
O Irã figura entre os países mais poderosos da sua região, além der ser uma preocupação para os Estados Unidos e seus aliados no Oriente Médio, especialmente Israel. Embora tenha sofrido uma série de embargos após a Revolução Islâmica de 1979, o país conseguiu manter a operação da sua força aérea, cujos recursos de combate são, em sua maioria, de origem estadunidense.
O número de aviões perdidos em acidentes e no conflito de atrito com o vizinho Iraque também não ajudou nem um pouco nos atuais números. Hoje, a Força Aérea da República Islâmica do Irã (IRIAF) conta com aeronaves já obsoletas na sua aviação de caça.
Vamos ver quais e quantos aviões de caça a IRIAF possui em sua frota.
Grumman F-14A Tomcat
Total: 41 aeronaves.
Os F-14 Tomcat estão entre os mais potentes caças do Irã. Ao todo, foram 80 unidades adquiridas durante o governo do Xá Reza Pahlavi, mas apenas 79 foram entregues. O último avião ficou retido nos Estados Unidos após a Revolução Islâmica.
Hoje, dos 79 caças entregues, apenas 41 restam em serviço. Mesmo com o embargo, os iranianos foram capazes de manter alguns aviões em serviço, além de trazerem outros de volta ao estado operacional.
O Irã afirma que alguns Tomcats foram modernizados para o padrão F-14AM com ajuda da Rússia. No entanto, os detalhes do upgrade não foram revelados.
McDonnell Douglas F-4 Phantom II

Caças F-4E Phantom II da IRIAF.
Total: 63 aeronaves
O Phantom é um dos aviões de combate mais clássicos de todos os tempos. Contudo, são os caças mais antigos em serviço não só no Irã, mas também em outros três países onde o veterano ainda voa.
Cerca de 225 caças F-4 das variantes D, E e RF-4E de reconhecimento foram vendidos ao Irã, em uma época que o gigante persa não era um inimigo de Washington.
Boa parte destas aeronaves foi abatida durante a Guerra Irã-Iraque, fora uma parcela considerável perdida em acidentes. Hoje, cerca de 63 aeronaves permanecem em serviço, com alguns tendo recebido pequenas atualizações. O Irã também é o único país que ainda opera a variante F-4D.
Northrop F-5E/F Tiger II e HESA Saeqeh

Linha de caças F-5E e F-5F do Irã.
Total: 35 aeronaves
O Irã adquiriu tanto os F-5A/B Freedom Fighter quanto os F-5E/F Tiger II mais novos. Enquanto os A/B já foram aposentados, os Tigers seguem em serviço. O Irã recebeu 166 caças F-5E e F-5F, entregues a partir de 1974. Assim como os F-4, um bom número de F-5 foi perdido em combate, mas o pequeno Tigre ainda é um ativo importante para a IRIAF.
Cerca de 35 desses caças permanecem em serviço, todavia, alguns destes são um pouco diferentes. Estima-se que nove aeronaves são HESA Saeqeh, uma versão modificada e modernizada pelo próprio Irã. O detalhe mais chamativo são os dois estabilizadores verticais, que supostamente fornecem mais agilidade ao F-5.
Infelizmente, pouco se sabe sobre os trabalhos de atualização dos F-5 iranianos, e ainda menos sobre as reais diferenças aerodinâmicas do Saeqeh para o “Tigre original”.

Caça HESA Saeqeh da IRIAF. Foto: Dara Zarbaf via Wikimedia (CC BY-SA 4.0)
Sukhoi Su-24MK Fencer-D

Sukhoi Su-24MK pousando em Shiraz. Foto: Shahram Sharifi via Wikimedia (CC BY-SA 4.0).
Total: 23 aeronaves
Um dos aviões de combate mais usados do mundo, o Fencer também está presente no Irã. Em 1991, 24 jatos de ataque ao solo Su-24 chegaram ao país, vindos do Iraque, fugindo da Operação Tempestade do Deserto. Os aviões foram incorporados à frota da IRIAF.
Depois dos Su-24 iraquianos, cerca de 6 a 12 aeronaves também foram obtidas da Rússia e outros Estados ex-membros da antiga União Soviética. 23 Fencers estão em operação com a IRIAF.
Em 2011, o General Mohammad Alavi, subcomandante da Força Aérea Iraniana, afirmou que a IRIAF havia testado mísseis antirradar produzidos localmente em aeronaves Su-24.
Mikoyan MiG-29 Fulcrum

MiG-29 da IRIAF no Aeroporto de Mehrabad. Foto: Dara Zarbaf via Wikimedia (CC BY-SA 4.0).
Total: 19 aeronaves
Os primeiros MiG-29 adquiridos pelo Irã chegaram a partir de junho de 1990. Teerã adquiriu 18 caças da então União Soviética e no ano seguinte, a IRIAF recebeu mais quatro caças, que fugiram para o país por conta da Operação Tempestade no Deserto.
Atualmente, as aeronaves são operadas em dois esquadrões responsáveis pela defesa aérea da capital iraniana. Como armamento, os MiG-29 do Irã empregam o canhão GSh-30-1 e os mísseis R-27 e R-73.
Dassault Mirage F-1EQ/BQ

Dassault Mirage F-1BQ da IRIAF. Foto: Shahram Sharifi via Wikimedia (CC BY-SA 4.0)
Total: 17 aeronaves
Assim como os MiG-29 e Su-24, os franceses Mirage F-1EQ e F-1BQ também fugiram do Iraque e chegaram ao Irã por consequência da Guerra no Golfo.
Ironicamente, os Mirage F-1 foram extensivamente empregados contra a IRIAF durante a Guerra entre os dois países. Os Mirage franceses eram os únicos caças que ofereciam uma real ameaça aos temíveis F-14, tendo inclusive derrubado alguns desses aviões.
Antes do conflito com os EUA e a Coalizão, o Iraque tinha 88 Mirage F-1 das variantes EQ e BQ. Destes, 24 foram levados para o Irã, sendo incorporados à frota da IRIAF, onde permanecem em serviço até hoje. As aeronaves remanescentes foram destruídas ou danificadas.
Chengdu F-7N/FT-7N Airguard

Caças F-7N e FT-7N da IRIAF. Foto: Rahim Sharafi – Ariliners.net
Total: 18 aeronaves
Em meados da Década de 1980, Teerã adquiriu 20 caças chineses F-7N e FT-7N Airguard, variante de exportação do Chengdu J-7 (uma versão chinesa do MiG-21F-13). Por conta dos embargos, a China foi relutante na venda dos jatos, já que na época Pequim e Washington também tentavam uma aproximação. O plano no entanto foi pelos ares após o Massacre da Praça da Paz Celestial.
Hoje, 18 dos 20 caças permanecem em serviço. Os F-7 ficaram limitados a um serviço mais secundário, especialmente por serem aeronaves obsoletas e com células já bastante usadas
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