Há 50 anos ocorria o primeiro voo do DC9, jato de médio porte, projetado e fabricado pela Douglas Aircraft Company (posteriormente McDonnell Douglas). Um bimotor de corredor único, cauda em T, um tremendo sucesso. Ficou em produção entre 1965 e 1982 quando foi sucedido pelo MD80 que nada mais é do que um DC9 esticado. Se formos considerar o Douglas DC-9 e todas suas variantes ou aviões baseados nele (Boeing 717, por exemplo), chegamos a quase 2.500 aviões do tipo em 41 anos.
A aviação nos anos 1950/60 era baseada em diversos aviões a pistão ou até turboélice, tais como Vickers Viscount, Lockheed Electra II, YS11 Samurai, DC3, DC4, DC6 e DC7. A aviação “a jato” já existia porém para longas distâncias com o 707 e DC8. Se era possível efetuar um Rio – Nova York de jato, o mesmo não poderiamos dizer de um simples Rio – Belo Horizonte ou outra rota curta.
Os fabricantes então se debruçaram a criar algo rápido, com menor estrutura aeroportuária. A Boeing entrou de cabeça no 727, que por sua vez compartilhava de diversas coisas do 707. Já a Douglas partiu para o DC9 sem nenhuma similaridade com o DC8. O avião era um desenho totalmente novo, com motores JT8, tripulação de 2 pilotos, fileira 2-3 de assentos levando então entre 80 a 135 paxs, incluindo motorização turbofan, com mais de 2.400 unidades produzidas em todo mundo.
A ideia do avião era operar rotas curtas, pouco tempo de solo (incluindo escadas próprias na cauda e porta 1L). A configuração em T e motores na cauda facilitava também a questão dos aeroportos, pois um motor lá atrás dificilmente sugaria detritos, os famosos F.O.D.. O avião virou sucesso, seu tipo DC9-10 entrou em serviço em 8 de Dezembro de 1965 pela DELTA (que até hoje possui modelos derivados deste avião) e logo alastrou pelo mundo, a variante DC9-30 entrou em serviço e a SAS pediu um DC9-20 (fuselagem do 10 com motores e asa do 30). Surgiram ainda as séries 40 e 50, sendo que esta última entrou em serviço em 1974.
A produção do DC9 puro encerrou-se em 1982. A partir de 1982, surgiu o DC9-81/82/83 que são bem mais longos e com outra tecnologia, mas o desenho básico é o mesmo. Os Americanos sabem cultuar seu passado e história e por isso naquele país temos o N675MC, um DC9-50 ex-DELTA preservado no museu da empresa em Atlanta e o N779NC, igualmente DC9-50 preservado no “Carolinas Aviation Museum” em Charlotte, este exemplar foi o último DC9 a voar na DELTA.
Já aqui no país não conseguimos sequer preservar o primeiro 737 do país. No Brasil, esses aviões não operaram, ainda que a VASP tenha cogitado o tipo no meio dos anos 1960, mas acabou em 1969 recebendo o 737-200, com o qual fez história e foi até os dias finais de sua existência. Operadores de países vizinhos usaram DC9 no Brasil, principalmente os Argentinos com a Austral e Dinar. Como sabemos, um exemplar singular de MD82 foi utilizado por meses na Cruzeiro e esta é a única presença de um “DC9″ com matricula nacional.
O DC9 é um marco na história da aviação e foi o meio de transporte mais rápido para muitas cidades que viram o tempo entre dois pontos reduzir-se drasticamente ao embarcar na aeronave, em voo anteriormente operado por um “lento e velho” DC6, Viscount ou similar. Parabéns ao DC9 pelos seus 50 anos!
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