorey, gerente do programa F-15EX do Centro de Gerenciamento do Ciclo de Vida da Força Aérea e Diretoria de Aeronaves Avançadas.

Vale ressaltar que, com uma idade média de mais de 37 anos, a frota de F-15C/D aproxima-se rapidamente do fim de sua vida útil operacional, voando às margens da integridade estrutural. Contudo, a Força Aérea dos EUA afirma que o F-15EX fornece uma solução econômica e conveniente para atualizar a frota de F-15C/D e aumentar a frota de F-15E para atender aos requisitos de capacidade da Estratégia de Defesa Nacional, mantendo-a no ar até 2040.

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