Força Aérea Brasileira e a fabricante assinaram um acordo para iniciar estudo sobre um novo avião leve de transporte militar
A Embraer e a Força Aérea Brasileira (FAB) assinaram nesta quinta-feira (19) um acordo para estudarem em conjunto o projeto de uma nova aeronave leve de transporte militar.
Segundo a fabricante, o estudo busca identificar alternativas e soluções para atender às necessidades operacionais da FAB, especialmente na região Amazônica, marcada por “pistas extremamente curtas, estreitas, não pavimentas, desprovidas de infraestrutura e em localidades remotas”.
Pelo acordo firmado, a Embraer realizará os estudos de mercado para desenvolvimento da nova aeronave enquanto a FAB compartilhará a experiência que possui na operação de aviões nesse segmento.
“Estamos certos de que a experiência da Força Aérea Brasileira nos ajudará a estabelecer os requisitos mais adequados para esse estudo, resultando em um avião extremamente capaz”, disse Jackson Schneider, presidente e CEO da Embraer Defesa & Segurança.
No comunicado sobre o novo trabalho, a Embraer diz que vai explorar a aplicação de novas tecnologias para atender às “demandas extremas” da FAB. Isso inclui “diferentes arquiteturas de sistemas, soluções inovadoras de plataforma e propulsão hibrida-elétrica”, lista a fabricante. O estudo também vai analisar a possibilidade de exportação da aeronave.
O acordo é anunciado ao mesmo tempo em que a FAB começa a receber as primeiras unidades do moderno KC-390 Millennium. Com o estudo, a força aérea agora busca alternativas para complementar e modernizar a capacidade de transporte nos segmentos inferiores.
Vem aí o Bandeirante elétrico?
Pela lista de requisitos que o estudo vai abordar, sobretudo na Amazônia, e as ambições da FAB, é difícil não pensar no projeto como um substituto para o Bandeirante, avião pioneiro da Embraer que neste ano completou 50 anos de seu voo inaugural.
Os Bandeirante em operação hoje com a Aeronáutica, designados C-95, são modelos das primeiras séries produzidas pela Embraer nos 1970. Ao longo dos últimos anos, a FAB operou quase 90 exemplares do bimotor em variadas funções, incluindo a versão de patrulha marítima P-95 Bandeirulha. A partir de 2012, parte dessa frota foi revitalizada e atualizada com equipamentos mais modernos e a vida útil dos aviões foi estendida até a próxima década, que já é logo ali…
Apesar de ainda ser apenas um “memorando de intenções” com a FAB para o início de um estudo sobre um novo avião leve, o projeto é uma possibilidade interessante para a “nova Embraer”. Sem o controle da divisão de aviação comercial, que será vendida para a Boeing em 2020, a Embraer pode encontrar um novo caminho no mercado.
O acordo com a fabricante dos EUA proíbe a Embraer de projetar novos aviões comerciais que compitam com jatos da Boeing ou da Boeing Brasil – Commercial, ainda em formação. Porém, a fabricante brasileira é liberada para explorar por conta própria possibilidades nos segmentos inferiores.
Todavia, segundo os termos da joint venture, a Boeing tem a preferência de ser a parceira da Embraer em novos projetos, caso eles sejam abertos para participação externa.
Um substituto para o Bandeirante, portanto, além de necessário, é uma grande chance para a Embraer emplacar um novo avião leve de última geração, incluindo comandos fly-by-wire e quem sabe até com motorização elétrica. Não só isso, a fabricante também voltaria ao seu território de origem.
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