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quinta-feira, 23 de outubro de 2025

DIA DO AVIADOR: Do legado de Santos Dumont ao futuro da aviação

 

Em 23 de outubro, Dia do Aviador e Dia da Força Aérea Brasileira, o Brasil celebra o pioneirismo de Santos Dumont e reconhece o papel da FAB na defesa, no desenvolvimento e na soberania do País.

Foi em 23 de outubro de 1906 que um feito mudou para sempre o rumo da aviação militar. Naquele dia, em Paris, o brasileiro Alberto Santos Dumont realizou o primeiro voo bem-sucedido de um avião mais pesado que o ar, o lendário 14-Bis. Por essa razão, o Dia do Aviador e Dia da Força Aérea Brasileira são comemorados em 23 de outubro — uma data que homenageia não apenas o pioneirismo de Santos Dumont, como também todos os homens e mulheres que, inspirados por ele, dedicam-se à missão de defender, controlar e integrar o espaço aéreo brasileiro.

A bordo de sua criação, o inventor percorreu 70 metros de distância a cerca de dois metros de altura, diante de uma multidão que testemunhou o nascimento da aviação.

O nascimento da Força Aérea Brasileira

Ao completar 85 anos em 2026, a história da FAB começa oficialmente, em 20 de janeiro de 1941, com a criação do Ministério da Aeronáutica e a unificação das aviações do Exército Brasileiro e da Marinha do Brasil. O novo órgão, instituído durante o governo de Getúlio Vargas, marcou o início de uma era de modernização e fortalecimento da defesa aérea nacional.

O Primeiro-ministro da Aeronáutica, Joaquim Pedro Salgado Filho, foi responsável por estruturar as bases operacionais e consolidar o poder aéreo como um instrumento essencial da soberania brasileira.

Durante a Segunda Guerra Mundial, a FAB assumiu papel de destaque. Após o Brasil declarar guerra ao Eixo em 1942, os aviadores brasileiros foram enviados à Europa para integrar o esforço aliado. O 1º Grupo de Aviação de Caça foi formado e, em setembro de 1944, partiu para atuar na Força Aérea Aliada no Teatro de Operações do Mediterrâneo, levando consigo o lema que se tornaria eterno: “Senta a Pua!”.

Neste ano de 2025, a Força Aérea Brasileira celebra os 80 anos do vitorioso regresso do 1º Grupo de Aviação de Caça ao Brasil, ocorrido em julho de 1945. Após cumprir 445 missões de combate na Itália, o Grupo retornou ao País como símbolo de bravura, disciplina e profissionalismo, consolidando definitivamente o prestígio da aviação militar brasileira no cenário internacional. O feito marcou o início de uma nova era, em que o poder aéreo passou a ser reconhecido como elemento essencial da defesa nacional e da projeção do Brasil no mundo.

Inovação e tecnologia a serviço do Brasil

Desde então, a Força Aérea Brasileira tem se destacado pela constante modernização de seus meios e capacidades operacionais. A incorporação de aeronaves como o KC-390 Millennium e o F-39 Gripen reforçam o compromisso da FAB com a excelência tecnológica, a interoperabilidade e a prontidão operacional.

Essas aeronaves ampliam as possibilidades de emprego da FAB em missões de Defesa, Transporte, Busca e Salvamento, Ajuda Humanitária e ações de interesse nacional, em qualquer ponto do território ou além de suas fronteiras.

A ampliação da frota de helicópteros H-60 Black Hawk, atualmente distribuídos em diversas Unidades Aéreas do País, representa outro avanço importante. Com capacidade de operar em ambientes de difícil acesso e sob condições adversas, essas aeronaves desempenham papel fundamental em operações de busca e salvamento (SAR), apoio logístico, defesa aérea e ações de auxílio à população em situações de calamidade pública.

O reforço na frota amplia o alcance das operações e demonstra a versatilidade, a mobilidade e a prontidão das tropas aéreas da FAB em qualquer cenário.

Outro marco recente é o Projeto Lessonia-1, responsável pelo lançamento dos primeiros satélites de observação radar 100% desenvolvidos no Brasil. Os satélites ampliam a capacidade de monitoramento do território nacional, em especial da Amazônia, fortalecendo a autonomia tecnológica e o posicionamento estratégico do País no setor espacial.

Nesse mesmo eixo de inovação, destaca-se a criação do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) em Fortaleza, voltado à formação de engenheiros de Sistemas e de Energias Renováveis, reforçando o compromisso da FAB com o desenvolvimento científico e com a formação de profissionais altamente qualificados para atuar nos desafios da nova era aeroespacial brasileira.

A criação da ALADA também representa um avanço significativo, fortalecendo a cooperação entre a FAB, o setor privado e a academia. O projeto fomenta o mercado espacial nacional, estimula o desenvolvimento tecnológico e amplia a autonomia do País em sistemas de defesa e inovação.

Nesse contexto, os Centros de Lançamento de Alcântara (CLA) e da Barreira do Inferno (CLBI) permanecem como pilares estratégicos, projetando o Brasil no seleto grupo de nações com capacidade para lançamento de satélites e consolidando a indústria aeroespacial nacional como vetor de soberania e progresso.

Legado e inspiração

O Dia do Aviador e Dia da Força Aérea Brasileira é, portanto, mais do que uma celebração — é uma homenagem à coragem, à inovação e ao espírito pioneiro que movem o Brasil desde Santos Dumont até os dias atuais.

Para este 23 de outubro, o Comandante da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro do Ar Marcelo Kanitz Damasceno, ressalta a importância da data como símbolo de união, patriotismo e compromisso com o País.

“Celebrar o Dia do Aviador e da Força Aérea Brasileira é reverenciar a coragem de Santos Dumont e de todos aqueles que, ao longo da história, dedicaram suas vidas ao ideal de voar e servir à Pátria. Nossa missão é permanente: garantir a soberania do espaço aéreo e levar esperança, socorro e segurança a cada cidadão brasileiro. Este é o legado que nos inspira e o compromisso que continuaremos a honrar, sempre sob o lema: Asas que protegem o País”, destacou o Oficial-General.

Assim, da genialidade de Santos Dumont, que abriu caminho para a conquista dos céus, ao heroísmo do 1º Grupo de Aviação de Caça, que há 80 anos elevou o nome do Brasil entre as grandes nações, a Força Aérea Brasileira segue firme em sua trajetória de crescimento e modernização.

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