Quem passava pelos arredores do Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre (RS), podia ver de longe o Museu da Varig e junto dele o que era sua principal atração, um raro Douglas DC-3, ambos abandonados após o fim da empresa. Mas isso começou a mudar, ao menos uma parte.
Entusiastas e ex-funcionários da Varig criaram o grupo “Instituto Museu Varig” e restauraram a clássica aeronave, que desde 2005 não recebia nenhum tratamento. A pintura original com as marcas da companhia foi refeita e o interior, com cabine de passageiros completa, também foi recuperado. E tudo pode ser conferido de perto.
O DC-3 “PT-ANU” está exposto no Shopping Boulevard Lançador, em Porto Alegre. A exibição da aeronave faz parte do projeto “Varig Experience”. Os visitantes ainda são recebidos por recepcionistas com uniformes iguais aos modelos antigos usados por comissários da Varig.
Ao finais de semana, são permitidas visitas ao interior do avião. A exposição fica aberta até o final de agosto e a entrada é gratuita (mais informações no site do projeto).
Aeronave histórica
O PP-ANU é um dos primeiros DC-3 que foi construído. A aeronave estreou com a American Airlines em agosto de 1936.
O mesmo aparelho também voou com as cores da Vasp, seu primeiro operador no Brasil, e a Real Transportes Aéreos, antes de ser absorvida pela Varig, em 1961, e acabou desativado em 1969. Foi o DC-3 que mais voou no Brasil, com 52 mil horas de voo.
O DC-3 PP-ANU sofreu até um acidente. Prestes a ser entregue a um novo dono no Aeroporto de Congonhas, em setembro de 1959, a aeronave foi atingida por um Custiss Comander da empresa Paraense. Devido aos danos, a venda foi cancelada.
A colisão deixou a parte traseira da aeronave seriamente danificada e o modelo ficou encostado até 1961, quando a Real aproveitou a cauda de outro DC-3 acidentado naquele mesmo ano. Reformado, o modelo ainda voou por quase mais uma década
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