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domingo, 21 de julho de 2024

Governo Lula quer ‘forçar’ Gol e LATAM a terem aviões da Embraer

Presidente do BNDES diz que ajuda financeira para companhias aéreas pode ser condicionada à encomenda de jatos brasileiros
Embraer E195-E2

Embraer E195-E2 (Embraer) O governo Lula pretende pressionar a Gol e a LATAM a voarem com jatos da Embraer. Seria uma condição para que as duas empresas aéreas consigam financiamento do BNDES, explicou o presidente do órgão, Aloisio Mercadante.

Entre as grandes companhias brasileiras apenas a Azul é cliente da fabricante, operando 43 E195 e 22 E195-E2. A Gol tem uma frota apenas com jatos Boeing 737 enquanto a LATAM tem o A319 como menor aeronave.

Segundo Mercadante, a Gol e a LATAM avaliam encomendar as aeronaves da Embraer, como a própria fabricante revelou recentemente.

Boeing 737 MAX 8 da Gol
Boeing 737 MAX 8 da Gol (Colin Cooke Photo)

O presidente do BNDES esteve na sede da fabricante nesta sexta-feira, 19, como parte de uma comitiva do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Lula fez o anúncio de um financiamento pelo BNDES de 32 jatos E175 para a American Airlines no valor de cerca de US$ 800 milhões.

Esse tipo de empréstimo é feito com certa rotina pelo banco de fomento, a fim de apoiar a Embraer a competir com outros fabricantes mundo afora. A arrendadora Azorra, dos EUA, recentemente fechou um acordo parecido.

Airbus A319 Latam Airlines Brasil
Airbus A319 Latam Airlines Brasil (Rafael Luiz Canossa)

Restruturação financeira

A pressão de Lula para fazer mais empresas aéreas encomendarem aviões da Embraer ocorre em meio à restruturação financeira da Gol Linhas Aéreas, que em janeiro aderiu ao Capítulo 11, legislação dos EUA, para que empresas consigam renegociar suas dívidas sem serem ameaçadas de falência pelos credores.

A LATAM também passou pelo processo, mas conseguiu equacionar seus débitos. As três grandes companhias aéreas do país, no entanto, continuam carregando grandes passivos surgidos durante a pandemia do Covid-19.

Embraer E195-E2 da Azul
Embraer E195-E2 da Azul (Alexandro Dias/CC)

Embora jatos como o E175 e o E195-E2 possam suprir lacunas na operação da Gol e LATAM, eles exigiriam investimentos em manutenção, treinamento de pilotos e no estabelecimento de novas bases em cidades menores.

Ainda não está claro se a estratégia sairá do papel já que o plano de ajuda às companhias aéreas brasileiras é prometido há mais de um ano.

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