Novos documentos revelam que os caças Su-57 da Rússia estão sendo entregues sem sistemas essenciais e com custos significativamente inflacionados, em grande parte devido às sanções ocidentais que limitam o acesso a componentes eletrônicos avançados. Essas restrições comprometem as capacidades operacionais do Su-57 e geram atrasos na produção, afetando a expansão planejada da frota russa.
O Su-57, primeiro caça furtivo de quinta geração da Rússia, depende fortemente de tecnologia ocidental, especialmente em sensores, radar e sistemas de aviônicos.
Documentos obtidos pelo grupo ucraniano Frontelligence Insight, referentes a 2021 e 2022, mostram que muitas aeronaves foram entregues sem o sistema eletro-óptico de mira 101KS-N, fundamental para vigilância e detecção passiva em qualquer condição climática. A ausência desse sistema limita diretamente a capacidade de ataque e reconhecimento do caça.
A Frontelligence Insight escreveu: “Essas práticas deixaram o programa Su-57 atormentado por custos inflacionados. Mais significativo, no entanto, é a evidência de que atrasos na produção e aeronaves entregues de forma incompleta foram causados por sanções ocidentais, que privaram o Su-57 de componentes eletrônicos”.
Missing Targeting Pods, Inflated Bills: An Exclusive Investigation into the Su-57 Procurement Problems by Frontelligence Insight. ?Thread:
1/ Newly obtained classified documents, show that Russia purchased its 5-generation Su-57 fighters for more than 3 billion rubles each; pic.twitter.com/Ik9gzEcjZ2
— Tatarigami_UA (@Tatarigami_UA) August 16, 2025
Outro exemplo são os sistemas de calibração de radar, como o MPPU-50, fabricados na Alemanha, essenciais para o funcionamento adequado do caça, mas sua obtenção foi severamente limitada pelas sanções.
Os documentos mostram os problemas com o Su-57 russo imediatamente antes da invasão em larga escala da Ucrânia em fevereiro de 2022 e logo depois. Não está claro se a situação piorou para a Rússia desde que uma série de novas sanções foi introduzida.
After reviewing an internal correspondence leak from a Russian military electronics plant “Mikropribor”, Frontelligence Insight, with data provided by @CyberResUa discovered that the production of the Su-57 is in jeopardy without access to crucial Western components. ?Thread: pic.twitter.com/WyjIS29e19
— Tatarigami_UA (@Tatarigami_UA) September 25, 2024
Além disso, auditorias em 2025 na fábrica de Komsomolsk-on-Amur, parte da Sukhoi Corporation, revelaram práticas de contabilidade que misturavam custos militares e comerciais, permitindo preços inflacionados e subsídios ocultos. Esses problemas financeiros somam-se às dificuldades logísticas, aumentando ainda mais o custo de cada Su-57.
A produção da aeronave segue em ritmo lento. Estimativas apontam que menos de 30 unidades de caças Su-34, Su-30/35 e Su-57 são produzidas por ano. Segundo relatórios recentes, apenas sete Su-57 foram entregues à Força Aérea Russa em 2024, e o número de unidades em serviço até o início de 2025 é estimado em apenas 19, excluindo protótipos, muito abaixo do plano original de 60 aeronaves. A FlightGlobal listou 24 exemplares em serviço.
Para contornar essas limitações, a Rússia busca alternativas, incluindo a substituição de componentes ocidentais por peças chinesas ou domésticas, o que aumenta peso, custo e complexidade do Su-57. A Rússia também mira o mercado internacional: a Argélia deve receber seus primeiros caças Su-57 a partir de 2025, em um contrato que pode incluir até 14 aeronaves.
Apesar de tecnologicamente avançado, o Su-57 enfrenta sérios desafios que impactam diretamente a capacidade da Rússia de manter superioridade aérea regional.
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