A Azul, companhia brasileira fundada por David Neeleman, líder do consórcio privado que fica com 45% da TAP, começou o ano com uma queda do tráfego em RPK de 0,4%, pela queda de 14,9% em voos internacionais, que a subida em 3,6% em voos domésticos não chegou para compensar.
Ainda assim, uma análise do PressTUR aos dados divulgados ontem pela autoridade aeronáutica brasileira, ANAC, evidencia que a Azul, pelo crescimento em voos domésticos, foi a companhia brasileira que em Janeiro teve o maior aumento de passageiros, com mais 137,9 mil no conjunto dos voos domésticos e internacionais, que somaram 2,015 milhões, superando a Avianca Brasil, do grupo de Efromovich, que foi rival de Neeleman na privatização da TAP, a qual teve o maior aumento relativo do mês, em 14,7%, mas em valor absoluto a subida foi em 118,1 mil, para 920,4 mil.
Os dados da ANAC mostram que os dois ‘colossos’ da aviação brasileira, a GOL e a TAM, continuaram a registar quedas de tráfego nos voos domésticos em Janeiro, levando o sector a registar uma perda de 367,7 mil passageiros (-4,1%, para 8,527 milhões, naquele que foi o melhor mês de 2015 (9,33 milhões) e 2016 (8,895 milhões).
Em RPK, que pondera o número de passageiros pelos quilómetros voados e, portanto, dá maior relevância aos voos mais longos, que são normalmente os internacionais, o saldo do mês de Janeiro fica numa estagnação em baixa do tráfego (-0,1%), com -1,8% no sector doméstico e +4,8% no internacional, com a particularidade de este crescimento se dever quase integralmente à líder TAM, que teve um aumento em 10,9% e assim alcançou uma quota de mercado de 78%, face a 11,3% da GOL, 10,6% da Azul e 0,1% da Avianca Brasil.
Em número de passageiros, esse crescimento significou para a TAM ‘apenas’ mais 55,6 mil (+11,8%, para 529,2 mil), insuficiente, portanto, para compensar a quebra em 197,7 mil (-7,2%, para 2,56 milhões) em voos domésticos.
Já para a Azul, que até foi a companhia brasileira que teve o maior aumento de passageiros do mês de Janeiro, essa subida foi gerada pelos voos domésticos, onde teve mais 141,2 mil (+7,8%, para 1,95 milhões), enquanto os internacionais penalizaram, com uma queda em 3,3 mil (-4,8%, para 64,9 mil, 10.610 deles em voos de/para Lisboa, de acordo com dados do Aeroporto Humberto Delgado a que o PressTUR teve acesso, que significaram crescimento pois em Janeiro de 2016 a Azul ainda não tinha essa rota.
A maior companhia brasileira em número de passageiros, porque a maior em voos domésticos, a GOL, foi a que teve de novo a maior quebra, com uma perda de quase 389 mil passageiros (-10,8%, para 3,2 milhões), com menos 377,3 mil em voos domésticos (-11,1%, para 1,95 milhões) e menos 11,6 mil em internacionais (-5,8%, para 189,1 mil).
A única companhia a apresentar crescimento a dois dígitos nos dois mercados em Janeiro, se bem que praticamente não tenha operação internacional, foi a Avianca Brasil, que acabou o mês com um aumento em 14,7% ou 118,1 mil, para 920,4 mil, com +14,7% ou mais 117,8 mil em voos domésticos, para 919,5 mil, e +53,2% ou mais cerca de 340 em internacionais, para 967.
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