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segunda-feira, 17 de abril de 2023

Textron Scorpion o avião militar de baixo custo, concorrente da Embraer

 


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clippingNuma época em que alguns países estão cortando seus orçamentos de defesa, a Textron Inc. aposta que pode vender um jato militar de baixo custo fabricado em parte com componentes já disponíveis no mercado.

A empresa americana, maior fabricante de aviões comerciais do mundo, desenvolveu o novo jato Scorpion em parceria com a AirLand Enterprises LLC em menos de dois anos – tempo excepcionalmente curto para um avião militar.

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Ela usou uma tecnologia desenvolvida para sua linha Cessna Citation de jatos executivos mais sofisticados, adicionando componentes como assentos ejetores disponíveis nos catálogos de fornecedores em vez de projetá-los ela mesma.

A Textron usou recursos próprios, que analistas estimam em centenas de milhões de dólares, e sem ter um contrato, algo raro numa indústria onde as empresas costumam garantir financiamento de governos e especificações claras antes de iniciarem projetos.

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Alguns fornecedores potenciais tinham tão pouca fé no projeto que não quiseram participar. Mas o diretor-presidente da Textron, Scott Donnelly, diz estar confiante que existe um mercado mundial para jatos pequenos e baratos, capazes de realizar missões de espionagem, segurança e reconhecimento para as forças armadas, além de patrulhar fronteiras e rastrear traficantes de drogas.

Os jatos também carregam armamento sob suas asas. “Há uma necessidade lá fora que não está sendo satisfeita”, diz.

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A Textron estima o tamanho desse mercado em mais de 2.000 aviões e afirma que poderia começar a entregar o Scorpion em 2015 se obtiver encomendas este ano.

Ele custa menos de US$ 20 milhões e foi projetado para ter custos operacionais menores que outros jatos que executam missões semelhantes.

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Isso o coloca numa faixa intermediária entre turboélices como o Super Tucano, da Embraer S.A, de US$ 11 milhões – muito vendido na América Latina e África -, e os avançados jatos supersônicos de combate como o Gripen, da Saab SA, de US$ 43 milhões, além de modelos da Lockheed Martin Corp., Boeing Co. e outros, que podem superar US$ 50 milhões.

Especialistas em aviões militares estão divididos sobre as perspectivas do Scorpion. A projeção de 2.000 aviões é “ambiciosa, mas razoável”, diz Kristin White, associada sênior da Avascent, consultoria da indústria de defesa. “A concorrência será dura, mas [as forças aéreas] terão que dar uma olhada” por causa do preço e das capacidades.

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Outros veem uma demanda limitada por um avião deste tipo e consideram o mercado já bem servido. “Eu simplesmente não entendo”, diz Richard Aboulafia, vice-presidente da Teal Group, consultoria do setor aeroespacial. Ele prevê que o nicho para o Scorpion será de menos de 20 aviões por ano.

A Textron afirma que está elaborando uma proposta de preço para um possível cliente governamental. Ela não identificou o país, mas pessoas a par do assunto dizem que é no Oriente Médio. “As forças armadas de vários países aliados dos Estados Unidos mostraram interesse e receberam informações, e as propostas foram enviadas”, afirma a Textron.

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A empresa, que teve uma receita de US$ 12,1 bilhões em 2013, é uma das fornecedoras mais diversificadas da área de defesa. Além de jatos executivos, helicópteros e equipamentos militares como veículos blindados e aeronaves não tripuladas (os “drones”), ela faz carrinhos de golfe, autopeças e o que chama de “o cortador de grama mais rápido do mundo”.

A origem do Scorpion se deu há dez anos, quando empreendedores passaram a desenvolver jatos leves que transportavam de quatro a cinco passageiros, tinham uma manufatura simplificada e usavam peças já disponíveis no mercado. A um preço inferior a US$ 5 milhões, eles deveriam criar um mercado de jatos privados mais acessíveis.

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A ideia não se materializou por problemas de desenvolvimento e falta de recursos. Mas um grupo de ex-oficiais militares e engenheiros aeroespaciais adotaram um conceito semelhante. Eles formaram a AirLand Enterprises e começaram a vender a ideia de um jato de baixo custo para as fabricantes do setor de defesa.

Whit Peters, ex-secretário da Força Aérea dos EUA que liderou o empreendimento da AirLand e agora ajuda a promover o Scorpion, diz que, na época, muitas empresas hesitaram. Mas, em 2011, ele propôs a ideia para Donnelly.

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Há 30 anos a divisão Cessna, da Textron, não fabricava um avião militar, mas vinha desenvolvendo tecnologias de materiais compósitos e manufatura para seus jatos comerciais.

As duas empresas formaram uma sociedade. Mais da metade do protótipo do Scorpion foi fabricado usando peças desenvolvidas para o jato Citation. Outras 20% foram compradas no mercado.

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Bill Anderson, presidente da Textron AirLand, diz que duas grandes fornecedoras de equipamentos de defesa não quiseram participar do projeto porque tinham dúvidas sobre o tamanho do mercado ou o uso de materiais compósitos leves, cada vez mais comuns em aviões comerciais, na fabricação de um jato militar.

Alguns fornecedores, porém, concordaram em financiar o projeto. A Martin-Baker Aircraft Co. forneceu gratuitamente os assentos ejetores como parte do seu investimento.

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Eles acabaram ficando grandes para a cabine, e ajustá-los custaria mais de US$ 100 milhões e atrasaria o projeto em até 15 meses, então, modificamos a cabine”, diz Anderson, uma prática que desafiou as convenções dos projetos militares, onde os desenhos são definidos para atender rígidas especificações.

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Mas o sucesso do Scorpion – e de outras companhias que decidam desenvolver sistemas militares sozinhas, sem um contrato – vai depender das vendas dos jatos. “Isso vai encorajar muitas empresas”, diz Donnelly. “Ou teremos um bando que vai dizer:  “Eu avisei

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