Você sabe qual é o avião mais rápido do mundo atualmente ?
É o Mig-25RB um avião de reconhecimento produzido na época da URSS, em velocidade máxima a aeronave atinge 3400 km/h, ou seja 96,3% da velocidade do recordista em absoluto SR-71 Blackbird americano, que já não está em serviço a 13 anos.
O Mig-25RB assim como seu rival americano tem como finalidade o foto-reconhecimento a grande altitude e velocidade, serviço que atualmente é realizado em sua maior parte por satélites. A grande diferença entre a utilização da aeronave e o satélite é a previsibilidade do satélite, que como orbita a terra passa sempre e em mesma hora no mesmo local, já a aeronave é imprevisível para o inimigo.
Os EUA desativaram o Blackbird devido ao elevadíssimo custo operacional e obsolência da aeronave perante os SAM estratégicos em uso pela URSS desde o início da década de 80.
A Rússia ainda mantém o Mig-25RB em serviço pois operacionalmente ele é muito mais econômico que o Blackbird e os atuais mísseis anti-aéreos (SAM) ocidentais utilizados pela OTAN tem uma capacidade relativa de eficácia contra essas aeronaves.
Desenvolvido inicialmente como interceptador, contra bombardeiros estratégicos supersônicos, o Mig-25 foi responsável por inúmeras polêmicas entre as duas superpotências. O primeiro vôo da aeronave foi em 1964, em 1970 o avião já estava totalmente operacional na VVS.
Em julho de 1967 a aeronave foi mostrada ao público pela primeira vez, causando grande impacto no ocidente, pois se tratava de uma aeronave totalmente nova e revolucionária, porém o maior medo dos EUA veio com as quebras de records, onde de 1967 a 1977 o Mig-25 quebrou 29 records da aviação mundial, sendo que desses o destaque é o de altitude em absoluto com a marca de 37650 m.
Os records de razão de subida e de velocidade em circuito fechado também ainda pertencem ao Mig-25.
A maior polêmica causada em relação à aeronave foi a deserção do piloto Viktor Belenko com uma aeronave dessas em 1976. Com a proposta de dinheiro e asilo político oferecido pelos EUA, os pilotos soviéticos eram tentados a desertar com suas aeronaves para o inimigo, que ávidamente carecia de tecnologia. O Mig-25 capturado em 1976 no Japão foi o responsável pelo desenvolvimento do F-15 Eagle, que até hoje é a base da defesa aérea, interceptação e ataque da USAF e de mais 3 países (Israel, Japão e Arábia Saudita).
Ao todo foram produzidas 1190 unidades do Mig-25 (contra 32 Blackbird), dentre eles versões de interceptador, reconhecimento e treinamento, e após a tecnologia da aeronave estar em mãos dos EUA a URSS trabalhou em um novo projeto, também baseado no Mig-25, o Mig-31, nessa época uma grande quantidade dessas aeronaves foi repassada a outros países que ainda o mantém em serviço.
Sua eficiência em combate real veio com sua utilização no Egito no início da década de 70, em missões de reconhecimento as aeronaves russas obtiveram grande sucesso devido a grande velocidade e altitude. O Mig-25 também foi usado com sucesso na Guerra Irã - Iraque, onde os Mig-25 iraquianos abateram outros aviões Mig (anteriores) e helicópteros. Já no conflito entre a Síria e Israel (1981 - 1982) o Mig-25 enfrentou sem sucesso o F-15, que muito mais armado e com tecnologia mais avançada abateu 3 migs sírios. O Mig-25 também foi utilizado na Guerra do Golfo de 1991 onde 2 deles foram abatidos pelos F-15 da USAF. Fontes também fornecem limitada informação sobre o uso de versões de reconhecimento na Guerra de Nagorno - Karabakh entre a Armênia e o Azerbaijão em 1994.
Em 1997 na Guerra Indo-Paquistanesa, um Mig-25RB da força aérea indiana executou missões de reconhecimento com sucesso sobre território paquistanês.
Sua última aparição em situação real de uso foi em 2002 onde Migs-25 iraquianos abateram um F/A-18 da marinha americana e um drone Predator armado com mísseis Stinger.
Atualmente a Rússia opera somente a versão de reconhecimento, mas outros países ainda operam os interceptadores, os Mig-25 de reconhecimento atuais também podem atuar como bombardeiros transportando até 4000 kg de bombas em 4 cabides sobre as asas. Temos hoje 123 Mig-25 em serviço e 16 estocados no Cazaquistão, os maiores operadores são a Rússia com 42 e a Síria com 40 aeronaves, em terceiro estaria a força aérea líbia, mas com a situação atual do país é difícil dizer quantas aeronaves ainda permanecem em serviço.
A versão de interceptação aérea foi superada no início da década de 80 pelo Mig-31 e pelo F-15, porém a versão de reconhecimento ainda não possui um adversário à altura. Os Mig-25 foram produzidos em série de 1969 a 1985 e as atuais versões de reconhecimento em serviço são as mais recentes. Ainda é incerta a data de retirada de serviço, mas sem dúvida o Mig-25 é um marco na História da Aviação.
O Mig-25U é a versão de treinamento, onde o instrutor ocupa uma cabine separada do aluno.
Ficha técnica: Mikoyan Gurevich Mig-25RB
Tipo: aeronave de reconhecimento supersônica
Dimensões:
comprimento: 19,58 m
envergadura: 13,38 m
altura: 6,50 m
área alar: 58,9 m²
Pesos:
vazio: 20000 kg
combustível: 15000 litros
normal de decolagem: 37100 kg
máximo de decolagem: 41200 kg
Motores:
2 turbojatos Tumansky R-15BD totalizando 22400 kgf de empuxo
Desempenho:
velocidade máxima: 3400 km/h
velocidade de cruzeiro: entre 2800 a 3200 km/h
teto máximo: acima de 27000 m
teto operacional: de 20000 a 24000 m
decolagem: 1200 m
pouso: 800 m
alcance: normal 2130 km, máximo 2400 km
Armamento:
até 4 toneladas em 4 cabides sobre as asas (4 bombas)
Tripulação: 1
Usuários:Rússia: 42 Mig-25RB
Síria: 40 no total, sendo 8 Mig-25RB e 1 Mig-25U
Líbia: não se sabe ao certo quantos restaram do lote inicial de 60 aeronaves dos 3 tipos
Azerbaijão: 28, sendo 14 Mig-25RB, 8 interceptadores e 6 Mig-25U
Turcomenistão: 24 interceptadores e treinadores
Argélia: 11, sendo 8 interceptadores e 3 de reconhecimento
Armênia: 1 interceptador
Cazaquistão: 16 na reserv
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