Jato convertido é parte do programa E-Freighter da fabricante, que pretende ocupar um nicho entre turboélices de carga e aviões maiores como o A320PF e o 737-800BCF
A Embraer finalmente concluiu o voo inaugural do primeiro E190F cargueiro nesta sexta-feira, 5 de abril, a partir da sua sede em São José dos Campos, em São Paulo.
O jato, que originalmente era configurado para o transporte de passageiros, passou por um processo de conversão P2F (passenger to freighter, passageiro para carga) desenvolvido pela Embraer dentro do programa E-Freighter.
O voo inaugural durou cerca de duas horas para a realização de uma avaliação completa da aeronave, explicou a empresa.
Para prepará-lo para transportar carga, o E190F teve sua cabine reformulada, com a retirada de assentos e do sistema de oxigênio de emergência, entre outros.
A Embraer também reforçou o piso e instalou suportes para containers e paletes. A mudança mais importante foi a instalação de uma porta larga de carga na seção dianteira da fuselagem.
Segundo a fabricante, o primeiro E190F pertence à arrendadora Regional One.
“O programa E-Freighter abre uma nova oportunidade de negócios para a Embraer, atendendo à crescente demanda global do setor de e-commerce por transporte de carga, aliando a alta tecnologia da família E-Jets a um desempenho operacional imbatível”, disse Francisco Gomes Neto, Presidente e CEO da Embraer.
Além do voo de teste, a aeronave já realizou de forma bem-sucedida os testes de pressurização em solo e carregamento de cargas.
O plano da Embraer é oferecer uma aeronave cargueira com maior capacidade que turboélices como o ATR 72 e com custo mais baixo que os jatos A320P2F e 737-800BCF, também convertidos.
Enquanto o E190F pode levar até 13.500 kg, o E195F é capaz de transportar até 14.300 kg de carga útil estrutural. A empresa deve concluir a primeira conversão da variante de maior porte em 2025.
O programa de conversões E-Freighter foi lançado em 2022 no auge da demanda por encomendas expressas, ainda fruto dos efeitos da pandemia do coronavírus.
De lá para cá, no entanto, o mercado passou por uma acomodação, mas a Embraer acredita que os E-Jets poderão absorver potenciais pedidos de empresas cargueiras nos próximos anos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário