GRIPEN F-39E
A aquisição dos caças Gripen pela Força Aérea Brasileira (FAB) marca um passo significativo na modernização das capacidades defensivas nacional. O processo de seleção do modelo começou em 2001, quando a FAB iniciou uma análise detalhada sobre as necessidades estratégicas e operacionais da aviação militar brasileira. Posteriormente, em 2008, foi lançada a competição para o programa FX-2, que visava a compra de novos caças multi-funcionais para a força aérea. Entre os concorrentes estavam os modelos F/A-18 Super Hornet, Eurofighter Typhoon, e o sueco Gripen.
Após uma cuidadosa avaliação, a escolha recaiu sobre o Gripen NG (Next Generation), uma decisão anunciada em dezembro de 2013. A FAB e a fabricante sueca Saab firmaram um acordo que não apenas envolvia a compra dos caças, mas também a transferência de tecnologia e a capacitação de engenheiros brasileiros. Essa cooperação evidencia uma abordagem centrada em não apenas adquirir equipamento, mas em fomentar o desenvolvimento da indústria aeronáutica nacional.
As expectativas iniciais em relação ao Gripen eram altas, pois o modelo prometia não apenas modernizar a frota de caças da FAB, mas também oferecer melhor desempenho em múltiplos cenários de combate. Esperava-se que os novos caças contribuíssem significativamente para a segurança das fronteiras brasileiras, especialmente frente a um cenário geopolítico em constante evolução. A escolha do Gripen se encaixa em uma estratégia mais ampla de modernização da Força Aérea Brasileira, refletindo a necessidade de atualizar a capacidade operacional e o domínio do espaço aéreo do Brasil. Assim, a introdução dos Gripen representa um passo importante para a consolidação das forças armadas brasileiras no cenário global.
Situação Atual da Entrega dos Caças F-39 Gripen
De 2001, quando começou o processo até 2025, já se passaram 24 anos. Em 2014 foi efetivada a compra de 36 aeronaves, sendo 28 da versão “E”, monoposto e 08 da versão “F”, biplace, só que até agora apenas 10 aeronaves, versão “E”, devem fazer parte da frota militar do Brasil até o final do ano de 2025. E lá se vão US$ 4,5 bilhões de dólares, nessa compra.
A Força Aérea Brasileira (FAB) está prevendo receber apenas mais dois caças Gripen Versão E, nesse ano de 2025. Fabricados pela empresa sueca SAAB, os aviões são considerados os vetores de ataque mais modernos da América Latina. Atualmente, a FAB opera sete unidades, além de uma aeronave destinada a testes, mantida sob a responsabilidade conjunta da Embraer e SAAB.
O ritmo de entrega dessas aeronaves tem sido reduzido nos últimos anos. Enquanto quatro caças foram entregues em 2022, em 2023, foram apenas três, e apenas uma unidade foi recebida em 2024. Para este ano de 2025, está prevista a chegada de mais dois F-39 Gripen, identificados pelas matrículas FAB 4109 e FAB 4110, que devem desembarcar no Porto de Navegantes, Santa Catarina. A data exata de entrega, no entanto, ainda não foi definida.
Impacto Orçamentário
O ritmo de produção e entrega dos caças Gripen tem sido diretamente influenciado pelas restrições orçamentárias do Ministério da Defesa. A pasta renegociou recentemente os contratos com a SAAB, buscando se adequar aos limites financeiros estabelecidos pelo governo.
Em documento enviado pelo Planalto ao Congresso Nacional, como parte da Lei Orçamentária Anual de 2025, o Ministério da Defesa destacou que já foram entregues sete aeronaves em operação, com mais duas previstas para este ano. A aprovação do orçamento, que ocorrerá após o recesso legislativo, será crucial para garantir a continuidade do projeto.
A Força Aérea Brasileira, já estuda um plano B, que seria a compra de aviões caças usados no mercado, para suprir a necessidade com a saída mais acelerada dos atuais F-5EM e AMX que chegam a sua vida útil, e os novos F-39E tem suas entregas e quantidades incertas. O caça F-16 Fighting Falcon usados dos Estados Unidos é uma das opções, dentre outras em análise
Importância Estratégica dos Gripen
Os caças Gripen NG representam um salto tecnológico e operacional para a FAB, consolidando o Brasil como um dos principais países da América Latina em capacidade defensiva aérea. Equipados com sistemas de última geração e armamentos sofisticados, os aviões foram projetados para atender a uma ampla gama de missões, incluindo defesa do espaço aéreo, vigilância e ataques de precisão.
Desafios para o Futuro
Embora o programa Gripen seja um marco para a aviação militar brasileira, os desafios orçamentários podem comprometer o ritmo de expansão da frota de caças. O governo e a FAB precisarão equilibrar a necessidade de modernização com os limites impostos pelas restrições fiscais.
A chegada de novos caças, ainda que em um ritmo mais lento, reforça a capacidade defensiva nacional e demonstra o compromisso do Brasil com a modernização de suas Forças Armadas. O tema certamente continuará em debate nos próximos anos, atraindo a atenção tanto de especialistas em aviação quanto do público em geral
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