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quinta-feira, 23 de outubro de 2025

França pretende encomendar mais 60 caças Rafale e ampliar sua frota aérea até 2035

 


A França deu um novo passo na expansão de suas capacidades de defesa aérea ao incluir, em seu projeto de lei orçamentária para 2026, a encomenda de mais de 60 caças Dassault Rafale, o que elevará o número total de aeronaves de combate em serviço na Força Aérea e Espacial e na Marinha Francesa para cerca de 286 unidades até 2035.

O plano, que ainda precisa ser aprovado pelo Parlamento francês, representa uma das maiores ampliações da frota de caças da França desde o fim da Guerra Fria.

De acordo com documentos do Ministério das Forças Armadas, a nova meta faz parte da estratégia de transição para uma força aérea totalmente composta por caças Rafale até meados da próxima década — substituindo gradualmente os veteranos Mirage 2000. Atualmente, a Força Aérea Francesa opera cerca de 100 Rafales, além de 67 Mirage 2000D (55 deles em processo de modernização) e menos de 30 Mirage 2000-5F, alguns dos quais deverão ser transferidos à Ucrânia.

O novo plano ajusta a meta definida nas Leis de Programação Militar (LPM) de 2019-2025 e 2024-2030, que previam uma frota combinada de 225 Rafales. Com o aumento, o número de aeronaves de combate em operação deverá subir para quase 286, garantindo à França uma força aérea homogênea e tecnologicamente avançada. O Dassault Rafale, projetado como caça multirole, é o principal vetor de combate francês e continuará sendo a espinha dorsal da defesa aérea do país até pelo menos a década de 2040 — quando deverá ser substituído gradualmente pelo futuro caça europeu de sexta geração, o FCAS (Future Combat Air System), desenvolvido em parceria com Alemanha e Espanha.

Além de fortalecer as capacidades nacionais, a ampliação da frota também busca corrigir o impacto causado pelas exportações recordes do Rafale nos últimos anos. Entre 2021 e 2022, a França cedeu 24 caças de seu próprio estoque para Grécia e Croácia, a fim de acelerar as entregas internacionais. O sucesso global do Rafale, com contratos firmados com Egito, Índia, Catar, Emirados Árabes Unidos e Indonésia, levou a Dassault Aviation a retomar as entregas domésticas em 2022, após uma pausa de quatro anos.

Rafale da Força Aérea Grega.

O presidente Emmanuel Macron também destacou recentemente a importância estratégica do Rafale dentro da política de dissuasão nuclear francesa, confirmando novas encomendas como parte da modernização de bases operacionais e do reforço da componente aérea da tríade nuclear. Segundo fontes do Ministério da Defesa citadas pela Euronews, o novo investimento garante “autonomia estratégica e continuidade industrial” ao país.

Os novos caças serão produzidos nas versões F4 e F5, refletindo o plano de evolução tecnológica da Dassault Aviation. O padrão F4 traz melhorias em conectividade, guerra em rede e sensores, além de capacidades ampliadas para ataques eletrônicos e supressão de defesas inimigas (SEAD). Já o futuro padrão F5, previsto para entrar em serviço por volta de 2030, deve integrar o caça a sistemas não tripulados, como o drone de combate derivado do demonstrador nEUROn, que atuará como “wingman leal” ao Rafale em missões de combate coordenadas.

O orçamento de 2026 também prevê investimentos em infraestrutura para as bases aéreas de Saint-Dizier, Mont-de-Marsan e Orange, além de Landivisiau, que abriga os Rafales da Marinha Francesa. Novos simuladores, centros de manutenção e instalações para um novo esquadrão de caça estão incluídos no plano.

A possível encomenda adicional deverá garantir a continuidade da linha de produção do Rafale até o início da década de 2040, sustentando milhares de empregos na base industrial de defesa francesa. O programa é liderado pela Dassault Aviation, com motores fornecidos pela Safran, radares e sistemas ópticos pela Thales, e armamentos pela MBDA.

Com essa decisão, Paris busca reafirmar sua posição como uma das principais potências aéreas da Europa e assegurar que suas forças armadas mantenham um nível de prontidão compatível com as novas ameaças globais. Ao mesmo tempo, o plano reforça o papel do Rafale como um dos caças mais avançados e bem-sucedidos do mundo — símbolo da indústria aeronáutica francesa e pilar da soberania nacional.

DIA DO AVIADOR: Do legado de Santos Dumont ao futuro da aviação

 

Em 23 de outubro, Dia do Aviador e Dia da Força Aérea Brasileira, o Brasil celebra o pioneirismo de Santos Dumont e reconhece o papel da FAB na defesa, no desenvolvimento e na soberania do País.

Foi em 23 de outubro de 1906 que um feito mudou para sempre o rumo da aviação militar. Naquele dia, em Paris, o brasileiro Alberto Santos Dumont realizou o primeiro voo bem-sucedido de um avião mais pesado que o ar, o lendário 14-Bis. Por essa razão, o Dia do Aviador e Dia da Força Aérea Brasileira são comemorados em 23 de outubro — uma data que homenageia não apenas o pioneirismo de Santos Dumont, como também todos os homens e mulheres que, inspirados por ele, dedicam-se à missão de defender, controlar e integrar o espaço aéreo brasileiro.

A bordo de sua criação, o inventor percorreu 70 metros de distância a cerca de dois metros de altura, diante de uma multidão que testemunhou o nascimento da aviação.

O nascimento da Força Aérea Brasileira

Ao completar 85 anos em 2026, a história da FAB começa oficialmente, em 20 de janeiro de 1941, com a criação do Ministério da Aeronáutica e a unificação das aviações do Exército Brasileiro e da Marinha do Brasil. O novo órgão, instituído durante o governo de Getúlio Vargas, marcou o início de uma era de modernização e fortalecimento da defesa aérea nacional.

O Primeiro-ministro da Aeronáutica, Joaquim Pedro Salgado Filho, foi responsável por estruturar as bases operacionais e consolidar o poder aéreo como um instrumento essencial da soberania brasileira.

Durante a Segunda Guerra Mundial, a FAB assumiu papel de destaque. Após o Brasil declarar guerra ao Eixo em 1942, os aviadores brasileiros foram enviados à Europa para integrar o esforço aliado. O 1º Grupo de Aviação de Caça foi formado e, em setembro de 1944, partiu para atuar na Força Aérea Aliada no Teatro de Operações do Mediterrâneo, levando consigo o lema que se tornaria eterno: “Senta a Pua!”.

Neste ano de 2025, a Força Aérea Brasileira celebra os 80 anos do vitorioso regresso do 1º Grupo de Aviação de Caça ao Brasil, ocorrido em julho de 1945. Após cumprir 445 missões de combate na Itália, o Grupo retornou ao País como símbolo de bravura, disciplina e profissionalismo, consolidando definitivamente o prestígio da aviação militar brasileira no cenário internacional. O feito marcou o início de uma nova era, em que o poder aéreo passou a ser reconhecido como elemento essencial da defesa nacional e da projeção do Brasil no mundo.

Inovação e tecnologia a serviço do Brasil

Desde então, a Força Aérea Brasileira tem se destacado pela constante modernização de seus meios e capacidades operacionais. A incorporação de aeronaves como o KC-390 Millennium e o F-39 Gripen reforçam o compromisso da FAB com a excelência tecnológica, a interoperabilidade e a prontidão operacional.

Essas aeronaves ampliam as possibilidades de emprego da FAB em missões de Defesa, Transporte, Busca e Salvamento, Ajuda Humanitária e ações de interesse nacional, em qualquer ponto do território ou além de suas fronteiras.

A ampliação da frota de helicópteros H-60 Black Hawk, atualmente distribuídos em diversas Unidades Aéreas do País, representa outro avanço importante. Com capacidade de operar em ambientes de difícil acesso e sob condições adversas, essas aeronaves desempenham papel fundamental em operações de busca e salvamento (SAR), apoio logístico, defesa aérea e ações de auxílio à população em situações de calamidade pública.

O reforço na frota amplia o alcance das operações e demonstra a versatilidade, a mobilidade e a prontidão das tropas aéreas da FAB em qualquer cenário.

Outro marco recente é o Projeto Lessonia-1, responsável pelo lançamento dos primeiros satélites de observação radar 100% desenvolvidos no Brasil. Os satélites ampliam a capacidade de monitoramento do território nacional, em especial da Amazônia, fortalecendo a autonomia tecnológica e o posicionamento estratégico do País no setor espacial.

Nesse mesmo eixo de inovação, destaca-se a criação do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) em Fortaleza, voltado à formação de engenheiros de Sistemas e de Energias Renováveis, reforçando o compromisso da FAB com o desenvolvimento científico e com a formação de profissionais altamente qualificados para atuar nos desafios da nova era aeroespacial brasileira.

A criação da ALADA também representa um avanço significativo, fortalecendo a cooperação entre a FAB, o setor privado e a academia. O projeto fomenta o mercado espacial nacional, estimula o desenvolvimento tecnológico e amplia a autonomia do País em sistemas de defesa e inovação.

Nesse contexto, os Centros de Lançamento de Alcântara (CLA) e da Barreira do Inferno (CLBI) permanecem como pilares estratégicos, projetando o Brasil no seleto grupo de nações com capacidade para lançamento de satélites e consolidando a indústria aeroespacial nacional como vetor de soberania e progresso.

Legado e inspiração

O Dia do Aviador e Dia da Força Aérea Brasileira é, portanto, mais do que uma celebração — é uma homenagem à coragem, à inovação e ao espírito pioneiro que movem o Brasil desde Santos Dumont até os dias atuais.

Para este 23 de outubro, o Comandante da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro do Ar Marcelo Kanitz Damasceno, ressalta a importância da data como símbolo de união, patriotismo e compromisso com o País.

“Celebrar o Dia do Aviador e da Força Aérea Brasileira é reverenciar a coragem de Santos Dumont e de todos aqueles que, ao longo da história, dedicaram suas vidas ao ideal de voar e servir à Pátria. Nossa missão é permanente: garantir a soberania do espaço aéreo e levar esperança, socorro e segurança a cada cidadão brasileiro. Este é o legado que nos inspira e o compromisso que continuaremos a honrar, sempre sob o lema: Asas que protegem o País”, destacou o Oficial-General.

Assim, da genialidade de Santos Dumont, que abriu caminho para a conquista dos céus, ao heroísmo do 1º Grupo de Aviação de Caça, que há 80 anos elevou o nome do Brasil entre as grandes nações, a Força Aérea Brasileira segue firme em sua trajetória de crescimento e modernização.

terça-feira, 21 de outubro de 2025

Embraer consolida presença na Coreia do Sul com acordo assinado durante o ADEX 2025

 


Confirmando a notícia divulgada ontem por esta Consultoria, a Embraer e a Administração do Programa de Aquisição de Defesa da Coreia do Sul (DAPA), entidade responsável pelas aquisições de defesa das Forças Armadas desse país, assinaram um Memorando de Entendimento que verá ambas as partes cooperando em novos negócios e oportunidades de desenvolvimento de mercado no setor de defesa da Coreia do Sul. 


O MoU foi assinado no dia de abertura do ADEX 2025 entre o Brigadeiro-General da Força Aérea Kang Joong-hee, Diretor da Divisão de Negócios de Aeronaves da DAPA, e Bosco da Costa Jr., Presidente e CEO da Embraer Defesa & Segurança. 

"Este Memorando de Entendimento servirá como uma oportunidade significativa para a Coreia e o Brasil avançarem além de uma simples relação de comprador-vendedor e rumo a um modelo de cooperação para o crescimento mútuo", disse o Brigadeiro-General da Força Aérea Kang Joong-hee, Diretor da Divisão de Negócios de Aeronaves da DAPA. "Por meio da cooperação estratégica com a Embraer, a DAPA apoiará ativamente a entrada de empresas coreanas na cadeia de suprimentos internacional e a expansão das exportações coreanas de defesa." 

“O Memorando de Entendimento reflete a crescente parceria entre a Embraer e a DAPA. Ele aproveita as capacidades abrangentes da Embraer Defesa & Segurança nos domínios aéreo, terrestre, marítimo e espacial para explorar caminhos de colaboração, inovação e apoiar as crescentes necessidades de defesa da Coreia do Sul”, disse Bosco da Costa Jr., Presidente e CEO da Embraer Defesa & Segurança, na cerimônia de assinatura. 

Em 2023, a Administração do Programa de Aquisição de Defesa da Coreia do Sul (DAPA) selecionou o C-390 Millennium para sua licitação pública de aeronaves de transporte de grande porte (LTA-II), fornecendo à Força Aérea da República da Coreia (ROKAF) uma nova aeronave de transporte militar. A aeronave C-390 Millennium será especialmente configurada para atender aos requisitos da ROKAF, juntamente com serviços e suporte abrangentes, incluindo treinamento, equipamentos de apoio em solo e peças de reposição. 

A Embraer tem uma cadeia de suprimentos global e tem feito parcerias com empresas coreanas desde o lançamento de seu programa de aeronaves comerciais E-Jets E2 em 2013. No mês passado, a Embraer e a Agência Coreana de Promoção de Investimentos Comerciais, KOTRA, realizaram um roadshow de uma semana em Sacheon e Busan, que incluiu visitas e seminários com o objetivo de identificar áreas de maior colaboração entre a Embraer e empresas coreanas. 

Embraer atinge um recorde sem precedentes – US$ 31,3 bilhões em carteira de pedidos no 3T25

 

  • Aviação Comercial registrou US$ 15,2 bilhões, carteira de pedidos recorde em 9 anos, com book-to-bill de 2,7x nos últimos 12 meses
  • E195-E2 passará a integrar as frotas da Avelo Airlines (até 100 aeronaves) e do Grupo LATAM (até 74 aeronaves)
  • Aviação Executiva entregou seu jato de número 2.000 no trimestre e tem apenas 32% da meta anual restante para cumprir no 4T25
  • Defesa & Segurança entregou mais um KC-390 Millennium à Força Aérea Portuguesa e vendeu 5 unidades do A-29 Super Tucano para Panamá e SNC
  • Serviços & Suporte manteve carteira de pedidos recorde, em US$ 4,9 bilhões, com alta de 40% na comparação ano a ano

São Paulo (SP), 21 de outubro de 2025 – A Embraer (NYSE: ERJ / B3: EMBR3), uma das líderes globais da indústria aeroespacial, encerrou o terceiro trimestre (3T25) com uma carteira de pedidos em US$ 31,3 bilhões, um nível sem precedentes.

A empresa entregou 62 aeronaves no 3T25 em todas as unidades de negócios. O resultado reflete um aumento de 5% em relação às 59 entregas do mesmo período do ano anterior (3T24) e ligeiramente acima do segundo trimestre de 2025, quando foram entregues 61 jatos. No acumulado do ano, as entregas da Aviação Comercial e da Aviação Executiva somaram 148 aeronaves, 16% acima dos 128 jatos registrados na comparação anual.

AVIAÇÃO COMERCIAL

Destaques

A Aviação Comercial registrou uma carteira de pedidos de US$ 15,2 bilhões no 3T25, estabelecendo um novo recorde em 9 anos. O resultado aumentou 37% versus o 3T24 e 16% em relação ao 2T25, com book-to-bill de 2,7x nos últimos 12 meses.

Durante o trimestre, a Embraer anunciou que o E195-E2 passará a fazer parte das frotas da Avelo Airlines e do Grupo LATAM. A Avelo fez um pedido firme de 50 jatos, com opção de compra de mais 50, apoiando a estratégia da companhia aérea de oferecer viagens acessíveis e convenientes nos Estados Unidos. Alguns dias depois, o Grupo LATAM assinou um pedido firme para 24 aeronaves, com 50 opções adicionais de compra, o que deve ajudar a companhia aérea a expandir a conectividade pela América do Sul.

Houve 1 cancelamento líquido no programa E175 durante o trimestre. Por outro lado, o acordo assinado recentemente com a TrueNoord, para 20 jatos E195-E2, com direitos de compra para mais 20 unidades, e 10 jatos E175-E1, deverá ser incluído na carteira de pedidos no quarto trimestre de 2025.

No 3T25, a unidade de negócios entregou 20 novas aeronaves, 4 a mais que as 16 entregues no 3T24. No acumulado de 9M25 (janeiro a setembro), as entregas totalizaram 46 aeronaves, ou 57% do ponto médio da estimativa anual (entre 77 e 85 em 2025), 2 pontos percentuais acima da média de 55% registrada nos últimos cinco anos para o período. Resultados ainda mais tangíveis do plano da companhia para o nivelamento da produção são esperados para 2026.

Os modelos entregues no período foram: E175 para a American Airlines (4) e Republic Airlines (3); E190-E2 para Azorra (2); e E195-E2 para Porter (4), Azorra (3), Aircastle (2) e Mexicana (2).

AVIAÇÃO COMERCIAL

Carteira de pedidos por modelo de aeronave

AVIAÇÃO EXECUTIVA

Destaques

A Aviação Executiva registrou carteira de pedidos de US$ 7,3 bilhões no 3T25, um aumento de 65% na comparação ano a ano, com leve queda de 2% entre trimestres consecutivos. A unidade de negócios contabilizou 41 entregas no período, em linha com o número de jatos entregues no 3T24. Durante os 9M25, foram entregues 102 aeronaves no segmento. Isso representa 68% do ponto médio da estimativa anual (entre 145 e 155 aeronaves em 2025), superando em 11 pontos percentuais a média histórica de 57% registrada nos últimos cinco anos para o período. Resultados ainda mais tangíveis do plano da companhia para o nivelamento da produção são esperados para 2026.

Em agosto, a Embraer alcançou a marca de 2.000 entregas de jatos executivos, um momento emblemático na trajetória da companhia. A aeronave foi um Praetor 500, entregue ao departamento de aviação de uma grande empresa (cliente não revelado).

DEFESA & SEGURANÇA

Destaques

Em Defesa & Segurança, a carteira de pedidos fechou em US$ 3,9 bilhões no 3T25, com alta de 8% na comparação anual. No período, a Embraer entregou o terceiro KC-390 Millennium à Força Aérea Portuguesa.

Outro destaque do segmento foi o contrato firmado com o Panamá para a aquisição de 4 aeronaves A-29 Super Tucano. A frota será operada pelo Serviço Nacional Aeronaval (SENAN) do Panamá como nova plataforma de vigilância e proteção. Também foi anunciada a venda de 1 unidade do A-29 Super Tucano para a SNC, nos Estados Unidos. A venda antecede uma potencial encomenda que será feita por meio do  programa do governo norte-americano Foreign Military Sales (Vendas Militares Estrangeiras).

Em agosto de 2025, alinhados ao objetivo estratégico da Embraer de aumentar a disponibilidade de aeronaves no curto prazo para clientes internacionais, a empresa e a Força Aérea Brasileira firmaram um acordo mútuo para reduzir de 19 para 18 o número total de aeronaves KC-390 a serem entregues sob o contrato vigente.

A compra do KC-390 Millennium pela Suécia (4), a seleção pela Eslováquia (3), Lituânia (3), o pedido adicional de Portugal (1) e os A-29 Super Tucano do Panamá (4) não foram incluídos ainda na carteira de pedidos, pois os contratos não estão em vigor ou ainda estão em discussão.

*Inclui apenas ordens de A-29 Super Tucano desde 2024. Até o final de 2023, o total de 264 aeronaves havia sido entregue.

DEFESA & SEGURANÇA

Carteira de pedidos por modelo de aeronave

*Inclui apenas ordens de A-29 Super Tucano desde 2024. Até o final de 2023, o total de 264 aeronaves havia sido entregue.

SERVIÇOS & SUPORTE

Destaques

Serviços & Suporte atingiu uma carteira de pedidos de US$ 4,9 bilhões no final do trimestre, com expressiva alta de 40% na comparação anual, impulsionada por diversos contratos assinados ao longo do último ano. Assim, a unidade de negócios manteve sua posição como um dos principais motores de crescimento da Embraer, combinando excelência operacional, experiência diferenciada para o cliente e soluções inovadoras.

Sobre a Embraer

A Embraer é uma empresa aeroespacial global com sede no Brasil. Fabrica aeronaves para a aviação comercial e executiva, defesa e segurança e clientes agrícolas. A empresa também fornece serviços e suporte pós-venda por meio de uma rede mundial de entidades próprias e agentes autorizados.

Desde a sua fundação em 1969, a Embraer já entregou mais de 9.000 aeronaves. Em média, a cada 10 segundos, um avião fabricado pela Embraer decola de algum lugar no mundo, transportando mais de 150 milhões de passageiros por ano.

A Embraer é líder na fabricação de jatos comerciais de até 150 assentos e é a principal exportadora de bens de alto valor agregado do Brasil. A empresa mantém unidades industriais, escritórios, centros de serviços e de distribuição de peças nas Américas, África, Ásia e Europa.

DIVULGAÇÃO: Embraer

AMX – do pequeno jato resultou enorme salto para a indústria aeronáutica nacional

 

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Histórias que não podem se perder na memória têm, muitas vezes, o papel de contribuir para a construção do futuro de uma nação que ousa buscar sua independência tecnológica. Exatamente por esta razão, quando o primeiro voo do AMX nacional completou 30 anos, em 2015, a área de Defesa, em especial a indústria aeronáutica, comemorou importante conquista ainda hoje desconhecida da maioria dos brasileiros.

Tudo começou quando a Força Aérea Brasileira (FAB) planejou e investiu em capacitação industrial e tecnológica para que a Embraer absorvesse tecnologias “nas áreas da propulsão a jato, comandos de voo fly-by-wire, softwares embarcados, e mais uma variedade de sistemas necessários para a fabricação de aeronaves mais avançadas”. O registro é de Thiago Vinholes, editor da publicação virtual Airway, especializada em notícias e histórias da aviação. O resultado foi a fabricação do AMX, avião de ataque desenvolvido em parceria com empresas italianas, que ainda hoje está entre as principais aeronaves da FAB.

“Ao combinar os conhecimentos adquiridos no início dos anos 1980, com o AMX e o turbo-hélice Brasília, lançado em 1983, a Embraer montou a receita para a criação do ERJ 145, o primeiro jato comercial fabricado no Brasil e que marcou a história da empresa, então ainda estatal, elevada à posição de uma das maiores da indústria aeronáutica mundial”, comemora Vinholes.

As informações estão publicadas em artigo que divulgamos a seguir no qual o autor, à época do aniversário de 30 anos do AMX, resgatou mais um exemplar capítulo da história de afirmação da soberania nacional.

“O AMX foi um pequeno jato para o Brasil, mas um enorme salto para a indústria aeronáutica nacional.”

Por Thiago Vinholes, na Airway Fotos e ilustrações: Acervo Centro Histórico Embraer

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Quem não arrisca, não petisca. Foi isso que a Embraer fez na década de 1970, quando decidiu aumentar seu conhecimento no ramo de aeronaves militares e adquiriu a experiência que seria vital nos anos seguintes para o desenvolvimento de novos aviões. Nessa época, a empresa já havia lançado o Tucano e aprendeu a ‘domar’ os jatos a partir do Xavante, um projeto original da italiana Aermacchi, construído sob licença no Brasil.

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Para alcançar novos horizontes, a Embraer, que já havia conquistado reconhecimento no mercado com o Tucano e o turbo-hélice Bandeirante, cogitava formar parcerias com empresas estrangeiras.

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Os primeiros estudos sobre uma parceria internacional surgiram em 1976 e a Embraer novamente se associou à empresa italiana Macchi (atual Aermacchi), conhecida nessa época pelo jato de ataque MB 340, e que trabalhava em um novo projeto para a Força Aérea da Itália (Aeronautica Militare). Mais adiante, a Aeritalia (atual Alenia Aeronautica) também entrou no projeto.

Em 1978, as três empresas oficializaram a parceria e anunciaram o desenvolvimento do caça subsônico AMX (sigla que corresponde: A de Aeritália, M de Macchi e X de experimental).

Em 1980, após analisar o projeto do caça ítalo-brasileiro, autoridades aeronáuticas brasileiras anunciaram na feira de aviação de Farnborough, na Inglaterra, a decisão de participar do programa italiano. O acordo entre os dois países foi assinado em 27 de março de 1981 e o avião começou a tomar forma.

Embraer no projeto AMX

O AMX, apesar do nome com referência apenas das empresas estrangeiras, tem uma boa dose de ‘brasilidade’. O acordo determinava que as fabricantes italianas fossem responsáveis por cerca de 70% do programa enquanto a Embraer assumiu os 30% restantes. À empresa brasileira coube o desenvolvimento e a fabricação das asas, tomadas de ar do motor, estabilizadores horizontais, tanques de combustível, trem de pouso, entre outros.

Para a campanha de ensaios de voo no Brasil, a Embraer construiu dois protótipos e um modelo para testes de fadiga. Ao mesmo tempo, na Itália, a Aeritalia e a Macchi desenvolviam seus componentes com outros cinco protótipos. A empresa brasileira ainda se aventurou pela primeira vez na criação de sistemas de navegação, ataque e controle de armamentos.

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Com três empresas envolvidas no projeto e centenas de engenheiros brasileiros e italianos especializados à disposição, o desenvolvimento do AMX foi rápido. Em apenas quatro anos o avião saiu do papel e decolou. A apresentação oficial do primeiro aparelho ocorreu na Itália, em 15 de maio de 1984, e o primeiro protótipo construído no Brasil – o quarto do programa – realizou seu voo inaugural em 16 de outubro de 1985, em São José dos Campos (SP).

O primeiro AMX que voou no Brasil foi pilotado pelo comandante Luiz Fernando Cabral, um dos mais consagrados aviadores do Brasil. O roll-out da aeronave, quando um novo projeto é apresentado, ocorreu no dia 22 do mesmo mês e contou com a presença de autoridades brasileiras e italianas.

Em 1988, o primeiro AMX fabricado em série voou na Itália e as primeiras entregas à FAB e à Aeronautica Militare ocorreram no ano seguinte.

AMX na FAB

Ao estrear na FAB, o AMX complementou o trabalho do Xavante na função de ataque ao solo e criou uma ala de bombardeiro tático, com novas tecnologias. O jato, impulsionado por turbinas Rolls-Royce, também assumiu as operações de apoio aéreo e reconhecimento, voando com sistemas de contramedidas eletrônicas (ECM) que emitem sinais que enganam radares e outros sensores, permitindo voar sem ser detectado.

Foi a estreia da FAB com equipamentos ECM, que são usados na chamada ‘Guerra Eletrônica’, e também com os head-up display, a tela acima do painel com informações digitais.

Concebido para atender às dimensões continentais do Brasil e emprego na Europa, o projeto considerou a necessidade de longo alcance, incluindo a capacidade de reabastecimento em voo. Segundo o fabricante, o AMX tem autonomia de até 3.336 km (ou quatro horas e 15 minutos), voando com tanques externos, ou cerca de 900 km em perfil de combate – a aeronave carrega 3.555 litros de combustível nos tanques internos e pode levar mais 3.000 litros em tanques alijáveis nas asas.

Totalmente carregado, o AMX pode decolar com até 10.750 kg (pesa 6.700 kg vazio). A turbina capaz de gerar 5.000 kg de empuxo pode levar o caça-bombardeiro à velocidade máxima de 1.053 km/h e 13 mil metros de altitude, o que garante boa versatilidade à FAB para operar a aeronave por todo o Brasil.

Até o ano 2000, foram fabricados 200 AMX, divididos entre a Força Aérea Brasileira e a italiana. Na versão brasileira, o avião é armado com dois canhões de 30 mm e pode carregar um par de mísseis AIM-9 Sidewinder ou Piranha, fabricado no Brasil, ou até 3.800 kg de bombas convencionais. O repertório de armas do ‘A-1’, como foi designado pela FAB, ainda inclui mísseis antirradares MAR-1 e foguetes de ataque ao solo.

O AMX também está sendo preparado para empregar o novo míssil A-Darter, de ataque ar-ar, orientado por sensores infravermelhos. Já o modelo fabricado na Itália tem canhões de 20 mm e possui sistemas para lançar modernas bombas guiadas a laser.

Na FAB, o AMX é operado pelo primeiro (Poker) e terceiro (Centauro) esquadrões do 10º Grupo de Aviação, da Base Aérea de Santa Maria (RS), e pelo primeiro esquadrão do 16º Grupo de Aviação da Base Aérea de Santa Cruz (RJ).

Batismo de fogo

Para quem duvida da capacidade do AMX, basta conferir seu extenso currículo de guerra em serviço pela Força Aérea Italiana. O caça-bombardeiro, sempre em apoio às forças da OTAN, já atuou em combates na Bósnia, na Guerra do Kosovo e também no Afeganistão, onde realizou mais de 700 missões.

O emprego mais recente da aeronave foi na Líbia. Em todas as ocasiões, o avião lançou bombas de queda livre e guiadas a laser com precisão. Nenhum AMX italiano foi perdido em combate.

AMX modernizado

Com 20 anos de serviço pela FAB, o Comando da Aeronáutica decidiu modernizar o A-1, tarefa que foi atendida pela Embraer. Anunciado em 2009, o programa “A-1M” previa a revitalização das células das aeronaves e modernização dos sistemas, como recursos de navegação, radar, armamentos, entre outras evoluções. E quem mais gostou das melhorias foram os pilotos.

O A-1M trocou os antigos indicadores analógicos por telas digitais multifuncionais, tecnologia que reduz a carga de trabalhos dos pilotos em combate, com controles automatizados e informações apresentadas de forma mais clara. Além disso, o programa de atualização reduziu os custos de manutenção da aeronave e também acelerou os processos de treinamentos de novas tripulações.

Os primeiros AMX modernizados pela Embraer entraram em operação na FAB em 2013 e o programa prevê a intervenção em 47 das 60 aeronaves desse tipo mantidas no Brasil, processo que deve ser concluído até 2017 – o AMX italiano ainda mantém as características originais. Com as reformas estruturais e a atualização dos sistemas, a vida-útil do caça-bombardeiro nacional foi estendida para até 2032.

Lições do AMX

O desenvolvimento do AMX permitiu à Embraer, com a sua capacitação industrial e tecnológica planejada e paga pela FAB, absorver tecnologias nas áreas da propulsão a jato, comandos de voo fly-by-wire, softwares embarcados, e mais uma variedade de sistemas necessários para a fabricação de aeronaves mais avançadas.

Ao combinar os conhecimentos adquiridos no início dos anos 1980, com o AMX e o turbo-hélice Brasilia, lançado em 1983, a fabricante montou a receita para a criação do ERJ 145, o primeiro jato comercial fabricado no Brasil e que marcou a história da Embraer então ainda estatal, elevando à posição de uma das maiores empresas da indústria aeronáutica mundial.

Além dos jatos da família ERJ, o conhecimento adquirido com o caça-bombardeiro também foi utilizado no desenvolvimento dos E-Jets, que hoje são sucesso mundial, atrás apenas de jatos da Airbus e Boeing em vendas. As lições aprendidas com o AMX também serão aplicadas na versão nacional do Gripen NG, que será fabricado pela Embraer e incorporado à FAB a partir de 2019.