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quarta-feira, 14 de junho de 2023

Fiat G.91 ‘Gina’

 

O Fiat G-91 foi um avião leve de combate e de reconhecimento produzido pela Aeritalia, a fabricante italiana de fuselagens estabelecida pela gigante automotiva Fiat.

O italiano Fiat G.91 era uma pequena e subsônica aeronave. De asas enflechadas, foi projetado para ser o equipamento padrão para as forças aéreas da OTAN na década de 1960.

O G.91 tornou-se o primeiro avião de combate a ser construído na Alemanha do pós Guerra. O pequeno jato tinha um design simples e os pilotos o descreviam como fácil de manusear. Por razões políticas e industriais, e não em decorrência de qualquer falha no desenho básico, o G.91 foi adotado apenas pelas forças aéreas da Itália, Portugal e Alemanha Ocidental.

O Fiat G-91 não recebeu ordens de produção de países europeus que estavam protegendo suas próprias indústrias.

Em 1953, a OTAN estabeleceu um requisito para um jato de ataque, o que resultou em uma competição entre vários fabricantes de aviões da Europa Ocidental. A especificação da OTAN exigia um caça de ataque leve, resistência sobre o campo de batalha e capaz de Mach 0,9. O vencedor deveria ser adotado por todos os aliados da OTAN para fins de treinamento.

A competição incluiu o Northrop F-5A, o Dassault Etendard IV, o Breguet Taon, e vários outros aviões. Eventualmente, os britânicos retiraram-se para desenvolver o Hawker Hunter, enquanto os franceses decidiram trabalhar independentemente da competição. O governo italiano deu o sinal verde à Fiat para a produção do G.91 enquanto a competição ainda estava em andamento. O Fiat G.91 fez seu primeiro voo no dia 9 de agosto de 1956. Após testes extensivos, em 1957 o G.91 foi selecionado como caça padrão de ataque da OTAN. O Northrop F 5 Freedom Fighter ficou em segundo lugar, embora fosse muito superior em performance.

O G.91, apelidado de Gina, parecia uma versão reduzida d F-86 Sabre. Era uma aeronave soberba que estava bem adaptada à sua missão de atingir alvos terrestres. O jato podia ser montado com quatro metralhadoras de calibre 50 ou dois canhões de 30 milímetros, montados nos lados da fuselagem. Podia transportar duas bombas convencionais de 226 kg, mísseis guiados ar-ar e até 31 foguetes ar-terra. Diz-se que o Gina também tinha a capacidade de transportar armas nucleares, mas esta informação nunca foi confirmada oficialmente.

Voando a 650 km/h em baixa altitude, o Fiat G.91 podia fazer ataques ao solo. Era dotado de uma pesada blindagem em torno de seus tanques de combustível e do cockpit.

Embora fosse projetado especificamente para operações em baixo nível, ele podia voar em atitudes acima de 9 000 m. Nesta altitude, apesar de ser propulsado por um motor extremamente pequeno (turbojato Bristol Siddeley Orpheus construído sob licença pela FIAT gerando 2 267 kg de empuxo estático), poderia exceder Mach 1.

O G.91 provou ser um avião de combate extremamente duradouro e nove versões diferentes foram produzidas. Permaneceu em produção durante a maior parte da década de 1960.

A Força Aérea italiana adquiriu 174 unidades, todas construídas pela Aeritalia, que também entregou 144 unidades para a Alemanha Ocidental. Uma versão mais avançada foi construída mais tarde na Alemanha sob licença pela Flugzeug-União Süd (um consórcio entre a Messerschmitt, Heinkel, e Dornier) que entregou 294 aviões. Quase 350 caças foram colocados em serviço com a Luftwaffe, fazendo da Alemanha o único suporte sério do programa da OTAN à exceção da Itália.

Portugal também comprou o G.91, operando uma frota de 74 aeronaves. Foi amplamente utilizado por Portugal nas guerras coloniais na África. A partir de 1961, Portugal começou a comprar o G.91 para uso em suas antigas colônias africanas de Moçambique, Guiné-Bissau e Angola, no papel de apoio aéreo aproximado.

As primeiras 40 aeronaves foram compradas de segunda mão da Luftwaffe, de um pedido que tinha sido originalmente produzido para a Grécia. Esses aviões diferiam do modelo operado pela Luftwaffe, o que acarretou problemas de manutenção. O G.91 substituiu o F-86 Sabre, que foi retirado da África após protesto dos EUA sobre o uso dessas aeronaves que tinham sido originalmente fornecidas (via FMS) para fins defensivos. Os G.91 portugueses continuaram em ação até à retirada da África em 1975. O G-91 foi retirado de serviço em Portugal em 1993.

Em 1957 decidiu-se desenvolver uma versão de reconhecimento sobre a plataforma básica. Designado G-91R, voou pela primeira vez em 1959. Esta aeronave foi equipada com três câmeras de 70 mm no nariz (uma de cada lado e uma na frente). Esta versão equipou esquadrões de reconhecimento italianos, alemães e portugueses por muitos anos.

Um modelo biplace também foi construída, conhecida como treinador G.91T, desenvolvido para dar aos pilotos experiência de voo em velocidades transônicas.

A última variante foi o bimotor G.91Y, desenvolvido pela Aeritalia para substituir o F-84F então em uso com a Força Aérea italiana. Em 1965, o G.91T estava sendo usado como base para o desenvolvimento do G.91Y. Propulsado por dois motores General Electric J-85, esta versão tinha cerca de 60% a mais de empuxo. O uso de dois motores tinha por finalidade aumentar o alcance e melhorar o desempenho do G.91R sem diminuir a capacidade de carga militar ou aumentar a distância de decolagem.

(Fonte: Asas de Ferro)

A Itália aposentou o último de seus G.91 em 1995. Cerca de 50 foram comprados e depois cancelados pela Grécia e pela Turquia. O modelo também foi considerado pela Áustria, Noruega, Suíça e até mesmo pelo Exército dos Estados Unidos, que avaliou brevemente o tipo como uma possível aeronave de Controle Aéreo Avançado (FAC – Forward Air Control) antes de abandonar todas as operações de aeronave de asa fixa em prol da USAF.

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