Pesquisar este blog

domingo, 28 de julho de 2024

A França reconstrói sua Força Aérea

 

No final da Segunda Guerra Mundial, a França teve que reconstruir todo o seu Exército, incluindo a Força Aérea.

Durante a guerra, a Força Aérea, composta por aproximadamente 145.000 pessoas, tinha sido anexada às unidades americanas, britânicas e soviéticas. Havia apenas uma grande unidade aérea francesa, a Primeira Divisão Aérea, que no final da guerra estava estacionada na Alemanha. Após a libertação, o governo francês iniciou a tarefa de renovar sua Força Aérea encomendando mais de 6.000 novas aeronaves, incluindo aviões leves, aviões bimotores leves, aviões de transporte e aviões de guerra. No final de 1945, cerca de 900 novos aviões haviam sido entregues.

Estas aeronaves ajudaram a equipar uma força que durante a última parte da guerra estava voando aeronaves fornecidas por seus aliados e fazendo uso de aviões alemães capturados. O pessoal da Força Aérea foi inicialmente reduzido para menos de 60.000, mas a partir de 1952 esses números aumentaram significativamente.

Mas a indústria francesa carecia de tecnologia. Como país derrotado, seus técnicos chegaram tarde para pilhar a tecnologia do III Reich, então nas mãos de soviéticos, britânicos e americanos.

Cientes de que não poderiam chegar ao mesmo patamar dos EUA e URSS a curto prazo, o governo francês comprou aviões dos EUA enquanto desenvolvia sua própria industria aeronáutica.

Republic F-84F Thunderstreak

Armée de l’Air recebeu cerca de 125 Thunderstreaks. O primeiro foi entregue, ou melhor, transferido da USAF para a Adl´a em dezembro de 1955. O modelo F-84F (de asas enflechadas) esteve envolvido em combates reais durante a Guerra de Suez em 1956. O F-84 começaram a ser retirados de serviço em 1958, quando a Força Aérea começou a receber o novo F-100 Super Sabres.

Os Thunderstrakes franceses foram vendidos, com muitos indo parar na Força Aérea da Turquia e da Grécia.

North American F-100 Super Sabre

A Força Aérea francesa (Armee de l’Air) foi a primeira força aérea estrangeira a receber o Super Sabre. O primeiro chegou à França no dia 1º de maio de 1958. Era um F-100F (biplace). A França recebeu 85 F-100D e 15 F-100F. Naquele tempo a França era um membro pleno da OTAN e os seus Super Sabres estavam sob ordens da 4ª Força Aérea Tática Aliada da OTAN e estacionados na Alemanha.

Muito antes do envolvimento americano no Vietnã, os Super Sabres franceses já haviam realizado missões de combate, atacando alvos na Argélia.

Quando o presidente Charles De Gaulle retirou a França da estrutura de comando da OTAN em 1967, os F-100 estacionados na Alemanha foram transferidos para bases aéreas em solo francês, nas bases antes ocupadas por pessoal da USAF.

Os últimos Super Sabres franceses foram retirados do serviço em 1978. Muitos dos jatos foram enviados aos EUA.

Só em 1990 a Armée de l’Air conseguiu alcançar a marca de mais de 500 aeronaves de combate em serviço. Embora com participação limitada, o poder aéreo francês empregado na Guerra do Golfo foi o terceiro maior.

A sombra de um F-86F em plena ação em Suez

É interessante notar a política de defesa francesa implantada. O país só consolidou sua indústria aeronáutica no final dos anos 1960. Muito dinheiro e tempo foram injetados, mas enquanto ela precisou, aviões estrangeiros foram muito bem usados. Ao invés de comprar e receber tecnologia – transferência de tecnologia – o país se armou com material estrangeiro, garantindo sua defesa, mas continuou desenvolvendo sua indústria, seus aviões, seus tanques e navios.

Nenhum comentário:

Postar um comentário