Recém-chegada ao mercado, a Pantanal Linhas Aéreas Sul-Matogrossenses estava dando seus primeiros passos como linha aérea entre 1993 e 1994. A empresa vinha estudando quais seriam as melhores aeronaves para sua operação e tinha uma frota composta por modelos como o E120 e um novíssimo ATR 42-300, o PT-MFE, que foi o primeiro ATR do Brasil.
Entre as possibilidades, a regional também avaliava o Beech 1900 da Beechcraft. O bimotor é uma derivação da bem-sucedida família King Air, mas voltado para a aviação comercial, podendo acomodar até 19 passageiros.
Foi então que nos primeiros meses de 1994 a Pantanal decidiu incorporar um Beech 1900 da versão C em caráter experimental. Capaz de voar até quase 500 km/h e equipado com dois motores PT6A-65/67 da Pratt & Whitney, o exemplar ganhou a matrícula PT-MFD e foi introduzido nos serviços comerciais da companhia em abril/maio de 1994. Novidade do momento, o Beech 1900 da Pantanal estampou a capa da edição 262 – Aviação Regional no Brasil.
A Pantanal o testou em várias de suas rotas, que na época incluíam trechos como Campinas-Brasília-Goiânia-Rio Verde-Campo Grande, Campinas-Curitiba, Campo Grande-Corumbá, entre outras. Durante um curto período, o turbo-hélice ficou fixo no Campinas-Brasília. Ainda em 1994, a Pantanal pretendia receber mais uma unidade do Beech 1900, mas da variante D, que tinha uma performance ainda melhor.
No entanto, os planos mudaram. Em agosto do mesmo ano, cerca de três meses realizando voos comerciais com o modelo, a empresa decidiu encerrar as operações com o bimotor da Beechcraft. Na época, a Pantanal alegou que os voos na aeronave estavam tendo ocupações muito baixas. Talvez a companhia não tenha desenhado os melhores planos para o Beech 1900 em suas operações, uma vez que o modelo era bastante utilizado nos Estados Unidos, mas em rotas de até 1h. O trecho Campinas-Brasília, com o bimotor, demorava quase 2 horas e tinha concorrência em voos com outros modelos, como o Fokker 100.
Assim terminou o rápido “voo” do Beech 1900 em empresas aéreas brasileiras. Depois da Pantanal, nenhuma outra chegou a incorporar o modelo por aqui.
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