No dia 16 de novembro de 2024, Mike “Hänsel” Scott, piloto do F-15C da Guarda Aérea Nacional dos EUA que estava na Cruzex 2024 em Natal, elogiou as capacidades do novo caça F-39E Gripen do Brasil. Seus comentários nas redes sociais destacam o crescente reconhecimento da tecnologia militar avançada do Brasil. Como esses jatos modernos se comparam aos seus equivalentes americanos?
O caça Saab F-39E Gripen se destacou aos olhos do experiente piloto dos EUA durante o exercício CRUZEX 2024. Mike Scott destacou as impressionantes capacidades de radar, que ele acredita superarem as dos jatos dos EUA. Este reconhecimento abre um diálogo sobre o cenário em evolução da tecnologia da aviação militar.
“Foi uma surpresa voar com os mais novos caças da Força Aérea Brasileira, o Saab F-39E Gripen construído pela Suécia. O Brasil tem esse jato há menos de dois anos e o Cruzex 2024 é o primeiro grande exercício do qual ele participou. Nós gostamos de voar juntos todos os dias e aprender uns com os outros em alguns voos desafiadores, mas divertidos, nas últimas duas semanas”, disse Scott nas suas redes sociais.
“Bem, infelizmente seus jatos ainda não estão autorizados a combate aproximado. Mas fiquei muito impressionado com as suas capacidades de radar – ele faz coisas que eu gostaria que os caças dos EUA fizessem!”, adicionou Scott. Os insights do exercício CRUZEX 2024 são cruciais para entender os avanços militares internacionais. Os pilotos dos EUA podem aprender com as inovações do Brasil, aprimorando estratégias de defesa cooperativa.
Scott destacou as capacidades excepcionais de radar que podem aprimorar as aeronaves dos EUA, a tecnologia avançada dos mísseis Meteor, embora este armamento não tenha sido testada neste exercício. “Míssil fod#$%. Mas não estávamos treinando para isso aqui. O radar deles também é incrível – algo que deveríamos ter em nossos jatos”, afirmou Scott. O piloto norte americano também deu um feedback positivo sobre o desempenho geral e o design do caça sueco.
O F-39E Gripen representa uma atualização significativa para a Força Aérea Brasileira. Com tecnologia e design avançados, ele oferece capacidades operacionais aprimoradas. Os comentários de Scott refletem um respeito crescente pelos avanços militares do Brasil, sugerindo que o Gripen pode desempenhar um papel vital em futuros exercícios e colaborações internacionais.
A participação em exercícios multinacionais como o CRUZEX 2024 fornece aos pilotos dos EUA insights valiosos sobre tecnologia militar estrangeira. A troca de ideias e experiências pode levar a estratégias e inovações aprimoradas dentro da Força Aérea dos EUA, destacou Scott, que também tem experiência de voo no F/A-18 Super Hornet e no F-5E Tiger II.
Durante a CRUZEX 2024 algumas aeronaves chamaram a atenção dos entusiastas presentes no evento. Além dos novos F-39E Gripen da FAB, certamente, os F-15 da Guarda Aérea Nacional da Louisiana também estavam no topo do interesse dos spotters e imprensa presentes nesse exercício.
Dentre os seis F-15C enviados para a Base Aérea de Natal, um deles, com o código de cauda 85-0102 se destacava, não só pela pintura diferente das demais aeronaves, mas, principalmente pelas suas três “Kill Marks” pintadas logo abaixo do cockpit na fuselagem esquerda.
A história desses abates remonta à Operação Tempestade no Deserto, lançada em janeiro de 1991, quando a coalizão liderada pelos EUA e países europeus lançaram uma grande operação para libertar o Kwait das forças iraquianas que haviam invadido o país meses antes.
Dentre as aeronaves enviadas pelos EUA para compor o poder aéreo empregado na operação, constavam 96 aeronaves F-15, encaminhadas para bases na Arábia Saudita. Dentre elas, estava a aeronave F-15C 85-0102, então pertencente ao 58º Esquadrão de Caça (58º TFS), subordinado à 33ª Ala de Caça Tático (33ª TFW), sediados na Base Aérea de Eglin. O 58º foi convocado em agosto de 1990, para, a princípio, participar da Operação Escudo do Deserto, logo após Saddam Hussein invadir o Kuwait. Vinte e quatro F-15 da 33ª TFW, então sob o comando do Coronel Rick Parsons, partiram da Base Aérea de Eglin, na Flórida, para a Base Aérea King Faisal, na Arábia Saudita.
Quando as negociações para a retirada das forças iraquianas chegaram a um impasse em janeiro de 1991, a coalizão decidiu usar a força acumulada nos últimos meses contra o Iraque, lançando a Operação Tempestade no Deserto, que teve início nas primeiras horas do dia 17. A poderosa resposta à invasão do Kuwait demonstrou que as forças armadas iraquianas não conseguiriam deter a coalizão, sendo que nos primeiros dias de operação, além das estações de radar, bases e postos de comando destruídos, a Força Aérea Iraquiana perdeu 17 aeronaves em uma semana, contra apenas uma aeronave dos EUA derrubada em combate ar-ar.
Estando claro que não teriam chances contra as forças aéreas da coalização, a partir do dia 26 de janeiro o Iraque lançou um plano B, na tentativa de preservar seus equipamentos, enviando parte dos seus caças para exílio no vizinho Irã, país com o qual havia estado em guerra na década anterior, mas sinalizara positivamente para o abrigo das aeronaves.
É a partir desse momento que a história dos abates do F-15 85-0102 se materializa. Com a debandada de parte da Força Aérea Iraquiana, a coalização estabeleceu missões BARCAP (BARrier Combat Air Patrol) no leste do Iraque, na tentativa de prevenir a evasão de suas aeronaves e que posteriormente voltassem a armar o país.
Em uma dessas missões, no dia 29 de janeiro, o F-15 85-0102, pilotado pelo Capt. Dave “Rose” Logger, sob o código de chamada “CHEVRON 17”, foi orientado por uma aeronave E-3 Sentry, voando em território saudita, para interceptar um contato se evadindo do Iraque. Em poucos segundos, Rose detectou a aeronave inimiga e lançou um míssil AIM-7 Sparrow, logrando êxito no abate do caça iraquiano, posteriormente identificado como um Mig-23. Essa foi a primeira estrela a ser pintada na lateral do F-15.
Capt. Dave “Rose” Logger e a aeronave F-15C 85-0102 “CHEVRON 17” com a qual derrubou um Mig-23 em 29 de janeiro de 1991, meses após o fim do conflito.
Com a evolução do conflito e o incessante ataque as bases aéreas iraquianas, a oposição aérea diminuía e a opção de fuga para o Irã era mais utilizada. Nesse contexto, diversas outras aeronaves iraquianas foram derrubadas pelas forças da coalizão, com pelo menos mais duas sendo abatidas pelo 85-0102.
Em 7 de fevereiro de 1991, o Capitão Anthony ‘ET’ Murphy, voando no 85-0102, “CHEVRON 22”, como ala do Coronel Rick Parsons (no F-15C 84-0124), “CHEVRON 21” comandande da 33ª TFW, realizavam mais uma missão BARCAP quando foram orientados pela aeronave E-3 contra um grupo de aeronaves iraquianas a caminho do Irã. Toda a perseguição se deu pelo quadrante traseiro das aeronaves fugitivas.
O Capt. Anthony Murphy, CHEVRON 22 retorna a base saudita após ter derrubado dois SU-22 em 7 de fevereiro de 1991.
Segundo os relatos, os dois F-15 em perseguição alijaram seus tanques subalares e ingressaram em velocidade supersônica para alcançar os contatos no radar. Quando estavam a 16 quilometros do grupo ambos os pilotos dispararam suas armas, com o Capitão Murphy destruindo dois Sukhoi SU-22 Fitter com mísseis AIM-7 Sparrow e seu líder, Coronel Parsons, abatendo um Sukhoi SU-7 com um AIM-9 Sidewinder. No entanto, ainda pairam dúvidas sobre esse episódio.
A aeronave F-15C 85-0102 com suas “quatro” vitórias logo após retornar do Golfo Pérsico.O Coronel Parsons, então líder do elemento de F-15 nesse dia, relatou em uma entrevista mais tarde nunca ter visto seus mísseis atingindo o alvo que perseguia. Enquanto isso, na análise dos dados após o combate, investigando as mensagens trocadas entre os pilotos e os controladores, aponta o Capitão Murphy, no CHEVRON 22 (F-15 85-0102) reinvidicando 3 abates, enquando o Coronel Parsons no CHEVRON 21 reinvidicava um. Ocorre que nesse episódio somente 3 das 4 aeronaves ditas como abatidas foram posteriormente confirmadas. Acredita-se que “o kill” do Coronel Parsons foi posteriormente recusado, e em uma reanalise dos eventos levou o Capitão Murphy a atribuir uma de suas “kills” ao seu então líder e comandante da unidade. Nesse sentido, é possível que o F-15C 85-0102 tenha abatido 4 aeronaves iraquianas e não 3 como é registrado na história. Curiosamente, ao retornar do Golfo, esse F-15 teve sua fuselagem adornado com 4 vitórias, a primeira de 29 de janeiro de Capt. Dave “Rose” Logger, as duas seguintes atribuídas ao Capitão Anthony ‘ET’ Murphy, todas sinalizadas com a bandeira iraquiana e mais uma, com uma estrela negra ao lado do nome do Coronel Parsons, a quem a aeronave estava atribuída na unidade, porém, obtida quando este voava no F-15C 84-0124. Segunda a história, essa última estrela poderia ser o reconhecimento não oficial das quatro vitórias desse F-15, mas ainda atribuindo uma delas ao Coronel Rick Parsons.
Nos anos seguintes, o F-15C 85-0102 continuou a servir à 33ª Ala de Caça Tático (33ª TFW) e seus esquadrões subordinados, o 58º, 59º e 60 º TFS), até que em entre 2008 e 2009 essa ala de caças fez a transição para os novos F-35. Após isso, esse F-15 passou operar junto à 1º Ala de Caças (1st Fighter Wing), com o indicativo FF em sua cauda. Logo no início da segunda década do século XXI, esse F-15 foi novamente transferido, chegando ao seu atual esquadrão, o 159º Esquadrão de Caça da Guarda Aérea Nacional da Louisiana.
A atual arte que adorna o F-15C 85-0102 durante a CRUZEX 2024
Ao longo dos anos, à medida que a aeronave sofria suas manutenções periódicas, a sua pintura foi sendo renovada e modificada, recebendo novas artes e modificações nas marcações de vitórias. Atualmente, o esquema traz as 3 estrelas verdades nas quais estão marcados os tipos de aeronaves e as datas em que foram abatidas e, ao seu lado, a arte “Gulf Spirit” sobre o mapa do Estado da Louisiana.
F-15C 85-0102 com a arte “Killer Legacy”
A fama da aeronave logo após a Guerra do Golfo logrou uma homenagem da fabricante de kits AMT, usando como base os moldes da italiana ESCI sob licença nos EUA. Em 1992, a empresa lançou uma série de kits com o selo “DESERT STORM”, com o F-15C sendo disponibilizado com decais para o F-15C 85-0102 e uma bela arte na tampa da caixa.
A “goiaba” da AMT.
Com a aproximação do fim da vida útil das aeronaves F-15C, esperamos que essa histórica aeronave seja preservada por algum museu nos EUA, haja vista que recentemente outra aeronave, portando 2 vitórias, foi festejada ao ser doada para preservação.
Novo pedido ocorre um dia após acordo para seis aeronaves de ataque leve e treinamento avançada ser anunciada. Empresa novamente preservou a identidade do cliente
O Super Tucano PT-ZTU na Base Aérea de Accra, em Gana (GAF)
Um dia após revelar um pedido de seis A-29 Super Tucano por um cliente não revelado, a Embraer anunciou a venda de mais quatro turboélices de ataque leve e treinamento avançado, desta vez para um cliente africano.
Enquanto o acordo de segunda-feira prevê entregar em 2026, o novo pedido não tem prazo de entregas revelado. Acredita-se que a Embraer esteja antecipando os negócios em virtude da transparência exigida perante investidores.
“O A-29 Super Tucano é uma aeronave extremamente versátil, capaz de realizar as missões mais exigentes nas condições mais desafiadoras. O A-29 é líder mundial em sua categoria, pois combina um histórico comprovado de combate com tecnologia avançada”, disse Bosco da Costa Junior, presidente e CEO da Embraer Defesa & Segurança.
Um possível país associado ao acordo seria Gana, que há bastante tempo pleiteia um pedido do Super Tucano.
Em fevereiro, a Embraer demonstrou o A-29 na Base Aérea de Accra, mas desde então não houve desenvolvimentos conhecidos. A força aérea do país africano planejava adquirir cinco aeronaves.
Representantes da Embraer, SNC e Força Aérea de Gana (GAF)
Com mais um pedido, a Embraer conseguiu vender 34 A-29 Super Tucano em 2024. Paraguai e Uruguai adquiriram seis aeronaves cada, Portugal anunciou um acordo para 12 A-29N, variante da OTAN, e um país não revelado fechou um pedido para outros seis aviões, além do novo acordo com o cliente africano.
O Super Tucano é projetado para executar um amplo espectro de missões, como vigilância de fronteiras, inteligência, vigilância e reconhecimento (ISR), apoio aéreo aproximado, contrainsurgência e treinamento avançado de voo.
Segundo a Embraer, o Super Tucano tem mais de 290 encomendas e mais de 570.000 horas de voo, com 60.000 delas em combate.
Força Aérea do país pretende substituir os antigos OV-10 Bronco, segundo afirmou general
Unidades do Embraer A-29 Super Tucano da Força Aérea das Filipinas (Foto: Embraer)
O cliente misterioso que adquiriu seis turboélices A-29 Super Tucano, em anúncio feito pela Embraer na segunda-feira, 30, pode não ser assim tão desconhecido.
Dias antes, em 27 de dezembro, o Brigadeiro Juliano Llarenas, comandante da 15ª Ala de Ataque da Força Aérea das Filipinas, revelou que o país irá comprar mais seis aeronaves do tipo.
O objetivo do segundo lote é substituir os envelhecidos aviões de ataque leve Rockwell OV-10 Bronco, além de dois helicópteros de ataque Cobra, usando para as mesmas missões.
Super Tucano com pintura da Força Aérea das Filipinas; país já tem seis aeronaves (Embraer)
O pronunciamento ocorreu durante a cerimônia de descomissionamento dos aviões citados, na base aérea de Sangley Point em Cavite City. A FAP aposentou na ocasião os dois últimos OV-10 Bronco, adquiridos dos EUA e Tailândia, operados desde os anos 90.
Em 2020, a Força Aérea das Filipinas recebeu seis aeronaves A-29 Super Tucano da Embraer, descritas na época como para emprego em apoio aéreo tático, ataque leve, vigilância, interceptações aéreas, missões de contrainsurgência e treinamento avançado.
Agora, quatro anos depois, a FAP deverá receber mais seis unidades do A-29 Super Tucano num segundo lote para reforçar as defesas do país do Sudeste Asiático, atuando em missões de vigilância e contrainsurgência.
O OV-10 Bronco: formas incomuns e desempenho elogiado (Rob Schleiffert)
Com o avanço da presença chinesa no Mar do Sul da China, as Filipinas vêm reforçando suas forças armadas.
Nos últimos anos, as Filipinas vêm tendo dificuldades para atualizar suas forças armadas em meio a problemas para obter financiamento e ao meticuloso processo de avaliação empregado pelas autoridades locais.
À medida que o final de 2024 se aproxima, se verifica quais empresas estão se preparando para entrar no próximo ano em busca da certificação necessária para operar no transporte comercial de passageiros ou carga no Brasil.
Neste cenário, o Brasil conta atualmente com quatro companhias aéreas em processo de certificação na ANAC, cada uma em diferentes estágios de desenvolvimento.
As empresas que estão se preparando para a certificação incluem:
Placar Linhas Aéreas: Controlada pela empresária Leila Pereira, que é também dona da Crefisa e presidente do Palmeiras, a Placar Linhas Aéreas busca a certificação para operar com jatos Embraer E2 em voos fretados, especialmente para clubes de futebol. Atualmente, a empresa está na fase final de certificação sob o RBAC 121, embora já tenha feito voos pontuais que foram “cedidos” (não comerciais) por sua proprietária a times de futebol.
Braspress Air Cargo: Originada da tradicional empresa de transporte rodoviário Braspress, a Braspress Air Cargo planeja operar jatos Boeing 737-400F em rotas de alta demanda, como a conexão entre Campinas e Manaus, com um foco especial nas cargas de seus clientes. Assim como a Placar, a Braspress também está na fase final de certificação.
Avion Express Brasil: Filial da companhia lituana Avion Express, esta nova empresa busca introduzir uma frota de aeronaves A320 no Brasil e operar sob o regime ACMI (Aircraft, Crew, Maintenance, and Insurance), alugando seus equipamentos para outras companhias aéreas regulares no país. Neste momento, a Avion Express Brasil está igualmente na fase final de certificação.
Transportadora Print: A Transportadora Print recentemente iniciou um processo de certificação junto à ANAC, mas seus planos específicos ainda não estão totalmente claros, levantando expectativas sobre o que a empresa pretende oferecer no mercado aéreo.
O processo de certificação para uma companhia aérea é complexo e envolve cinco etapas principais:
Conceito e Planejamento: A companhia deve elaborar um plano detalhado que descreva as operações, a frota pretendida, e a estrutura organizacional.
Documentação: A empresa precisa desenvolver e submeter uma série de documentos, incluindo manuais de operação, segurança e treinamento da tripulação.
Avaliação de Conformidade: A ANAC revisa toda a documentação apresentada para garantir que as normas e exigências são atendidas.
Inspeção e Testes: Uma vez que a documentação está aprovada, a ANAC realiza inspeções nos locais de operação e testes de voo para validar a conformidade com os padrões.
Homologação: Após a conclusão das inspeções e a aprovação na avaliação de testes, a companhia aérea pode receber sua certificação, permitindo-lhe iniciar operações comerciais.