Uma maravilha tecnológica, o SR-71 exigiu novas abordagens e avanços tecnológicos que estavam muito à frente da sua época. Um dos principais problemas que o Blackbirdenfrentava, era com o calor gerado pelo atrito da atmosfera superior durante voos em velocidades de Mach 3. O Blackbird necessitava de materiais que fossem especialmente desenvolvidos para suportar altas temperaturas, caso contrário o projeto afundava. Combustível, isolantes, lubrificantes, fiações entre outros precisavam aguentar as altas temperaturas.
Com noventa e três por cento da fuselagem composta em liga de Titânio, o Blackbird é capaz de operar em regimes onde a temperatura chega alcançar os 232ºC. Do meio da fuselagem para a sua seção traseira, as temperaturas aproximam-se dos 510ºC em razão da proximidade com o sistema de exaustão. Seu ‘canopy’ foi desenvolvido em vidro resistente a altas temperaturas, capaz de suportar até 338ºC.
KELLY JOHNSON E O BLACKBIRD
Duas das principais figuras do program U-2 da CIA, Richard Bissell e o designer da Lockheed Martin, Kelly Johnson (que aparece na foto acima em um A-12B de dois assentos), decidiram no inicio de 1955 neutralizar as falhas inesperadas do U-2, que eram facilmente detectados pelos radares Soviéticos.
SR-71 BLACKBIRD
Em 24 de julho de 1964, o Presidente dos EUA, Lyndon B. Johnson, anunciou publicamente a existência do programa da Lockheed, o SR-71. O seu primeiro voo vinha-se realizar no dia 22 dezembro de 1964. A entrega das primeiras unidades operacionais iniciaram-se em 1966, e ao longo da sua atividade, o universalmente conhecido Blackbird, detém o título operacional do voo mais alto e mais rápido.
A-12 BLACKBIRD NA LINHA DE MONTAGEM
Eficaz, o A-12 foi motorizado com dois grandes motores Pratt & Whitney J58, cada um montado no meio da sua asa delta. Os estabilizadores verticais foram instalados acima do nacele do motor com uma pequena inclinação para dentro. Capaz de voar a Mach 3.2 em altitudes de aproximadamente 100.000 pés, o A-12 estava preparado para voar por 3.800 milhas sem necessitar reabastecimento. O elemento mais incomum do projeto foi o nariz alongado com o formato de um barco e também com a aparência de um cobra Naja.
TRANSPORTE DO BLACKBIRD DE BURBANK PARA A AREA 51
O A-12, YF-12 e o inicial SR-71 foram construidos pela Lockheed em Burbank, na Califórnia, e depois transportado por estradas até a Area 51, no Nevada, para testes de voo.
PRIMEIRO VOO DO A-12
O primeiro voo oficial para os representantes da CIA e da Força Aérea dos Estados Unidos, ocorreu em 30 de abril de 1962, e sucedeu sem problemas. Oito dias depois, o piloto de testes da Lockheed Lou Schalk alcançou velocidades supersônicas pela primeira vez com o A-12.
FOTO AR-AR DO A-12
Operado pela CIA, o A-12 foi produzido de 1962 a 1964. Voou em missões operacionais de 1963 até 1968, tendo o programa dado por terminado em junho do mesmo ano.
PRIMEIRO SR-71 BLACKBIRD EM PRODUÇÃO
Os primeiros Blackbirds foram construídos em Burbank, na Califórnia, e no dia 29 de outubro de 1964,o primeiro protótipo (Número de série 61-7950) foi entregue à Base Plant 42 da Força Aérea, em Palmdale, Califórnia.
BEN RICH
Ben Rich, que mais tarde integrou a equipe de design do F-117 Nighthawk, liderou uma equipe de seis engenheiros através de iterações intermináveis com a finalidade de alcançar à configuração final do A-12. Dados obtidos em testes de túnel de vento davam forma ao A-12.
YF-12-A BLACKBIRD
O YF-12A, uma versão interceptor muito semelhante ao A-12, voou pela primeira vez no dia 07 de agosto de 1963.
VISTA INFERIOR DO YF-12A BLACKBIRD
O YF-12 foi desenvolvido para velocidades de Mach 3 em alta altitude e nenhum bombardeiro superônico era capaz de intercepta-lo. O YF-12A foi o precursor do altamente sofisticado SR-71, aeronave de alta altitude de reconhecimento estratégico.
DRONE D-21
Motorizado um motor ramjet, – utilizado em mísseis – o drone D-21 foi desenvolvido em uma plataforma de reconhecimento estratégico não tripulada de altas velocidades. Concebido originalmente para ser lançado em voo pelo A-12, O M-21, assim designado, foi mais tarde modificado para ser utilizado em bombardeiros B-52.
O ANÚNCIO PÚBLICO DO SR-71
No dia 24 de julho de 1964, o presidente norte-americano Lyndon B. Johnson anunciou publicamente a existência do programa, classificado como Lockheed SR-71. O primeiro voo do SR-71 viria acontecer no dia 22 de dezembro de 1964. As primeiras aeronaves operacionais começaram a ser entregues no inicio de 1966.
SR-71 – PRIMEIRO VOO
SR-71 – VERSÃO ‘TRAINER’
SR-71 – 1000 MISSÕES CONCLUÍDAS
A versão de instrução do SR-71 (Air Force número de série 61-7956) comemorou a 1000ª missão na Base Aérea de Beale, na Califórnia, em janeiro de 1982. A aeronave permaneceu ao serviço da Força Aérea até o programa ser inicialmente cancelado em 1990. Em seguida, o SR-71B passou a ser operado na Base Aérea da USAF em Edwards entre 1991 e 1997, pelo Centro de Pesquisas de Voo Dryden da Nasa, quando em 1995, o programa USAF foi reativado. Este SR-71 voou exatamente 3.967,5 horas, voando mais que quaisquer outros SR-71. O SR-71B, voou pela última vez em 19 de outubro de 1997, num show aérea realizado na Base da Força Aérea em Edwards.
SR-71 – REABASTECIMENTO AÉREO
Com um combustível especialmente desenvolvido para ele, o SR-71 tinha de ser reabastecido exclusivamente por Boeings KC-135Q Tanquer.
SR-71 DECOLANDO EM PÓS COMBUSTÃO (AFTERBURNER)
O motor J58, desenvolvido na década de 1950 pela Pratt & Whitney, foi projetado para operar em velocidades de Mach 3 em altitudes superiores aos 80.000 pés. Este motor, também foi o primeiro motor projetado para operar em longos períodos usando pós combustão, sendo o primeiro motor a ser qualificado pela USAF para voos em Mach 3. Como o YF-12A e os A-12s, o SR-71 também recebeu dois motores J58.
SR-71 – UM SUCESSO TOTAL
Todos SR-71s, registraram um total de 53.490 horas de voo, das quais 11.675 horas foram em velocidades de Mach 3 ou mais. Com 3.551 missões operacionais, o Blackbird voou um total de 17.294 horas, durante as quais, mais de mil mísseis terra-ar foram disparados contra ele. Nenhum conseguiu alcançar o Blackbird.
SR-71 – A REATIVAÇÃO
Em 28 de junho de 1995, após uma extensa remodelação, os primeiro dos três SR-71s foram reativados e voltaram para Base da Força Aérea em Edwards, Califórnia, como parte do Destacamento 2. Na altura, as aeronaves estavam sendo modificadas com datalinks, quando o programa da Força Aérea foi deu-se por terminado em Outubro de 1997.
SR-71 – EM EXIBIÇÃO
Após a Força Aérea aposentar o SR-71, em 1990, foi decidido a entrega de um exemplar para o Air and Space Museum National. O Blackbird (Air Force número de série 61-7972) foi utilizado para determinar um novo recorde de velocidade transcontinental, percorrendo 2.404 milhas terrestres (3.869 km) em apenas 67 minutos e 54 segundos.
SR-71 – NASA
Além de sua capacidade de combate, o Blackbird também foi um excelente avião de pesquisa. Tanto o YF-12 como o SR-71, foram utilizados pela NASA para trabalhos experimentais, tendo obtido dois SR-71A e um SR-71B de instrução para testes em plataformas supersônicas. A fotografia acima mostra um pod LASRE instalado na parte superior traseira da aeronave SR-71, durante decolagem para o primeiro voo experimental para testes de fluxo de ar frio, em 4 de Março de 1998. LASRE é um motor linear aerospike, e é um tipo de motor utilizado em foguetes, quem mantém a sua eficiência numa vasta gama de altitudes.
SR-71 – EM EXIBIÇÃO NO MUSEU NACIONAL DA USAF
Entregue ao Museu Nacional da Força Aérea dos Estados Unidos, em 1990, o SR-71 (número de sére 61-7976), durante a sua atividade, acumulou 2.981 horas de voo em 942 missões, incluindo 257 missões operacionais entre as Bases Aéreas de Beale, Califórnia; Palmdale, Califórnia; Base Aérea de Kadena, no Japão; Base Aérea da RAF em Mildenhall, Inglaterra.
Fonte/Imagens: Code One/Lockheed Martin
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